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Pexe oxemoarai: brincadeiras infantis entre os índios Parakanã / Pexe oxemoarai: children’s play in the Parakanã Indians

Gosso, Yumi 24 February 2005 (has links)
Este trabalho teve como objetivo investigar o lugar da brincadeira nas atividades das crianças indígenas Parakanã e descrevê-las no contexto do modo de vida desses índios. Os índios Parakanã ainda mantêm muitas de suas tradições culturais, tais como, a língua, o preparo da farinha, a pintura corporal, as reuniões diárias (tekatawa) para solução de problemas da aldeia, a caça e os festejos. A população é predominantemente jovem e o espaçamento de nascimentos é de aproximadamente dois anos e meio. Foram observadas 29 crianças indígenas Parakanã (16 F e 13 M), de quatro a 12 anos, da aldeia Paranowaona, sudeste do estado do Pará. O método de observação utilizado foi sujeito focal com sessões de cinco minutos. O número médio de sessões para cada criança foi 11. As crianças foram subdivididas nas classes etárias konomia (quatro a seis anos) e otyaro (sete a doze anos), conforme categoria de idade dos próprios índios. Os resultados indicaram que: a) as crianças passam a maior parte do seu tempo brincando; b) meninas trabalham mais que meninos; c) a brincadeira simbólica e a de construção ocorrem com maior freqüência entre as crianças mais jovens e posteriormente começam a surgir os jogos de regras; d) crianças brincam com companheiros do mesmo sexo e grupo etário; e) as brincadeiras simbólicas são representações muito próximas das atividades dos adultos. De uma maneira geral, as crianças Parakanã passam a maior parte do seu tempo brincando em seu próprio mundo. A partir de dois ou três anos, começam a brincar em grupo sem supervisão de adultos. Elas não só representam a vida adulta que observam livre e abundantemente, mas parecem recriá-la, como se fosse uma cultura peculiar, específica: a cultura da brincadeira. / This study aims to investigate the role of play in the activities of Parakanã Indian children, as well as to describe their play using the context and the way of life of these Indians. The Parakanã Indians preserve many of their cultural traditions, such as their language, the preparation of manioc flour, body painting, daily meetings (tekatawa) to deliberate on the village’s problems, game hunting and festive celebrations. Their population is predominantly young and births occur approximately with a two-and-a-half-year gap between them. Twenty-nine Parakanã children (16 F and 13 M) from 4 to 12 years of age and from the Paranowaona village, located in the southeast region of Pará State, were observed. The focal sample method was applied with 5-minute sessions. The average number of sessions for each child was 11. The children were subdivided in age classes, namely: konomia (four to six years old), otyaro (seven to twelve years old), according to the Indians’ own age categorization. The results point out that a) children spend most of their time playing; b) girls work more than boys; c) the symbolic, as well as the construction play occur more often among young children and games with rules start to emerge subsequently; d) children play with same-sex and age-class peers; e) their symbolic play is a very close representation of the adults’ activities. In general, Parakanã children play most of the time and in their own world. From two to three years old they start playing in groups, without any adult supervision. They not only depict the adult life that they observe freely and abundantly, but also recreate it as if it were a very peculiar and specific culture: the culture of playing.
