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Arqueobotânica e mudanças socioeconômicas durante o Holoceno Médio no sudoeste da Amazônia / Archaeobotany and Social Changes in the Southwestern Amazon during the Middle HoloceneFurquim, Laura Pereira 14 May 2018 (has links)
Nos últimos dez anos, há um crescente esforço na Arqueologia Amazônica para repensar as mudanças sociais e econômicas acerca dos processos de longa duração dos povos indígenas durante o período pré-colonial. O Período Formativo, cunhado para alocar tais populações em um estágio intermediário de evolução, vem sendo descontruído em prol de perspectivas alternativas sobre as formas de organização e interação que refletem o tecer e o constante re-tecer das redes ameríndias, com base em historicidades cíclicas contra-estatais que inibem a centralização política. Neste contexto, diversos estudos vêm contribuindo para a desvinculação dos traços materiais \"formativos\", tais quais a emergência da vida sedentária, de plantas domesticadas, da produção de cerâmicas utilitárias e um processo progressivo de intensificação da produtividade agrícola. Há uma gradativa mudança do fator ambiental, de gatilho de adaptações humanas para produto das escolhas sociais na formação de florestas antrópicas e criação de uma biodiversidade de plantas úteis. A crítica ao determinismo agrícola e à presença de staple foods se combina com um crescente investimento na compreensão acerca da convivência entre espécies domesticadas e silvestres e da existência de contextos de abandono de espécies domesticadas (como o milho), e nos abrem espaço para repensar o papel do cultivo na Amazônia Antiga. Neste cenário, a presente pesquisa teve como objetivo reunir e produzir dados arquebotânicos que permitissem uma avaliação do modelo de intensificação agrícola e da construção de florestas antropogênicas. O Sudoeste Amazônico, marcado por uma transição entre savanas, cerrados e florestas, é a região em que teria ocorrido a domesticação de importantes cultivares indígenas (como a mandioca e a pupunha), e foi caracterizado como um dos locais de avanço do Período Formativo no passado. Através de uma análise diacrônica dos macro-vestígios vegetais presentes no sambaqui Monte Castelo entre as ocupações dos estratos Sinimbu (cal 7.423 - 6.936 A.P. a cal. 4.987 - 4.566 A.P.) e Bacabal (cal. 4.628 - 3.982 a cal. 803 - 624 A.P.), buscamos avaliar estas mudanças socioeconômicas transcorridas entre o Holoceno Médio e Tardio. Caracterizamos uma assembleia botânica formada por espécies domesticadas, manejadas e silvestres, típicas de diferentes ambientes, que indicam uma prática conjunta e constante de cultivo, manejo e coleta, que pode ter sido modificada no Holoceno Tardio por conta de transformações sociais na bacia do Rio Guaporé. Em suma, acompanhamos a história dos cultivos, junto à história dos processos de mudanças e continuidades nos padrões de mobilidade humana, e de dispersão das espécies identificadas, permeando-nos por um debate crítico acerca dos conceitos de agricultura, domesticação, evolução e complexidade social. / In the last ten years, there has been a growing effort in Amazonian Archeology to rethink the social and economic changes in the long-term processes of indigenous peoples during the pre-colonial period. The Formative Period, coined to allocate such populations in an intermediate stage of evolution, has been deconstructed in favor of alternative perspectives on the forms of organization and interaction that reflect the weaving and constant re-weaving of Amerindian networks, based on cyclical historicities and counter-state policies that inhibit political centralization. In this context, several studies have contributed to the untying of the \"formative\" material traits, such as the emergence of sedentary life, domesticated plants, the production of utilitarian ceramics and a progressive process of intensification of agricultural productivity. There is a gradual change in the environmental factor, from the trigger of human adaptation to the product of social choices in the formation of anthropic forests and the creation of a biodiversity of useful plants. The critique of agricultural determinism and the presence of staple foods is combined with a growing investment in the understanding of the coexistence between domesticated and wild species and the existence of contexts of abandonment of domesticated species (such as corn), and open space for us to rethink the role of cultivation in the Ancient Amazon. In this scenario, the present research had the objective of gathering and producing archeobotanical data that allowed an evaluation of the model of agricultural intensification and the construction of anthropogenic forests. The Amazon Southwest, marked by a transition between savannas and forests, is the region in which the domestication of important indigenous cultivars (such as cassava and peach palm) would have occurred, and was characterized as one of the places of advancement of the Formative Period in the past. Through a diachronic analysis of plant macro-remains present in sambaqui Monte Castelo between the occupations of Sinimbu strata (cal 7423-6936 AP to cal 4987 - 4566 PA) and Bacabal (cal 4628 - 3982 to cal 803 - 624 AP ), we sought to evaluate these socioeconomic changes between the Middle and Late Holocene. We characterized a botanical assembly formed by domesticated, managed and wild species, typical of different environments, indicating a joint and constant practice of cultivation, management and collection that may have been modified in the Late Holocene due to social transformations in the Guaporé River basin. In short, we follow the history of crops, together with the history of the processes of changes and continuities in the patterns of human mobility, and of dispersion of the identified species, permeating us by a critical debate about the concepts of agriculture, domestication, evolution and social complexity.
