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Leitura literária e a Lei 10.639/03 num romance de Pepetela

Lima, Michelle 23 February 2017 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / The worry about African culture teaching as a strategy against racism in the Brazilian classrooms is indeed great, but also legitimately recent. The reason is that only in 2003, with the promulgation of the law 10.639, it has become an obligation to schools working ways of teaching African and Afro-Brazilian culture as an attempt to repair the manner in which black people has been treated in Brazil. Linked to the draft law 10.639/03, we developed an action research in a public school in order to provide students from high school's first year a contact with Angolan literature. The literary piece chosen was As Aventuras de Ngunga, Pepetela's work written in 1972 during the colonial war in Angola. Furthermore, we proposed a didactic sequence to rethink racism in Brazil. In this way, the research objective is to demonstrate the possibility of using African literature in high school classrooms as a way of fighting against racism. Through the achieved results, we found that awareness about the law 10.639/03 is almost absent in school, as well as discussions about racism and prejudice, literature and African culture are almost nonexistent in the schools routine. As an attempt of revert this reality, we wish for this work to motivate educators in all knowledge areas and mainly literature teachers to undo stereotypes and prejudices associated to Negro through the acknowledgement and appreciation of Africans and Afro-descendants history and culture. We used Cosson (2011) and (2014), Compagnon (1999), Eco (2003) and (2005), Bordini and Aguiar (1998) as theoretical input, to develop conceptions concerning literary reading and the reader's relevance. Kabenguele (2005), Gomes (2005), Cavalleiro (2003) for reflection about racism and the law 10,639/03 awareness in classrooms. Authors like Domingues (2007) and Gonçalves e Silva (2000) to speak for the Black Movement in Brazil. In addition to these authors, Chaves (2004) and Fonseca e Moreira (2007) to ponder on Angolan literature. / A preocupação com o ensino das culturas africanas como estratégia de combate ao racismo nas salas de aula brasileiras é até grande, mas também, legitimamente recente. Isso porque apenas em 2003, com a promulgação da lei 10.639, tornou-se dever da escola trabalhar o ensino da cultura africana e afro-brasileira como tentativa de reparar a maneira com que o povo negro foi/é tratado no Brasil. Atrelado à proposta da Lei 10.639/03, desenvolvemos uma pesquisa-ação numa escola pública estadual para propiciar aos alunos do 1º ano do ensino médio o contato com a literatura angolana. O texto literário escolhido foi As Aventuras de Ngunga, obra de Pepetela escrita em 1972 durante a guerra colonial de Angola. Além disso, propomos uma sequência didática para repensar o racismo no Brasil. Dessa maneira, o objetivo da pesquisa é demonstrar a possibilidade de trabalhar literatura africana nas aulas de literatura do ensino médio como possibilidade de combater o racismo. Por intermédio dos resultados alcançados, constatamos que o conhecimento da Lei 10.639/03 é quase nulo no ambiente escolar, bem como as discussões sobre racismo, literatura e cultura africana são quase inexistentes no dia a dia dos alunos. Como tentativa de reverter essa realidade, desejamos que este trabalho motive educadores de todas as áreas do saber, e principalmente os professores de literatura, a desfazerem os estereótipos e preconceitos associados ao negro por meio do conhecimento e da valorização da história e cultura dos africanos e afrodescendentes. Utilizamos como aporte teórico Cosson (2011) e (2014), Compagnon (1999), Eco (2003) e (2005), Bordini e Aguiar (1998), entre outros, para desenvolver as concepções sobre leitura literária e a importância do leitor. Kabenguele (2005), Gomes (2005), Cavalleiro (2003) para refletir sobre o racismo e a Lei 10.639/03 em sala de aula. E autores como Domingues (2007) e Gonçalves e Silva (2000) para falar do Movimento Negro no Brasil. Além de Chaves (2004) e Fonseca e Moreira (2007) para refletir sobre a literatura angolana.

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