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A parentalidade enquanto objeto de estudo, ao longo dos anos, para além de umprocesso complexo também envolve diversos intervenientes. A transição da juventudepara a vida adulta e para a parentalidade leva a um amplo campo de análise e reflexão,em particular no que se refere às especificidadedes da forma de envolvimento paterno.Desde logo, é necessário compreender a relação atual da família com um conjunto deinstituições, tanto privadas como estatais.Assim, este estudo pretende dar voz a 30 jovens/ jovens adultos de ambos ossexos com idades compreendidas entre os 18 e os 29 anos, para que possam expressar assuas opiniões, expetativas e preocupações num momento que se diz ser de transição davida escolar para a vida profissional e o que os leva a tomarem a decisão de optarem ounão pela parentalidade. Utilizou-se a entrevista semi-estruturada de modo acompreender quais os aspetos positivos e limitações que a juventude encontra nesta fasedas suas vidas. Seguindo uma perpetiva compreensiva com estes jovens, este estudoexploratório proporciona um momento de partilha onde a reflexão se tornou essencial.Embora se registe uma mudança positiva dos/das jovens no que respeita aigualdade de géneros e a vontade de exercer a parentalidade em pleno, denota-se umainabilidade por parte do Estado e das empresas em desenvolver redes de apoio queassegurem estabilidade profissional para que o desejo destes jovens seja cumprido. Já lávão os tempos em que o pai era visto como o ganha-pão da família e a mãe a comocuidadora do lar e estes jovens perspetivam novas configurações familiares ainda quesintam poucas condições favoráveis a essa perspetiva por parte do seu país e dos seusempregadores.Portugal necessita de aumentar a rede de apoio a pais jovens para que estes nãose sintam pressionados em termos de horários e não adiem a parentalidade. A nívelempresarial, todos concordam que o bom relacionamento patrão/empregado passa pelodiálogo de modo a que ambos saiam favorecidos em termos profissionais e pessoais.Este tipo de estudos é fundamental para conhecermos a realidade dos/as jovensportugueses/as de forma a poder desenvolver-se estratégias e políticas que se adequemàs suas necessidades, projetos e trajetórias de vida.

Apesar da redução da taxa de incidência e de mortalidade em Portugal, o cancro docolo do útero apresenta, ainda, valores preocupantes por todo o Mundo. Vários são os fatoresde risco a ele associados e o nível de conhecimento da população revela-se abaixo do níveldesejado.Nesse sentido, surgiu a necessidade de adaptar um instrumento que permitisse avaliara predição de comportamentos de risco associados ao cancro do colo do útero na populaçãoportuguesa, tendo por base a Teoria do Comportamento Planeado, uma teoria amplamenteutilizada para explicar o comportamento humano. O questionário abrange três dos principaiscomportamentos de risco (uso do preservativo, número de parceiros sexuais e realização doexame citológico) e as quatros componentes da teoria (atitudes, normas subjetivas, controlocomportamental percebido e intenção).A amostra contou com a participação de 179 estudantes universitárias do sexofeminino da região Norte do país.Os resultados revelaram bons indicadores de consistência interna (α de Cronbachentre .79 e .91). Indicaram também correlações significativas que suportam o modeloteórico. Estas relações evidenciaram também especificidades em função do tipo decomportamento em análise, tal como a teoria prevê. Em suma, a fidelidade e validade doconstruto foram asseguradas. As estudantes revelaram, em média, não usar preservativo nassuas relações sexuais e terem tido um parceiro sexual no espaço anterior de 15 dias, erevelaram, ainda, nunca terem realizado o exame citológico.No futuro, seria interessante avaliar os resultados deste instrumento em pré e pósteste, com um grupo experimental e um grupo de controlo, introduzindo, na avaliação deefeitos de uma intervenção que potenciasse a adesão a comportamentos preventivos docancro do colo do útero.

A autorregulação comportamental e emocional constituem, desde uma idadeprecoce, dois fatores de grande importância para o desenvolvimento da criança,pois representam uma forte influência ao nível do sucesso escolar, dascompetências sociais, e do desenvolvimento de um comportamento ajustado e pró-social. A aprendizagem musical de forma estruturada, embora não revelando umapresença obrigatória no percurso académico das crianças, parece estarrelacionada com o desenvolvimento destes fatores. Esta associação gera umelevado interesse na exploração da relação entre a frequência do ensino musical aa regulação comportamental e emocional, e das vantagens de incluir este tipo deensino, desde cedo, no percurso escolar do indivíduo. O presente estudo procuracomparar crianças de idades entre os 7 e os 9 anos, que integram dois grupos: umgrupo de crianças que frequenta o ensino musical de forma estruturada, há pelomenos 5 meses, e um grupo de comparação. Estes dois grupos são comparadosao nível dos resultados obtidos nos instrumentos utilizados para avaliação devariáveis como problemas de comportamento internalizado e externalizado,autocontrolo, autorregulação comportamental, autorregulação emocional erelacionamento com os pares - Questionário de Capacidades e Dificuldades(Goodman, Forth, Simmons, Gatwrd, & Meltzer, 2003); Sistema de Classificação deCapacidades Sociais (Greshman & Elliot, 1990); HTKS (McClelland & Cameron,2011); Círculos Impossivelmente Perfeitos (Goldsmith, Reilly, Lemery, Longley, &Prescott, 1999); Tarefa da Situação Desafiante (Denham, Way, Kalb, Warren-Khot,& Bassett, 2013) - recorrendo a vários tipos de informantes (pais, professores einvestigadores). Algumas diferenças foram verificadas ao nível das variáveismencionadas, nomeadamente no que diz respeito ao comportamento pró-social,regulação emocional e comportamental, e autocontrolo, favorecendotendencialmente o grupo de crianças que frequenta o ensino musical.

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