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Heterotopias no país do milagre: os corpos indígenas e as histórias filmadas / Hétérotopies dans le pays du miracle : les corps indigènes et les histoires filmées / Heterotopias in the land of the miracle: the native bodies and filmed storiesNeves-Corrêa, Maurício 25 May 2018 (has links)
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Para aprovação no Repositório Institucional da UNESP, será necessário realizar algumas correções na sua Tese. Solicitamos que realize uma nova submissão seguindo as orientações abaixo:
- De acordo com a nova Portaria n. 206, de 4 de setembro de 2018, da CAPES, nos Agradecimentos do trabalho, deverá aparecer a seguinte frase: "O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001".
(http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=05/09/2018&jornal=515&pagina=22), que dispõe sobre a obrigatoriedade de citação da CAPES, nos Agradecimentos do trabalho.
- O número da paginação já deverá aparecer a partir da primeira folha da introdução;
Em caso de maiores dúvidas, entrar em contato com as bibliotecárias da Seção de Referência (Camila ou Elaine).
Agradecemos a compreensão.
on 2018-11-23T17:46:25Z (GMT) / Submitted by Maurício Neves Corrêa (mauricio_nc@hotmail.com) on 2018-11-23T20:22:23Z
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TESE - HETEROTOPIAS NO PAÍS DO MILAGRE- OS CORPOS INDÍGENAS E AS HISTÓRIAS FILMADAS. MAURÍCIO NEVES CORRÊA.pdf: 4739653 bytes, checksum: a3b041cd09ab10242c0d93905b0d1193 (MD5) / Approved for entry into archive by Milena Maria Rodrigues null (milena@fclar.unesp.br) on 2018-11-23T23:07:28Z (GMT) No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2018-05-25 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) / Les mots «ordre et progrès» imprimés sur le drapeau national rappellent des discours qui traversent les histoires du Brésil et constituent la nation comme «le pays du futur, le pays du miracle». Il y a cependant, dans notre société, des lieux qui flottent en fuite de ce «miracle» et de ce «progrès». Nous appelons ces espaces, aujourd'hui, des villages indigènes. Des lieux qui suscitent la fascination et la peur. Ils imprègnent l'imaginaire national d'où sortira le corps indien peint et avec un arc et une flèche, soit par admiration, soit par peur. Ces espaces sont présents en marge de notre société, ils sont à l'opposé de ce qui n'a pas de place, ce sont des hétérotopies.L'objectif de ce travail est de réaliser une recherche archéo-généalogique basée sur les études de Michel Foucault afin de problématiser les événements discursifs qui ont inventé et inventent les identités des peuples autochtones dans des histoires filmées au cours du XXe siècle jusqu'à la contemporanéité. Nous avons l'intention d'analyser des processus discursifs construits sur des matérialités filmiques qui favorisent une éthique et une esthétique de la corporalité, de la sexualité et du genre dont les effets de sens objectivent / subjectivent l'indigène brésilien. Cette analyse suppose de se concentrer sur les régimes de vérité qui constituent ces discours. Pourquoi certaines déclarations ont-elles pris de l'importance dans les médias et d'autres ont été interdites, exclues ? Quels rapports de savoir et de pouvoir ont agencé et agencent le mouvement de ces agitations historiques ? Quels sont les intérêts et les oppositions d'acteurs aussi distincts comme les Gouvernements Brésiliens, la TV Globo, les ONG, les anthropologues, les documentaristes et les indigènes eux-mêmes en tant que des producteurs de visibilités et de déclarations sur les sociétés autochtones? Pour Gregolin (2008), la fonction d'archéologue est «d'interpréter ou de faire l'histoire du présent». Cette procédure serait de montrer que «les transformations historiques ont été responsables de notre constitution actuelle en tant que sujets objectivables par les sciences, normalisables par les disciplines». De ce point de vue théorique, la proposition est de mettre en lutte les savoirs produits par les différentes productions audiovisuelles sur / des peuples autochtones du lieu historique d'où ils parlent. Dans la relation plus étroite entre discours et médias, les contributions à l'élaboration d'une Sémiologie Historique de J.J. Courtine et les propositions d'une analyse du discours de Michel Foucault par Rosário Gregolin et plusieurs chercheurs brésiliens, qui reprennent les formulations de l’AD française et amplifient les réflexions sur le fonctionnement des médias au Brésil guideront également les analyses développées dans cette recherche. / Os dizeres “ordem e progresso” estampados na bandeira nacional rememoram discursos que atravessam as histórias do Brasil e constituem a nação como “o país do futuro, o país do milagre”. Há, entretanto, em nossa sociedade, lugares que flutuam em fuga deste “milagre” e deste “progresso”. Chamamos esses espaços, hoje, de aldeias