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Mercados Minas: africanos ocidentais na Praça do Mercado do Rio de Janeiro (1830-1890) / Mina Markets: west africans on the Market Square of Rio de Janeiro (1830-1890)

Farias, Juliana Barreto 31 May 2012 (has links)
Nesta tese, procuro compreender a dinâmica e a inserção dos africanos ocidentais, conhecidos como pretos (ou negros) minas, no mercado de trabalho urbano do Rio de Janeiro. Para tal, a Praça do Mercado, também conhecida como Mercado da Candelária, constitui-se em locus privilegiado de análise. Situado à beira da Baía da Guanabara desde a década de 1830 (e ali permanecendo até 1908), esse grande centro de abastecimento de gêneros de primeira necessidade reunia trabalhadores de diversas procedências, incluindo muitos escravos e libertos da Costa da Mina. Fosse nas quitandas a seu redor ou nas bancas de aves, verduras, legumes, cereais ou peixes de seu interior, a pesquisa mostra que, por lá, eles permaneceram longos períodos. Em meio a muitos comerciantes portugueses e brasileiros, os minas formavam um grupo longevo e coeso. E, ao deixaram seus lugares, por falecimento ou desistência dos negócios, eram logo substituídos por parceiros e cônjuges da mesma procedência. Partindo de um conjunto amplo de fontes (que inclui a documentação municipal sobre o mercado, registros de alforria e casamento, inventários, testamentos e ainda processos de divórcio), mostro como os laços de nação, pacientemente atados no Rio de Janeiro, foram essenciais para alimentar tal dinâmica. Nesse sentido, examino como o parentesco étnico, constituído deste lado do Atlântico, foi fundamental para o desenvolvimento das atividades e a organização dos minas, tanto no Mercado da Candelária, quanto em outros mercados (especialmente o da liberdade e o matrimonial), e ainda nos espaços de moradia e devoção ocupados por eles. / This thesis seeks to understand the dynamics and presence of West Africans, also referred to as Mina blacks, on the urban work market of Rio de Janeiro. Hence, the Praça do Mercado (literally, Market Square), also known as the Mercado da Candelária (Candelária Market), constitutes the ideal site for this analysis. Located on the harbourside of Rio de Janeiro since the 1830s (and remaining active until 1908), this major centre for negotiating staple goods gathered workers of several origins, including many slaves and freed blacks from the Mina Coast of Africa. Whether in the stalls selling fowl, vegetables, fruit, cereals or fish, the research reveals that they remained there for a long period. In the midst of many Portuguese and Brazilian tradesmen, the Mina blacks represented a long-lasting and cohesive group. And when they vacated their appointed spaces in the market, whether through death or change of livelihood, they were immediately replaced by partners or spouses having the same origins. The research based on broad set of sources (including the city records for the market, manumission and marriage registers, wills, probate proceeding inventories and even divorce proceeding inventories), has revealed how nation bonds patiently wrought in Rio de Janeiro were vital to foment this dynamic. In this sense, it can be perceived that this ethnic kinship formed in the New World was fundamental for the development and organisation of the Mina, both in the Mercado da Candelária and in other markets (such as those of manumission and marriage), as well as in the aspects of housing and specific worship that they developed.
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Mercados Minas: africanos ocidentais na Praça do Mercado do Rio de Janeiro (1830-1890) / Mina Markets: west africans on the Market Square of Rio de Janeiro (1830-1890)

Juliana Barreto Farias 31 May 2012 (has links)
Nesta tese, procuro compreender a dinâmica e a inserção dos africanos ocidentais, conhecidos como pretos (ou negros) minas, no mercado de trabalho urbano do Rio de Janeiro. Para tal, a Praça do Mercado, também conhecida como Mercado da Candelária, constitui-se em locus privilegiado de análise. Situado à beira da Baía da Guanabara desde a década de 1830 (e ali permanecendo até 1908), esse grande centro de abastecimento de gêneros de primeira necessidade reunia trabalhadores de diversas procedências, incluindo muitos escravos e libertos da Costa da Mina. Fosse nas quitandas a seu redor ou nas bancas de aves, verduras, legumes, cereais ou peixes de seu interior, a pesquisa mostra que, por lá, eles permaneceram longos períodos. Em meio a muitos comerciantes portugueses e brasileiros, os minas formavam um grupo longevo e coeso. E, ao deixaram seus lugares, por falecimento ou desistência dos negócios, eram logo substituídos por parceiros e cônjuges da mesma procedência. Partindo de um conjunto amplo de fontes (que inclui a documentação municipal sobre o mercado, registros de alforria e casamento, inventários, testamentos e ainda processos de divórcio), mostro como os laços de nação, pacientemente atados no Rio de Janeiro, foram essenciais para alimentar tal dinâmica. Nesse sentido, examino como o parentesco étnico, constituído deste lado do Atlântico, foi fundamental para o desenvolvimento das atividades e a organização dos minas, tanto no Mercado da Candelária, quanto em outros mercados (especialmente o da liberdade e o matrimonial), e ainda nos espaços de moradia e devoção ocupados por eles. / This thesis seeks to understand the dynamics and presence of West Africans, also referred to as Mina blacks, on the urban work market of Rio de Janeiro. Hence, the Praça do Mercado (literally, Market Square), also known as the Mercado da Candelária (Candelária Market), constitutes the ideal site for this analysis. Located on the harbourside of Rio de Janeiro since the 1830s (and remaining active until 1908), this major centre for negotiating staple goods gathered workers of several origins, including many slaves and freed blacks from the Mina Coast of Africa. Whether in the stalls selling fowl, vegetables, fruit, cereals or fish, the research reveals that they remained there for a long period. In the midst of many Portuguese and Brazilian tradesmen, the Mina blacks represented a long-lasting and cohesive group. And when they vacated their appointed spaces in the market, whether through death or change of livelihood, they were immediately replaced by partners or spouses having the same origins. The research based on broad set of sources (including the city records for the market, manumission and marriage registers, wills, probate proceeding inventories and even divorce proceeding inventories), has revealed how nation bonds patiently wrought in Rio de Janeiro were vital to foment this dynamic. In this sense, it can be perceived that this ethnic kinship formed in the New World was fundamental for the development and organisation of the Mina, both in the Mercado da Candelária and in other markets (such as those of manumission and marriage), as well as in the aspects of housing and specific worship that they developed.

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