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Características de personalidade e recursos adaptativos de crianças e adolescentes com câncer / Personality characteristics and adaptive resources of children and adolescents with cancer

Guimarães, Ana Luísa Carvalho 16 December 2016 (has links)
O adoecimento oncológico pode ser compreendido como significativo fator de risco ao desenvolvimento infanto-juvenil, fazendo-se relevante compreender as estratégias de organização psíquica diante do câncer e seu tratamento, para oferecer adequada assistência profissional a crianças e adolescentes com neoplasias. Em revisão sistemática da literatura científica nacional e internacional, notou-se que predominavam, nas pesquisas da área, temas relativos a dificuldades vivenciadas pelas crianças/adolescentes, dinâmica familiar, intervenções focais e enfrentamento do adoecimento, porém com diversidade de parâmetros e métodos, dificultando adequada avaliação das variáveis influentes no processo adaptativo de indivíduos em desenvolvimento acometidos pelo câncer. Nesse contexto, este trabalho teve por objetivo avaliar características de personalidade e recursos adaptativos de crianças e adolescentes em tratamento oncológico. Foram avaliados 40 escolares, de sete a 17 anos de idade, de ambos os sexos, residentes no interior do Estado de São Paulo, divididos em dois grupos: Grupo Clínico (G1, n=20, pacientes em tratamento oncológico em hospital-escola público) e Grupo de Comparação (G2, n=20, crianças e adolescentes com desenvolvimento típico, selecionados por balanceamento a partir das características etárias e de escolaridade de G1). Os participantes foram voluntários devidamente autorizados a participar do estudo por seus pais/responsáveis, bem como assentiram livremente com a pesquisa. Os instrumentos Critério de Classificação Econômica Brasil (CCEB), Inventário de Percepção de Suporte Familiar (IPSF), Inventário de Recursos do Ambiente Familiar (RAF) e o Questionário de Capacidades e Dificuldades (SDQ) foram aplicados individualmente com os pais/responsáveis, em ambiente adequado. O Teste das Matrizes Progressivas de Raven, Método de Rorschach (Escola Francesa) e Teste das Pirâmides Coloridas de Pfister foram aplicados com as crianças e adolescentes, também em sessões individuais realizadas em ambiente adequado. Os resultados foram sistematizados conforme respectivos padrões técnicos dos instrumentos utilizados, realizando-se análises descritivas (média e desviopadrão) e análises inferenciais (Teste t de Student ou Teste chi-quadrado, utilizando-se nível de significância de 5%), comparando G1 e G2. Os principais resultados indicaram predominância de semelhanças entre crianças e adolescentes que vivenciam o adoecimento oncológico e seus pares saudáveis, em termos de funcionamento psicológico geral. Foi verificado que, diante das demandas impostas pelo adoecimento e seu tratamento, crianças e adolescentes desenvolvem restrições em relação às manifestações emocionais, priorizando o autocontrole a partir da exacerbação do funcionamento lógico, com sinais de maior inibição e intelectualização nos participantes de G1. Depreende-se, portanto, que apesar do impacto do adoecimento oncológico, crianças e adolescentes em tratamento evidenciaram indicadores de manutenção do funcionamento adaptativo e preservação dos recursos familiares. Neste contexto, a inibição ou supressão de aspectos emocionais pareceu configurar possível fator protetor ao desenvolvimento, na medida em que os demais elementos do funcionamento mental, essenciais para adaptação ao tratamento oncológico, sinalizaram-se preservados. / Introduction: Cancer may affect child development. Therefore, it is important to understand strategies of psychic organization experienced when children and adolescents face oncological treatment, aiming to improve professional assistance. In a systematic review of national and international bibliographic databases, some themes prevailed, such as difficulties experienced by children/adolescents; family dynamics; focus interventions; and coping. Also evidenced were the diversity of parameters and methodologies used in researches, especially in the field of chronic illness management. Objective: This study aimed to assess personality characteristics and adaptive resources of children and adolescents facing cancer treatment. Method: 40 children and teenagers, aging from 07 to 17 years, from both genders, living in the state of São Paulo, Brazil, were evaluated and divided into two groups: Clinical Group (G1, n=20, patients under oncological treatment in a public university hospital) and control group (G2, n=20, children and adolescents with typical development, selected to match age and schooling characteristics of G1). Participants freely consented to participate as volunteers and were properly authorized by their respective parents/guardians. The instruments Critério de Classificação Econômica Brasil (CCEB, Brazilian Criteria of Economic Classification), Inventário de Percepção de Suporte Familiar (IPSF, Perception of Family Support Inventory), Inventário de Recursos do Ambiente Familiar (RAF, Home Environment Resources Scale) and the Strengths and Difficulties Questionnaire (SDQ) were applied individually to parents/guardians in a suitable environment. The Raven\'s Progressive Matrices Test; Rorschach (French School) and Pfister Colored Pyramids Test were applied to the children and adolescents, also in individual sessions and in proper environment. Results are presented according to technical patterns created by the employed instruments. Data were analyzed by descriptive (mean and standard deviation) and inferential tests (Student\'s t test or chi-square test) and significance levels were fixed at 5% for comparisons between groups (G1 and G2). Results: The main results of this study indicate predominance of similarities between children and adolescents who experience oncological diseases and their healthy peers, in terms of overall psychological functioning. More specific analyses show that given the demands imposed by disease and treatment, subjects are found to develop restrictions in emotional manifestations, with control mostly based on logical function. Conclusions: Our results suggest that despite possible deleterious impact of the disease, children and adolescents facing cancer are able to maintain the adaptive function and preserve family resources. In this context, inhibition or suppression of emotional aspects may be considered as a protective factor for development, while other elements of mental functioning, essential for coping with cancer treatment, are preserved.