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Amazônia ano 1000: territorialidade e conflito no tempo das chefias regionais / Amazonia year AD 1000: Territoriality and Conflict at the Time of the Regional ChiefdomsMoraes, Claide de Paula 13 June 2013 (has links)
Este trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa em arqueologia que busca discutir o processo de ocupação humana no passado pré-colonial de uma área genericamente conhecida como Amazônia Central. Mais precisamente estamos tratando de evidências arqueológicas das proximidades da foz dos rios Negro e Solimões e do baixo rio Madeira, Estado do Amazonas, Brasil. Nosso objetivo se foca principalmente nas ocupações da era Cristã. A discussão é guiada pelas evidências de um período de ocupação classificado como fase Paredão, porém, o objetivo maior do trabalho é entender os processos que levaram ao surgimento, desenvolvimento e decadência das chefias regionais do período pré-colonial da Amazônia. Com base em pesquisas de levantamento, mapeamento e escavação de sítios arqueológicos nestas duas áreas e com o subsídio de um grande volume de pesquisas produzidas no Projeto Amazônia Central, buscamos entender o processo de formação dos sítios e estruturas arqueológicas, as particularidades de cada momento de ocupação e a interação entre os antigos habitantes desta região. Para lançar luz sobre um objetivo maior de entender processos regionais amplos, partimos de estudos intra-sítio e da tecnologia de produção de artefatos com análises tecnológicas e espaciais pormenorizadas. Amparados pelos resultados destas análises, buscamos dialogar com outros contextos onde os dados arqueológicos são ainda exploratórios. Com estas ferramentas tentaremos dialogar com trabalhos de outras regiões da Amazônia que versam sobre, densidade populacional, forma de assentamento, sistemas de assentamentos, conflito, disputa territorial, significado da variabilidade artefatual e modo de subsistência. Ao final saímos com algumas propostas alternativas para interpretar o significado da variabilidade tecnológica da cerâmica, da disputa por território, importância da agricultura e complexidade política por volta do ano 1000 DC. / This work presents the results of archaeological research aimed at debating the process of human occupation in the pre-Columbian past in an area generally referred to as the Central Amazon. More specifically, it contemplates archaeological evidence from the environs of the mouth of the Rivers Negro and Solimões (Amazon) as well as the lower Madeira, in the state of Amazonas, Brazil. Our principal focus is upon occupations of the Christian Era; the discussion is guided by evidence from a period of occupation defined as the Paredão phase. The greater aim of the work, however, is to understand processes that led to the emergence, development and decline of regional chiefdoms of the pre-colonial period in Amazonia. We seek to understand site and archaeological structure formation processes, the specificities of each moment of occupation and the interaction between peoples who lived in these areas based on survey, mapping and excavation of archaeological sites and upon a substantial volume of research conducted by members of the Central Amazon Project. Technological and detailed spatial analyses allowed us to study artefact production technology and intra-site contexts respectively, enabling us in turn to shed light on a larger question, involving wider regional processes. We then compared and contrasted the results of these analyses with other contexts, where archaeological research is still in an exploratory phase. These data and methods have permitted us to contribute to debates involving other areas of Amazonia, which contemplate demographic density, settlement patterns, settlement systems, conflict, territorial disputes, the meaning of artefact variability and modes of subsistence. This work has led us to formulate alternative proposals for interpreting the meaning of the technological variability of ceramic artefacts, territorial disputes, the importance of agriculture and political complexity around the year 1000AD.
