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A vivência da fissura por crack: rebaixamento de valores e estratégias utilizadas para o controle / Living with cravings for crack: lowering of values and control strategies usedChaves, Tharcila Viana [UNIFESP] 27 February 2010 (has links) (PDF)
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Previous issue date: 2010-02-27 / Objetivo: Entender, através do discurso de quem já consumiu crack: como a fissura se processa, quais os comportamentos desenvolvidos sob fissura e quais as estratégias utilizadas pelo usuário para interferir na fissura. Metodologia: Estudo qualitativo com amostra intencional por critérios, constituída por usuários (n=31) e ex-usuários (n=9) de crack, de ambos os sexos, com idade entre 18 e 50 anos. Os investigados, pertencentes a 12 cadeias distintas, foram recrutados pela técnica da bola de neve e foram submetidos à entrevista semi-estruturada em profundidade, até que fosse atingido o ponto de saturação teórica da amostra. Após a transcrição literal das entrevistas, seguiu-se a análise do conteúdo para assim se elaborar inferências e hipóteses alicerçadas nesses discursos. Resultados e Discussão: Os 40 entrevistados estavam igualmente distribuídos quanto ao gênero, abrangiam todos os níveis de escolaridade e a maior parte possuía poucos recursos financeiros. Além da fissura sentida na abstinência de crack e da fissura induzida por pistas ambientais e emocionais, já conhecidas, constatou-se um terceiro tipo de fissura, a induzida pelo próprio efeito do crack. Assim que o usuário dá a primeira tragada desenvolve uma compulsão pelo consumo, levando-o ao uso ininterrupto, até que o estoque de droga acabe ou ele chegue à exaustão. Este tipo de fissura apareceu como um forte fator mantenedor dos episódios binge de consumo, os quais foram os maiores responsáveis pelo rebaixamento de valores do usuário, sujeitando-os a práticas não convencionais para a obtenção da droga e a fortes eventos de agressividade. Os entrevistados não só possuem estratégias para o alívio da fissura, como também possuem táticas para evitar o seu desenvolvimento, tanto de ordem farmacológica quanto comportamental. Conclusões: A fissura por crack, entre outros sintomas, desencadeia compulsão, comportamento de risco, sofrimento, agressividade e padrão binge de consumo, o qual pode estar relacionado ao desenvolvimento de dependência. Os binges de consumo de crack podem ser causados pela fissura induzida pelo próprio efeito do crack. A existência de medidas do próprio usuário para lidar com a sua fissura por crack pode ser uma ferramenta importante para o aprimoramento de seu tratamento. / Objective: To understand, through the discourse of individuals who have already consumed crack: how their cravings proceed; what behavioral patterns are developed with such cravings and what strategies users follow to hold back their cravings. Methodology: This was a qualitative study using an intentional sample with selection criteria, composed of crack users (n=31) and former users (n=9) of both sexes, aged 18 to 50 years. The subjects belonged to 12 different chains and were recruited using the snowballing technique. In-depth semi-structured interviews were held with recruits until the theoretical data saturation point of the sample was reached. The interviews were transcribed literally and the scripts then underwent content analysis in order to elaborate grounded inferences and hypotheses from the discourse. Results and Discussion: The interviewees were equally distributed regarding gender. They ranged over all educational levels and most of them had little money. In addition to the known cravings felt through abstaining from crack and through environmental and emotional paths, a third type of craving was observed, induced by the effect of the crack itself. As soon as the users took the first drag, they developed a compulsion to consume it, leading them to uninterrupted use until the supply ran out or they reached exhaustion. This type of craving appeared to be a strong factor in maintaining episodes of bingeing. Such episodes were the greatest factors responsible for lowering users’ values, thereby impelling them to act unconventionally to obtain the drug, with highly aggressive events. The interviewees not only had strategies for relieving their cravings, but also had tactics to avoid their development, both of pharmacological and of behavioral nature. Conclusions: The craving by crack, among other symptoms, triggers compulsion, risk behavior, suffering, aggression and binge pattern of consumption, which may be related to the development of dependence. Bingeing on crack may be caused by the craving that the effect of the crack itself induces. Users’ own measures for dealing with their cravings for crack may constitute an important tool for improving their treatment. / TEDE
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