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Política e sentidos da palavra preconceito = uma história no pensamento social brasileiro na primeira metade do Século XX / Politics and sense of the word prejudice : a history in the brazilian social thought in the first middle of twenty centuryMachado, Carolina de Paula, 1980- 18 August 2018 (has links)
Orientador: Eduardo Guimarães / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-08-18T06:34:25Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2011 / Resumo: Na escrita de quatro importantes obras das Ciências Sociais do início do século XX, a palavra preconceito adquire sentidos específicos em cada uma delas, sentidos constituídos no funcionamento enunciativo, que é político e histórico. Nossa tese se inscreve na área da Semântica do Acontecimento na qual a análise de sentidos é considerada a partir do acontecimento enunciativo (GUIMARÃES, 2002). Também, são mobilizados alguns conceitos da Análise de Discurso francesa, a partir de trabalhos de Pêcheux (1975; 1988) e Orlandi (1994; 1999). Esta abordagem nos possibilita observar como os autores dessas obras, na primeira metade do século XX, compreendem as relações sociais na construção de um conhecimento sobre a nossa sociedade que serviria de referência para a produção científica que viria depois. Nosso objetivo foi analisar as designações da palavra preconceito nas obras: A evolução do povo brasileiro (1923), de Oliveira Vianna; Casagrande e Senzala (1933), de Gilberto Freyre; Raízes do Brasil (1936), de Sérgio Buarque de Holanda; e Formação do Brasil Contemporâneo (1942), de Caio Prado Júnior. Estas obras abrangem um período de transformação do Brasil, momento em que havia a preocupação do Estado, da elite no poder, dos intelectuais, com as mudanças sociais, econômicas e políticas. Há, assim, nesses textos, uma busca em se compreender os problemas e a formação da sociedade do Brasil do início do século XX. E, na medida em que os autores vão descrevendo as relações sociais, a palavra vai sendo significada. Observando as reescrituras e as articulações que constituem os diferentes domínios semânticos dessa palavra, vemos que os sentidos que circulam nas obras são eufemizados, naturalizados, apagados. E, com isso, na descrição da sociedade brasileira compreendemos que o funcionamento político da enunciação produz sentidos diversos, divididos, contraditórios para a palavra preconceito. No espaço de enunciação científico que essas obras configuram, aquilo que preconceito significa é dado como uma evidência, sendo que a palavra é raramente reescrita por uma definição. Mas, através das análises, vemos que em cada obra a palavra preconceito tem designações diferentes. Assim, além do sentido etimológico "ideia preconcebida", outras reescrituras e articulações vão determinando os sentidos dessa palavra e cada obra tem sentidos específicos que se modificam na relação com as diferentes discursividades que agenciam os locutores-cientistas. É assim que, em uma mesma obra, preconceito pode significar o erro de se supor a identidade, lugar do qual o locutor-cientista se distancia e, ao mesmo tempo, o locutor é agenciado por sentidos que fazem parte de uma teoria biologizante e que se configuram como preconceito racial, sendo que este tipo de preconceito não faz parte do domínio semântico da palavra nessa obra, mas que vai fazer parte dos domínios semânticos das outras obras, pois os outros autores falam deste preconceito ao descreverem a sociedade. Além disso, outros sentidos também circulam para a palavra preconceito, tais como o sentido de discriminação, de exclusão, de opressão, etc., e, desse modo, podemos compreender a instabilidade e a divisão dos sentidos dessa palavra que circula, na maioria das vezes, sob a evidência do sentido etimológico / Abstract: In the writings of four important works of the early twentieth century's Social Sciences the word prejudice acquires specific meanings for each - meanings constituted in the enunciative operation, which is political and historical. Our thesis is part of the Semantics of Events field, in which the analysis of meanings is considered taking the enunciative event as a starting point (Guimarães, 2002). Some concepts taken from the French Discourse Analysis are also put to use, based in works of Pêcheux (1975; 1988) and Orlandi (1994; 1999). This approach enables us to notice how the authors, in the first half of the twentieth century, understand social relations when setting up the knowledge about our society that would later serve as reference for the scientific production that was yet to come. Our objective was to analyze the designations of the word prejudice in the works: A evolução do povo brasileiro (1923), by Oliveira Vianna; Casa-grande e Senzala (1933), by Gilberto Freyre; Raízes do Brasil (1936), by Sérgio Buarque de Holanda; and Formação do Brasil Contemporâneo (1942), by Caio Prado Júnior. These works cover a transformation period of Brazil, when there was a concern of the State, the ruling elite, the intellectuals, about social, economic and political changes. Thus, there is a quest for using these texts in order to comprehend the problems and the formation of Brazilian society in the early twentieth century. While the authors/speakers describe social relations, the word earns its meanings. When we observe the rewritings and articulations that constitute the many semantic domains of the word, we see the meanings used in those works are euphemized, naturalized, cleared. And, with this, in the description of Brazilian society, we understand that the enunciation's political functioning produces diverse, divided, contradicting meanings for the word prejudice. In the scientific enunciative space in which the works are inserted, the meaning of prejudice is taken as granted, since the word is rarely given another definition. But through analysis, we observe that for each work the word prejudice designates a diverse form. So, besides the "before judgment" etymological meaning, other rewritings and articulations determine the specific sense in which the word is understood in each work, modifying the relationship with the various discourses that broker the speakers/scientists. That is how prejudice, in a work, can mean the mistake of supposing an identity, from which the speaker/scientist moves away, and at the same time, the speaker is taken by meanings that are part of a biologizing theory that is set as racial prejudice - and this type of bias is not part of the word's semantic domain in the works, but it will be part of the other works' semantic domain, because the other authors/speakers use this bias to describe their society. Moreover, other meanings for the word prejudice are also used, as for discrimination, exclusion, oppression, etc., and, this way, we can understand the unstableness inconstancy and multiplicity of meanings for a word that is used most of the times under the evidence of its etymological meaning / Doutorado / Linguistica / Doutor em Linguística
