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Influência da redução de ninhada sobre o comportamento materno e respostas comportamentais e endócrinas da prole na fase adultaMARQUES, Silvia Enes 17 February 2014 (has links)
Durante as durante as duas primeiras semanas de vida, a presença da mãe é indispensável para a sobrevivência dos filhotes. Em ratos, o comportamento materno (CM) despendido pelas fêmeas tem grande importância para o desenvolvimento adequado da prole. Alterações capazes de desencadear perturbações na relação mãe-filhote podem contribuir para alterações comportamentais e neuroendócrinas duradouras nos descendentes. Da mesma forma, o estado nutricional e hormonal em fases iniciais de desenvolvimento (gestação e lactação) estão relacionados a alterações epigenéticas, que podem levar ao desenvolvimento de doenças. Em estudos experimentais, a superalimentação neonatal por redução do número de filhotes por ninhada causa obesidade da prole e aumenta o risco de doenças cardiovasculares. No presente estudo avaliamos a influência da redução de ninhada sobre o comportamento materno de ratas lactantes e possíveis consequências nas respostas endócrinas e comportamentais nos filhotes durante a fase adulta. No 2º dia de lactação (DL), a ninhada foi reduzida para três filhotes (2 machos e 1 fêmea, grupo NR) e o grupo controle (NN) foi definido com 12 filhotes (máximo 6 machos por ninhada). O CM foi investigado ao longo da lactação por meio da avaliação do cuidado materno (CDM), ansiólise maternal e comportamento agressivo. As proles de ambos os grupos foram avaliadas aos 60 dias quanto à ingestão alimentar, ganho de peso, gordura corporal, perfil bioquímico e hormonal, além das respostas comportamentais. Os resultados das análises evidenciaram aumento no tempo gasto pela mãe de ninhada reduzida em parâmetros de cuidado materno com relevância, principalmente, no comportamento de lamber os filhotes e cifose. Em contraposição, houve diminuição no tempo gasto em parâmetros de atividade geral (alimentação e tempo longe dos filhotes) em mães que cuidavam de ninhada menor. As ratas NR ainda apresentaram aumento na ansiólise e no comportamento agressivo, principalmente nas 2 primeiras semanas de lactação, quando comparadas ao grupo NN. Com relação à prole, o grupo NR apresentou aumento de peso desde o 8º DL até a fase adulta, tanto machos quanto em fêmeas. Esses animais ainda apresentaram-se hiperfágicos do desmame até a fase adulta e maior adiposidade epididimal, ovariana e retroperitoneal (em machos e em fêmeas). O perfil bioquímico dos animais NR caracterizou um quadro de dislipidemia, com aumentos nos níveis séricos de glicose, triglicerídeos, colesterol total, VLDL-c, LDL-c e diminuição nos níveis de HDL-c. A superalimentação neonatal ocasionou hiperleptinemia em ambos os sexos e aumento de insulina em fêmeas, que aparentemente está associado com o quadro de resistência à insulina e intolerância à glicose apresentado por esses animais. Quanto às respostas comportamentais, animais criados em ninhada reduzida apresentaram redução dos comportamentos relacionados à ansiedade e resposta ao medo, perfil semelhante ao apresentado por suas mães. Sugerimos que este ''ambiente materno" favorecido pela redução do tamanho da ninhada foi fundamental para o desenvolvimento de alterações metabólicas e comportamentais na prole adulta / In rats the mother is essential for the survival of offspring, especially during the first two weeks of life. The maternal care (CM) spent by females has great importance for the proper development of the offspring. Thus, changes during the perinatal period are able to trigger disturbances in the relationship and can lead to lasting behavioral and neuroendocrine changes in the offspring. Likewise, nutritional and hormonal states in early stages of development (pregnancy and lactation) are related to epigenetic changes that may lead to the development of diseases. In experimental studies, neonatal overfeeding by reducing the number of pups per litter of offspring causes obesity and increases the risk of cardiovascular disease. In the present study we evaluated the influence of the reduction of litter on maternal care in lactating rats and possible consequences of endocrine and behavioral responses in the offspring during adulthood. To induce overeating neonatal, on the 2nd day of lactation (DL), the litter size was reduced to three pups (2 males and 1 female, NR group) and control group (NN) was set to 12 pups (maximum 6 males per litter). The CM was investigated during the lactation through assessment of maternal behavior, maternal anxiolysis and aggressive behavior. The effect of reducing litter in the adult offspring (60 days) on food intake, body weight, body composition, biochemical and hormonal levels were analyzed, in addition to behavioral responses. Differences were considered significant when p < 0.05. The results showed that there was a significant increase in total maternal behavior mainly in the behavior of licking pups and arched-nursing, and a decrease in the total maternal behavior (diet and time away from the pups) in mothers caring reduced litter. These rats also showed reduced anxiety-related behavior and increased aggressive behavior, especially in the first 2 weeks. Concerning to offspring, the NR group showed increased weight from the 8th DL to adulthood, both males and in females. These animals still showed up hyperphagic weaning until adulthood and increase adipose tissue: epididymal fat, ovarian fat and retroperitoneal fat (in males and female). The biochemical profile of NR animals was representative of dyslipidemia, with increases in serum glucose, triglycerides, total cholesterol, VLDL-c, LDL-c and decrease in HDL-c. Neonatal overfeeding caused hyperleptinemia in both sexes and increased insulin in females, which is apparently associated with the framework of insulin resistance and glucose intolerance displayed by these animals. Regarding behavioral responses, animals raised in small litter showed behaviors related to anxiety and fear reduced, as their mothers. Thus, it is concluded that ''maternal environment" favored by the reduction in litter size was crucial to the development of metabolic and behavioral changes in the adult offspring / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES
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