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[pt] A TEORIA CRÍTICA DA TRANSFORMAÇÃO RADICAL DE HERBERT MARCUSE: RACIONALIDADE TECNOLÓGICA E MOVIMENTOS REVOLUCIONÁRIOS / [en] HERBERT MARCUSE S CRITICAL THEORY OF RADICAL TRANSFORMATION: TECHNOLOGICAL RATIONALITY AND REVOLUTIONARY MOVEMENTS

RENATA ALMEIDA DE ARAUJO MARINHO 13 June 2022 (has links)
[pt] A obra de Herbert Marcuse é caracterizada pela preocupação com as possibilidades de transformação radical da sociedade e dos indivíduos. Sua teoria crítica da transformação radical é decomponível em duas faces: 1. definição e elaboração da lógica imanente da realidade material tecnocapitalista (em estágio de coordenação totalitária dos processos bio-sócio-político-econômico-éticoepistemológico-psicolibidinais), 2. identificação das contradições inerentes e localização dos potenciais focos revolucionários. A transformação é radical por se tratar de um processo simultaneamente social e individual. A tese defendida nesta pesquisa, a partir da filosofia de Marcuse, é de que a racionalidade tecnológica (a tecnologia como modo da dominação) e os movimentos revolucionários (a recusa radical da dominação) são, enquanto tais, antagônicos e inconciliáveis. O argumento basal da tese demonstra tal conflito a partir da compreensão da racionalidade tecnológica como a lógica totalitária hegemônica de quantificação, planificação e padronização do todo existente e dos movimentos revolucionários como expressão e incorporação das diferenças e qualidades irredutíveis ao cálculo homogeneizante e, portanto, expurgadas da realidade do real tecnocapitalista. Ou seja, se a racionalidade tecnológica é a planificação total intensificando-se, aprimorando-se e expandindo-se, com fins de autoperpetuação (conservação e potencialização da estrutura operante estabelecida do capitalismo tardio predatório), é necessariamente o apagamento determinado de toda diferença real (não-assimilada). Logo, a tecnologia (da dominação) é, em si mesma, o extermínio progressivo da possibilidade de existência dos movimentos revolucionários; em contrapartida, os movimentos revolucionários, enquanto luta pela transformação radical (da sociedade e dos indivíduos), são a demanda pelo fim da racionalidade tecnológica. / [en] Herbert Marcuse s work is characterized by a concern with the possibilities of radical transformation, social and individual. His critical theory of radical transformation is decomposable into two parts: 1. definition and elaboration of the immanent logic of technocapitalist material reality (in a stage of totalitarian coordination of bio-socio-political-economic-ethical-epistemologicalpsycholibidinal processes), 2. identification of inherent contradictions and localization of potential revolutionary foci. This transformation is radical because it is both a social and an individual process. The thesis defended in this research, based on Marcuse s philosophy, is that technological rationality (technology as a mode of domination) and revolutionary movements (the radical refusal of domination) are, as such, antagonistic and irreconcilable. The basic argument of the thesis demonstrates such conflict from the understanding of technological rationality as the hegemonic totalitarian logic of quantification, planning and standardization of the existing whole and of revolutionary movements as the expression and incorporation of the differences and qualities irreducible to the homogenizing calculus and, therefore, expurgated from the reality of the technocapitalism. That is, if technological rationality is total planning intensifying, improving and expanding for the purposes of self-perpetuation (conservation and potentiation of the established operating structure of late predatory capitalism), it is necessarily the determined erasure of all real (non-assimilated) difference. Thus, technology (of domination) is itself the progressive extermination of the possibility of existence of revolutionary movements; conversely, revolutionary movements, as a struggle for radical transformation, are the demand for the end of technological rationality.

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