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[en] CARICATURE: MICROCOSM OF THE ARTISTIC ISSUES IN MODERNITY / [pt] A CARICATURA: MICROCOSMO DA QUESTÃO DA ARTE NA MODERNIDADE

LAURA MOUTINHO NERY 27 September 2006 (has links)
[pt] A tese recupera a importância da técnica da caricatura no âmbito da discussão literária e plástica modernas em dois momentos específicos: na primeira metade do século XVIII, com o debate estabelecido por William Hogarth e Henry Fielding, num contexto em que se fixam as bases do romance; e em meados do século XIX, quando o tema é retomado por Charles Baudelaire, especialmente no ensaio Da essência do riso e das artes geralmente cômicas, de 1855. Embora tenha recebido da dupla Hogarth-Fielding uma definição pejorativa, a caricatura significou um caminho para a experiência moderna, seja pela assimilação de motivos altos e baixos na arte, pela tematização da vivência urbana ou pela valorização da psicologia dos personagens (dentro da tradição do empirismo de Locke), traduzida na exploração da fisionomia humana. Com Baudelaire, estabelece-se não só uma estética da caricatura, mas uma estética caricatural construída a partir das categorias cômico absoluto e o cômico significativo. Esse modo caricatural, acreditamos, já irrompia nas cenas morais de Hogarth. Adotamos a definição da caricatura como uma novidade no campo da arte pictórica, de acordo com Ernst Gombrich. À técnica italiana, segundo ele, estava franqueada a possibilidade de experimentação que levaria à descoberta não trivial de como criar a ilusão de vida sem qualquer ilusão de realidade. As reflexões de Hogarth e de Baudelaire dimensionam historicamente a importância do humor gráfico não só como um desafio à representação artística, mas também como elemento central de uma certa experiência da modernidade. / [en] In this work, the relevance of caricature, both in modern literary and plastic discourses, is considered in two moments: during the first half of the XVIII century, in the interaction between William Hogarth and Henry Fielding, concurrent to the beginnings of the English novel, and in mid XIX century, when Charles Baudelaire, especially in his essay De l essence du rire et généralement du comique dans les arts plastiques, reapproaches the subject. Caricature received from Hogarth and Fielding a negative definition, but still showed a path to the modern experience, by assimilating low and high themes in art, by taking subjects from urban life and by emphasizing the psychology of characters (in the spirit of Locke s empiricism), through an exploration of the human face. Baudelaire s ideas give rise to an esthetics of caricature, built up from his concepts of significative and absolute comic. This caricatural mode, we believe, was already present in Hogarth s modern moral scenes. We take Ernst Gombrich s definition of caricature as an innovation in pictorial art. According to him, the Italian technique was allowed a freedom of experimentation which led to the nontrivial discovery of how to create the illusion of life without the illusion of reality. The arguments in Hogarth and Baudelaire describe the historical relevance of graphic humor, both as a challenge to artistic representation and as a central element of a certain kind of experience of modernity.

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