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Recursos lingüísticos e paralingüísticos na clínica fonoaudiológica do autismo

Andréa Novaes Ferraz de Lima 03 May 2007 (has links)
Nos dias atuais, a clínica fonoaudiológica brasileira, com pacientes autistas, ainda permanece impregnada do uso de procedimentos corretivos/normativos, visando fundamentalmente à comunicação. Assumindo um afastamento dessa percepção objetivista, segmentada e comportamentalista, e adotando uma concepção mais subjetiva (onde se valoriza o particular) de linguagem como forma de ação e do jogo interacional como uma construção conjunta da significação, investigou-se, nesse estudo o papel dos recursos lingüísticos verbais, prosódicos e paralingüísticos na construção da linguagem da criança autista, na clínica fonoaudiológica. Especificamente, esta pesquisa teve como objetivo investigar o papel dos aspectos lingüísticos verbais (marcadores conversacionais basicamente interacionais e seqüenciadores), lingüísticos prosódicos (alongamentos vocálicos, entonações, alterações no ritmo, alterações na altura vocal) e paralingüísticos (a cinésica, a tacêsica, a proxêmica, a correção, o parafraseamento, a repetição, a pausa, a hesitação, a interrupção e o silêncio) na construção da linguagem da criança autista. Verificou-se, também, como objetivos específicos, a incidência do uso de elementos lingüísticos verbais, lingüísticos prosódicos e paralingüísticos na relação fonoaudiólogo/criança autista na prática fonoaudiológica. Os participantes do estudo foram duas fonoaudiólogas e seus pacientes, de 08 e 12 anos, com diagnóstico de autismo, caracterizados nesse estudo como díade 1 e 2. A coleta de dados foi feita semanalmente, através de gravações de vídeo dos atendimentos fonoaudiológicos. Os dados foram interpretados com base na transcrição das gravações de vídeo, e nos recortes discursivos, como propostos pela Análise da Conversação. Os resultados mostraram o papel desempenhado pelos recursos lingüísticos verbais, prosódicos e paralingüísticos nas interações dialogadas, tanto nos turnos das terapeutas como nos turnos dos sujeitos. Observou-se um equilíbrio na utilização dos recursos pesquisados nos turnos das terapeutas e um desequilíbrio, como maior prevalência de utilização dos recursos paralingüísticos nos turnos dos sujeitos. De forma complementar, verificou-se a ocorrência de ecolalias nos turnos das crianças. Tendo em vista sua semelhança com as repetições, recurso fundamental na elaboração do texto falado, recorreu-se à observação minuciosa das gravações de vídeo, no intuito de se estabelecer uma diferenciação entre tais recursos. Percebeu-se que, nas crianças autistas pesquisadas, a diferenciação entre a repetição e a ecolalia centrava-se em três características nas emissões ecolálicas: ausência de contato visual, atividade motora constante e reprodução fiel de recursos como alongamento vocálico, entonação e alteração de tom. Como conclusão, percebeu-se que os recursos lingüísticos verbais e prosódicos desempenharam o papel de articular os segmentos do discurso, destacar aspectos importantes do texto falado, facilitar a compreensão, orientar o interlocutor durante a interação, traduzir o estado emocional dos interactantes e facilitar o acesso ao significado do discurso. Os recursos paralingüísticos operaram no processamento do texto falado, na organização do pensamento dos interactantes, na delimitação dos tópicos, na ênfase, e chamaram a atenção de forma decisiva na manutenção da interação. Destaca-se, ainda, que a utilização equilibrada dos recursos estudados, como observada nos turnos das terapeutas, permitiu uma melhor formulação do texto falado. Constatou-se, também, que, diante do imediatismo da interação face a face, é extremamente difícil estabelecer a diferença entre a ecolalia e a repetição, sugerindo, portanto, que ambas devam ser significadas no processo terapêutico, permitindo ao seu usuário maiores possibilidades discursivas / Nowadays, the brazilian speech therapy clinic, with autistics, is still dominated by the use of corrective and normative procedures, aiming at communication basically. Moving away from the positivisms point of view and adopting the subjectivism ideas (that values the particular), beyond the language conception as a mean of action and the dialogic game as a joint construction of meanings, this research investigated the role of the verbal-linguistic resources, prosodics and paralinguistics in the construction of the autistic child language, in the speech therapy clinic. Specifically, this study had the objective of searching the