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[pt] GUSTAVO DAHL: CARTAS DE UM ARQUIVISTA DE FILMES / [en] GUSTAVO DAHL: LETTERS FROM A FILM ARCHIVIST

08 April 2021 (has links)
[pt] Gustavo Dahl (1938-2011), conhecido principalmente pelo seu trabalho de gestor nas duas principais instituições de cinema no Brasil: a Embrafilme (1975- 1979) e a Ancine (2002-2006), começou sua carreira como crítico de jornal e depois cineasta. Este trabalho debruça-se sobre os anos iniciais dessa trajetória quando o então jovem estudante, convidado por Paulo Emílio Sales Gomes, publica o primeiro artigo para o Suplemento Literário do jornal O Estado de S. Paulo (1958 -1961) e estende-se pelo período de estudos de cinema na Europa (1960-1964). Como método, privilegia-se a análise dos artigos e as correspondências do período europeu, quando Dahl teve por interlocutores: Paulo Emílio, Glauber Rocha, Paulo César Saraceni e Joaquim Pedro de Andrade. Na análise dos artigos observou-se o processo de aproximação do jovem crítico paulista com os jovens bossa novíssimos, nome que Glauber Rocha utilizou para nomear o grupo de diretores cujos primeiros filmes deram origem ao movimento. Na análise das cartas foi possível um entendimento mais alargado das relações entre Dahl e os jovens diretores de modo a ressaltar as diversas fases desse processo de aproximação, da desconfiança inicial para a profunda cumplicidade na defesa do novo cinema brasileiro. Por esta intersecção, foi possível apreender a atuação estratégica de Dahl na origem do Cinema Novo. Em jogo, o desejo de modernização do cinema brasileiro e sua inserção nas vanguardas artísticas da década de 1960, em consonância com os jovens cinemas do período: a nouvelle vague francesa, o cinema independente americano e o cinema revolucionário cubano. / [en] Gustavo Dahl (1938-2011), known mainly for his managerial work at the two major Brazilian film institutions: Embrafilme (1975-1979) and Ancine (2002- 2006), began his career as a film critic in newspapers and then became a filmmaker. This work focuses on the early years of this trajectory when the then young student, invited by Paulo Emílio Sales Gomes, publishes the first article for the Literary Supplement of the newspaper O Estado de S. Paulo (1958 -1961) and extends for the period of film studies in Europe (1960-1964). As a method, the analysis of articles and correspondence of the European period is favored, when Dahl had as interlocutors Paulo Emílio, Glauber Rocha, Paulo César Saraceni and Joaquim Pedro de Andrade. In the analysis of the articles, we observed the process of approaching the young São Paulo critic with the Young bossa novissimos, as Glauber Rocha used to name the group of directors whose first films gave rise to the movement. In the analysis of the letters it was possible to have a broader understanding of the relationship among Dahl and the young directors in order to emphasize the different phases of this process of approximation, from initial mistrust to deep complicity in the defense of the new Brazilian cinema. Through this intersection, it was possible to apprehend Dahl s strategic performance at the origin of Cinema Novo. At stake was the desire for the modernization of Brazilian cinema and its insertion in the artistic avant-garde of the 1960s, in consonance with the young cinemas of the period: the French nouvelle vague, the American independent cinema and the Cuban revolutionary cinema.

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