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Um olhar enunciativo para interlocuções entre médico e paciente em consultas ambulatoriais pelo sistema único de saúde

Rocha, Luciana Catarina Pires da 31 March 2014 (has links)
Submitted by Maicon Juliano Schmidt (maicons) on 2015-04-28T18:18:05Z No. of bitstreams: 1 Luciana Catarina Pires da Rocha.pdf: 791814 bytes, checksum: 448871269f52c6cb8b863f33eaa068f9 (MD5) / Made available in DSpace on 2015-04-28T18:18:05Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Luciana Catarina Pires da Rocha.pdf: 791814 bytes, checksum: 448871269f52c6cb8b863f33eaa068f9 (MD5) Previous issue date: 2014-03-31 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Neste trabalho, buscamos entender o que Benveniste chama de comunicação intersubjetiva para, a partir dessa noção, examinar a natureza da interlocução que se estabelece toda vez que, na situação específica de enunciação em consulta ambulatorial, os interlocutores (médico e paciente) assumem a língua. Nesse processo, derivamos dos estudos de Benveniste, os conceitos de alocução e troca. Entendemos que a alocução resulta da reversibilidade entre eu e tu, sendo necessária ao estabelecimento do efeito pragmático da comunicação intersubjetiva. No entanto, ela não é suficiente para garantir a comunicação intersubjetiva, que está relacionada ao estabelecimento de troca, definida como a assunção pelos parceiros de uma posição de protagonismo na enunciação. Com base nessa elaboração teórica, analisamos uma consulta ambulatorial para observar se a tomada da palavra pelos interlocutores viabiliza (ou não) a troca entre ambos, capaz de instaurar a comunicação intersubjetiva. Os resultados da análise mostram que o estabelecimento de troca entre médica e paciente, nessa situação, institui-se como um processo descontínuo e contingencial, pois coloca em jogo fatores diversos, nem todos passíveis de ser identificados. Desse modo, podemos dizer que a comunicação intersubjetiva, na consulta examinada, se dá como efeito momentâneo, sempre que, na enunciação, o par eu e tu realiza movimentos em direção ao estabelecimento de uma troca. Concluímos, então, que a assunção, pelos participantes do diálogo, de um engajamento subjetivo na enunciação está sempre sujeita a oscilar no decorrer do processo. / In this work, we seek to understand what Benveniste calls intersubjective communication, to examine, from this notion, the nature of the interlocution that establishes itself every time that, in the specific situation of enunciation in outpatient visit, the interlocutors (doctor and patient) take on the language. In the process, we derive from studies of Benveniste, the concepts of allocution and exchange. We understand that allocution results from the reversibility between I and you, being necessary to establish the pragmatic effect of intersubjective communication. However, this is not sufficient to ensure intersubjective communication, which is related to the establishment of exchange, defined as the taking of a position of prominence in the enunciation by the partners. Based on this theoretical work, we analyze an outpatient visit to see if the taking of the word by the interlocutors enables (or not) the exchange between the two, being able to establish intersubjective communication. The analysis results show that the establishment of an exchange between doctor and patient, in this situation, establish itself as a discontinuous and contingent process because it puts at stake a number of factors, not all likely to be identified. Thus, we can say that intersubjective communication, in an outpatient visit, occurs as a momentary effect always that, in the enunciation, the pair I and you makes movements towards establishing an exchange. We conclude that the taking of a subjective engagement in the enunciation by the participants of the dialogue is always subject to oscillating in the process.

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