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[en] VIDEO CLASSES IN HIGH SCHOOL: RELATIONS BETWEEN YOUTH AND TEACHING AND LEARNING IN PRIVATE SCHOOLS / [pt] VIDEOAULAS NO ENSINO MÉDIO: RELAÇÕES ENTRE JUVENTUDE E ENSINO APRENDIZAGEM NAS ESCOLAS PRIVADASFILIPPO CORTEZ GIOVANELLI 03 April 2023 (has links)
[pt] Esta dissertação tem como objeto de estudo as videoaulas, a juventude e o Ensino Médio.
Reconhece-se que as videoaulas são recursos tecnológicos audiovisuais em processo de expansão de
seu uso por jovens associados ao processo ensino-aprendizagem no ensino médio. As videoaulas são
recursos presentes há décadas, porém com a chegada da internet e de plataformas como o YouTube,
o número de vídeos novos, bem como as visualizações, disparou. Nesta pesquisa as videoaulas
estudadas são aulas produzidas em formato de vídeo e divulgadas em plataformas de streaming de
forma gratuita. A partir dessa contatação, questiona-se qual o papel das videoaulas na educação e
com se relacionam com os objetivos da escola de ensino médio, nas perspectivas dos jovens que as
utilizam. Diante disso, esta pesquisa tem como objetivo central entender como as videoaulas estão
sendo utilizadas por jovens estudantes do ensino médio, analisando se seriam recursos usados de
forma complementar, como substituição às aulas tradicionais, ou como produtores de conhecimento.
Procura-se responder as questões: Como e por que as videoaulas estão sendo usadas por alunos de
escolas particulares? Quais são as preferências e motivações dos jovens estudantes? Qual o sentido
da escola de ensino médio? A pesquisa foi desenvolvida com jovens estudantes de 14 a 18 anos de
classe média, matriculados no ensino médio em quatro escolas de uma rede de ensino privada de
alto rendimento no ENEM da cidade do Rio de Janeiro. Foi aplicado um questionário com 24
questões fechadas entre 122 jovens respondentes do primeiro ao terceiro ano desta rede de escolas com o objetivo
de analisar a frequência no uso de videoaulas e as preferências no uso. Foram questionados também
acerca do segmento de ensino médio e seus objetivos. Além disso, realizou uma roda de conversa
com 12 respondentes dos questionários para identificar quais seriam os sentidos para a escola por
estudantes dessa rede de escolas e problematizar alguns resultados do questionário em relação a
motivação na busca por videoaulas. Adotou-se como referências teóricos os estudos do campo da
sociologia de Dubet, da didática com Candau e Mesquita, dos estudos sobre juventude e escola de
Carrano e Dayrell e do campo de mídia educação Pischetola, Burguess e Green. A partir dos dados
produzidos, constata-se uma massiva visualização de videoaulas e uma diversidade de motivações e
preferências no uso destes recursos. Os resultados apontaram para percepção dos jovens acerca de
uma forte pressão por resultados e a intensidade de estudo como principal justificativa para o uso de
estudos individuais através de videoaulas, tendo o bom resultado no vestibular e a preparação para
provas internas da escola como direcionadores do processo ensino- aprendizagem. Além disso, ao
caracterizar uma boa videoaula os jovens destacam a valorização das características de
objetividade, síntese e rapidez. Os alunos dessa geração trazem a necessidade de uma educação mais
rápida e dinâmica, mas também clamaram por uma interação, aspecto não muito presente nas
videoaulas, o que levou a caracterizá-las como complementares ao ensino presencial, no qual a
dimensão relacional é priorizada. Os alunos identificaram o ensino médio como uma etapa de ganho
de maturidade e de pressões excessivas por resultados. Eles propõem mudanças, como a introdução
de disciplinas como Educação financeira e Projeto de Vida, além de alterações possíveis no modelo
de vestibular vigente. A grande procura por vagas no ensino superior é característico da rede de
escolas analisada e da classe social a qual pertencem esses alunos esse traço gerou e gera muitos
impactos na forma em que estes jovens vivem a escola. O vestibular acaba sendo o principal objetivo
e se mostra como uma forma de manter o prestígio social. / [en] This dissertation has as object of study video lessons, youth, and high school. It is recognized that
video classes are audiovisual technological resources in the process of expanding their use by young
people associated with the teaching-learning process in high school. Video lessons have been present
for decades, but with the arrival of the internet and platforms such as YouTube, the number of new
videos, as well as views, skyrocketed. In this research, the video classes studied are classes produced
in video format and released on streaming platforms for free. Based on this contact, we question the
role of video lessons in education and how they relate to the objectives of high school, from the
perspectives of the young people who use them. Therefore, this research has as main objective to
understand how video classes are being used by young high school students, analyzing whether they
would be resources used in a complementary way, as a replacement for traditional classes, or as
producers of knowledge. The aim is to answer the questions: How and why are video classes being
used by private school students? What are the preferences and motivations of young students? What
is the meaning of high school? The research was carried out with middle-class young students aged
between 14 and 18, enrolled in high school in four schools of a high-performance private education
network in the ENEM of the city of Rio de Janeiro. A questionnaire with 24 closed questions was
applied among 122 young respondents from the 1st to the 3rd year of this network of schools in
order to analyze the frequency in the use of video classes and preferences in use. They were also
asked about the high school segment and its objectives. In addition, a conversation was held with 12
respondents to the questionnaires to identify what would be the meanings for the school by students
in this network of schools and to problematize some results of the questionnaire in relation to
motivation in the search for video lessons. As theoretical references, studies in the field of sociology
by Dubet, didactics by Candau and Mesquita, studies on youth and school by Carrano and Dayrell,
and the field of media education by Pischetola, Burguess and Green were adopted. From the data
produced, there is a massive visualization of video classes and a diversity of motivations and preferences in the use of these resources. The results pointed to the perception of young people about
a strong pressure for results and the intensity of study as the main justification for the use of
individual studies through video classes, with the good result in the entrance exam and the
preparation for internal tests of the school as drivers of the process teaching-learning. In addition,
when characterizing a good video lesson, young people highlight the appreciation of the
characteristics of objectivity, synthesis, and speed. Students of this generation bring the need for a
faster and more dynamic education, but they also called for interaction, an aspect not very present
in video classes, which led to characterizing them as complementary to face-to-face teaching, in
which the relational dimension is prioritized. Students identified high school as a stage of gaining
maturity and excessive pressure for results. They propose changes, such as the introduction of
disciplines such as Financial Education and Life Projects, in addition to possible changes in the
current entrance exam model. The great demand for vacancies in higher education is characteristic
of the network of schools analyzed and of the social class to which these students belong. The
entrance exam ends up being the main objective and is shown as a way to maintain social prestige.
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