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Xene ma’e imopinimawa: a experiência educativa do Programa Parakanã e suas contribuições para a afirmação da cultura, do território e da língua Parakanã / Xene ma’e imopinimawa: the educational experience of the parakanã program and its contributions to the affirmation of culture, territory and language Parakanã / Xene ma’e imopinimawa: l'expérience éducative le programme parakanã et contributions au compte de la culture, le territoire et langue Parakanã

SILVA, Claudio Emidio 30 June 2017 (has links)
Submitted by Rose Suellen (rosesuellen@ufpa.br) on 2018-03-06T13:36:08Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) Tese_XeneImponimawaExperiencia.pdf: 24644755 bytes, checksum: b3706f24e1394411796869c7093cd1ee (MD5) / Approved for entry into archive by Rose Suellen (rosesuellen@ufpa.br) on 2018-03-06T13:36:37Z (GMT) No. of bitstreams: 2 license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) Tese_XeneImponimawaExperiencia.pdf: 24644755 bytes, checksum: b3706f24e1394411796869c7093cd1ee (MD5) / Made available in DSpace on 2018-03-06T13:36:37Z (GMT). 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A história do contato com os Parakanã foi de perdas materiais e imateriais, de mudança em diversas dimensões, nos seus fazeres/saberes e inclusive em seus próprios corpos. A escola que aparece na segunda metade da década de 1980, implantada pela Funai e depois com prosseguimento pelo Programa Parakanã, mantida pela Eletronorte para mitigações dos impactos da inundação a suas terras pela UHE de Tucuruí, teve uma importância muito grande naquele contexto. A partir de três eixos conceituais procuramos interpretar a realidade indígena Parakanã: 1) Educação indígena; 2) Interculturalidade, levando em conta as relações de contato seguindo a teoria da mediação cultural de Monteiro, das relações interculturais que se estabelecem entre povos indígenas em contato e das relações da interculturalidade e educação; e 3) Educação Escolar Indígena, a partir dos estudos que discutem as possibilidades de constituição da escola indígena em “novos horizontes teóricos” tratando-a como um lugar de fronteira. Também foi relevante para a construção da pesquisa a experiência acumulada em mais de 20 anos (1995-2016) de atividades junto aos Parakanã, experiência essa apoiada nas concepções da etnometodologia para a coleta dos dados, utilizando ferramentas específicas da etnopesquisa implicada de Macedo, tais como: documentos escolares como etnotextos, o diário de campo e a “entre-vista”. Através dos dados coletados identificamos categorias importantes para análise (Autonomia indígena, autodeterminação, territorialidade, reconhecimento cultural, cultura indígena, dialogismo, alteridade, bilinguismo, escola como fronteira e sustentabilidade), que possibilitaram nos dar uma compreensão da escola Parakanã como um lugar de fronteira onde se estabeleceram muitas relações de mediação cultural. Se por um lado a escola Parakanã não expressou com profundidade a vertente da interculturalidade crítica em sua prática escolar e em uma política mais intensa para autonomia indígena, por outro lado constatamos uma relação de mediação, de reconhecimento cultural à cultura indígena, de dialogismo entre professores e alunos, de bilinguismo, de incentivo a permanência da língua e da cultura indígena e várias atividades práticas buscando a sustentabilidade econômica-ecológica-cultural. A busca pela autodeterminação indígena é uma luta constante entre todos os povos indígenas das Américas. Consegui-la em sua plenitude ainda é uma utopia, mas há graus diferentes que podem ser estabelecidos na história da cada povo. A tese que defendemos a partir do estudo da experiência do Programa Parakanã é de que a escola, por favorecer relações de mediação cultural importantes entre a sociedade toria e a sociedade Awaete, contribuiu significativamente para a afirmação e manutenção da cultura, do território e da língua nativa, fortalecendo a autonomia indígena Parakanã. / In this study, we describe the history of Parakanã Schooling analyzing the educational actions developed by the Parakanã Program, from 1988 to 2013, in the Parakanã Indigenous Land, located in the municipalities of Itupiranga and Novo Repartimento, in the southeast of Pará. From documents, scientific productions, photographs, general observations and testimonials of non-indigenous teachers and indigenous students we show how Indigenous School Education was offered by the Parakanã Program, presenting its main implications for that indigenous culture. The history of the contact with the Parakanã was of material and immaterial losses, of change in several dimensions, in their actions/knowledge and even in their own bodies. The school that appears in the second half of the 1980s, implemented by FUNAI and then continued by the Parakanã Program, maintained by Eletronorte to mitigate the impacts of the flood to its lands by the Tucuruí hydroelectric , was of great importance in that context. From three conceptual axes we try to interpret the indigenous Parakanã reality: 1) Indigenous education; 2) Interculturality, taking into account the contact relations following Monteiro's cultural mediation theory, of intercultural relations established between indigenous peoples in contact and intercultural relations and education; and 3) Indigenous School Education, based on studies that discuss the possibilities of establishing the indigenous school in "new theoretical horizons" treating it as a border place. Also relevant to the