conversation marks basically the interactionals and the catenation ones, the vowels prolongations, intonations, rhythm and vocal pitches alterations, the cinesic, the tacesic, the prosemic, the correction, the paraphrasing, the repetition, the pause, the hesitation, the interruption and the silence. It was also verified the incidence of these resources en the relation between the autistic child and the speech therapist. The participants of the study were two speech therapists and their patients, among eight and twelve years old, with autism diagnostic, characterized, in this research, as 1 and 2 diade. The data collection was done weekly, through video recorders, gotten during the speech therapy sections. The data were analyzed by means of the video recorders transcriptions, with basis in the discursive fragments, in agreement to the purposes of the Conversation Analysis. The results demonstrated the role played by the resources in the dialogic interactions in the therapists speech turns and in their patients turns. It was observed an equilibrium in the use of the resources by the speech therapists and an inaquality with prevalence of paralinguistic resources by the patients. This study noticed the use of babbling or echolalia by the patients, considering the relation with the repetitions (essencial resource to the speech). With the intention of establish a contrast between the resources, it was required a detailed overlook from the video recorders, and, later, an analisys about the echolalia behavior all along the interactions analysed. As a conclusion, the verbal-linguistic resources, prosodics and paralinguistics were current during the díades interactions. The balanced use of the resources envolved, as the observed in the therapists speech turn, allowed a better speech constructuion. It was also evidenced the imediatism existent in the face-to-face interaction, and that it is very hard to certify the difference between the echolalia or babbling and the repetition. Therefore, this difficulty suggests that both must be meaned in the therapy process, allowing big discursive possibilities to the speakers.
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A-cerca da política e clínica do autismo no século XXI : o autista como objeto e o objeto autístico para a psicanálise

Julianne Gomes Correia de Oliveira 13 June 2013 (has links)
Esta dissertação é fruto de uma investigação sobre a especificidade dos objetos na clínica do autismo. Por ser bastante frequente na clínica do autismo as chamadas estereotipias e fixações em objetos próprios, alguns psicanalistas teorizaram sobre a complexidade dos objetos autisticos na clínica. Essas teorias estão sendo revisitadas por alguns psicanalistas contemporâneos que se contrapõem à proposta de Frances Tustin, de que os objetos autísticos são nocivos. As novas hipóteses afirmam que a fixação do autista nos objetos não se reduz a estereotipias sem fundamento; é uma repetição da ordem do gozo, numa constante tentativa de barrar seu excesso. Fazer barreira é constituir limites e fronteiras. O manejo dos objetos, é uma invenção do autista, visa refrear o gozo, dar lugar a um endereçamento ao Outro e mobilizar sua posição encapsulada em si mesmo. Acreditamos que este posicionamento traz uma mudança de paradigma, pois retira o autista do lugar de deficitário para o de responsável em inventar possibilidades de assujeitar-se. Portanto, fizemos uma importante reflexão sobre o contexto político e clínico do autismo no século XXI. Articulamos a premissa de Lacan, de que toda formação humana tem por essência, e não por acaso, refrear o gozo, às novas hipóteses de que o uso dos objetos é uma invenção do autista que busca o ordenamento do excesso de gozo. Apostamos que este posicionamento implica em uma postura clinica ética com a vida dessas pessoas que, com muita dificuldade, tentam se endereçar ao Outro. Em paralelo aos estudos teóricos, realizamos uma pesquisa em um Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil (CAPSi) da cidade do Recife, com o objetivo geral de compreender a especificidade dos objetos na política, teoria e clinica do autismo. Especificamente: Compreender a função dos objetos autísticos na teoria da clínica psicanalítica; Analisar o discurso vigente nas políticas de tratamento do autismo;Realizar uma pesquisa de campo com a função de ilustrar os usos dos objetos autisticos em um capsi. No tocante à metodologia, os dados analisados são oriundos da revisão de literatura e dos prontuários de crianças com diagnósticos de CID F84 a F84. 