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Guerra e construção do Estado na República Democrática do Congo : a definição militar do conflito como pré-condição para a pazSilva, Igor Castellano da January 2011 (has links)
A República Democrática do Congo tem sofrido, no período pós-Guerra Fria, os momentos mais trágicos de sua história. O país foi palco da Primeira Guerra do Congo e da Segunda Guerra do Congo – esta também chamada de "Guerra Mundial Africana", por ser o conflito armado que mais matou desde a Segunda Guerra Mundial (3,8 milhões de pessoas). Contudo, mesmo após o fim formal das conflagrações em 2003, o país vive um "estado de violência", no qual mais de 1,6 milhão de pessoas morreram e outras centenas de milhares estão deslocadas internamente, refugiadas ou têm sido vítimas de violência sexual. Destarte, a pergunta que a pesquisa procura responder é “por que, mesmo após a paz formal, o estado de violência permanece na República Democrática do Congo (RDC)?” O argumento aqui sugerido é que a guerra continua na RDC, pois não houve a definição militar do conflito, primeiro passo no processo de construção do Estado. Há a permanência de grupos armados que atuam contra as populações civis e o governo central, e em locais onde o aparelho coercitivo do Estado é ineficiente ou mesmo inexistente. Esta realidade se relaciona com o processo histórico de construção do Estado do Congo, bem como com a forma de resolução da Guerra Mundial Africana mediante mecanismos de paz negociada, ou power-sharing. O primeiro capítulo do trabalho trata de problemas teórico-conceituais sobre a relação entre guerra e Estado na África Subsaariana e no Congo. Os capítulos subseqüentes tratam sobre a relação entre guerra e construção do Estado no Congo pós-independência, estudando três guerras principais ocorridas no país e as suas relações com o processo de construção do Estado. A pesquisa sugere que a adoção de uma Reforma do Setor de Segurança voltada à construção do exército nacional pode trazer os benefícios da definição militar do conflito para os mecanismos de paz negociada. Como contribuição adicional o exército nacional pode gerar meios não-militares de definir o conflito, incentivando a formação da burocracia e da economia nacionais. / The Democratic Republic of Congo has suffered, in the post-Cold War era, the most tragic moments in its history. The country was the place of the First Congo War and Second Congo War – this one also called "African World War" because it is the armed conflict that killed more since the Second World War (3.8 million people). However, even after the formal end of the conflagrations in 2003, the country is experiencing a "state violence", in which more than 1.6 million people died and hundreds of thousands are internally displaced, refugees or have been victims of sexual violence . Thus, the question that the research seeks to answer is "why, even after the formal peace, the state of violence remains in the Democratic Republic of Congo (DRC)?" The argument suggested here is that the war continues in the DRC, since there was the definition of military conflict, the first step in the process of nation building. There is the persistence of armed groups against civilians and the central government, and in places where the coercive apparatus of the state is inefficient or nonexistent. This reality relates to the historical process of state building of the Congo, as well as the resolution of the African World War through mechanisms of negotiated peace, or power-sharing. The first chapter of this dissertation deals with theoretical and conceptual issues about the relationship between war and state in sub-Saharan Africa and the Congo. Subsequent chapters deal with the relationship between war and state building in post-independence Congo, studying three major wars occurred in the country and its relations with the process of state-building. The research suggests that the adoption of a Security Sector Reform focused on building the national army can bring the benefits of military conflict resolution mechanisms for negotiated peace. As an additional contribution, the national army can generate non-military means of defining the conflict, encouraging the formation of the bureaucracy and the national economy.
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A arqueologia da África através dos editoriais: uma análise dos discursos arqueológicos de africanos e africanistas nos boletins especializados / The Archaeology of Africa through the editorials: an analysis of archaeological discourses of African and Africanists in specialized bulletinsAgatha Rodrigues da Silva 28 February 2013 (has links)
As sociedades e instituições arqueológicas, como as demais organizações científicas, são espaços fundamentais no fomento e na manutenção da rede de intelectuais de sua área de pesquisa. Podem, através da veiculação de suas publicações, apontadas na seção editorial de boletins dessas organizações, reafirmar as tradições arqueológicas ou oferecer perspectivas inovadoras. Analisamos trinta e quatro editoriais das publicações The South African Archaeological Bulletin, Nyame Akuma e Nsi, intentando compreender a formação das múltiplas imagens dos arqueólogos africanos e africanistas na era pós-colonial, entre 1987 e 1993, que, a nosso ver, dar-se-ia diante daquilo que essas sociedades através de seus boletins consolidam. Segundo a ótica de seus editores, os boletins do corpus de nossa pesquisa eram meios de comunicação rápidos e eficientes para cumprir funções de possibilitar que os arqueólogos interagissem, que se informassem sobre o andamento das pesquisas de campo e que fossem comunicados quanto à realização de congressos entre seus pares. Nosso recorte temporal define-se pela circulação concomitante dos três boletins, exceto quanto ao Nsi, que foi, um ano antes, em 1992, assimilado ao Nyame Akuma. Esse recorte temporal, a propósito, foi marcado pelas correntes teóricas da Nova Arqueologia, do Pós-Processualismo, dos estudos pós-coloniais e pela divulgação da pesquisa arqueológica na África e sobre a África em face dessas abordagens. Apontamos a título de conclusão da análise que os boletins, sob o pretexto de favorecer os arqueólogos e a produção científica em arqueologia na África durante esse período, veiculavam, na verdade, as imagens ideais ou mesmo as rechaçadas dos arqueólogos interessados na África. Essas imagens eram construídas nos textos dos editores na prática discursiva que formulavam com temas ligados ao ofício do arqueólogo. / The archaeological societies and institutions, like others scientific organizations, they are fundamental spaces in the encouragement and in the support an intellectual\'s network of the research´s area. They can, through the distribution of its publications, like the newsletters, in the editorial section, to reaffirm traditions or offer innovative perspectives. We analyzed thirty and four editorial texts in The South African Archaeological Bulletin, Nyame Akuma and Nsi, intending to understand structure multiple images\' of Africans and Africanists Archaeologists in the post-colonial era, between 1987 and 1993, that, in our opinion, would it is happen before of that societies through its newsletters consolidate. According to the viewpoint their editors, the newsletters of our documental corpus were agile and efficient to fulfill the functions to make possible archaeologists interact, they knew about the fieldwork\'s progress, they were informed about the realization of Congress. Our temporal period is defined by the concomitant movement of the bulletins, with the exception of the year 1993, when Nsi was assimilated to Nyame Akuma. It\'s a period was marked by New Archaeology´s theoretical currents, Post-processualism, postcolonial studies and dissemination of archaeological research in the Africa and about the Africa in face of these approaches. We point as conclusion of the analysis like the bulletins, under the pretext of promoting the archaeologists and the scientific archeology in the Africa, during in this period, they conveyed, in fact, the ideal or rejected images of the interested archaeologists in Africa. These images were constructed in the editor\'s texts in discursive practice that they formulated. They were recurring statements of the contingent themes at the archaeologist´s work.
