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O cravo brigou com a rosa: afetos e atos agressivos nas interações das professoras com as crianças em uma pré-escola pública / The fight with the pink carnation: affections and aggressive acts in the interactions of teachers with children in a public preschoolCARVALHO, Flaviana Oliveira de January 2014 (has links)
CARVALHO, Flaviana Oliveira de. O cravo brigou com a rosa: afetos e atos agressivos nas interações das professoras com as crianças em uma pré-escola pública. 2014. 167f. – Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Educação Brasileira, Fortaleza (CE), 2014. / Submitted by Márcia Araújo (marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2014-09-09T13:29:17Z
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Previous issue date: 2014 / This study aimed at investigating about of the interaction established among six teachers and children aged four and five years old from their classrooms in a public preschool, focusing on their emotions and aggressive acts that teachers could emerge in the process. The theoretical foundation consisted essentially of the psychogenic approach of the Whole person, Henri Wallon (1981, 1986, 1989). The rare queries related to aggressive acts of teachers in kindergarten made our work rely on fountains which research the relationship between violence and school. In addition to these perspectives, we relied on contributions of contemporary studies on children in various areas (history, philosophy, sociology, psychology and pedagogy), in order to rescue the transformation or maintenance of conceptions (child, childhood and Early Childhood Education) which permeate the evolution of the service dedicated to small children. The methodology consisted of observations, supported additionally by the Adult Engagement Scale, an interview with each teacher and two focus groups. The individual interviews were about aspects of graduation and professional lives of the female teachers, getting deeper into their views about of the interactions they have with the children. It was evident that the initial graduation of the teachers is poor and they cannot establish the acquired knowledge which favors the interactions with children. The teachers do not have much familiarity with the subject. The focus groups intended to encompass the conceptions of the teachers about aggressive acts, their affections and if they recognize them in their daily practice. The analyses showed that the teachers attribute greater value to the intellectual development of the children, without perceiving their affective, psychomotor and social needs. They point out their conceptions of child in preschool as a student, preschool as school and development as to learn how to read, write and count. They are unanimous in thinking that the children are not loved and educated by their families. The context of the interactions shelters a climate of tension, and the teachers see the children as their enemies. They believe that their illness (stress, voice problems and others) come from their daily routine with the kids. They point to attitudes and characteristics of the teacher as favorable and unfavorable to the interactions with children. The later should be avoided, much less for the respect that’s the children’s right, than by the concern not to have conflicts with their family. The teachers reveal situations in which "they lose their temper" and end up uttering rudeness, shouting, forcing children to do things they do not want to and tugging their arm. Overall, the teachers are insensitive towards the needs of the children, they adopt authoritarian and centralizing postures with emphasis on discipline and punishment of child’s movement, failing to deal with situations of constant opposition, their own preservation and seduction, typical behaviors of children in personalism. We found verticalized interactions and malpractice in relation to everyday conflicts among children and among teachers and children. / Este estudo objetivou investigar as interações de seis professoras com as crianças de quatro e cinco anos de suas turmas, em uma pré-escola pública, focalizando os afetos e os atos agressivos docentes que pudessem emergir nesse processo. A fundamentação teórica consistiu, essencialmente, na abordagem Psicogenética da Pessoa Completa, de Henri Wallon (1981, 1986, 1989). As raras pesquisas relacionadas aos atos agressivos de docentes da Educação Infantil fizeram nosso trabalho beber em fontes que pesquisam a relação violência e escola. Além dessas perspectivas, contamos com as contribuições de estudos contemporâneos sobre a infância, de diversas áreas (história, filosofia, sociologia, psicologia e pedagogia), no intuito de resgatar as transformações ou manutenção de concepções (criança, infância e Educação Infantil) que permeiam a evolução do atendimento dedicado às crianças pequenas. A metodologia constou de observações, apoiadas complementarmente pela Escala de Empenhamento do Adulto, uma entrevista com cada professora e dois grupos focais. As entrevistas individuais versaram sobre aspectos da formação e vida profissional das professoras, com aprofundamento para suas concepções sobre as interações que elas estabelecem com as crianças. Evidenciou-se que a formação inicial das professoras é precária e que elas não conseguem precisar os conhecimentos adquiridos que favorecem as interações com as crianças. As professoras não têm muita intimidade com a temática. Os grupos focais pretenderam abarcar as concepções das professoras sobre atos agressivos, seus afetos e se elas os reconhecem em sua prática cotidiana. As análises mostraram que as professoras atribuem grande valor ao desenvolvimento intelectual das crianças, não percebendo suas necessidades afetivas, psicomotoras e sociais. Apontam suas concepções de criança na pré-escola como aluno, pré-escola como escola e desenvolvimento como aprender a ler, escrever e contar. São unânimes em pensar que as crianças não são amadas e educadas por suas famílias. O contexto das interações abriga um clima de tensão, e as professoras enxergam as crianças como suas inimigas. Creditam seu adoecimento (estresse, problemas na voz e outros) ao dia a dia com as crianças. Apontam atitudes e características do professor favoráveis e desfavoráveis às interações com as crianças. As últimas devem ser evitadas, muito menos pelo respeito a que as crianças têm direito, do que pela preocupação em não ter conflitos com suas famílias. As professoras revelam situações nas quais “saem do sério” e acabam falando grosserias, gritando, obrigando as crianças a fazerem coisas que não desejam e dando puxões de braço. De modo geral, as professoras são insensíveis às necessidades das crianças, adotam posturas autoritárias e centralizadoras, com ênfase no disciplinamento e na punição do movimento infantil, não conseguindo lidar com situações de constante oposição, preservação de si e sedução, comportamentos típicos das crianças no personalismo. Encontramos interações verticalizadas e imperícia em relação aos conflitos corriqueiros entre as crianças e entre as professoras e as crianças.
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