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A exclusão do roteiro no financiamento da cadeia produtiva do filme no Brasil / The exclusion of the script in financing of the film chain production in Brazil.

Collazzi, André Meirelles 10 November 2014 (has links)
A presente dissertação se dedica a mapear a organização do trabalho na atual cadeia produtiva do audiovisual na cidade de São Paulo, por meio da análise das atuais formas de produção do cinema e do atual modelo de financiamento do setor, com o objetivo de evidenciar seus principais elos e suas principais vulnerabilidades. Um setor identificado como vulnerável, porém, pouco evidenciado, está localizado no início da cadeia produtiva o desenvolvimento de projetos. Essa etapa, que inicia todo o processo do filme, está muito centrada na figura de um profissional o roteirista. Portanto, esta pesquisa está centrada na identificação da vulnerabilidade desse profissional, em suas relações de trabalho e seus níveis de relacionamento, em sua influência nos outros setores da cadeia produtiva, como também, na atual condição de trabalho que lhe é ofertada. Foram identificadas três questões centrais para justificar a atual vulnerabilidade da profissão de roteirista, que se desmembram em outros apontamentos, são elas: a disputa de autoria entre diretor e escritor no final dos anos 60 (cinema e literatura), as relações flexíveis impostas pelo novo modelo de trabalho apoiado na lógica da intermitência e fragmentação e por último, a falta de organização do profissional de roteiro enquanto categoria. / This thesis aims at drawing a map of the current state of the audiovisual industry productive chain in the city of São Paulo. I shall analyse the current forms of film production and the sector\'s funding model, seeking to outline its most relevant nodes and its main vulnerabilities. One particular aspect that has been identified as vulnerable, while rarely identified, is located at the beginning of the productive chain: project development. This stage, which upstarts the whole film process, is very centered on one sole professional: the writer. Therefore, this research is oriented at the identification of vulnerabilities pertaining to this professional in particular, in their work relations and levels of relationship, in their influence on other sectors of the production chain, as well as in the current working conditions offered to them. Three main questions have been identified, which explain the current vulnerability of the writer profession. These questions are developed into other remarks. The three questions are namely: the dispute surrounding authorship, between director and writer, at the end of the 1960s (cinema and literature); the flexible relations imposed by the new working model supported by the logic of precariousness and fragmentation; and the lack of professional organizations among writers as a social category.
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A exclusão do roteiro no financiamento da cadeia produtiva do filme no Brasil / The exclusion of the script in financing of the film chain production in Brazil.

André Meirelles Collazzi 10 November 2014 (has links)
A presente dissertação se dedica a mapear a organização do trabalho na atual cadeia produtiva do audiovisual na cidade de São Paulo, por meio da análise das atuais formas de produção do cinema e do atual modelo de financiamento do setor, com o objetivo de evidenciar seus principais elos e suas principais vulnerabilidades. Um setor identificado como vulnerável, porém, pouco evidenciado, está localizado no início da cadeia produtiva o desenvolvimento de projetos. Essa etapa, que inicia todo o processo do filme, está muito centrada na figura de um profissional o roteirista. Portanto, esta pesquisa está centrada na identificação da vulnerabilidade desse profissional, em suas relações de trabalho e seus níveis de relacionamento, em sua influência nos outros setores da cadeia produtiva, como também, na atual condição de trabalho que lhe é ofertada. Foram identificadas três questões centrais para justificar a atual vulnerabilidade da profissão de roteirista, que se desmembram em outros apontamentos, são elas: a disputa de autoria entre diretor e escritor no final dos anos 60 (cinema e literatura), as relações flexíveis impostas pelo novo modelo de trabalho apoiado na lógica da intermitência e fragmentação e por último, a falta de organização do profissional de roteiro enquanto categoria. / This thesis aims at drawing a map of the current state of the audiovisual industry productive chain in the city of São Paulo. I shall analyse the current forms of film production and the sector\'s funding model, seeking to outline its most relevant nodes and its main vulnerabilities. One particular aspect that has been identified as vulnerable, while rarely identified, is located at the beginning of the productive chain: project development. This stage, which upstarts the whole film process, is very centered on one sole professional: the writer. Therefore, this research is oriented at the identification of vulnerabilities pertaining to this professional in particular, in their work relations and levels of relationship, in their influence on other sectors of the production chain, as well as in the current working conditions offered to them. Three main questions have been identified, which explain the current vulnerability of the writer profession. These questions are developed into other remarks. The three questions are namely: the dispute surrounding authorship, between director and writer, at the end of the 1960s (cinema and literature); the flexible relations imposed by the new working model supported by the logic of precariousness and fragmentation; and the lack of professional organizations among writers as a social category.