indígenas. Lugares que despertam fascínio e medo. Permeiam o imaginário nacional de onde vai emergir o corpo indígena pintado e com um arco e flecha, seja para admiração ou para o pavor. Esses espaços estão presentes nas margens de nossa sociedade, são o contrário do que não tem lugar, eles são heterotopias. O objetivo deste trabalho é realizar uma pesquisa arquegenealógica a partir dos estudos de Michel Foucault a fim de problematizar acontecimentos discursivos que inventaram e inventam identidades de povos indígenas em histórias filmadas no decorrer do século XX até a contemporaneidade. Pretendemos analisar processos discursivos construídos em materialidades fílmicas que agenciam uma ética e uma estética da corporalidade, da sexualidade e do gênero cujos efeitos de sentido objetivam/subjetivam o indígena brasileiro. Essa análise pressupõe focalizar os regimes de verdade que constituem esses discursos. Por que determinados enunciados ganharam destaque na mídia e outros foram interditados, excluídos? Que relações de saber e poder agenciaram e agenciam o movimento dessas agitações históricas? Quais os interesses e as oposições de atores tão distintos como os Governos Brasileiros, a TV Globo, as ONGs, os antropólogos, os documentaristas e os próprios índios como produtores de visibilidades e enunciabilidades sobre as sociedades indígenas? Para Gregolin (2008), a função do arqueogenealogista é “interpretar ou fazer a história do presente”. Este procedimento consistiria em mostrar que “as transformações históricas foram as responsáveis pela nossa atual constituição como sujeitos objetiváveis por ciências, normalizáveis por disciplinas”. A partir desta perspectiva teórica, a proposta é colocar em luta os saberes produzidos pelas diversas produções audiovisuais sobre/dos povos indígenas do lugar histórico de onde eles falam. Na relação mais estrita entre discurso e mídia, as contribuições na elaboração de uma Semiologia Histórica de J.J. Courtine e as propostas de uma análise do discurso com Michel Foucault empreendida por Rosário Gregolin e diversos pesquisadores brasileiros, que retomam as formulações da AD francesa e ampliam as reflexões sobre o funcionamento da mídia, no Brasil, também nortearão as análises desenvolvidas nesta pesquisa. / The words "order and progress" printed on the national flag recall speeches that cross the histories of Brazil and constitute the nation as "the country of the future, the land of the miracle." There are, however, in our society, places that float in flight from this "miracle" and from this "progress." We call these spaces, today, indigenous villages. Places that arouse fascination and fear. They permeate the national imaginary from where the painted native body will emerge with a bow and arrow, either for admiration or for fear. These spaces are present on the margins of our society, they are the opposite of what has no place, they are heterotopias. The objective of this work is to carry out an archeogenealogical research from the studies of Michel Foucault in order to problematize discursive events that invented and invent identities of indigenous peoples in stories filmed during the course of the 20th century to contemporaneity. We intend to analyze discursive processes built on filmic materialities that promote ethics and an aesthetic of corporality, sexuality and gender whose effects of meaning objectify / subjectivate the Brazilian native. This analysis presupposes focusing on the regimes of truth that constitute these discourses. Why have certain statements gained prominence in the media and others have been interdicted, excluded? What relations of knowledge and power have promoted and promote the movement of these historical agitations? What are the interests and oppositions of such distinguished actors as the Brazilian Governments, TV Globo, NGOs, anthropologists, documentarists and the Indians themselves as producers of visibilities and statements about indigenous societies? For Gregolin (2008), the function of archegenealogist is "to interpret or make the history of the present". This procedure would consist to show that "historical transformations were responsible for our present constitution as objectifiable subjects by science, normalizable by disciplines ". From this theoretical perspective, the proposal is to put in struggle the knowledge produced by the various audiovisual productions about / from the indigenous peoples of the historical place from where they speak. In the stricter relation between discourse and the media, the contributions in the elaboration of a Historical Semiology by J.J. Courtine and the proposals of an analysis of the discourse with Michel Foucault undertaken by Rosário Gregolin and several Brazilian researchers, who retake the formulations of the French AD and broaden the reflections about operation of the media in Brazil, will also guide the analyzes developed in this research.