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Governamentalidade, educação e normalização: As práticas de subjetivação da Universidade Aberta à Maturidade. / Governmentality, education and normalization: The subjectivation practices of the University Open to Maturity.MEDEIROS, Almira Lins de. 13 September 2018 (has links)
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Previous issue date: 2013-03-25 / Nesta Tese focalizamos formas de educação que visam o desenvolvimento por parte
da pessoa idosa de uma determinada compreensão acerca de sua velhice e de como conduzi-la. A partir da suposição de que naquelas formas de educação analisadas repercutem estratégias de invenção de subjetividades saudáveis, da produção da homogeneização de idosos, e operando com a noção de governamentalidade, de Michel Foucault, investigamos este modo de intervenção do governo das pluralidades, explorando os meandros dessas vias de educação para verificar como são conduzidos os que nela transitam, averiguar os efeitos dessa condução e para dar a conhecer como nela se operam os jogos de poder através dos quais se produzem sujeitos adequados. Para tornar compreensíveis os processos de normalização da conduta da pessoa idosa ali conduzidos, descrevemos a Universidade Aberta à Maturidade (UAMA), da Universidade
Estadual da Paraíba, a sua organização e seu modus operandis. A análise de
documentos, de entrevistas, do registro da observação direta das aulas, das gravações em vídeo de algumas delas, dos textos didáticos, de filmes exibidos em sala de aula, dos textos produzidos pelos alunos e de suas respostas aos questionários a eles aplicados permitiu pensar as práticas operacionalizadas na UAMA como um conjunto de ações de promoção do envelhecimento ativo, propondo cuidados de saúde dos idosos a partir de soluções menos onerosas do que as oferecidas no mercado, tendo o mesmo se tornado possível na convergência de vários interesses. Nas suas práticas, fundadas em asserções das ciências do envelhecimento, utilizam-se maneiras de educar que já vinham sendo empregadas em ações de orientação terapêutica para convencer os idosos de que a
transformação de sua forma de se conduzir é legítima. Para estruturar o campo de
ação desses indivíduos, adequar suas escolhas sobre como viver aos objetivos de
governo da velhice, promove-se o acesso deles a determinados conhecimentos
sobre o processo de envelhecimento e o seu envolvimento em atividades que os
permitam se reconhecer como sujeitos de direito, com o poder e a capacidade de
empreender mudanças no seu modo de se conduzir. Ensinam-lhes como controlar
sua atuação e os sentimentos dela decorrente. A interiorização do que foi aprendido,
vivenciado, torna possível a elaboração de critérios para reger a sua atuação, avaliar
a si e aos outros. Os idosos, compreendendo a necessidade de transformar o seu
modo de vida, fazem uso das regras constituídas por meio das práticas, elegem os
aspectos de si que devem transformar, conformam-se e resistem às verdades a que
tiveram acesso, tudo para afastar de si os riscos de uma velhice não saudável.
Aplicando-se em modificar a sua conduta, reconhecem em si os atributos do idoso
ideal em que foram imersos na UAMA, encontrando-se os efeitos dessa educação
na maneira como enxergam o mundo, e, nele, os idosos como ativos/saudáveis/socialmente desejáveis ou sedentários/doentes/indesejáveis, no
âmbito de uma hierarquização que coloca o primeiro modelo como o de uma velhice
superior e o segundo modelo como indicativo de uma velhice inferior. / In this thesis we focus on forms of education which aim the development by the elder
of a certain understanding about their age and how to conduct it. We work with the
notion of governmentality by Michel Foucault in order to investigate this mode of
government of pluralities, exploring how intricacies of these pathways of education
are conducted to control those transiting in it, and also investigate the effects of
driving and publicizing power games through which suitable subjects are produced.
To make comprehensible how the processes of normalization of elder’s conducts
have been conducted there, we describe the Open University to Maturity (UAMA), of
the State University of Paraiba, its organization and its modus operandi. The analysis
of documents, interviews, and the direct observation of the classes we recorded,
textbooks and films used and shown in classes, the texts produced by the students
and their responses to questionnaires applied to them clarified the practices of UAMA
as a set of actions to promote active aging providing health care for the elderly from
lower cost solutions than those ones offered in the market. The UAMA has made
possible thanks to the convergence of various interests. In its practices, based on
assertions of science of aging, are used ways of educating that were already being
used in the therapeutic actions to convince seniors that the transformation of their
way to lead themselves is legitimate. In order to structure the field of action of these
individuals and, to adjust their choices about how to live the goals of the government
old age, it promotes their access to specific knowledge of the aging process and their
involvement in activities that allow them to recognize themselves as subjects of
Ritghs with the power and capacity to undertake changes in their way of driving their
lives. The practices conducted in the UAMA environment teach them how to control
their actions and feelings resulting from them. The internalization of what was
learned and experienced makes possible the development of criteria to govern their
actions, evaluate themselves and others. The elderly, realizing the need to transform
their way of life, make use of the rules established by the educative practices to elect
aspects of themselves that should be transformed, conforming to and resisting the
truths they had access to, doing everything to put away from them the risks of an
unhealthy old age. Making a serious effort to modify their behavior, they recognize in
themselves the attributes of the ideal old man/woman in which they have been
emerged. We observed the effects of the forms of education of the UAMA in the
ways they see the world, and in the ways by which they can define what means to be
(1) active / healthy / desirable socially or (2) sedentary / sick / undesirable old
men/women within a hierarchy that places the first model as a superior age and the
second model as indicative of a inferior age.
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