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"Truce um triângulo no matulão [...] xote, maracatu e baião": a musicalidade de Luiz Gonzaga na construção da "identidade" nordestina

Moraes, Jonas Rodrigues de 16 October 2009 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-27T19:32:43Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Jonas Rodrigues de Moraes.pdf: 12812808 bytes, checksum: f810ff035998b07d3da34bc9fcf2bdc6 (MD5) Previous issue date: 2009-10-16 / Fundação Ford / The discussion about the Northeast and the political division of the country regionalization take part in the pathways institutors of history dynamics as a debate that goes beyond all discourses and power circles present in academic, politic, artistic, and literary points of view. This context has provided the structural elements of what can be called the invention or reinvention of spatial identities, place, the northeast region, and subject, the northeastern people. This dissertation discusses the musical production and the artistic trajectory of Luis Gonzaga, precisely with his invention of the baião and other genres that are appropriated by the accordionist, which served as structural discourses of the referred identity markers of a northeastern identity. The analysis of the songs (lyrics and rhythms) and the performance of the author served as discursive tactics for the construction of a northeastern imaginary. The baião and other genres played by a stage performance organization, called musical trio, forged a type of music which embedded itself naturally in the processes of identity negotiability with its audience. The discursive translation of northeast and northeastern people was also engendered through images and symbols retrieved from garments of regional traditions (the bandits and the cowboys) and reassigned meaning by the artist within a socially urban context.The musicality of Gonzaga was constructed in an intersection between the northeastern backwoods (backlands) and the urban centers (the civilized lands). His production of sounds, themes, and acoustic culture combined were linked to the northeastern regionalism. Gonzaga s music had the capacity to express a sense of northeastern identity (northeasternity or nordestinidade) which reverberated and found resonance in its audience (listeners/receivers). The analysis of the songs was systematically organized seeking to observe the themes that demonstrated and corroborated with the identity landmarks in regards to the northeastern territoriality. It should be noted that the use of such themes was genuinely related to social experiences lived and Gonzaga s musicality so that the themes presented in his repertoire were: drought, suffering, homesickness/nostalgia, baião, backwoods/backlands (countryside), aboio (the cry of the Brazilian cowboy), and cowboy among others. It is a dissertation examined within the perspective of Cultural History, approaching in its theoretical aspects the conceptual categories of identity, traditions, acoustic culture, social imaginary, performance, rural/urban, territory, images, cultural resistance and preservation, national-popular, hybridization, and other rhythms referenced in consonance with the ways of living, the symbolic values, customs and musical artistry. Finally, this work was constructed in a relationship of history with music and its forms of interpretation / As discussões sobre o Nordeste e a política de regionalização do país fazem parte dos percursos instituidores das dinâmicas da história, configurando-se enquanto debates que perpassam por todos os discursos e esferas de poder, tanto do ponto de vista acadêmico, político e artístico como do ponto de vista literário. Esse contexto forneceu elementos estruturantes do que se pode chamar de invenção ou reinvenção de identidades, a espacial, a de lugar, a da região Nordeste e a de nordestino. O presente trabalho discorre sobre a produção musical e a trajetória artística de Luiz Gonzaga, precisamente sobre a invenção do baião e os outros gêneros apropriados pelo sanfoneiro, os quais serviram como discursos fundantes dos referidos marcadores identitários. Verifica-se que as músicas (letras e ritmos) e a performance do autor serviram como táticas discursivas para a construção de um imaginário de Nordeste. O baião e outros gêneros tocados pelo trio musical organização performática de palco forjaram uma prática de música que entrou nos processos de negociação identitária com o seu público/ouvinte. A tradução discursiva de Nordeste e de nordestino foi engendrada também por imagens e símbolos a partir de uma indumentária retirada das tradições regionais (cangaceiros e vaqueiros) e ressignificada pelo artista dentro de um contexto social urbano. A musicalidade de Gonzaga foi construída no entrelugar sertão nordestino/ terras civilizadas. Sua produção de sons, temáticas e de cultura acústica, artisticamente combinados, foi vinculada ao regionalismo nordestino. A sonoridade gonzagueana teve a capacidade de expressar um sentimento de nordestinidade que reverberou e encontrou ressonância em seus ouvintes/receptores. As análises das músicas foram sistematizadas procurando-se observar os temas que demonstraram e corroboraram os marcos identitários nos aspectos da territorialidade nordestina. Deve-se salientar que o emprego de tais temáticas se relacionou com experiências sociais vividas e a musicalidade de Gonzaga; assim, os temas que se apresentaram em seu repertório foram: seca, sofrimento, saudade, baião, sertão, aboio, vaqueiros, entre outros. Trata-se de uma dissertação desenvolvida na perspectiva da História Cultural, abordando em seus aspectos teóricos as categorias conceituais de identidade, tradições, cultura acústica, imaginário, performance, campo/cidade, território, imagens, resistência cultural, nacional-popular, hibridação e ritmos, categorias estas abordadas sob a óptica dos modos de vida, dos valores simbólicos, dos costumes e da arte musical. Enfim, este trabalho se constrói numa relação da história com a música e suas formas de interpretação

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