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Etnodesenvolvimento e o mercado verde na Amazônia indígena: Os Asuriní no Médio Xingu / Ethnodevelopment and green markets in the indigenous Amazon: the Asuriní of the Middle Xingu.Ribeiro, Fabio Augusto Nogueira 25 March 2009 (has links)
Ao longo das últimas décadas, os processos de liberalização da economia brasileira e avanço do ambientalismo geraram novas representações e políticas relativas à floresta e aos povos indígenas amazônicos. Dentro desse movimento, a comercialização de produtos florestais não madeireiros através, em alguns casos, de parcerias entre a Fundação Nacional do Índio e empresas passou a ser apresentada como uma ferramenta para o desenvolvimento indígena e para a conservação ambiental. Sob a perspectiva do etnodesenvolvimento, entretanto, a questão central que fundamenta a dissertação é se os regimes de produção, circulação e consumo engendrados por esse \'indigenismo público-privado\' são compatíveis com as economias políticas nativas. Para responder a esta questão, o estudo está baseado no caso dos Asuriní do Xingu, grupo Tupi incluído na parceria para a comercialização de óleo de castanha-do-pará entre a cooperativa Amazoncoop e a empresa britânica The Body Shop. A pesquisa de campo foi estruturada em dois níveis. No primeiro, por meio de entrevistas e conversas informais, foram levantadas informações sobre a história e a economia política da parceria. Os resultados obtidos evidenciaram que a parceria foi incapaz de romper com a assimetria de poder que caracteriza a relação entre os indígenas e a economia de mercado. No segundo nível, por meio de técnicas qualitativas (entrevistas, conversas informais, diagnóstico rural participativo) e quantitativas (surveys e observações de alocação de tempo), foram levantadas informações relativas à participação dos Asuriní na parceria, bem como os impactos da atividade sobre a economia doméstica. Nesse caso, a incompatibilidade entre o regime indígena e aquele fomentado pela parceria foi evidenciada pela escassez de alimentos no período da coleta; pela distribuição desigual dos recursos monetários entre os grupos familiares; pela acentuação do conflito entre dinheiro e reciprocidade e pelo incremento da dependência por bens industrializados. A diversidade, entretanto, das estratégias econômicas familiares, a incorporação do dinheiro pelas concepções indígenas de riqueza e a continuidade das atividades de subsistência são expressões de que a maior participação na economia de mercado tem como corolário não a \'aculturação\', mas uma transformação na forma como a sociedade indígena se reproduz. / In the last two decades, the synchronous processes of liberalisation of the Brazilian economy and the advancement of environmentalism generated new representations and policies regarding Amazonian rainforests and indigenous peoples. Within this movement, the commercialisation of non timber forest products, through, in a few cases, the implementation of partnerships between the National Indian Foundation of Brazil and companies, began to be presented as a tool for the development of indigenous societies, as well as for environmental conservation. Adopting an ethnodevelopment perspective, however, the central question posed by this dissertation is whether the regimes of production, circulation and consumption devised by this form of \'public-private indigenism are compatible with their political economies. To advance this question, this study is based on the case of the Asuriní do Xingu, a Tupi group included in the partnership for the commercialisation of Brazil-nut oil between the Amazoncoop cooperative and the UK-based company, The Body Shop. Field research was structured into two levels. At the first level, information about the history and the political economy of the partnership were gathered by means of informal interviews. Results at this level indicate the partnership has been unable of breaking down the historical asymmetry of power which characterises the relationship between indigenous societies and the market economy. At the second level, by means of qualitative and quantitative techniques of data gathering, we collected information regarding Asurinís participation in the partnership, as well as the impacts of the trade activity to their domestic economy. In this case, the incompatibility between the indigenous economic regime and that promoted by the partnership implementation was evidenced by food shortages during the harvesting period; by the unequal distribution of monetary incomes among households; by uprising conflicts as regards monetary incomes and reciprocal exchanges of goods, and by their increasing dependence on industrialised goods. Notwithstanding that, the diversity of household economic strategies, the incorporation of money into indigenous conceptualisations of wealth and the continuity of traditional subsistence practices are evidences supporting the argument that an increase in market participation is not a corollary of indigenous peoples \'acculturation\', but a transformation in their form of social reproduction.