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A reestruturação produtiva e a micro e pequena empresa brasileira: gestão da qualidade, estrutura flexível, retorno financeiro e a vida social dos empresários

Oliveira, Marco Antonio Gonsales de 21 October 2010 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-25T16:44:17Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Marco Antonio Gonsales de Oliveira.pdf: 821580 bytes, checksum: 3038e800998ac733d4e86a34a657834b (MD5) Previous issue date: 2010-10-21 / This study sought to draw in the context of productive restructuring and the role of micro and small enterprises in this context. Everything indicates that the small business is in a favorable environment for its development despite the employment crisis and the challenge of its own restructuring process in the administrative and technological low cost of small business. The small business is benefited by access to information technology, the flexible and lean toward the market demand and other features that have stimulated growth and stability of small business. In the first chapter there was a literature review on the restructuring, with national and international sources. It was discussed a few studies on the role of small business in the context of restructuring. The increasing participation of small business in the economy, outsourcing and networking, quality management and flexible structure were the themes. In the second chapter, through quantitative studies conducted by Dieese side and prepared by national Sebrae and São Paulo Sebrae, analyzed the reality of small business in Brazil in the restructuring process, from the opening of the domestic market in 1990. Mortality rates of small business of São Paulo and Brazil are in decline since 1997. There is growth in the number of small business, substantial increase in revenues and employment, besides the improvement in birth rate. However, stands the lowest salary of the employed and employees of small business in relation to medium and big companies. In the last chapter of this study, there were six interviews with the use of narrative voice recorder, micro and small entrepreneurs in São Paulo s industrial sector. The central themes such as quality management, structure and flexibility (outsourcing and networking), the financial return and the social life. We conclude that the small business are benefiting from restructuring of production by being part of the new production process of big companies and also of their own small business. The production model based on demand becomes more appropriate to the small business for its flexible and lean. According to research Sebrae, the financial return to owners of the small business is lower than that of the medium and big company, but the qualitative interviews of chapter three points to the financial satisfaction of most entrepreneurs. But with a high rate of dissatisfaction over social life. There were many complaints about the impossibility of taking a vacation, being with family, to have your schedule for recreation, among other activities outside the company / Com este estudo procurou-se desenhar, no contexto da reestruturação produtiva, o papel das micro e pequenas empresas. Tudo indica que as MPEs encontram-se em um ambiente favorável para o seu desenvolvimento apesar da crise do emprego e do desafio do próprio processo de reestruturação na esfera administrativa e tecnológica do pequeno negócio. As MPEs são beneficiadas pelo acesso a tecnologia da informação, a estrutura flexível e enxuta voltada para a demanda do mercado, entre outras características que têm propiciado o crescimento e a estabilidade das MPEs. No primeiro capítulo realizou-se uma revisão literária sobre a reestruturação produtiva com fontes nacionais e internacionais. Discutiu-se alguns estudos sobre o papel das MPEs no contexto da reestruturação produtiva. O aumento da participação das MPEs na economia, a terceirização e a formação de redes, a gestão da qualidade e a estrutura flexível foram os temas abordados. No segundo capítulo, por meio de estudos quantitativos secundários realizados pelo Dieese e elaborado pelo Sebrae nacional e o Sebrae de São Paulo, analisou-se a realidade das MPEs no Brasil no processo de reestruturação produtiva, a partir da abertura do mercado nacional em 1990. Os índices de mortalidade das MPEs de São Paulo e do restante do Brasil encontram-se em queda desde 1997. Há crescimento no número das MPEs, aumento substancial no faturamento e no emprego, além da melhora na taxa de natalidade. Porém, destaca-se