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Trabalho artesanal e suas inter-relações com o universo doméstico: estudos de caso em Viçosa, MG / Craft work and their interrelations with the domestic universe: case studies in Viçosa, MGSilva, Flávia Leão Almeida 03 June 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014-06-03 / Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais / Esta pesquisa trata de uma análise sobre o trabalho artesanal em termos tanto de sua conceituação quanto do modo como ele tem sido organizado no atual cenário brasileiro. O trabalho artesanal sempre esteve ligado à habilidade do homem de transformar artefatos em objetos carregados de aspectos sociais e, consequentemente, ao cotidiano do indivíduo, seja como atividade de trabalho ou de lazer, sendo, portanto, uma das formas mais antigas de organização da atividade de trabalho. No início dos anos 1990, o cenário econômico brasileiro foi marcado, sobretudo no meio urbano, pela questão do desemprego e subemprego, cuja tendência era aumentar devido ao processo de urbanização em franca expansão. Desde então, o trabalho artesanal tem sido tratado pelos governos federal e estadual como forma alternativa de geração de trabalho, emprego e renda, principalmente nas pequenas e médias cidades. Esse tipo de atividade é incentivado tanto por leis que incentivam a organização do pequeno trabalhador quanto por instituições cujo foco principal é o artesão brasileiro. Considerando a repercussão econômica e social dessa atividade no atual cenário econômico brasileiro, a pesquisa buscou compreender como os artesãos estão se organizando a fim de se inserirem no mercado de trabalho atual, marcado pelo desemprego e por condições precárias de trabalho, e como eles têm conciliado as suas atividades de trabalho com as atividades relacionadas ao universo doméstico. Especificamente, buscou-se: identificar como tem sido organizado o trabalho artesanal no atual cenário econômico brasileiro, mais especificamente no contexto da cidade de Viçosa, MG; analisar as políticas e os programas voltados (direta e/ou indiretamente) ao trabalho artesanal, em níveis nacional, estadual e municipal, examinando a aplicabilidade deles na cidade de Viçosa, MG; e analisar as conexões do trabalho artesanal com a vida doméstica, comparando aspectos de produção e reprodução social entre as formas de organização identificadas. A metodologia da pesquisa foi baseada no método da Análise Ergonômica do Trabalho (AET), que foi primordial para entender as questões propostas inicialmente. Foi possível perceber que no atual cenário político e econômico, onde predominam organizações cujas conformações produtivas são baseadas no capitalismo, os artesãos buscam a melhor forma possível de se organizarem, de acordo com as suas necessidades específicas. Portanto, eles podem estar envolvidos, simultaneamente, em mais de um programa e ser beneficiados por diferentes políticas. Apesar de haver no Estado de Minas Gerais programas considerados referência em assistência ao artesão, seja ele urbano ou rural, ficou evidente que em cidades do interior, como Viçosa, o acesso dos artesãos aos benefícios propostos por eles fica limitado, seja por falta de divulgação das possibilidades existentes, seja pela dificuldade de acesso dos artesãos aos representantes dessas instituições. Quanto à relação com o universo doméstico, foi possível identificar os espaços (doméstico ou não) utilizados durante a produção e aspectos referentes à divisão social e sexual do trabalho, como: a hierarquia entre os membros do mesmo grupo, o reforço das atividades naturalizadas femininas (como a preparação dos alimentos, o cuidado com os filhos, a higienização e limpeza do lar) e o modo como as mulheres as conciliavam com as atividades de produção. / This research is an analysis of the craftwork in terms of both its concept as the way it has been held in the current Brazilian scenario. The craftwork has always been linked to man's ability to transform artifacts charged objects of social aspects and thus the individual's daily life, whether as a work activity or leisure. Therefore it’s one of the oldest forms of organization of the activity work. In the early 1990s, the Brazilian economic scenario was marked, especially in urban areas, the issue of unemployment and underemployment, whose tendency was to increase due to urbanization booming. Since then, the craft work has been handled by the federal and state governments as an alternative way of generating work, employment and income, especially in small and medium cities. This type of activity is encouraged both by laws that encourage the small worker organization as by institutions whose primary focus is the Brazilian artisan. Considering the economic and social impact of this activity in the current Brazilian economic scenario, the research sought to understand how the artisans are organizing in order to fall within the current job market, marked by unemployment and poor working conditions, and how they have reconciled their work activities with the activities related to domestic universe. Specifically, we sought to: identify how the craftwork has been organized in the current economic environment in Brazil, more specifically in the context of Viçosa, MG; analyze policies and programs aimed (directly and / or indirectly) to craft work, at national, state and municipal levels, examining the applicability of them in the city of Viçosa, MG; and analyze the connections of craft work