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[en] INDIVIDUAL MEMORIES AND COLLECTIVITIES: AN ORAL HISTORY OF (THE PRIVATIZATION OF) EMBRATEL / [pt] MEMÓRIAS INDIVIDUAIS E COLETIVIDADES: UMA HISTÓRIA ORAL DA (PRIVATIZAÇÃO DA) EMBRATEL

PATRICIA AYUMI HODGE V DE CARVALHO 02 December 2021 (has links)
[pt] A pesquisa visa compreender o significado da privatização da Embratel nos anos 1990 para empregados e ex-empregados, mais de 20 anos depois do ocorrido, e se enquadra nas discussões dos estudos organizacionais históricos e dos estudos de memória organizacional. É utilizada a abordagem teórico metodológica da história oral, voltada tanto à experiência vivida dos indivíduos face a eventos históricos quanto ao significado dessa experiência, por meio do estudo da memória individual. A pesquisa inova nos estudos organizacionais ao incorporar a perspectiva de history-telling (Portelli, 1991; 1997), que une storytelling com pesquisa histórica e que entende as falhas, silêncios e erros da memória como significativas da experiência dos indivíduos. A Embratel, Empresa Brasileira de Telecomunicações, é um locus interessante para o estudo da memória nos estudos organizacionais. Hoje marca fantasia para o segmento corporativo do grupo Claro S.A., a empresa teve sua criação prevista pela Lei 4.117 de 1962 durante o governo de João Goulart, mas sua criação efetiva se deu apenas durante a ditadura militar, em 1965. Sua importância se insere em um contexto de política nacional-desenvolvimentista iniciada por Getúlio Vargas e aprofundada pelo governo militar, quando a administração indireta, em especial as empresas estatais, passaram a servir como instrumento de desenvolvimento econômico. Para isso, essas empresas foram dotadas de maior autonomia gerencial em relação à administração direta, operando de forma semelhante às empresas privadas. As telecomunicações e a Embratel se destacaram no projeto militar tanto por motivos econômicos, pela necessidade de uma rede de comunicações que interligasse as diversas capitais do país para o crescimento empresarial, quanto por motivos geopolíticos, já que essa integridade territorial fazia parte da estratégia militar para a construção de uma nação soberana. Ao longo de sua trajetória, com a redemocratização do país em 1985, os objetivos iniciais de integração nacional cumpridos e as mudanças tecnológicas, a Embratel aos poucos perde sua importância como instrumento de política industrial e passa a se enquadrar cada vez mais como prestadora de serviços, culminando em sua privatização no ano de 1998, em um contexto de ascensão das ideias neoliberais nos planos econômico e político. Assim, sua privatização se torna emblemática por representar o fim de uma era de nacional-desenvolvimentismo no plano nacional, de globalização no plano internacional e de inserção de conceitos como o gerencialismo dentro da esfera pública. Como os funcionários da Embratel interpretam, elaboram e significam, no presente, a privatização da empresa foi a pergunta que guiou a conversa e a análise das narrativas de 57 empregados e ex empregados da empresa, totalizando 188 horas de gravação posteriormente transcritas. A análise, segmentada por grupo geracional, mostra como a memória e o entendimento sobre a privatização é múltipla, dependente das experiências particulares e coletivas dos indivíduos e especialmente dos contextos sociais nos quais se localizam. A pesquisa mostra ademais como a interpretação particular sobre o início da privatização é um dos indicadores do significado da experiência para os narradores. / [en] This study examines the meaning of Embratel s privatization in the 1990s for its employees and former employees, more than 20 years after the event, and fits into broader discussions of the fields of historical organizational studies and organizational memory studies. To this end, the study adopts the theoreticalmethodological approach of oral history, aimed both at the lived experience of individuals in face of historical events and at the meaning of this experience through the study of individual memory. The research innovates in organizational studies by incorporating the perspective of history-telling (Portelli, 1991; 1997), a combination of storytelling and historical research which approaches the failures, silences, and errors of memory as significant in the experience of individuals. Embratel, Empresa Brasileira de Telecomunicações, is an interesting locus for the study of memory in organizational studies. Currently a trade name for Claro SA group s corporate segment, Embratel had its formation envisioned under the 1962 Act number 4,117, during João Goulart s government, but its effective creation only occurred during the military dictatorship, in 1965. Its importance is embedded in the context of national-developmentalist policy initiated by Getúlio Vargas and strengthened by the military government, when indirect administration, especially state-owned enterprises, was conceived as instruments of economic development. To achieve this goal, these companies possessed greater managerial autonomy compared to direct administration, operating like quasi-private companies. Telecommunications and Embratel particularly stood out in the military project both for economic reasons, the need for a communications network that would interconnect