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Investigação de distúrbios metabólicos associados à Hiperuricemia; atividades biológicas de Myrciaria caulifora, Crataeva tapia e Indigofera suffructicosaARAÚJO, Tiago Ferreira da Silva 30 April 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-04-30 / CAPEs / O presente estudo teve como objetivo investigar a relação entre hiperuricemia, distúrbios
metabólicos e as atividades biológicas de Myrciaria cauliflora, Crataeva tapia e
Indigofera suffruticosa. Para tanto, foi realizado inicialmente um estudo populacional, com
3620 voluntários, adultos, homens, não diabéticos, do Nordeste brasileiro. Obesidade
abdominal e hipertrigliceridemia foram avaliadas para a identificação do fenótipo
denominado Cintura Hipertrigliceridêmica (CHTG) e para a avaliação da influência desses
distúrbios metabólicos sobre a hiperuricemia. Posteriormente, estudos com modelo animal
(Mus musculus) foram conduzidos. Assim, extratos orgânicos (etéreo, acetônico e
metanólico) foram preparados a partir do epicarpo de frutos maduros de M. cauliflora,
denominados, sequencialmente, de MCEE, MCAE e MCME, nas concentrações de
200mg/Kg e de 400mg/Kg. Análise fitoquímica e estudo da toxicidade oral desses extratos
foram realizadas. MCAE foi administrado durante 14 dias em camundongos com diabetes
induzida por aloxana; e avaliação do perfil glicídico, lipídico, de função renal e hepática e
análise histológica do pâncreas foram realizadas. Atividade anti-hiperuricêmica de MCAE,
em modelo de oxonato de potássio, também foi investigada. MCEE, MCAE e MCME
foram usados para a avaliação de: atividade anti-inflamatória, usando os modelos de edema
de pata e de peritonite; atividade antinociceptiva, nos modelos de dor induzida por ácido
acético e de placa quente; atividade antioxidante, por ensaio com 2,2-difenil-β-
picrilhidrazil; e atividade antitumoral, contra tumor sólido de carcinoma de Ehrlich.
Lectina de C. tapia foi purificada e testada para avaliação de atividade hipoglicêmica.
Extratos etéreo, clorofórmico e acetônico de folhas de I. suffruticosa foram preparados,
analisados fitoquimicamente e testados contra cepas de S. aureus. Como principais
resultados, este estudo demonstrou que: obesidade abdominal e hipertrigliceridemia,
isoladas, mostraram significativas razões de chance (RC) sobre a presença de
hiperuricemia, porem o fenótipo CHTG demonstrou o maior efeito (RC = 4,3),
especialmente após o uso dos pontos de corte obtidos especificamente para a população do
estudo; hiperuricemia apresentou uma forte associação com alto risco de morte por evento
cardiovascular em dez anos (RC = 3,5); 200mg/Kg/dia e 400mg/Kg/dia de MCAE causou
uma redução significativa da glicose plasmática e redução nos níveis séricos de
triglicerídios, uréia, creatinina e transaminases, aumento de HDL-colesterol, melhora do
aspecto morfológico das ilhotas pancreáticas e diminuição de cerca de 50% nos níveis de
ácido úrico; MCEE, MCAE e MCME apresentaram relevante atividade antioxidante e
produziram reduções significativas da resposta inflamatória, de nocicepção e da massa
tumoral; lectina de C. tapia provocou redução significativa nos níveis de glicose, melhora
das funções e dos aspectos morfológicos dos rins, pâncreas e fígado de camundongos
diabéticos; o extrato acetônico de folhas de I. suffruticosa foi um potente inibidor de S.
aureus, seguido pelo extrato clorofórmico, melhorando também sinergisticamente o efeito
da eritromicina. Portanto, hiperuricemia está bastante relacionada com o fenótipo CHTG
em homens do Nordeste do Brasil, podendo elevar em muito o risco cardiovascular desses
indivíduos. M. cauliflora demonstrou um grande potencial terapêutico para hiperuricemia e
as condições metabólicas associadas e, assim como lectina de C. tapia, demonstrou ser um
agente promissor para o tratamento da diabetes; enquanto que I. suffruticosa mostrou-se
ser bastante promissora contra S. aureus. / This study aimed to investigate the relationship among hyperuricemia, metabolic disorders
and the biological activities of Myrciaria cauliflora, Crataeva tapia e Indigofera
suffruticosa. Therefore, it was initially performed a population study, with 3620
volunteers, adults, men, non-diabetic, from northeastern Brazil. Abdominal obesity and
hypertriglyceridemia were evaluated for the identification of phenotype referred as
Hypertriglyceridemic Waist (HTGW) and to assess the influence of these metabolic
disorders hyperuricemia. Later, animal model studies (Mus musculus) were conducted.
Thus, organic extracts (ether, acetone, and methanol) were prepared from ripe fruit epicarp
of M. cauliflora referred to, sequentially, MCEE, MCAE, and MCME, at concentrations of
200mg/Kg and 400mg/Kg. Phytochemical analysis and study of oral toxicity of these
extracts were made. MCAE was administered for 14 days in mice with alloxan-induced
diabetes; and evaluation of glucose profile, lipid, renal and hepatic function and
histological analysis of the pancreas were performed. Anti-hyperuricemic activity of
MCAE, in potassium oxonate model, was investigated. MCEE, MCAE, and MCME were
used for evaluation of: anti-inflammatory activity, using the rat paw edema model and
peritonitis; antinociceptive activity, in models of pain induced by acetic acid and hot plate;
antioxidant activity, by 2,2-diphenyl-β-picrylhydrazyl assay; and antitumor activity against
solid tumor of Ehrlich carcinoma. Lectin of C. tapia was purified and tested for evaluation
of hypoglycemic activity. Ether, chloroform and acetone extracts of leaves of I.
suffruticosa were prepared, phytochemically analyzed and tested against strains of S.
aureus. As main results, this study demonstrated that: abdominal obesity and
hypertriglyceridemia, isolated, showed significant odds ratios (OR) for the presence of
hyperuricemia, but HTGW phenotype demonstrated the most effect (OR = 4.3), especially
after use the cutoffs obtained specifically for the study population; hyperuricemia showed a
strong association with high risk of cardiovascular events death in ten years (OR = 3.5);
200mg/Kg/dia and 400mg/Kg/dia of MCAE caused a significant reduction in plasma
glucose and reduction in serum levels of triglycerides, urea, creatinine and transaminases,
increase in HDL-cholesterol, improvement in the morphological appearance of the
pancreatic islets and decrease about 50% in the levels of uric acid; MCEE, MCAE, and
MCME presented significant antioxidant activity and produced significant reductions in
the inflammatory response, nociception and of the tumor mass; C. tapia lectin caused a
significant reduction in glucose levels, improved the function and morphology of the
kidneys, pancreas and liver of diabetic mice; and the acetone extract from the leaves of I.
suffruticosa was a potent inhibitor of S. aureus followed by chloroform extract, also
synergistically improving the effect of erythromycin. Therefore, hyperuricemia is closely
related to the HTGW phenotype in men in Northeast Brazil, and can significantly increase
the cardiovascular risk of these individuals. M. cauliflora demonstrated a great therapeutic
potential for hyperuricemia and associated metabolic conditions, as well as C. tapia lectin
proved to be a promising agent for the treatment of diabetes; while I. suffruticosa shown to
be quite promising against S. aureus.
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