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Bloqueio do receptor mineralocorticoide em hipertensos com síndrome metabólica: estudo da vasodilatação fluxo-mediadaLovisi, Julio Cesar Moraes 09 September 2013 (has links)
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Previous issue date: 2013-09-09 / INTRODUÇÃO: A epidemia de obesidade e de síndrome metabólica (SM) observada nos últimos anos se associa a uma série de agravos clínicos como neoplasias, diabetes mellitus e doenças cardiovasculares, notadamente a hipertensão arterial (HA). Diversos mecanismos etiopatogênicos têm sido descritos na HA associada à SM entre os quais citam-se a participação da aldosterona (ALDO) e da disfunção endotelial. OBJETIVOS: avaliar os efeitos do bloqueio do receptor mineralocorticoide (RMC) na função endotelial, na pressão arterial (PA) e em parâmetros inflamatórios e renais de indivíduos com SM. PACIENTES E MÉTODOS: Foram selecionados 42 pacientes elegíveis para o protocolo. Todos os voluntários foram submetidos a exame clínico, avaliação laboratorial com dosagens de mediadores inflamatórios e de excreção urinária de albumina, além de avaliação cardiológica, com monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA), ecocardiograma e estudo da vasodilatação fluxo-mediada (VDFM), antes e após o tratamento. Destes, 28 indivíduos foram tratados com espironolactona (ESPIRO) na dose de 25-50 mg/dia e 14 com amlodipina (AMLO) na dose 5-10 mg/dia por 16 semanas (Resultados 1). Após essa avaliação, com objetivo de homogeneizar os grupos para melhor comparação dos parâmetros de VDFM, inflamatórios e renais, foram selecionados 27 indivíduos alocados em dois grupos por meio da aplicação da técnica do Propensity Score (PS). Deste modo foram constituídos dois grupos homogêneos, a saber: 16 pacientes em um grupo tratado com ESPIRO e 11 no grupo controle, tratados com AMLO, por um período de 16 semanas (Resultados 2).
Resultados 1: Os dados iniciais mostraram que o tratamento da HA com ESPIRO e com AMLO resultou em redução significante da PA em ambos os grupos. No grupo ESPIRO foi observado aumento da VDFM, enquanto no grupo AMLO houve redução significativa desse parâmetro. Observamos ainda redução significativa da microalbuminúria e de mediadores inflamatórios no grupo ESPIRO, o que não ocorreu no grupo AMLO. Finalmente, observou- se aumento significativo do colesterol HDL no grupo ESPIRO o que não foi observado no grupo AMLO.
Resultados 2: com a aplicação do PS e consequente maior homogeneidade entre os grupos houve a confirmação desses achados nos 2 grupos (ESPIRO e AMLO) e, adicionalmente, permitiu a subdivisão destes em inflamados (PCR>3,0 mg/dL) e não inflamados (PCR < 3,0
mg/dL). Quando se avaliaram a VDFM, o comportamento pressórico e de parâmetros metabólicos e renais observou-se aumento da VDFM, maior redução da PA, aumento do colesterol HDL e redução da albuminúria que foram significativas no grupo ESPIRO, notadamente no subgrupo não inflamado em comparação ao grupo inflamado.
CONCLUSÃO: O bloqueio dos RMC em hipertensos com SM melhorou a função endotelial e reduziu a pressão arterial, com impacto favorável sobre marcadores metabólicos, inflamatórios e na excreção urinária de albumina. Estes achados apontam para efeitos benéficos adicionais à redução pressórica em pacientes portadores de SM tratados com bloqueadores dos RMC. / INTRODUCTION: The epidemic of obesity and metabolic syndrome (MS) described in recent years is associated with a series of clinical conditions such as malignancy, diabetes mellitus, and cardiovascular diseases, chiefly systemic arterial hypertension (AH). There are several mechanisms proposed to explain the development of MS-associated AH, among which the role of aldosterone and endothelial dysfunction are noteworthy. OBJECTIVES: assess the effects of mineralocorticoid receptor blockade (MRB) on endothelial function, blood pressure (BP) and inflammatory and renal parameters of individuals with the MS. PATIENTS AND METHODS: Forty-two eligible patients were selected. All volunteers underwent clinical examination, laboratory determination of inflammatory mediators and urinary albumin excretion, and cardiologic examination with 24-hour ambulatory blood pressure (24-h ABPM), echocardiography and assessment of the flow-mediated vasodilation (FMD) at baseline and after treatment. Twenty-eight individuals received spironolactone (SPIRO), 25-50mg/day, and 14 individuals received amlodipine (AMLO), 5-10mg/day, for 16 weeks (Results 1). In order to homogenize the groups and better compare the FMD and the inflammatory and renal parameters, 27 individuals were selected and allocated to two groups according to the propensity score (PS) technique: 16 individuals treated with SPIRO and 11 controls, treated with AMLO, for 16 weeks (Results 2).
Results 1: Both SPIRO-treated and AMLO-treated groups had significant BP reductions. While the SPIRO-treated group had increased FMD, the AMLO-treated group had a significant reduction of this parameter. There was also a significant reduction of microalbuminuria and inflammatory mediators in the SPIRO-treated group, but not in the AMLO one. There was a significant increase of HDL-cholesterol in the SPIRO group, but not in the AMLO one.
Results 2: With the PS technique, and consequent better homogenization of the groups, we confirmed these findings in the two groups (SPIRO and AMLO) and further subdivided them into those with inflammation (CRP>3.0mg/dl) and those without inflammation (CRP<3.0mg/dl). There were significantly increased FMV, greater BP reduction, increased HDL-cholesterol, and significant reduction of albuminuria in the SPIRO group, notably in the subgroup without inflammation, as compared with that with inflammation.
CONCLUSION: MRB in hypertensive subjects with the MS improved endothelial function and reduced blood pressure, with a favorable impact on metabolic and inflammatory markers and on the urinary albumin excretion. These findings point to MRB as a new option for treatment of AH in individuals with the MS.
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