nÃo hà / Esta pesquisa de doutorado tem por objetivo interrogar o lugar do Ãdio na cultura a partir de uma reflexÃo teÃrico-crÃtica da formaÃÃo humana na sociedade capitalista contemporÃnea. Tem como ponto de partida a observaÃÃo de que o problema do Ãdio que se expressa na violÃncia constitui na atualidade um dos principais temas retratados na grande mÃdia, ocupando os mais diferentes espaÃos de nossas vidas, que passa pelo contexto familiar, atravessa o cotidiano da atividade laboral, chega Ãs cenas pÃblicas da polÃtica, e segue em direÃÃo a um caminho que parece infindÃvel. Desse modo, perguntamo-nos: âPor que estamos falando tanto de Ãdio e violÃncia? Do que estamos falando quando falamos de Ãdio e violÃncia? A que estÃo remetidos?â Eis as questÃes de nossa pesquisa. Para respondÃ-las, escolhemos como aporte teÃrico, os Estudos Culturais de Sigmund Freud aonde repousa uma Teoria do Aparelho PsÃquico que se liga a uma concepÃÃo de cultura, cuja incidÃncia do inconsciente à notÃvel: Totem e Tabu, (1913), Psicologia das Massas e anÃlise do Eu (1921), Futuro de uma IlusÃo (1927), Mal-estar na Cultura (1930), MoisÃs e o monoteÃsmo (1939). Desse modo, buscamos no primeiro capÃtulo delimitar teoricamente o problema da formaÃÃo humana no sentido de cultura, a Kultur, tendo como pano de fundo, a reflexÃo do declÃnio da soberania da consciÃncia do idealismo filosÃfico do sÃculo XIX, com base no pensamento de Marx e Freud e em seguida, de Theodor Adorno e Walter Benjamim. No segundo capÃtulo, procuramos identificar a problemÃtica do Ãdio na teoria freudiana, segundo as formulaÃÃes do funcionamento do aparelho psÃquico, apresentadas na primeira e na segunda tÃpicas. Por Ãltimo, no terceiro capÃtulo, buscamos tecer consideraÃÃes psicanalÃticas sobre a problemÃtica do Ãdio na atualidade, à luz da incidÃncia do inconsciente freudiano na cultura, cujo fim consiste em contribuir para o debate das ciÃncias da educaÃÃo sobre o tema da formaÃÃo humana.