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O negativo e o positivo: a fotografia entre os Asuriní do Xingu / Negative and positive: photography among the Asuriní of XinguAlice Villela 15 December 2015 (has links)
O tema deste trabalho é a relação dos Asuriní do Xingu, grupo tupi que vive na margem direita do rio Xingu (Pará), com imagens produzidas pelas tecnologias dos brancos, especialmente as fotográficas. O que interessa é a maneira como essas novas imagens provocam agenciamentos e reflexões da perspectiva asuriní, ao dialogarem com conceitos nativos para o domínio da imagem tais como ynga e ayngava. A relação com as fotografias, entendidas aqui como imagens materiais, é abordada do momento do primeiro contato aos dias atuais. Se no encontro com os padres católicos a fotografia agiu de modo patogênico, causando doenças e mortes, nos dias de hoje ela pode ativar memórias e lembranças dos parentes falecidos, experiência que passa a ser vista de forma positiva pelos índios. Desse modo, procurou-se evidenciar que a relação dos Asuriní com imagens técnicas não é estanque, varia de acordo com o contexto histórico e, principalmente, conforme o tipo de relação que se estabelece com os seus produtores, os brancos. Não foi apenas como ferramenta de trabalho de campo que a fotografia se mostrou potente, mas se constituiu como um tema de pesquisa vigoroso ao possibilitar a abertura a diversos conteúdos asuriní ligados ao estatuto da imagem, à morte, ao xamanismo, à memória, às narrativas do contato, ao processo histórico e às mudanças pelas quais o grupo tem passado nos mais de quarenta anos de convívio intenso com os não-indígenas. / The subject of this work is the relationship developed by the Xingu Asuriní, a Tupi group living on the right bank of the Xingu River (Pará), with images produced by technologies of the non-indigenous, in particular, photographic. The study\'s emphasis is on the manner in which these new images provoke agency and reflections from the Asuriní perspective, in a dialogue with native concepts for the image domain, such as ynga and ayngava. The relationship with photos, understood here as material images, is dealt with from the moment of first contact to the present day. If in the encounter with Catholic priests photography functioned in a pathogenic way, causing illness and death, nowadays it can evoke memories of deceased relatives, an experience that has come to be seen in a positive light by indigeous people. Therefore, it can be seen that the Asuriní\'s relationship to images is not a restrictive one, but varies according to historical context and, in particular, is dependent on the type of relationship established with the non-indigenous producers of these images. It is not only as an instrument for field work that photography has demonstrated its power, but it has also become a subject for vigorous research by making possible the access to numerous Asuriní concepts related to the image, to death, shamanism, memory, stories of contact, to the historical process and to changes that the group has experienced in the more than forty years of intense interaction with nonindigenous people.
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O negativo e o positivo: a fotografia entre os Asuriní do Xingu / Negative and positive: photography among the Asuriní of XinguVillela, Alice 15 December 2015 (has links)
O tema deste trabalho é a relação dos Asuriní do Xingu, grupo tupi que vive na margem direita do rio Xingu (Pará), com imagens produzidas pelas tecnologias dos brancos, especialmente as fotográficas. O que interessa é a maneira como essas novas imagens provocam agenciamentos e reflexões da perspectiva asuriní, ao dialogarem com conceitos nativos para o domínio da imagem tais como ynga e ayngava. A relação com as fotografias, entendidas aqui como imagens materiais, é abordada do momento do primeiro contato aos dias atuais. Se no encontro com os padres católicos a fotografia agiu de modo patogênico, causando doenças e mortes, nos dias de hoje ela pode ativar memórias e lembranças dos parentes falecidos, experiência que passa a ser vista de forma positiva pelos índios. Desse modo, procurou-se evidenciar que a relação dos Asuriní com imagens técnicas não é estanque, varia de acordo com o contexto histórico e, principalmente, conforme o tipo de relação que se estabelece com os seus produtores, os brancos. Não foi apenas como ferramenta de trabalho de campo que a fotografia se mostrou potente, mas se constituiu como um tema de pesquisa vigoroso ao possibilitar a abertura a diversos conteúdos asuriní ligados ao estatuto da imagem, à morte, ao xamanismo, à memória, às narrativas do contato, ao processo histórico e às mudanças pelas quais o grupo tem passado nos mais de quarenta anos de convívio intenso com os não-indígenas. / The subject of this work is the relationship developed by the Xingu Asuriní, a Tupi group living on the right bank of the Xingu River (Pará), with images produced by technologies of the non-indigenous, in particular, photographic. The study\'s emphasis is on the manner in which these new images provoke agency and reflections from the Asuriní perspective, in a dialogue with native concepts for the image domain, such as ynga and ayngava. The relationship with photos, understood here as material images, is dealt with from the moment of first contact to the present day. If in the encounter with Catholic priests photography functioned in a pathogenic way, causing illness and death, nowadays it can evoke memories of deceased relatives, an experience that has come to be seen in a positive light by indigeous people. Therefore, it can be seen that the Asuriní\'s relationship to images is not a restrictive one, but varies according to historical context and, in particular, is dependent on the type of relationship established with the non-indigenous producers of these images. It is not only as an instrument for field work that photography has demonstrated its power, but it has also become a subject for vigorous research by making possible the access to numerous Asuriní concepts related to the image, to death, shamanism, memory, stories of contact, to the historical process and to changes that the group has experienced in the more than forty years of intense interaction with nonindigenous people.
