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Uma linhagem manchada pelo pecado. O discurso antijudaico e a estigmatização dos judeus-conversos (Castela, 1391-1478)

FOLLADOR, K. J. 07 December 2016 (has links)
Made available in DSpace on 2018-08-01T23:45:06Z (GMT). No. of bitstreams: 1 tese_5881_Tese de Doutorado_Kellen Jacobsen Follador_versãofinal.pdf: 4635446 bytes, checksum: 9782ca96eace3efc2c97b25f977acfb5 (MD5) Previous issue date: 2016-12-07 / A proposta desta pesquisa é analisar a estigmatização social dos cristãos de linhagem judaica, denominados conversos, na Coroa de Castela entre o ano de 1391, quando uma grande parcela da população judaica foi convertida à força ao cristianismo, e o ano de 1478, quando houve a aprovação papal de um Tribunal da Inquisição para o reino de Castela. Após as conversões de 1391, uma parte dos neófitos buscou assimilar-se à comunidade cristã, alcançando considerável êxito. Os indícios de uma estigmatização, porém, já começavam a surgir por meio da distinção entre os conversos e os demais cristãos, autodenominados cristãos-velhos. Estes, como uma nítida herança do preconceito antijudaico, consideravam os conversos como outros cristãos. À inicial desconfiança religiosa, somaram-se as disputas sociais e políticas que intervieram negativamente nas relações sociais. Não excluindo da análise os fatores políticos e sociais, a hipótese desta pesquisa é que a estigmatização dos conversos tornou-se em parte possível devido à concepção religiosa e cultural que determinados cristãos-velhos nutriam em relação aos conversos. Na visão de alguns cristãos-velhos, o pertencimento anterior ao judaísmo ou o fato de descender de uma linhagem fiel a esta religião impossibilitava os conversos de serem considerados legítimos cristãos, o que acarretava a estigmatização social de muitos membros do grupo. Nesse contexto, os aspectos religiosos e culturais da estigmatização podem ser identificados na discussão travada no reino de Castela à época do surgimento, em 1449, da lei conhecida como Sentencia-Estatuto, que visava sancionar o preconceito e negar a isonomia aos conversos. Somando-se à lei, identificam-se diversificadas acusações de cunho religioso e cultural em obras satíricas e em processos inquisitoriais, deixando patente que a estigmatização dos cristãos de origem judaica também possuía, para além de fatores sociais e políticos, influência do arcabouço cultural e religioso comum aos cristãos-velhos durante o período pesquisado.

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