a menor remuneração dos ocupados e funcionários das MPEs em relação às MGEs. No último capítulo deste estudo, foram realizadas seis entrevistas narrativas com a utilização de gravador de voz, com micro e pequenos empresários paulistas do setor industrial. Os temas centrais, como a gestão da qualidade, estrutura e flexibilidade (terceirização e formação de redes), o retorno financeiro e a vida social, foram abordados e depois confrontados com os estudiosos do capítulo 1 e os pesquisadores do capítulo 2. Conclui-se que as MPEs são beneficiadas pela reestruturação produtiva por fazer parte do novo processo produtivo das MGEs e também das próprias MPEs. O modelo de produção baseado na demanda torna-se mais adequado às MPEs pela sua estrutura flexível e enxuta. Segundo as pesquisas do Sebrae, o retorno financeiro aos proprietários das MPEs é inferior ao das MGEs, porém as entrevistas qualitativas do capitulo 3 apontam para a satisfação financeira da maioria dos empresários. Mas com alto índice de insatisfação sobre a vida social. Foram muitas as reclamações sobre a impossibilidade de tirar férias, de estar com a família, de ter seu horário para lazer, dentre outras atividades fora da empresa
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Dispositivos de gestão e controle sobre o trabalho : um estudo sobre os gerentes de contas das agências de turismo corporativo

Lauda, Luciene Zenaide Andrade January 2013 (has links)
Cette étude porte sur les formes actuelles de contrôle du travail et s’inscrit dans les discussions sur les transformations de ce qu’il est convenu d’appeler le « capitalisme flexible ». Nous partons de l’idée que la phase actuelle du capitalisme instaure de nouvelles formes de contrôle du travail, au lieu d’abolir purement et simplement les règles du passé, définies dans cette étude comme le contrôle hiérarchique et centralisé représenté par le modèle d’entreprise des années 1960. Notre étude est donc consacrée aux expériences de travail des managers de comptes du tourisme d’affaires. Le choix de ces travailleurs repose sur l’idée qu’ils incarnent de façon emblématique les transformations intervenues dans l’organisation du travail au cours des dernières décennies. Pour atteindre cet objectif, à savoir déterminer quelles sont les nouvelles formes de contrôle et comment elles sont vécues par les managers de comptes du tourisme d’affaires, nous mobilisons le cadre théorique de la sociologie de la gestion et de ses dispositifs. Les dispositifs de gestion sont un ensemble complexe de pratiques, d’outils, de groupes professionnels, mais aussi de discours et de représentations qui visent au contrôle du travail dans les entreprises post-fordistes. Ces discours et pratiques opèrent comme des éléments qui influencent des conduites des individus, en établissant des valeurs et des normes qui régissent les actions, montrent « comment est le monde et comment il doit être vu » et, associés à la logique capitaliste, trouvent leur origine dans la théorie du capital humain. Nous nous proposons ainsi d’analyser comment la collaboration et la coopération des travailleurs sont obtenues, non pas par la coercition et les sanctions, mais grâce à la mobilisation de ces travailleurs et à leur adhésion au projet de l’entreprise. Pour ce faire, nous distinguons trois dimensions dans le fonctionnement de ces dispositifs : opérationnelle, culturelle et politique. Dans ce cadre, nous identifions le recours au client comme un indicateur transversal aux trois dimensions définies. Nous avons réalisé douze entretiens semi-directifs avec des managers de comptes et deux entretiens supplémentaires avec des professionnels que nous jugeons pertinents pour cette étude : l’un travaille comme chargé de comptes voyages et, de ce fait, est le garant des intérêts des entreprises clientes, l’autre est président d’une association d’agences de tourisme d’affaires et défend donc les intérêts de ces dernières. Les données recueillies révèlent deux contradictions importantes dans la configuration actuelle du capitalisme et sa relation avec l’organisation du travail : premièrement, les contrôles actuels sont légitimés grâce à des discours vantant la liberté au travail, et deuxièmement, les acteurs que sont les chargés de comptes du tourisme d’affaires sont en même temps des travailleurs – qui vendent leur force de travail en échange d’un salaire – et des capitalistes – dans la mesure où une partie de leurs revenus provient de commissions ou de participation aux bénéfices – qui sont, de ce fait, attachés aux bénéfices, au profit du capital. / Este