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Características de personalidade e recursos adaptativos de crianças e adolescentes com câncer / Personality characteristics and adaptive resources of children and adolescents with cancer

Ana Luísa Carvalho Guimarães 16 December 2016 (has links)
O adoecimento oncológico pode ser compreendido como significativo fator de risco ao desenvolvimento infanto-juvenil, fazendo-se relevante compreender as estratégias de organização psíquica diante do câncer e seu tratamento, para oferecer adequada assistência profissional a crianças e adolescentes com neoplasias. Em revisão sistemática da literatura científica nacional e internacional, notou-se que predominavam, nas pesquisas da área, temas relativos a dificuldades vivenciadas pelas crianças/adolescentes, dinâmica familiar, intervenções focais e enfrentamento do adoecimento, porém com diversidade de parâmetros e métodos, dificultando adequada avaliação das variáveis influentes no processo adaptativo de indivíduos em desenvolvimento acometidos pelo câncer. Nesse contexto, este trabalho teve por objetivo avaliar características de personalidade e recursos adaptativos de crianças e adolescentes em tratamento oncológico. Foram avaliados 40 escolares, de sete a 17 anos de idade, de ambos os sexos, residentes no interior do Estado de São Paulo, divididos em dois grupos: Grupo Clínico (G1, n=20, pacientes em tratamento oncológico em hospital-escola público) e Grupo de Comparação (G2, n=20, crianças e adolescentes com desenvolvimento típico, selecionados por balanceamento a partir das características etárias e de escolaridade de G1). Os participantes foram voluntários devidamente autorizados a participar do estudo por seus pais/responsáveis, bem como assentiram livremente com a pesquisa. Os instrumentos Critério de Classificação Econômica Brasil (CCEB), Inventário de Percepção de Suporte Familiar (IPSF), Inventário de Recursos do Ambiente Familiar (RAF) e o Questionário de Capacidades e Dificuldades (SDQ) foram aplicados individualmente com os pais/responsáveis, em ambiente adequado. O Teste das Matrizes Progressivas de Raven, Método de Rorschach (Escola Francesa) e Teste das Pirâmides Coloridas de Pfister foram aplicados com as crianças e adolescentes, também em sessões individuais realizadas em ambiente adequado. Os resultados foram sistematizados conforme respectivos padrões técnicos dos instrumentos utilizados, realizando-se análises descritivas (média e desviopadrão) e análises inferenciais (Teste t de Student ou Teste chi-quadrado, utilizando-se nível de significância de 5%), comparando G1 e G2. Os principais resultados indicaram predominância de semelhanças entre crianças e adolescentes que vivenciam o adoecimento oncológico e seus pares saudáveis, em termos de funcionamento psicológico geral. Foi verificado que, diante das demandas impostas pelo adoecimento e seu tratamento, crianças e adolescentes desenvolvem restrições em relação às manifestações emocionais, priorizando o autocontrole a partir da exacerbação do funcionamento lógico, com sinais de maior inibição e intelectualização nos participantes de G1. Depreende-se, portanto, que apesar do impacto do adoecimento oncológico, crianças e adolescentes em tratamento evidenciaram indicadores de manutenção do funcionamento adaptativo e preservação dos recursos familiares. Neste contexto, a inibição ou supressão de aspectos emocionais pareceu configurar possível fator protetor ao desenvolvimento, na medida em que os demais elementos do funcionamento mental, essenciais para adaptação ao tratamento oncológico, sinalizaram-se preservados. / Introduction: Cancer may affect child development. Therefore, it is important to understand strategies of psychic organization experienced when children and adolescents face oncological treatment, aiming to improve professional assistance. In a systematic review of national and international bibliographic databases, some themes prevailed, such as difficulties experienced by children/adolescents; family dynamics; focus interventions; and coping. Also evidenced were the diversity of parameters and methodologies used in researches, especially in the field of chronic illness management. Objective: This study aimed to assess personality characteristics and adaptive resources of children and adolescents facing cancer treatment. Method: 40 children and teenagers, aging from 07 to 17 years, from both genders, living in the state of São Paulo, Brazil, were evaluated and divided into two groups: Clinical Group (G1, n=20, patients under oncological treatment in a public university hospital) and control group (G2, n=20, children and adolescents with typical development, selected to match age and schooling characteristics of G1). Participants freely consented to participate as volunteers and were properly authorized by their respective parents/guardians. The instruments Critério de Classificação Econômica Brasil (CCEB, Brazilian Criteria of Economic Classification), Inventário de Percepção de Suporte Familiar (IPSF, Perception of Family Support Inventory), Inventário de Recursos do Ambiente Familiar (RAF, Home Environment Resources Scale) and the Strengths and Difficulties Questionnaire (SDQ) were applied