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"Quanto mais doce, melhor" : um estudo antropológico das práticas alimentares da doce sociedade Mbyá-GuaraniTempass, Mártin César January 2010 (has links)
A presente tese de Doutorado em Antropologia Social parte da constatação de que o sabor doce é muito importante para os seres humanos. Aliás, ao contrário do que afirma a bibliografia, a produção e o consumo de doces são muito difundidos inclusive entre os grupos indígenas. Desta forma, tem-se como objetivo uma análise antropológica da produção e consumo de alimentos entre os Mbyá-Guarani – grupo indígena brasileiro – enfatizando os seus sabores doces e os sentidos a eles atribuídos. A partir dos dados obtidos junto aos Mbyá-Guarani é possível repensar a contribuição dos grupos indígenas na formação da culinária e, mais especificamente, o papel destes grupos na cultura doceira brasileira. / This thesis of Doctorate in Social Anthropology starts from the fact that the sweet flavor is very important to human being. Moreover, contrary to what the literature says, the production and consumption of sweets is very widespread even among indigenous group. Thus, it has at objective an anthropological analysis of food’s productions and consumption among the Mbyá-Guarani – Brazilian indigenous group - emphasizing the sweet flavor and the meaning give to them. From the data obtained from the Mbyá-Guarani is possible rethink the contribution of indigenous group in the formation of the cuisine and, more specifically, the role of this group in the Brazilian culture of make sweets.
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"Quanto mais doce, melhor" : um estudo antropológico das práticas alimentares da doce sociedade Mbyá-GuaraniTempass, Mártin César January 2010 (has links)
A presente tese de Doutorado em Antropologia Social parte da constatação de que o sabor doce é muito importante para os seres humanos. Aliás, ao contrário do que afirma a bibliografia, a produção e o consumo de doces são muito difundidos inclusive entre os grupos indígenas. Desta forma, tem-se como objetivo uma análise antropológica da produção e consumo de alimentos entre os Mbyá-Guarani – grupo indígena brasileiro – enfatizando os seus sabores doces e os sentidos a eles atribuídos. A partir dos dados obtidos junto aos Mbyá-Guarani é possível repensar a contribuição dos grupos indígenas na formação da culinária e, mais especificamente, o papel destes grupos na cultura doceira brasileira. / This thesis of Doctorate in Social Anthropology starts from the fact that the sweet flavor is very important to human being. Moreover, contrary to what the literature says, the production and consumption of sweets is very widespread even among indigenous group. Thus, it has at objective an anthropological analysis of food’s productions and consumption among the Mbyá-Guarani – Brazilian indigenous group - emphasizing the sweet flavor and the meaning give to them. From the data obtained from the Mbyá-Guarani is possible rethink the contribution of indigenous group in the formation of the cuisine and, more specifically, the role of this group in the Brazilian culture of make sweets.
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"Quanto mais doce, melhor" : um estudo antropológico das práticas alimentares da doce sociedade Mbyá-GuaraniTempass, Mártin César January 2010 (has links)
A presente tese de Doutorado em Antropologia Social parte da constatação de que o sabor doce é muito importante para os seres humanos. Aliás, ao contrário do que afirma a bibliografia, a produção e o consumo de doces são muito difundidos inclusive entre os grupos indígenas. Desta forma, tem-se como objetivo uma análise antropológica da produção e consumo de alimentos entre os Mbyá-Guarani – grupo indígena brasileiro – enfatizando os seus sabores doces e os sentidos a eles atribuídos. A partir dos dados obtidos junto aos Mbyá-Guarani é possível repensar a contribuição dos grupos indígenas na formação da culinária e, mais especificamente, o papel destes grupos na cultura doceira brasileira. / This thesis of Doctorate in Social Anthropology starts from the fact that the sweet flavor is very important to human being. Moreover, contrary to what the literature says, the production and consumption of sweets is very widespread even among indigenous group. Thus, it has at objective an anthropological analysis of food’s productions and consumption among the Mbyá-Guarani – Brazilian indigenous group - emphasizing the sweet flavor and the meaning give to them. From the data obtained from the Mbyá-Guarani is possible rethink the contribution of indigenous group in the formation of the cuisine and, more specifically, the role of this group in the Brazilian culture of make sweets.