construction of the research was the experience accumulated in more than 20 years (1995-2016) of activities with the Parakanã, an experience supported in the ethnomethodology conceptions for the data collection, using specific tools of the ethnographic research implicated by Macedo, such as: school documents such as ethnotext, the field diary and the "inter-view". Through the collected data we identified important categories for analysis (indigenous autonomy, self-determination, territoriality, cultural recognition, indigenous culture, dialogism, alterity, bilingualism, school as frontier and sustainability), which enabled us to give an understanding of the Parakanã school as a border place where many relations of cultural mediation were established. While on the one hand the Parakanã school did not express in depth the aspect of critical interculturality in its school practice and in a more intense policy for indigenous autonomy, on the other hand we verified a relation of mediation, of cultural recognition to the indigenous culture, of dialogue between teachers and students, of bilingualism, of encouraging the permanence of the indigenous language and culture and several practical activities seeking the economic-ecological-cultural sustainability. The quest for indigenous self-determination is a constant struggle among all the indigenous peoples of the Americas. Achieving it in its fullness is still a utopia, but there are different degrees that can be established in the history of each people. The thesis that we defend from the study of the experience of the Parakanã Program is that the school, because it favors important cultural mediation relations between the toria society and Awaete society, has contributed significantly to the affirmation and maintenance of culture, territory and language Native, strengthening Parakanã indigenous autonomy. / Dans cette étude, nous décrivons l'histoire de la scolarisation des autochtone Parakanã l'analyse des actions éducatives développées par le Programme Parakanã, de 1988 à 2013, la Terre indigène Parakanã, situé dans les municipalités de Itupiranga et Novo Repartimento, dans le sud-est du Pará. Des documents, des publications scientifiques, des photographies, des observations générales et les déclarations des enseignants non-autochtones et les étudiants autochtones en tant que programme sur l'éducation autochtone témoigne poursuivi offert par Parakanã, présentant ses principales implications pour cette culture indigène. L'histoire de contact avec Parakanã a des pertes matérielles et immatérielles, changement de plusieurs dimensions dans leurs actions/connaissances et même dans leur propre corps. L'école apparaît dans la deuxième moitié des années 1980, introduites par Funai puis par la poursuite du Programme Parakanã, maintenu par Eletronorte pour l'atténuation des effets des inondations sur leurs terres par UHE Tucuruí, nous avons eu une grande importance dans ce contexte. À partir de trois axes conceptuels, nous essayons d'interpréter la réalité indigène de Parakanã: 1) L'éducation autochtone; 2) Interculturalisme, en tenant compte des relations de contact qui suivent la théorie de la médiation culturelle de Monteiro, des relations interculturelles établies entre les peuples autochtones en contact et les relations interculturelles et l'éducation; Et 3) Scolarisation des autochtone, sur la base des études qui discutent des possibilités d'établissement de l'école indigène dans les «nouveaux horizons théoriques» qui la traitent comme un lieu frontalier. L'expérience acquise depuis plus de 20 ans (1995-2016) dans les activités avec le Parakanã, une expérience soutenue dans les conceptions ethnométhodologiques pour la collecte de données, en utilisant des outils spécifiques de la recherche ethnographique impliqués par Macedo, tellement pertinent pour la construction de la recherche, tels que: les documents scolaires tels que l'ethnotext, l'agenda de terrain et l'interview. Grâce aux données recueillies, nous avons identifié des catégories importantes pour l'analyse (autonomie indigène, l'autodétermination, territorialité, reconnaissance culturelle, culture indigène, dialogisme, altérité, bilinguisme, école comme frontière et développement durable), ce qui nous a permis de mieux comprendre l'école Parakanã comme lieu frontalier lorsque de nombreux rapports de médiation culturelle ont été établis. Si d'une part l'école Parakanã n'a pas exprimé en profondeur l'aspect de l'interculturalité critique dans leur pratique scolaire et une politique plus forte pour l'autonomie indigène, d'autre part, nous avons trouvé une relation de médiation, la reconnaissance culturelle à la culture indigène, de dialogisme entre les enseignants et les étudiants, de bilinguisme, pour encourager la permanence de la langue et de la culture autochtone et diverses activités pratiques qui recherchent la durabilité économique-culturel-écologique. La recherche de l'autodétermination des autochtones est une lutte constante entre tous les peuples autochtones des Amériques. Obtenez dans sa plénitude est encore une utopie, mais il y a différents degrés qui peuvent être établis dans l'histoire de chaque peuple. La thèse que nous défendons de l'étude de l'expérience du programme Parakanã est que l'école, favoriser les relations importantes de médiation culturelle entre la société de toria et de la société Awaete, a contribué de manière significative à l'affirmation et le maintien de la culture, le territoire et la langue indigène, le renforcement de l'autonomie indigène Parakanã.