estudo versa sobre as atuais formas de controle sobre o trabalho e insere-se nas discussões acerca das transformações no que se convencionou chamar de “capitalismo flexível”. Partimos do argumento de que a ordem capitalista atual institui novos controles no trabalho, ao invés de abolir pura e simplesmente as regras do passado, que neste estudo entendemos como o controle centralizado e hierárquico, representado pelo modelo de empresa dos anos 1960. Para tanto, tomamos como objeto de análise as vivências de trabalho dos gerentes de contas do Turismo Corporativo. A escolha desses trabalhadores baseia-se na ideia de que eles encarnam de maneira emblemática as transformações na organização do trabalho ocorridas nas últimas décadas. Para atingir o objetivo aqui proposto, qual seja, responder quais são e como são vivenciadas as novas formas de controle sobre os gerentes de contas do Turismo Corporativo, nos amparamos no marco teórico da Sociologia da Gestão e seus dispositivos. Os dispositivos de gestão são um conjunto complexo de práticas, de ferramentas, de grupos profissionais, mas também de discursos e representações que visam o controle no trabalho nas empresas pós-fordistas. Esses discursos e práticas atuam como elementos formadores das condutas dos indivíduos, estabelecendo valores e normas que regem as ações e mostram “como o mundo é e deve ser visto” e, associados à lógica capitalista, têm sua origem na teoria do capital humano. Propomo-nos, desta forma, a analisar como é obtida a colaboração e a cooperação dos trabalhadores para além da coerção e das sanções, mas sim pela mobilização desses trabalhadores e sua adesão ao projeto empresarial e, para tanto, distinguimos a operação desses dispositivos em três dimensões: operacional, cultural e política. Dentre essas dimensões, apontamos o recurso do cliente, como sendo um indicador que perpassa as três dimensões destacadas. Foram realizadas doze entrevistas semi-estruturadas com gerentes de contas, e mais duas com profissionais que consideramos relevantes para este estudo: um que atua como gestor de conta viagem e, portanto, cuida dos interesses das empresas-clientes e, o outro que atua com presidente de uma associação de agências corporativas e, portanto, cuida dos interesses dessas últimas. Os achados obtidos apontam para duas contradições importantes na configuração do capitalismo atual e sua relação com a organização do trabalho: a primeira foi a de que os controles atuais se legitimam a partir de discursos que pregam a liberdade no trabalho; e a segunda indica que esses atores, os gerentes de contas do Turismo Corporativo, são ao mesmo tempo, trabalhadores - que vendem sua força de trabalho em troca de um salário - e, capitalistas - no sentido em que uma parte de seus rendimentos provém de comissionamento ou de participação nos lucros - e, portanto, atrelados ao lucro, ao ganho do capital.
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Dispositivos de gestão e controle sobre o trabalho : um estudo sobre os gerentes de contas das agências de turismo corporativo

Lauda, Luciene Zenaide Andrade January 2013 (has links)
Cette étude porte sur les formes actuelles de contrôle du travail et s’inscrit dans les discussions sur les transformations de ce qu’il est convenu d’appeler le « capitalisme flexible ». Nous partons de l’idée que la phase actuelle du capitalisme instaure de nouvelles formes de contrôle du travail, au lieu d’abolir purement et simplement les règles du passé, définies dans cette étude comme le contrôle hiérarchique et centralisé représenté par le modèle d’entreprise des années 1960. Notre étude est donc consacrée aux expériences de travail des managers de comptes du tourisme d’affaires. Le choix de ces travailleurs repose sur l’idée qu’ils incarnent de façon emblématique les transformations intervenues dans l’organisation du travail au cours des dernières décennies. Pour atteindre cet objectif, à savoir déterminer quelles sont les nouvelles formes de contrôle et comment elles sont vécues par les managers de comptes du tourisme d’affaires, nous mobilisons le cadre théorique de la sociologie de la gestion et de ses dispositifs. Les dispositifs de gestion sont un ensemble complexe de pratiques, d’outils, de groupes professionnels, mais aussi de discours et de représentations qui visent au contrôle du travail dans les entreprises post-fordistes. Ces discours et pratiques opèrent comme des éléments qui influencent des conduites des individus, en établissant des valeurs et des normes qui régissent les actions, montrent « comment est le