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Vestidos de realeza = contribuições centro-africanas no Candomblé de Joãozinho da Goméia (1937-1967) / Royal dresses : central african contributions to Joãozinho da Goméia's CandombléMendes, Andrea, 1968- 19 August 2018 (has links)
Orientador: Robert Wayne Andrew Slenes / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas / Made available in DSpace on 2018-08-19T20:31:11Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2012 / Resumo: O Candomblé é uma religião cujos sentidos, ações rituais e cosmologia possuem vínculos com várias tradições religiosas do oeste e centro da África, e divide-se em subgrupos que se autodenominam nações: Ketu (ou Nagô), Jeje e Angola, entre outras. Os estudos sobre essa religiosidade privilegiaram, desde o seu início, o culto de origem nagô, que acabou sendo tomada como modelo ideal, em detrimento das outras, estabelecendo um importante paradigma que viria influenciar decisivamente os estudos afro-brasileiros, desde a transição do século XIX para o XX. Somente a partir da década de 1970, com o surgimento de novos estudos africanistas, foi possível traçar novos argumentos para analisar a presença africana nas Américas, e estabelecer bases para a discussão sobre um diálogo possível entre centro-africanos e africanos ocidentais na formação do candomblé. Joãozinho da Goméia (1914-1971) foi um pai de santo do Candomblé Angola, que iniciou sua trajetória na Bahia e se deslocou para Caxias, na Baixada Fluminense, na década de 1940. Personagem controvertido em sua época pelas constantes aparições na mídia, Joãozinho teve uma grande fotorreportagem veiculada pela revista o Cruzeiro, em 1966, que retratou as vestimentas das divindades cultuadas em seu candomblé, em um conjunto de 26 fotografias, além da capa da edição. O recorte temporal, que privilegia o período compreendido entre 1937-1966, diz respeito às primeiras aparições de Joãozinho na imprensa, até a veiculação da fotorreportagem em O Cruzeiro. Esse trabalho se propõe a analisar, a partir das imagens veiculadas em O Cruzeiro, as contribuições da presença centro-africana na formação de uma religiosidade negra no Brasil, lançando mão do uso complementar de fontes de diversas naturezas, como periódicos, imprensa, relatos de missionários e etnografias, para permitir uma análise mais aprofundada do tema abordado / Abstract: Candomblé is a religion whose meanings, ritual actions and cosmology are linked to various religious traditions from West and Central Africa. Its practitioners are divided into subgroups that call themselves nations: Ketu (or nagô), Jeje and Angola, among others. The studies about this religion gave priority, since their inception, to the cult that had a nagô (yoruba) origin, which, because of this, became the ideal model, to the detriment of the others. In this way an important paradigm was created, which would decisively influence Afro-Brazilian studies from the end of the 19th to well into the 20th century. It was only from the 1970s, with the renovation of studies on Africa, that it became possible to elaborate new arguments for analyzing the African presence in the Americas and for thinking about a possible dialogue between Central and West Africans in the formation of Candomblé. Joãozinho da Goméia (1914-1971) was a priest (pai de santo) from Candomblé-Angola, who began his career in Bahia and moved to Caxias, in the Baixada Fluminense, in the 1940s. A controversial figure in his time because of constant appearances in the media, Joãozinho was featured in a widely divulged piece of photo journalism that appeared in O Cruzeiro magazine in 1967, portraying the vestments of the divinities cultivated in his candomblé in a set of 26 pictures, plus the image on the issue?s cover. The temporal limits of the study, which focuses largely on the period from 1937 to 1966, are defined by Joãozinho?s first appearances in the press and by the making of the photo report for O Cruzeiro. The aim is to explore the images that appeared in O Cruzeiro in order to analyze the contributions of Central Africans to the formation of black religiosity in Brazil. The thesis uses complementary sources of different natures, such as periodicals, newspapers, missionary reports and ethnographies, to provide a deeper analysis of the question studied / Mestrado / Historia Social / Mestre em História
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