and family life, comparing aspects of social production and reproduction between the forms of organization identified. The research methodology was based on the method of Ergonomic Work Analysis (AET), which was central to understanding the issues initially proposed. It could be observed that in the current political and economic climate, dominated organizations whose productive conformations are based on capitalism, artisans seek the best possible way to organize, according to their specific needs. Therefore, they may be involved simultaneously in more than one program and be benefited by different policies. Although there are in the state of Minas Gerais considered referral programs in assisting the craftsman, whether urban or rural, it became apparent that in towns, as Viçosa, the access of craftsmen to the proposed benefits for them is limited, either for lack of disclosure existing possibilities, is the difficulty of access of craftsmen to representatives of these institutions. As for relations with the domestic world, we could identify the spaces (domestic or not) used during production and aspects related to the social and sexual division of labor, as the hierarchy between members of the same group, strengthening activities naturalized female (such as food preparation, care for the children, the hygiene and cleanliness of the home) and how women reconciled with the production activities.
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Interação homem e animal de estimação: um estudo acerca da posse de animais silvestres na cidade de Lábrea – AMCanto, Delana de Souza 14 July 2016 (has links)
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Previous issue date: 2016-07-14 / CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / In different parts of Brazil, it is possible to observe the presence of specimens
belonging to the wild fauna as pet animals in households, even in urban areas. Even
though the environmental legislation is particularly restrictive regarding the possession
of wild species, in addition to campaigns promoted by protection institutions aiming at
guiding both buyers and society, the illegal possession remains an issue over time. In the
state of Amazonas, this scenario is evident in the daily routine either in cities and rural
areas. In this context, the general objective of this paper was to understand the reasons
that lead people to continue to raise wild animals as pet animals in the city of Lábrea,
Amazonas state. For the field study, we applied forms and conducted individual
interviews with 65 animal owners in addition to four agents of the environmental
protection sector. Subsequently to the field data collection, we carried out an organization
in Excel spreadsheets to be analyzed and interpreted. The most subjective information in
the form were synthetized using tables and charts, which primarily required the analysis
of the discourses and the grouping of ideas conveyed in simpler categories. Tables and
illustrations were carried out in order to describe and summarize the data. After the
analysis, it became evident that all of the reasons that influenced the decision to raise wild
animals as pets are anthropocentric for placing men as the main highlight in the mananimal
relationship and considering the former above the latter. The possession represents
a practice related to the local tradition since it does not depend on school level or social
condition; most of the respondents stated that “has always had a wild animal around”,
which means that early on, they had this type of contact through parents, friends or
neighbors. In this perspective, the possession may have arisen from habits intrinsic to the
local culture and life styles. Regarding informational campaigns, most people never even
learn about them by any sector of the institution. In the perspective of the respondents,
the prohibition by IBAMA (such as possession as pet without legal authorization and
acquisition of authorized aviary) regarding illegal possession are not reasonably justified
for not distinguishing between the possession derived from several trafficking practices
(regarded as immoral and with negative impact on animals) and local possession
(regarded as not harmful to animals). Others believe that the prohibitions benefit only the
government through its bodies and limit the legalized possession to privileged social
classes. In general, we observed that the raisers do not known the social, sanitary and
environmental risks inherent to the possession of wild animals. Over half of the
participants do not associate the possession with consequences to the animals, neither to
society or the environment as a whole. For some, this is because they do not know the
topics approached in the research, especially concerning zoonosis risks. However, for the
issues related to the animals and the environment, some owners seemed to be aware, but
preferred to ignore or minimize them. In this scenario, we understand that de resolution
of the illegal possession issue will only show advances when the environmental protection
bodies become locally active in a way that makes them able to monitor, demand the
application of the law and above all make the local community aware of the possible
medium- and long-term consequences of the possession regarding different focuses. / Em diferentes regiões do Brasil, é possível verificar a presença de espécimes da
fauna silvestre como animais de estimação nas residências, mesmo nas áreas urbanas.