the various capitals of the country for business growth, and for geopolitical reasons, as territorial integrity was part of the military strategy for a sovereign nation. Along its trajectory, with the country s redemocratization process in 1985, the initial objectives of national integration were fulfilled and the advent of technological changes, Embratel gradually lost its importance as an instrument of industrial policy and gradually acquired a service provider status, culminating in its privatization in 1998, in a context of the rise of neoliberal ideas on the economic and political levels. Its privatization is hence emblematic as it represents the end of the national-developmentalism era at the national level, globalization at the international level and the insertion of concepts such as managerialism within the public sphere. How Embratel employees interpret, elaborate, and attach meaning to the company s privatization, in the present, was the question that guided the conversation and the analysis of the narratives of 57 employees and former employees of the company, totaling 188 hours of recording later transcribed. The analysis, segmented by generational group, shows the multiplicity of memories and the many ways in which the company s privatization is signified, depending on individuals peculiar and collective experiences, shaped particularly by the social contexts in which they are located. The study also reveals how the particular interpretation of the beginning of privatization is one of the indicators of the meaning of lived experience for the narrators.
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[pt] IMPRENSA, DISCURSO E IDEOLOGIA: O JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO E O GOLPE DE ESTADO DE 1964 / [en] PRESS, SPEECH AND IDEOLOGY: THE FOLHA DE SÃO PAULO NEWSPAPER AND THE COUP D ETAT OF 1964

CYNTHIA ADRIELLE DA SILVA SANTOS 16 April 2019 (has links)
[pt] Inserido no contexto mais amplo dos estudos organizacionais históricos e dos estudos acerca da relação entre empresas, governo e sociedade, a pesquisa teve como objetivo investigar, à luz da análise crítica do discurso, quais estratégias discursivo-linguísticas o Jornal Folha de São Paulo utilizou para se posicionar ideologicamente antes, durante e depois do golpe de Estado de março de 1964. Para tanto, construiu-se o referencial teórico a partir da discussão sobre as relações entre Imprensa, Governo e Ditadura Militar e sobre os conceitos de Ideologia e Poder. Em relação aos procedimentos metodológicos para a construção do corpus da pesquisa, de natureza qualitativa e interpretativa foram coletados os seguintes documentos: (1) O Caderno Especial do jornal “64- Brasil continua” (44 páginas de conteúdo); e (2) os editoriais diários de janeiro a junho de 1964 (em um total de 112 editoriais). De forma complementar, para a realização da análise, foi utilizado o aporte teóricometodológico do modelo tridimensional de Norman Fairclough (2016) e o modelo de análise de estratégias de construções simbólicas ideológicas de J.B. Thompson (2011). Como resultado foi possível identificar três etapas na trajetória discursiva do posicionamento do Jornal Folha de São Paulo em relação ao golpe civil-militar de 1964: (1) um momento de significativa contribuição para a desestabilização do governo do presidente João Goulart (marcado pelos editoriais de Janeiro, Fevereiro e Março); (2) um momento de alinhamento com o golpe militar (marcado pelo Caderno Especial e os editoriais do mês de Abril); e (3) um momento de apoio ao posterior governo de Castelo Branco, com ressalvas (marcado pelos editoriais de Maio e Junho). / [en] In the broader context of historical organizational studies and studies about the relationship between business, government, and society, the research aimed to investigate, in the light of the Critical Discourse Analysis, what discursive-linguistic strategies the Folha de São Paulo newspaper used to ideologically position itself before, during and after the March 1964 coup d état. To this end, the theoretical framework was constructed based on the discussion about the relations between the Press, Government, and Military Dictatorship and on the concepts of Ideology and Power. Regarding the methodological procedures, for the construction of the corpus of the research the following documents were collected: (a) The special issue of the newspaper called 64- Brazil continues (44 pages); and (b) the daily editorials from January to June 1964 (out of a total of 112 commentaries). Also, were used for the analysis of the documents both the theoretical-methodological contribution of the threedimensional model of Norman Fairclough (2016) and the strategy analysis model of ideological symbolic constructions of J.B. Thompson (2011). As a result, it was possible to identify three stages in the discursive trajectory of the Folha de São Paulo newspaper in relation to the 1964 civil-military coup: (1) a moment of significant contribution to the destabilization of President João Goulart s government (marked by January, February and March editorials); (2) a moment of alignment with the military coup (marked by the Special Book and the April editorials); and (3) a moment of support for the subsequent Castelo Branco government, with reservations (marked by May and June editorials).
