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[pt] CONTRA/CARTOGRAFANDO OS/NOS TRÓPICOS: POLÍTICA DE IMAGINAÇÃO ESPACIAL NA/DA TERRA INDÍGENA YANOMAMI / [en] COUNTER/CARTOGRAPHING IN/THE TROPICS: POLITICS OF SPATIAL IMAGINATION IN/THE YANOMAMI INDIGENOUS LANDBRUNNO VICTOR FREITAS CUNHA 15 July 2024 (has links)
[pt] Esta dissertação tem como objetivo analisar a política da imaginação espacial nas Relações Internacionais (RI). A divisão onipresente da disciplina entre interno e externo define o conceito de internacional como um espaço de anarquia, em contraste com o nacional como um espaço de ordem política, o que tenta estabelecer um espaço atemporal, uniforme, material e neutro. Entretanto, a constituição do espaço e seus métodos de classificação, divisão e controle estão profundamente entrelaçados com a criação de imaginários espaciais e processos violentos de contenção e expropriação racial, colonial, de gênero e de classe. Um exemplo é a expropriação violenta e contínua dos territórios Ameríndios nas Américas. Consequentemente, esta pesquisa aborda a seguinte questão: Como os imaginários cartográficos moderno-ocidental e Yanomami se relacionam na constituição da Terra Indígena Yanomami? O argumento central é que a Terra Indígena Yanomami é construída e vivenciada a partir de um campo semântico alternativo que a concebe como um conjunto de coordenadas cosmológicas que transcendem a mera existência de um espaço delimitado no território brasileiro. Com base em estudos pós-coloniais, na linhagem de pensamento da Sociologia Política Internacional (IPS) e na cosmologia Yanomami – especificamente, o trabalho de Davi Kopenawa, xamã e porta-voz Yanomami – a pesquisa examina perspectivas cartográficas alternativas sobre território e espaço. Utilizando métodos inspirados na cartografia literária, o estudo adota um estilo contra-cartográfico para examinar: a constituição do espaço das Américas durante o período colonial; a representação da violência e da guerra como imagens associadas às populações ameríndias; o violento processo de invasão do território Yanomami resultante das infraestruturas de extração de ouro; e uma crítica das cartografias do capitalismo, da guerra e do território através do pensamento de Kopenawa. / [en] This dissertation aims to analyse the politics of spatial imagination in International
Relations (IR). The discipline’s ubiquitous division between internal and external
defines the concept of the international as a space of anarchy, contrasting with the
national as a space of political order, which attempts to establish a timeless,
uniform, material, and neutral space. However, the constitution of space and its
methods of classification, division, and control are deeply intertwined with the
creation of spatial imaginaries and violent processes of racial, colonial, gendered,
and class containment and expropriation. One example is the ongoing violent
expropriation of Amerindian territories in the Americas. Consequently, this
research addresses the following question: How do the modern-Western and
Yanomami cartographic imaginaries relate to each other in the constitution of the
Yanomami Indigenous Land? The central argument is that the Yanomami
Indigenous Land is constructed and experienced from an alternative semantic field
that conceives it concerning a set of cosmological coordinates that transcend the
mere existence of a bordered space within Brazilian territory. Drawing on post-colonial engagements, the International Political Sociology (IPS) lineage of
thought, and Yanomami cosmology – specifically, the work of Davi Kopenawa, a
Yanomami shaman and spokesperson – the research examines alternative
cartographical perspectives on territory and space. Utilising literary cartography-inspired methods, the study adopts a counter/cartographic style to examine: the
constitution of the space of the Americas during the colonial period; the depiction
of violence and war as images associated with Amerindian populations; the violent
process of invasion of Yanomami territory resulting from the infrastructures of gold
extraction; and a critique of the cartographies of capitalism, war, and territory
through Kopenawa s thought.
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