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Etnodesenvolvimento e o mercado verde na Amazônia indígena: Os Asuriní no Médio Xingu / Ethnodevelopment and green markets in the indigenous Amazon: the Asuriní of the Middle Xingu.Fabio Augusto Nogueira Ribeiro 25 March 2009 (has links)
Ao longo das últimas décadas, os processos de liberalização da economia brasileira e avanço do ambientalismo geraram novas representações e políticas relativas à floresta e aos povos indígenas amazônicos. Dentro desse movimento, a comercialização de produtos florestais não madeireiros através, em alguns casos, de parcerias entre a Fundação Nacional do Índio e empresas passou a ser apresentada como uma ferramenta para o desenvolvimento indígena e para a conservação ambiental. Sob a perspectiva do etnodesenvolvimento, entretanto, a questão central que fundamenta a dissertação é se os regimes de produção, circulação e consumo engendrados por esse \'indigenismo público-privado\' são compatíveis com as economias políticas nativas. Para responder a esta questão, o estudo está baseado no caso dos Asuriní do Xingu, grupo Tupi incluído na parceria para a comercialização de óleo de castanha-do-pará entre a cooperativa Amazoncoop e a empresa britânica The Body Shop. A pesquisa de campo foi estruturada em dois níveis. No primeiro, por meio de entrevistas e conversas informais, foram levantadas informações sobre a história e a economia política da parceria. Os resultados obtidos evidenciaram que a parceria foi incapaz de romper com a assimetria de poder que caracteriza a relação entre os indígenas e a economia de mercado. No segundo nível, por meio de técnicas qualitativas (entrevistas, conversas informais, diagnóstico rural participativo) e quantitativas (surveys e observações de alocação de tempo), foram levantadas informações relativas à participação dos Asuriní na parceria, bem como os impactos da atividade sobre a economia doméstica. Nesse caso, a incompatibilidade entre o regime indígena e aquele fomentado pela parceria foi evidenciada pela escassez de alimentos no período da coleta; pela distribuição desigual dos recursos monetários entre os grupos familiares; pela acentuação do conflito entre dinheiro e reciprocidade e pelo incremento da dependência por bens industrializados. A diversidade, entretanto, das estratégias econômicas familiares, a incorporação do dinheiro pelas concepções indígenas de riqueza e a continuidade das atividades de subsistência são expressões de que a maior participação na economia de mercado tem como corolário não a \'aculturação\', mas uma transformação na forma como a sociedade indígena se reproduz. / In the last two decades, the synchronous processes of liberalisation of the Brazilian economy and the advancement of environmentalism generated new representations and policies regarding Amazonian rainforests and indigenous peoples. Within this movement, the commercialisation of non timber forest products, through, in a few cases, the implementation of partnerships between the National Indian Foundation of Brazil and companies, began to be presented as a tool for the development of indigenous societies, as well as for environmental conservation. Adopting an ethnodevelopment perspective, however, the central question posed by this dissertation is whether the regimes of production, circulation and consumption devised by this form of \'public-private indigenism are compatible with their political economies. To advance this question, this study is based on the case of the Asuriní do Xingu, a Tupi group included in the partnership for the commercialisation of Brazil-nut oil between the Amazoncoop cooperative and the UK-based company, The Body Shop. Field research was structured into two levels. At the first level, information about the history and the political economy of the partnership were gathered by means of informal interviews. Results at this level indicate the partnership has been unable of breaking down the historical asymmetry of power which characterises the relationship between indigenous societies and the market economy. At the second level, by means of qualitative and quantitative techniques of data gathering, we collected information regarding Asurinís participation in the partnership, as well as the impacts of the trade activity to their domestic economy. In this case, the incompatibility between the indigenous economic regime and that promoted by the partnership implementation was evidenced by food shortages during the harvesting period; by the unequal distribution of monetary incomes among households; by uprising conflicts as regards monetary incomes and reciprocal exchanges of goods, and by their increasing dependence on industrialised goods. Notwithstanding that, the diversity of household economic strategies, the incorporation of money into indigenous conceptualisations of wealth and the continuity of traditional subsistence practices are evidences supporting the argument that an increase in market participation is not a corollary of indigenous peoples \'acculturation\', but a transformation in their form of social reproduction.
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