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Pexe oxemoarai: brincadeiras infantis entre os índios Parakanã / Pexe oxemoarai: children’s play in the Parakanã Indians

Yumi Gosso 24 February 2005 (has links)
Este trabalho teve como objetivo investigar o lugar da brincadeira nas atividades das crianças indígenas Parakanã e descrevê-las no contexto do modo de vida desses índios. Os índios Parakanã ainda mantêm muitas de suas tradições culturais, tais como, a língua, o preparo da farinha, a pintura corporal, as reuniões diárias (tekatawa) para solução de problemas da aldeia, a caça e os festejos. A população é predominantemente jovem e o espaçamento de nascimentos é de aproximadamente dois anos e meio. Foram observadas 29 crianças indígenas Parakanã (16 F e 13 M), de quatro a 12 anos, da aldeia Paranowaona, sudeste do estado do Pará. O método de observação utilizado foi sujeito focal com sessões de cinco minutos. O número médio de sessões para cada criança foi 11. As crianças foram subdivididas nas classes etárias konomia (quatro a seis anos) e otyaro (sete a doze anos), conforme categoria de idade dos próprios índios. Os resultados indicaram que: a) as crianças passam a maior parte do seu tempo brincando; b) meninas trabalham mais que meninos; c) a brincadeira simbólica e a de construção ocorrem com maior freqüência entre as crianças mais jovens e posteriormente começam a surgir os jogos de regras; d) crianças brincam com companheiros do mesmo sexo e grupo etário; e) as brincadeiras simbólicas são representações muito próximas das atividades dos adultos. De uma maneira geral, as crianças Parakanã passam a maior parte do seu tempo brincando em seu próprio mundo. A partir de dois ou três anos, começam a brincar em grupo sem supervisão de adultos. Elas não só representam a vida adulta que observam livre e abundantemente, mas parecem recriá-la, como se fosse uma cultura peculiar, específica: a cultura da brincadeira. / This study aims to investigate the role of play in the activities of Parakanã Indian children, as well as to describe their play using the context and the way of life of these Indians. The Parakanã Indians preserve many of their cultural traditions, such as their language, the preparation of manioc flour, body painting, daily meetings (tekatawa) to deliberate on the village’s problems, game hunting and festive celebrations. Their population is predominantly young and births occur approximately with a two-and-a-half-year gap between them. Twenty-nine Parakanã children (16 F and 13 M) from 4 to 12 years of age and from the Paranowaona village, located in the southeast region of Pará State, were observed. The focal sample method was applied with 5-minute sessions. The average number of sessions for each child was 11. The children were subdivided in age classes, namely: konomia (four to six years old), otyaro (seven to twelve years old), according to the Indians’ own age categorization. The results point out that a) children spend most of their time playing; b) girls work more than boys; c) the symbolic, as well as the construction play occur more often among young children and games with rules start to emerge subsequently; d) children play with same-sex and age-class peers; e) their symbolic play is a very close representation of the adults’ activities. In general, Parakanã children play most of the time and in their own world. From two to three years old they start playing in groups, without any adult supervision. They not only depict the adult life that they observe freely and abundantly, but also recreate it as if it were a very peculiar and specific culture: the culture of playing.

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