nÃo hà / Esta pesquisa almeja investigar a trajetÃria narrativa das figuras femininas transgressoras e submissas dos romances regionalistas Maria Bonita (1914), Fruta do Mato (1920), Bugrinha (1922) e Sinhazinha (1929) com as orientaÃÃes do compÃndio Eunice ou A EducaÃÃo da Mulher (1936) do escritor baiano AfrÃnio Peixoto (1876-1947). Tal obra educativa, alÃm de fazer uma retrospectiva sobre a tradiÃÃo patriarcal que designava qual deveria ser o papel da mulher na sociedade, continha elementos de instruÃÃo e aconselhamento que seguiam uma tradiÃÃo judaico-cristà que influenciou, desde o sÃculo XVI, a publicaÃÃo de manuais portugueses que vislumbravam preparar a mulher para o matrimÃnio e a maternidade. Sobre a prosa regionalista de Peixoto, ambientada no sertÃo da Bahia, registra-se a visÃo cientificista e memorialÃstica do autor acerca da terra, da gente e da cultura, como ratificam suas obras acadÃmicas: Minha Terra e Minha Gente (1916), Poeira da Estrada (1918), Trovas Brasileiras (1919) e Clima e SaÃde (1938). Por sua vez, no campo educacional, a publicaÃÃo de Eunice veio consolidar a carreira docente de AfrÃnio Peixoto, que desde a sua mudanÃa para o Rio de Janeiro (1902) esteve envolvido em diversas atividades pedagÃgicas: Professor da Faculdade de Medicina (1907), Diretor da Escola Normal (1915), Diretor da InstruÃÃo PÃblica (1916), Professor do Instituto de EducaÃÃo (1932) e Reitor da Universidade do Distrito Federal (1934), tornando-se, por conseguinte, uma autoridade em EducaÃÃo. Nessa relaÃÃo dialÃgica entre seus romances e suas ideias acerca de uma instruÃÃo feminina, Peixoto abordava temas como a questÃo da honra e da virgindade, a aspiraÃÃo da mulher à vida conjugal, bem como da sua culpabilidade pela infelicidade do lar. Para tal investigaÃÃo, citam-se obras de carÃter antropolÃgico e histÃrico, como as de LuÃs da CÃmara Cascudo (2005, 2006, 2012), LÃlia Moritz Schwarcz (2017), Gilberto Freyre (2006), Ivan Aparecido Manoel (1996), Mary del Priore (2011, 2012, 2013, 2016), Yvonne Knibiehler (2016) e Miridan Knox Falci (2017). Complementando tal metodologia de comparaÃÃo literÃria sobre os perfis de mulher dessas obras regionalistas, recorreu-se nÃo apenas à leitura e à anÃlise dessas narrativas, como tambÃm se consultou a fortuna crÃtica da obra literÃria de AfrÃnio Peixoto, a exemplo dos estudos de LeonÃdio Ribeiro (1950), AfrÃnio Coutinho (1953, 1962, 1969), LuÃs Viana Filho (1963), Fernando Sales (1988, 2001), LÃcia Miguel Pereira (1988, 2005), Alfredo Bosi (1967, 2015), Massaud MoisÃs (2016), Rosa Gens (2014), entre outros.