individually to parents/guardians in a suitable environment. The Raven\'s Progressive Matrices Test; Rorschach (French School) and Pfister Colored Pyramids Test were applied to the children and adolescents, also in individual sessions and in proper environment. Results are presented according to technical patterns created by the employed instruments. Data were analyzed by descriptive (mean and standard deviation) and inferential tests (Student\'s t test or chi-square test) and significance levels were fixed at 5% for comparisons between groups (G1 and G2). Results: The main results of this study indicate predominance of similarities between children and adolescents who experience oncological diseases and their healthy peers, in terms of overall psychological functioning. More specific analyses show that given the demands imposed by disease and treatment, subjects are found to develop restrictions in emotional manifestations, with control mostly based on logical function. Conclusions: Our results suggest that despite possible deleterious impact of the disease, children and adolescents facing cancer are able to maintain the adaptive function and preserve family resources. In this context, inhibition or suppression of emotional aspects may be considered as a protective factor for development, while other elements of mental functioning, essential for coping with cancer treatment, are preserved.
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Agir en sécurité : le réglé et le géré dans la propulsion nucléaire / Acting in safety : normative and adaptive safety in nuclear propulsion

Masson, Cécile 12 June 2013 (has links)
La mise en place de barrières de sécurité notamment par la standardisation de l’activité des opérateurs a permis au fil des ans d’améliorer significativement la sécurité des systèmes, tels que les installations nucléaires, qui peuvent aujourd’hui être qualifiés de systèmes « ultrasûrs ». La thèse défendue est que la sécurité de ces systèmes s’appuie à la fois sur ces barrières de sécurité mais aussi sur la compétence des opérateurs. Ainsi la sécurité aujourd’hui doit se penser comme l’articulation cohérente d’un ensemble de ressources normatives pour « maîtriser » les risques (la sécurité réglée) et d’un ensemble de ressources adaptatives pour permettre aux opérateurs de faire face à de potentielles situations imprévues (la sécurité gérée). Une étude empirique a été construite pour éclairer cette problématique. Elle met en œuvre des équipes supervisant des systèmes nucléaires similaires mais dans lesquels la place prescrite à l’opérateur dans la gestion de la sécurité n’est pas la même : sur l’un la sécurité normative prévaut ce qui implique la vision d’un opérateur conforme (sans quoi il est « défaillant »), sur l’autre la sécurité adaptative est développée considérant ainsi l’opérateur comme un acteur de la sécurité à part entière. Les résultats obtenus permettent d’identifier une gestion sûre des situations sur les deux systèmes, mais sur la base de comportements d’équipe très différents. Les comportements adaptatifs apparaissent dans les équipes « adaptatives » en cohérence avec l’organisation émergente du travail et avec les modalités formatives. Ces comportements adaptatifs se manifestent aussi dans les équipes « normatives » mais ne sont en revanche soutenus ni par l’organisation du travail ni par les modalités formatives, non constructives. Ces résultats sont discutés en termes de sécurité globale, de « l’agir en sécurité ». / The implementation of safety barriers – particularly through approaches based on the standardization of operator activity – has led, over the years, to significant improvements in the safety of systems such as nuclear power plants. Such systems can be considered today as ultra-safe systems. The thesis defended here posits that system safety lies both in these safety barriers and in the skills of the human operators involved. Safety should, therefore, be viewed as a combination of a consistent set of normative resources in order to control risks (regulated safety), and a set of adaptive resources enabling operators to cope with unexpected situations (adaptive safety). An empirical study was conducted to investigate this question. It focuses on teams supervising two nuclear systems that are similar, but where the role ascribed to the human operator regarding safety management varied. In the first system, normative safety predominates, leading to a vision of operators who must be compliant in order not to be viewed as “defective”. In the second system, adaptive safety is emphasized, and operators are viewed as full-fledged actors of system safety. The results show safe management of situations on both systems. However, this management is based on very different team behaviors. Adaptive behaviors appear in adaptive teams, supported both by the emergent team organization and by a specific training approach. Adaptive behaviors are also visible in normative teams. However, such behavior is at odds with team organization and with the training approach, which can be said to be non-constructive. The results are discussed in terms of global safety and of “safe action”.

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