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Amazônia ano 1000: territorialidade e conflito no tempo das chefias regionais / Amazonia year AD 1000: Territoriality and Conflict at the Time of the Regional ChiefdomsClaide de Paula Moraes 13 June 2013 (has links)
Este trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa em arqueologia que busca discutir o processo de ocupação humana no passado pré-colonial de uma área genericamente conhecida como Amazônia Central. Mais precisamente estamos tratando de evidências arqueológicas das proximidades da foz dos rios Negro e Solimões e do baixo rio Madeira, Estado do Amazonas, Brasil. Nosso objetivo se foca principalmente nas ocupações da era Cristã. A discussão é guiada pelas evidências de um período de ocupação classificado como fase Paredão, porém, o objetivo maior do trabalho é entender os processos que levaram ao surgimento, desenvolvimento e decadência das chefias regionais do período pré-colonial da Amazônia. Com base em pesquisas de levantamento, mapeamento e escavação de sítios arqueológicos nestas duas áreas e com o subsídio de um grande volume de pesquisas produzidas no Projeto Amazônia Central, buscamos entender o processo de formação dos sítios e estruturas arqueológicas, as particularidades de cada momento de ocupação e a interação entre os antigos habitantes desta região. Para lançar luz sobre um objetivo maior de entender processos regionais amplos, partimos de estudos intra-sítio e da tecnologia de produção de artefatos com análises tecnológicas e espaciais pormenorizadas. Amparados pelos resultados destas análises, buscamos dialogar com outros contextos onde os dados arqueológicos são ainda exploratórios. Com estas ferramentas tentaremos dialogar com trabalhos de outras regiões da Amazônia que versam sobre, densidade populacional, forma de assentamento, sistemas de assentamentos, conflito, disputa territorial, significado da variabilidade artefatual e modo de subsistência. Ao final saímos com algumas propostas alternativas para interpretar o significado da variabilidade tecnológica da cerâmica, da disputa por território, importância da agricultura e complexidade política por volta do ano 1000 DC. / This work presents the results of archaeological research aimed at debating the process of human occupation in the pre-Columbian past in an area generally referred to as the Central Amazon. More specifically, it contemplates archaeological evidence from the environs of the mouth of the Rivers Negro and Solimões (Amazon) as well as the lower Madeira, in the state of Amazonas, Brazil. Our principal focus is upon occupations of the Christian Era; the discussion is guided by evidence from a period of occupation defined as the Paredão phase. The greater aim of the work, however, is to understand processes that led to the emergence, development and decline of regional chiefdoms of the pre-colonial period in Amazonia. We seek to understand site and archaeological structure formation processes, the specificities of each moment of occupation and the interaction between peoples who lived in these areas based on survey, mapping and excavation of archaeological sites and upon a substantial volume of research conducted by members of the Central Amazon Project. Technological and detailed spatial analyses allowed us to study artefact production technology and intra-site contexts respectively, enabling us in turn to shed light on a larger question, involving wider regional processes. We then compared and contrasted the results of these analyses with other contexts, where archaeological research is still in an exploratory phase. These data and methods have permitted us to contribute to debates involving other areas of Amazonia, which contemplate demographic density, settlement patterns, settlement systems, conflict, territorial disputes, the meaning of artefact variability and modes of subsistence. This work has led us to formulate alternative proposals for interpreting the meaning of the technological variability of ceramic artefacts, territorial disputes, the importance of agriculture and political complexity around the year 1000AD.
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