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[en] IDEOLOGICAL POSITIONING AND POLITICAL-DISCURSIVE ACTIONS OF FOLHA DE S.PAULO IN THE PERIOD OF THE BRAZILIAN CIVIL-MILITARY DICTATORSHIP / [pt] POSICIONAMENTO IDEOLÓGICO E ATUAÇÕES POLÍTICO-DISCURSIVAS DA FOLHA DE S.PAULO NO PERÍODO DA DITADURA CIVIL-MILITAR BRASILEIRA

CYNTHIA ADRIELLE DA SILVA SANTOS 03 July 2023 (has links)
[pt] A pesquisa teve por objetivo identificar e compreender o posicionamento ideológico e as atuações político- discursivas do jornal Folha de S.Paulo - importante empresa jornalística e representante da grande imprensa - ao longo do período da ditadura civil-militar brasileira. A tese que se defende é a de que o posicionamento ideológico da Folha de S.Paulo, ao longo da ditadura civil-militar brasileira, permaneceu sempre vinculado à sua posição (e visão de mundo) de classe empresarial dominante. Como desdobramento disso, as suas atuações político-discursivas cotidianas foram sempre fluidas, plurais e adaptadas às mudanças políticas, econômicas e sociais do período. Com base na Análise Crítica do Discurso e na Abordagem Histórico-Discursiva (AHD) de Ruth Wodak, foram analisadas 7.021 páginas editoriais publicadas de janeiro de 1961 à dezembro de 1988. A partir das estratégias discursivas identificadas, foi possível (1) periodizar a trajetória discursiva do Jornal em seis momentos distintos; e (2) responder às cinco questões centrais da AHD, observando diacronicamente as mudanças discursivas nos macrotópicos Democracia versus Regime Autoritário e Imprensa neutra versus Imprensa Formadora de Opinião. Os resultados encontrados explicitam a atuação do ator político empresarial na sociedade e, mais especificamente, da imprensa. Isso significa que as presumidas objetividade e imparcialidade presentes no discurso jornalístico apenas contribuem para encobrir o trabalho moral e político realizado, no dia a dia, pelos jornais. / [en] The research aimed to identify and understand the ideological position and political-discursive actions of the newspaper Folha de S.Paulo - an important journalistic company and representative of the great press - throughout the period of the Brazilian civil-military dictatorship. The thesis defended is that the ideological position of Folha de S.Paulo, throughout the Brazilian civil-military dictatorship, always remained linked to its position (and worldview) as the dominant business class. As a consequence of this, his daily political-discursive actions were always fluid, plural and adapted to the political, economic and social changes of the period. Based on Ruth Wodak s Critical Discourse Analysis and Historical-Discursive Approach (HDA), 7,021 editorial pages published from January 1961 to December 1988 were analyzed. Based on the identified discursive strategies, it was possible (1) to periodize the Jornal s discursive trajectory in six different moments; and (2) answer the five central questions of the AHD, diachronically observing the discursive changes in the macrotopics Democracy versus Authoritarian Regime and Neutral Press versus Opinion-Forming Press. The results found explain the performance of the business political actor in society and, more specifically, the press. This means that the presumed objectivity and impartiality present in journalistic discourse only contribute to cover up the moral and political work carried out on a daily basis by newspapers.

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