Spelling suggestions: "subject:"comunicação contrahegemônica"" "subject:"comunicação contrahegemônico""
1 |
Brasil periferia(s): a comunicação insurgente do Hip-HopMoassab, Andreia 19 December 2008 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-26T18:17:38Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Andreia Moassab.pdf: 28208612 bytes, checksum: 92aa527108e41fb7ecc9f7203051a60f (MD5)
Previous issue date: 2008-12-19 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / This thesis studies the resistance processes carried out in Brazil by thousands of
young people linked to hip-hop. These youngsters actively participate in the production
of knowledge and in the re-semantization of the Brazilian deprived suburbs in
the context of the contemporary world. Their voice emerges against homogenized
symbolic constructions produced by dominant thinking, i.e., that strand of thought
grounded on values and desires in strict accordance with the hegemonic economic
system.
We understand that the sharing of knowledge is the basis for resistance. Therefore,
comunication is placed at the core of resistence: knowledge shared and multiplied.
The concept of comunication, however, has been increasingly limited to mediatic
objects. As a consequence, diverse communicative practices are being neglected in
communication epistemological theory. This is why it is extremely important to
widen the understanding of communicational objects in order to include manifestations
otherwise invisible in mainstream media.
The analytical corpus of this investigation is composed by the lyrics of hip-hop songs,
analysed from the point of view of comunication and sociology. One of the main
theoretical landmarks in this work are the concepts from Boaventura Santos (2006a):
ecology of knowledge, sociology of absence and sociology of emergence.
Fundamental texts regarding power, resistence, empowerment and emancipation in
the text were: Foucault (1979; 1988; 2000), Santos (2005a; 2006a; 2006b; 2007a) and
feminist thought, especially Magdalena León (2000) and Patrícia Collins (1991). In
the comunication field, we have made extensive use of the work by José Luiz Aidar
Prado (2006a; 2006b) and Muniz Sodré (2002), as well as Hannah Arendt s writings
(2007) in political philosophy. The discussions on globalization were carried out
from the perspective of Milton Santos (2001) and again Boaventura Santos (2002), as
well as Zizek`s (2006) criticism of multiculturalism, in order to establish a relationship
between globalization, local cultures and resistence. Specific points on our
investigation demanded specialized approaches such as urban planning; social movements;
racial relations; urban violence; police violence; criminal control and human
rights; critical criminology; identity; gender; and oral culture.
We conclude the text pointing out that hip-hop is an active actor in the construction
of an insurgent communication. Such insurgent comunication is able to symbolically
reorder aspects misrepresented by hegemonic media concerning black and poor
people living in the suburbs. Therefore, hip-hop as counter-hegemonic pratices constitutes
a critical action able to deconstruct naturalizing visions on cultures / Esta tese discute os processos de resistência realizados em ações de milhares de
jovens do hip-hop que, no mundo contemporâneo, participam ativamente na produção
de conhecimento e ressignificação das periferias brasileiras. Trata-se de uma
voz que se impõe face às construções simbólicas homogeneizantes produzidas pelo
pensamento dominante, em torno de valores e da criação de desejos em concordância
estrita com aqueles do sistema econômico hegemônico.
Entende-se que a base da construção da resistência é a partilha de conhecimento, de
modo que a comunicação passa a ocupar o cerne da resistência: conhecimento dividido
e multiplicado. O conceito de comunicação, no entanto, tem sido cada vez
mais limitado aos objetos midiáticos, de forma que diversas práticas comunicativas
têm sido negligenciadas nas teorias da comunicação. Daí a importância de ampliar o
entendimento do que são os objetos comunicacionais com vistas a incluir manifestações
não visíveis na mídia.
O corpus analítico, dentro do movimento hip-hop, são as letras das músicas, analisadas
sob a ótica da comunicação, em diálogo com a sociologia. Um dos principais
marcos teóricos desta pesquisa são os conceitos de ecologia de saberes e sociologias
das ausências e das emergências de Boaventura Santos (2006a). Nas questões concernentes
a poder, resistência, empoderamento e emancipação foram fundamentais os
trabalhos de Foucault (1979; 1988; 2000), Santos (2005a; 2006a; 2006b; 2007a) e das
teóricas feministas, em especial Magdalena León (2000) e Patrícia Collins (1991). No
campo da comunicação, o diálogo foi estabelecido com José Luiz Aidar Prado
(2006a; 2006b), Muniz Sodré (2002), e, na filosofia política, com Hannah Arendt
(2007), no que diz respeito aos temas de discurso e ação. O debate sobre globalização
foi feito sob a perspectiva de Milton Santos (2001) e novamente de Boaventura
Santos (2002), com referências a Zizek (2006) e sua crítica ao multiculturalismo, estabelecendo
um diálogo sobre a relação entre globalização, culturas locais e resistência.
Momentos pontuais da tese solicitaram teóricos de áreas específicas como planejamento
urbano; movimentos sociais; relações raciais; violência urbana; violência policial;
instituições penais e direitos humanos; criminologia crítica; construção da identidade;
gênero; e oralidade.
Terminamos a investigação indicando como o hip-hop constrói uma comunicação
insurgente, recolocando simbolicamente os principais aspectos deturpados pela
mídia hegemônica no que tange à população negra, pobre e moradora dos bairros
periféricos. O hip-hop enquanto prática contra-hegemônica se constituiu, por conseguinte,
em uma ação crítica capaz de desconstruir visões naturalizadoras das culturas
|
Page generated in 0.0916 seconds