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Etnodesenvolvimento e o mercado verde na Amazônia indígena: Os Asuriní no Médio Xingu / Ethnodevelopment and green markets in the indigenous Amazon: the Asuriní of the Middle Xingu.Ribeiro, Fabio Augusto Nogueira 25 March 2009 (has links)
Ao longo das últimas décadas, os processos de liberalização da economia brasileira e avanço do ambientalismo geraram novas representações e políticas relativas à floresta e aos povos indígenas amazônicos. Dentro desse movimento, a comercialização de produtos florestais não madeireiros através, em alguns casos, de parcerias entre a Fundação Nacional do Índio e empresas passou a ser apresentada como uma ferramenta para o desenvolvimento indígena e para a conservação ambiental. Sob a perspectiva do etnodesenvolvimento, entretanto, a questão central que fundamenta a dissertação é se os regimes de produção, circulação e consumo engendrados por esse \'indigenismo público-privado\' são compatíveis com as economias políticas nativas. Para responder a esta questão, o estudo está baseado no caso dos Asuriní do Xingu, grupo Tupi incluído na parceria para a comercialização de óleo de castanha-do-pará entre a cooperativa Amazoncoop e a empresa britânica The Body Shop. A pesquisa de campo foi estruturada em dois níveis. No primeiro, por meio de entrevistas e conversas informais, foram levantadas informações sobre a história e a economia política da parceria. Os resultados obtidos evidenciaram que a parceria foi incapaz de romper com a assimetria de poder que caracteriza a relação entre os indígenas e a economia de mercado. No segundo nível, por meio de técnicas qualitativas (entrevistas, conversas informais, diagnóstico rural participativo) e quantitativas (surveys e observações de alocação de tempo), foram levantadas informações relativas à participação dos Asuriní na parceria, bem como os impactos da atividade sobre a economia doméstica. Nesse caso, a incompatibilidade entre o regime indígena e aquele fomentado pela parceria foi evidenciada pela escassez de alimentos no período da coleta; pela distribuição desigual dos recursos monetários entre os grupos familiares; pela acentuação do conflito entre dinheiro e reciprocidade e pelo incremento da dependência por bens industrializados. A diversidade, entretanto, das estratégias econômicas familiares, a incorporação do dinheiro pelas concepções indígenas de riqueza e a continuidade das atividades de subsistência são expressões de que a maior participação na economia de mercado tem como corolário não a \'aculturação\', mas uma transformação na forma como a sociedade indígena se reproduz. / In the last two decades, the synchronous processes of liberalisation of the Brazilian economy and the advancement of environmentalism generated new representations and policies regarding Amazonian rainforests and indigenous peoples. Within this movement, the commercialisation of non timber forest products, through, in a few cases, the implementation of partnerships between the National Indian Foundation of Brazil and companies, began to be presented as a tool for the development of indigenous societies, as well as for environmental conservation. Adopting an ethnodevelopment perspective, however, the central question posed by this dissertation is whether the regimes of production, circulation and consumption devised by this form of \'public-private indigenism are compatible with their political economies. To advance this question, this study is based on the case of the Asuriní do Xingu, a Tupi group included in the partnership for the commercialisation of Brazil-nut oil between the Amazoncoop cooperative and the UK-based company, The Body Shop. Field research was structured into two levels. At the first level, information about the history and the political economy of the partnership were gathered by means of informal interviews. Results at this level indicate the partnership has been unable of breaking down the historical asymmetry of power which characterises the relationship between indigenous societies and the market economy. At the second level, by means of qualitative and quantitative techniques of data gathering, we collected information regarding Asurinís participation in the partnership, as well as the impacts of the trade activity to their domestic economy. In this case, the incompatibility between the indigenous economic regime and that promoted by the partnership implementation was evidenced by food shortages during the harvesting period; by the unequal distribution of monetary incomes among households; by uprising conflicts as regards monetary incomes and reciprocal exchanges of goods, and by their increasing dependence on industrialised goods. Notwithstanding that, the diversity of household economic strategies, the incorporation of money into indigenous conceptualisations of wealth and the continuity of traditional subsistence practices are evidences supporting the argument that an increase in market participation is not a corollary of indigenous peoples \'acculturation\', but a transformation in their form of social reproduction.