Embora haja uma legislação ambiental peculiarmente restritiva sobre a posse de espécies
silvestres, além de campanhas promovidas pelos órgãos de proteção que visam dar
orientação aos compradores e a sociedade, a posse ilegal ainda é um problema que se
prolonga no tempo. No Amazonas, essa realidade pode ser evidenciada no cotidiano tanto
das cidades como das zonas rurais. Nesse sentido, este trabalho teve como objetivo geral
compreender por que as pessoas continuam criando animais silvestres como animais de
estimação na cidade de Lábrea, no Amazonas. Para estudo de campo, foram aplicados
formulários e realizadas entrevistas individuais com 65 donos de animais e também com
04 agentes do setor da proteção ambiental. Após a coleta de dados em campo, os mesmos
foram organizados em planilhas no programa Excel, analisados e interpretados. As
informações mais subjetivas do formulário foram sintetizadas por meio de tabelas e
gráficos, o que requereu primeiramente a análise dos discursos e o agrupamento das ideias
veiculadas em categorias mais simples. Tabelas e ilustrações foram feitas com intuito de
descrever e resumir os dados. Após análise, evidenciou-se que todos os motivos que
influenciaram na decisão de criar animais silvestres para estimação são antropocêntricos,
pois posicionam o homem como principal destaque na relação entre o homem e animal e
considerando o primeiro acima do segundo. A posse representa uma prática ligada ao
costume local, pois independentemente do nível escolar ou condição social, a maioria dos
entrevistados afirmou que “sempre teve animal silvestre por perto”. Isso significa que,
desde cedo, tiveram esse tipo de contato, através dos pais, amigos ou vizinhos. Nesta
perspectiva, a posse pode ser fruto dos costumes intrínsecos à cultura e aos modos de vida
locais. Em relação às campanhas de informações, a maior parte não tem conhecimento a
esse respeito, por parte de nenhuma instituição. Na perspectiva dos entrevistados, as
proibições do IBAMA (como a posse para estimação sem autorização legal e aquisição
de criadouro autorizado) acerca da posse ilegal não possuem justificativas razoáveis, pois
não fazem distinção entre a posse oriunda de tráficos diversos (julgada imoral e com
impacto negativo para os animais) e a posse de escala local (julgada não prejudicial para
os animais). Outros acreditam que as proibições beneficiam apenas o governo, por meio
de seus órgãos e limitam a posse legalizada às classes sociais privilegiadas. De forma
geral, observou-se que os riscos sociais, sanitários e ambientais inerentes à posse de
animais silvestres são desconhecidos pelos criadores. Mais da metade dos participantes
não associa a posse com consequências para os animais, nem para a sociedade ou ao
ambiente como um todo. Para alguns, isso se deve ao desconhecimento sobre os temas
abordados na pesquisa, especialmente no que tange aos riscos de zoonose. Todavia, para
os problemas relacionados aos animais ou ao ambiente, alguns donos pareceram estar
cientes, mas preferem ignorá-los ou minimizá-los. Nessa conjuntura, entende-se que a
resolução da questão da posse ilegal só terá progressos quando os órgãos de defesa do
ambiente forem atuantes na localidade, de forma que sejam capazes de fiscalizar, cobrar
a aplicação da lei, e sobretudo, de tornar a sociedade local ciente das consequências que
a posse pode trazer a médio e longo prazo nos seus diversos enfoques.
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