monde et comment il doit être vu » et, associés à la logique capitaliste, trouvent leur origine dans la théorie du capital humain. Nous nous proposons ainsi d’analyser comment la collaboration et la coopération des travailleurs sont obtenues, non pas par la coercition et les sanctions, mais grâce à la mobilisation de ces travailleurs et à leur adhésion au projet de l’entreprise. Pour ce faire, nous distinguons trois dimensions dans le fonctionnement de ces dispositifs : opérationnelle, culturelle et politique. Dans ce cadre, nous identifions le recours au client comme un indicateur transversal aux trois dimensions définies. Nous avons réalisé douze entretiens semi-directifs avec des managers de comptes et deux entretiens supplémentaires avec des professionnels que nous jugeons pertinents pour cette étude : l’un travaille comme chargé de comptes voyages et, de ce fait, est le garant des intérêts des entreprises clientes, l’autre est président d’une association d’agences de tourisme d’affaires et défend donc les intérêts de ces dernières. Les données recueillies révèlent deux contradictions importantes dans la configuration actuelle du capitalisme et sa relation avec l’organisation du travail : premièrement, les contrôles actuels sont légitimés grâce à des discours vantant la liberté au travail, et deuxièmement, les acteurs que sont les chargés de comptes du tourisme d’affaires sont en même temps des travailleurs – qui vendent leur force de travail en échange d’un salaire – et des capitalistes – dans la mesure où une partie de leurs revenus provient de commissions ou de participation aux bénéfices – qui sont, de ce fait, attachés aux bénéfices, au profit du capital. / Este estudo versa sobre as atuais formas de controle sobre o trabalho e insere-se nas discussões acerca das transformações no que se convencionou chamar de “capitalismo flexível”. Partimos do argumento de que a ordem capitalista atual institui novos controles no trabalho, ao invés de abolir pura e simplesmente as regras do passado, que neste estudo entendemos como o controle centralizado e hierárquico, representado pelo modelo de empresa dos anos 1960. Para tanto, tomamos como objeto de análise as vivências de trabalho dos gerentes de contas do Turismo Corporativo. A escolha desses trabalhadores baseia-se na ideia de que eles encarnam de maneira emblemática as transformações na organização do trabalho ocorridas nas últimas décadas. Para atingir o objetivo aqui proposto, qual seja, responder quais são e como são vivenciadas as novas formas de controle sobre os gerentes de contas do Turismo Corporativo, nos amparamos no marco teórico da Sociologia da Gestão e seus dispositivos. Os dispositivos de gestão são um conjunto complexo de práticas, de ferramentas, de grupos profissionais, mas também de discursos e representações que visam o controle no trabalho nas empresas pós-fordistas. Esses discursos e práticas atuam como elementos formadores das condutas dos indivíduos, estabelecendo valores e normas que regem as ações e mostram “como o mundo é e deve ser visto” e, associados à lógica capitalista, têm sua origem na teoria do capital humano. Propomo-nos, desta forma, a analisar como é obtida a colaboração e a cooperação dos trabalhadores para além da coerção e das sanções, mas sim pela mobilização desses trabalhadores e sua adesão ao projeto empresarial e, para tanto, distinguimos a operação desses dispositivos em três dimensões: operacional, cultural e política. Dentre essas dimensões, apontamos o recurso do cliente, como sendo um indicador que perpassa as três dimensões destacadas. Foram realizadas doze entrevistas semi-estruturadas com gerentes de contas, e mais duas com profissionais que consideramos relevantes para este estudo: um que atua como gestor de conta viagem e, portanto, cuida dos interesses das empresas-clientes e, o outro que atua com presidente de uma associação de agências corporativas e, portanto, cuida dos interesses dessas últimas. Os achados obtidos apontam para duas contradições importantes na configuração do capitalismo atual e sua relação com a organização do trabalho: a primeira foi a de que os controles atuais se legitimam a partir de discursos que pregam a liberdade no trabalho; e a segunda indica que esses atores, os gerentes de contas do Turismo Corporativo, são ao mesmo tempo, trabalhadores - que vendem sua força de trabalho em troca de um salário - e, capitalistas - no sentido em que uma parte de seus rendimentos provém de comissionamento ou de participação nos lucros - e, portanto, atrelados ao lucro, ao ganho do capital.