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Etnodesenvolvimento e o mercado verde na Amazônia indígena: Os Asuriní no Médio Xingu / Ethnodevelopment and green markets in the indigenous Amazon: the Asuriní of the Middle Xingu.Fabio Augusto Nogueira Ribeiro 25 March 2009 (has links)
Ao longo das últimas décadas, os processos de liberalização da economia brasileira e avanço do ambientalismo geraram novas representações e políticas relativas à floresta e aos povos indígenas amazônicos. Dentro desse movimento, a comercialização de produtos florestais não madeireiros através, em alguns casos, de parcerias entre a Fundação Nacional do Índio e empresas passou a ser apresentada como uma ferramenta para o desenvolvimento indígena e para a conservação ambiental. Sob a perspectiva do etnodesenvolvimento, entretanto, a questão central que fundamenta a dissertação é se os regimes de produção, circulação e consumo engendrados por esse \'indigenismo público-privado\' são compatíveis com as economias políticas nativas. Para responder a esta questão, o estudo está baseado no caso dos Asuriní do Xingu, grupo Tupi incluído na parceria para a comercialização de óleo de castanha-do-pará entre a cooperativa Amazoncoop e a empresa britânica The Body Shop. A pesquisa de campo foi estruturada em dois níveis. No primeiro, por meio de entrevistas e conversas informais, foram levantadas informações sobre a história e a economia política da parceria. Os resultados obtidos evidenciaram que a parceria foi incapaz de romper com a assimetria de poder que caracteriza a relação entre os indígenas e a economia de mercado. No segundo nível, por meio de técnicas qualitativas (entrevistas, conversas informais, diagnóstico rural participativo) e quantitativas (surveys e observações de alocação de tempo), foram levantadas informações relativas à participação dos Asuriní na parceria, bem como os impactos da atividade sobre a economia doméstica. Nesse caso, a incompatibilidade entre o regime indígena e aquele fomentado pela parceria foi evidenciada pela escassez de alimentos no período da coleta; pela distribuição desigual dos recursos monetários entre os grupos familiares; pela acentuação do conflito entre dinheiro e reciprocidade e pelo incremento da dependência por bens industrializados. A diversidade, entretanto, das estratégias econômicas familiares, a incorporação do dinheiro pelas concepções indígenas de riqueza e a continuidade das atividades de subsistência são expressões de que a maior participação na economia de mercado tem como corolário não a \'aculturação\', mas uma transformação na forma como a sociedade indígena se reproduz. / In the last two decades, the synchronous processes of liberalisation of the Brazilian economy and the advancement of environmentalism generated new representations and policies regarding Amazonian rainforests and indigenous peoples. Within this movement, the commercialisation of non timber forest products, through, in a few cases, the implementation of partnerships between the National Indian Foundation of Brazil and companies, began to be presented as a tool for the development of indigenous societies, as well as for environmental conservation. Adopting an ethnodevelopment perspective, however, the central question posed by this dissertation is whether the regimes of production, circulation and consumption devised by this form of \'public-private indigenism are compatible with their political economies. To advance this question, this study is based on the case of the Asuriní do Xingu, a Tupi group included in the partnership for the commercialisation of Brazil-nut oil between the Amazoncoop cooperative and the UK-based company, The Body Shop. Field research was structured into two levels. At the first level, information about the history and the political economy of the partnership were gathered by means of informal interviews. Results at this level indicate the partnership has been unable of breaking down the historical asymmetry of power which characterises the relationship between indigenous societies and the market economy. At the second level, by means of qualitative and quantitative techniques of data gathering, we collected information regarding Asurinís participation in the partnership, as well as the impacts of the trade activity to their domestic economy. In this case, the incompatibility between the indigenous economic regime and that promoted by the partnership implementation was evidenced by food shortages during the harvesting period; by the unequal distribution of monetary incomes among households; by uprising conflicts as regards monetary incomes and reciprocal exchanges of goods, and by their increasing dependence on industrialised goods. Notwithstanding that, the diversity of household economic strategies, the incorporation of money into indigenous conceptualisations of wealth and the continuity of traditional subsistence practices are evidences supporting the argument that an increase in market participation is not a corollary of indigenous peoples \'acculturation\', but a transformation in their form of social reproduction.
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