1 |
[en] SAMUEL BECKETT EXCENTRIC: CREATION, TRANSLATION AND IDENTITY IN TRILOGY OF FEMININE VOICES / [pt] SAMUEL BECKETT EXCÊNTRICO: CRIAÇÃO, TRADUÇÃO E IDENTIDADE EM TRILOGIA DE VOZES FEMININASFÁBIO ALVES FERREIRA 03 October 2019 (has links)
[pt] Partindo da concepção hoje bastante disseminada de que a tradução é uma atividade especialmente favorável à criação e à crítica, esta tese propõe a tradução de três dos dramatículos de Samuel Beckett, peças escritas originalmente em inglês e traduzidas em seguida para o francês pelo próprio autor: Not I / Pas Moi (1973/1975), Footfalls / Pas (1976/1977) e Rockaby/Berceuse (1981/1982). O projeto tradutório mobiliza as duas versões de cada texto, de uma forma que se quer sensível à riqueza das interferências mútuas entre as soluções de cada língua. Busca, nesse sentido, alguma sintonia com a práxis de criação bilíngue do autor irlandês, método que é, como se sabe, vital para a realização de seu celebrado imperativo poético – cavar um buraco atrás do outro (na linguagem), manifesto na Carta Alemã (1937). Nas traduções para o português brasileiro, a poética da tradução do próprio Beckett é pensada em interseção privilegiada com as reflexões que o crítico e tradutor Haroldo de Campos fez gravitar em torno do conceito de transcriação. A tese reúne uma trilogia que, surgindo depois de Happy Days (1960), traz a voz feminina para o protagonismo: as três peças traduzidas apresentam a questão da instabilidade identitária dessas vozes em monólogos complexos. No âmbito das traduções propostas e dos ensaios críticos e notas que a elas acrescento, busco discutir essa e outras questões conexas na escrita beckettiana: a indeterminação do Eu, sempre oscilante, móvel; a produção de fantasmas, espelhamentos e ecos; e a hibridização de gênero, que agrega a tensão entre a teatralização da narrativa e as soluções líricas. A trilogia de vozes femininas marca a fase final da obra do autor e nunca foi traduzida em conjunto, em especial enfrentando-se o aspecto bilingue dos textos. / [en] Starting from the widely disseminated conception that translation is an activity especially favorable to creation and criticism, this thesis proposes the translation of three of Samuel Beckett s dramatículos, plays written originally in English and then translated into French by the author himself: Not I / Pas Moi (1973/1975), Footfalls / Pas (1976/1977) and Rockaby / Berceuse (1981/1982). The translation project works upon the two versions of each text, in a way that is sensitive to the richness of the mutual interference between the solutions of each language. The project demands, in this sense, some harmony with the Irish author s bilingual creation praxis, a method which is, as we know, vital for the realization of his celebrated poetic imperative - to dig one hole after another (in language), German Letter (1937). In these translations into Brazilian Portuguese, the poetics of Beckett s own translation is thought of in privileged intersection with the reflections that the critic and translator Haroldo de Campos made to gravitate around the concept of transcreation. The thesis assembles together a trilogy that, after Happy Days (1960), brings the question of female voice to protagonism: the three translated pieces present the question of identity instability of these voices in complex monologues. In the scope of the proposed translations and of the critical essays and notes that I add to them, I try to discuss this and other related questions in the Beckettian writing; the indeterminacy of the Self, always oscillating, mobile; the production of ghosts, mirrors and echoes; and the hybridization of genre, which agregates the tension between narrative theatricalization and lyrical solutions. The trilogy of female voices marks the final phase of the author s work and has never been translated together, especially in light of the bilingual aspect.
|
Page generated in 0.0361 seconds