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Fenologia, biologia da polinização e da reprodução de Pilosocereus byles & rowley (Cactaceae) no nordeste do BrasilLUCENA, Emerson Antonio Rocma Melo de January 2007 (has links)
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Previous issue date: 2007 / Universidade Estadual de Santa Cruz / As flores de Cactaceae apresentam um variado conjunto de características, como: cor,
forma, tamanho, odor, horário de antese e disposição dos órgãos reprodutivos, refletido num
amplo espectro de biótipos florais: melitofilia, ornitofilia, esfingofilia e quiropterofilia, sendo a
família inteiramente zoófila. No que diz respeito às suas espécies quiropterófilas, o gênero
Pilosocereus é um dos mais representativos e importantes na Caatinga. Entretanto, poucos são
os estudos de biologia floral e fenologia para espécies de Cactaceae que ocorrem em áreas de
Caatinga, apesar deste ser o único bioma exclusivamente brasileiro. O presente trabalho traz
informações sobre a biologia floral e reprodutiva de cinco espécies de Pilosocereus, todas
endêmicas de Caatinga, com exceção de P. catingicola ssp. salvadorensis, incluindo uma
revisão bibliográfica sobre a fenologia, a polinização e sistema reprodutivo de outras 70
espécies de Cactaceae em diversos países. Além disso, esta tese analisa a fenologia reprodutiva
de oito espécies de Cactaceae com flores de antese noturna em duas áreas de Caatinga. As
cinco espécies de Pilosocereus analisadas apresentaram padrão de floração contínuo, com
picos entre dezembro e maio (estação chuvosa), enquanto que as espécies de Cereus e Harrisia
apresentaram padrão de floração anual, com picos de floração na estação seca. No gênero
Pilosocereus, observamos polinização por morcegos, esfingídeos e abelhas em populações
naturais de P. catingicola subsp. salvadorensis, P. chrysostele, P. gounellei subsp. gounellei,
P. pachycladus subsp. pernambucoensis e P. tuberculatus. Em todas as cinco espécies
analisadas, o pólen está disponível e o estigma receptivo durante todo o período de antese, que
se inicia geralmente por volta das 17:30-18:00h e termina por volta das 9:00-10:00h da manhã
seguinte. A antese noturna, o forte odor desagradável exalado pelas flores, a coloração clara, a
grande quantidade de néctar (38-495μl) e as baixas concentrações de açúcares (10-31%) são
atributos florais associados à síndrome de quiropterofilia, e foram encontrados nas cinco
espécies de Pilosocereus estudadas. Apesar das características quiropterófilas das espécies,
foram registradas visitas noturnas tanto de morcegos, como Glossophaga soricina e
Lonchophyla mordax, e de esfingídeos, Agrius cingulatus, Cocytius antaeus, Erinnyis alope, E.
ello ello, E. swairsoni e Manduca rustica rustica, além de visitas no período diurno, por
abelhas: Apis mellifera, Trigona spinipes e Xylocopa grisescens e beija-flores: Chlorostilbon
aureoventris, Heliomaster squamosus e Phaetornis gounellei. Os resultados da formação de
frutos, por polinização cruzada, comparados com os resultados de autopolinização manual (0-
13,3%), indicam que a alogamia é o sistema predominante de reprodução, encontrado em
quatro das cinco espécies de Pilosocereus estudadas nas duas áreas, assinalando a dependência na atuação eficiente dos animais vetores de pólen. Apenas P. gounellei é autocompatível. De
acordo com o comportamento dos visitantes noturnos e diurnos e com os resultados das taxas
de formação natural de frutos, as espécies estudadas dependem principalmente dos seus
visitantes noturnos, embora a abelha Xylocopa grisescens também atue na formação de frutos.
Apesar da quiropterofilia ser predominante nas espécies de Pilosocereus, P. gounellei foi
visitada e polinizada durante a noite exclusivamente por esfingídeos, fato raro neste gênero, e
que precisa ser melhor interpretado à luz do seu possível significado evolutivo. Por sua vez, a
sobreposição no uso dos recursos florais pelos morcegos Glossophaga soricina e Lonchophylla
mordax pode favorecer as espécies P. catingicola subsp. salvadorensis, P. chrysostele, P.
pachycladus subsp. pernambucoensis e P. tuberculatus, pois a ausência de um dos morcegos
pode ser compensada pela presença do outro. Isto é particularmente importante, uma vez que as
duas áreas onde foram desenvolvidos os estudos vêm sofrendo fortes pressões decorrentes dos
processos de fragmentação e isolamento, tratando-se de refúgios vegetacionais cercado por
pequenas propriedades que exploram os recursos silvestres locais e desenvolvem cultivos
agrícolas variados. Dessa forma, fica evidente que as espécies de Pilosocereus aqui estudadas
são importantes fontes de alimento, tratando-se de recursos florais chave para os morcegos
nectarívoros residentes, especialmente Glossophaga soricina e Lonchophylla mordax, bem
como na manutenção dos diferentes esfingídeos ocorrentes nestas áreas de Caatinga
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