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Dispositivos de gestão e controle sobre o trabalho : um estudo sobre os gerentes de contas das agências de turismo corporativo

Lauda, Luciene Zenaide Andrade January 2013 (has links)
Cette étude porte sur les formes actuelles de contrôle du travail et s’inscrit dans les discussions sur les transformations de ce qu’il est convenu d’appeler le « capitalisme flexible ». Nous partons de l’idée que la phase actuelle du capitalisme instaure de nouvelles formes de contrôle du travail, au lieu d’abolir purement et simplement les règles du passé, définies dans cette étude comme le contrôle hiérarchique et centralisé représenté par le modèle d’entreprise des années 1960. Notre étude est donc consacrée aux expériences de travail des managers de comptes du tourisme d’affaires. Le choix de ces travailleurs repose sur l’idée qu’ils incarnent de façon emblématique les transformations intervenues dans l’organisation du travail au cours des dernières décennies. Pour atteindre cet objectif, à savoir déterminer quelles sont les nouvelles formes de contrôle et comment elles sont vécues par les managers de comptes du tourisme d’affaires, nous mobilisons le cadre théorique de la sociologie de la gestion et de ses dispositifs. Les dispositifs de gestion sont un ensemble complexe de pratiques, d’outils, de groupes professionnels, mais aussi de discours et de représentations qui visent au contrôle du travail dans les entreprises post-fordistes. Ces discours et pratiques opèrent comme des éléments qui influencent des conduites des individus, en établissant des valeurs et des normes qui régissent les actions, montrent « comment est le monde et comment il doit être vu » et, associés à la logique capitaliste, trouvent leur origine dans la théorie du capital humain. Nous nous proposons ainsi d’analyser comment la collaboration et la coopération des travailleurs sont obtenues, non pas par la coercition et les sanctions, mais grâce à la mobilisation de ces travailleurs et à leur adhésion au projet de l’entreprise. Pour ce faire, nous distinguons trois dimensions dans le fonctionnement de ces dispositifs : opérationnelle, culturelle et politique. Dans ce cadre, nous identifions le recours au client comme un indicateur transversal aux trois dimensions définies. Nous avons réalisé douze entretiens semi-directifs avec des managers de comptes et deux entretiens supplémentaires avec des professionnels que nous jugeons pertinents pour cette étude : l’un travaille comme chargé de comptes voyages et, de ce fait, est le garant des intérêts des entreprises clientes, l’autre est président d’une association d’agences de tourisme d’affaires et défend donc les intérêts de ces dernières. Les données recueillies révèlent deux contradictions importantes dans la configuration actuelle du capitalisme et sa relation avec l’organisation du travail : premièrement, les contrôles actuels sont légitimés grâce à des discours vantant la liberté au travail, et deuxièmement, les acteurs que sont les chargés de comptes du tourisme d’affaires sont en même temps des travailleurs – qui vendent leur force de travail en échange d’un salaire – et des capitalistes – dans la mesure où une partie de leurs revenus provient de commissions ou de participation aux bénéfices – qui sont, de ce fait, attachés aux bénéfices, au profit du capital. / Este estudo versa sobre as atuais formas de controle sobre o trabalho e insere-se nas discussões acerca das transformações no que se convencionou chamar de “capitalismo flexível”. Partimos do argumento de que a ordem capitalista atual institui novos controles no trabalho, ao invés de abolir pura e simplesmente as regras do passado, que neste estudo entendemos como o controle centralizado e hierárquico, representado pelo modelo de empresa dos anos 1960. Para tanto, tomamos como objeto de análise as vivências de trabalho dos gerentes de contas do Turismo Corporativo. A escolha desses trabalhadores baseia-se na ideia de que eles encarnam de maneira emblemática as transformações na organização do trabalho ocorridas nas últimas décadas. Para atingir o objetivo aqui proposto, qual seja, responder quais são e como são vivenciadas as novas formas de controle sobre os gerentes de contas do Turismo Corporativo, nos amparamos no marco teórico da Sociologia da Gestão e seus dispositivos. Os dispositivos de gestão são um conjunto complexo de práticas, de ferramentas, de grupos profissionais, mas também de discursos e representações que visam o controle no trabalho nas empresas pós-fordistas. Esses discursos e práticas atuam como elementos formadores das condutas dos indivíduos, estabelecendo valores e normas que regem as ações e mostram “como o mundo é e deve ser visto” e, associados à lógica capitalista, têm sua origem na teoria do capital humano. Propomo-nos, desta forma, a analisar como é obtida a colaboração e a cooperação dos trabalhadores para além da coerção e das sanções, mas sim pela mobilização desses trabalhadores e sua adesão ao projeto empresarial e, para tanto, distinguimos a operação desses dispositivos em três dimensões: operacional, cultural e política. Dentre essas dimensões, apontamos o recurso do cliente, como sendo um indicador que perpassa as três dimensões destacadas. Foram realizadas doze entrevistas semi-estruturadas com gerentes de contas, e mais duas com profissionais que consideramos relevantes para este estudo: um que atua como gestor de conta viagem e, portanto, cuida dos interesses das empresas-clientes e, o outro que atua com presidente de uma associação de agências corporativas e, portanto, cuida dos interesses dessas últimas. Os achados obtidos apontam para duas contradições importantes na configuração do capitalismo atual e sua relação com a organização do trabalho: a primeira foi a de que os controles atuais se legitimam a partir de discursos que pregam a liberdade no trabalho; e a segunda indica que esses atores, os gerentes de contas do Turismo Corporativo, são ao mesmo tempo, trabalhadores - que vendem sua força de trabalho em troca de um salário - e, capitalistas - no sentido em que uma parte de seus rendimentos provém de comissionamento ou de participação nos lucros - e, portanto, atrelados ao lucro, ao ganho do capital.

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