9 (Transtornos Globais do Desenvolvimento) no CID 10, (Classificação Internacional de Doenças), objetivando identificar a existência destes objetos na experiência clínica dos profissionais. Esses dados foram analisados à luz da teoria psicanalítica freudlacaniana, dando-se destaque ao significante. A escolha do serviço para realização da pesquisa não foi aleatória ou sem propósito. Acreditamos que o CAPSi, por ser um serviço novo e intensamente desafiador, constitui-se num local de valiosas experiências clinicas, que exige dos profissionais reinventarem cotidianamente suas práticas. Nos três casos analisados podemos atender aos objetivos propostos, e compreender a especificidade dos objetos autisticos para cada um. Percebemos que, nos casos analisados, a conduta e o saber clínico que profissionais ocupam na clinica do autismo, consiste em um lugar de vazio de gozo, secretariando o sujeito em suas invenções. / This dissertation is the result of an investigation about the specificities of the objects in autisms clinic. For being very frequent in autisms clinic the so called stereotypies and the fixation on personal objects, some psychoanalysts have theorized about the complexity of autistic objects in the clinic. These theories are being revisited by some contemporary psychoanalysts who oppose to the idea reached by Frances Tustin, that the autistic objects are harmful. The new hypotheses claim that autistic fixation on objects is not merely baseless stereotypies, its a repetition related to the jouissance, on a constant attempt to stop its excess. To make a barrier is to build limits and boundaries. The use of objects is an invention of autistic to curb the jouissance, enabling an addressing to the Other, and mobilizing his encapsulated position in himself. We believe that this positioning brings a change of paradigm, because it takes the autistic out of the place of deficit to responsible for making possibilities, of subjecting. Therefore we have made an important reflection about the political and clinical context of autism in the XXI century. We articulate Lacans premise that all human formation has, by essence, and not by chance, to curb the jouissance, to the new hypotheses that the use of objects is an invention of the autistic that aims the ordering of the excess of jouissance. We bet that this positioning implicates on an ethical clinical posture towards the life of these people who, with a lot of difficulty, try to address the Other. Besides the theoretical studies, we have made a research on an Infant-Juvenile Psychosocial Care Center (CAPSi) of Recife city, with the general objective of understanding the specificity of objects in politics, theory and clinical autism. Specifically: Understanding the role of autistic objects in psychoanalytic theory; analyze the discourse prevailing policies autism treatment; Perform a search field with the function of illustrating the uses of objects in an autistic capsi. Concerning Methodology, the analyzed data arise from the reports of children with the diagnosis from ICD F84 to F84.9 (Other Neurotic Disorders) on ICD 10, (International Classification of Diseases), aiming to identify the existence of these objects in the professionals clinical experience. These data have been analyzed under Freud-Lacanian theory, highlighting the significant. The choice of the center to make the research was not random or purposeless. We believe that the CAPSi, for being a new and intensively defying service, is a place of valuable clinic experiences, which demands from the professionals to reinvent their daily practice. In the three analyzed cases, we can comply with the purposed objectives, and understand the specificity of autistic object for each. We realize that, in the analyzed cases, the clinical management and knowledge that professionals take place on autism clinic, consist on an empty jouissance place, secretarying the subject in his inventions.
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Grupo terapêutico com crianças autistas: uma aposta no sujeito

Laura Livramento da Silva de Oliveira 05 November 2015 (has links)
O propósito deste trabalho foi refletir sobre o atendimento em grupo com crianças autistas. O autismo é aqui compreendido não pelo viés do que lhe falta, mas como um sujeito em potencial que apresenta dificuldades em três eixos principais, a saber: o eixo da esfera relacional, o eixo da linguagem e o eixo do repertório de interesses e das estereotipias. À luz da psicanálise de orientação lacaniana, o que interessa no autismo não é o diagnóstico em si, mas o jogo pulsional que se desenha interrompido e a possibilidade de intervenção que preconiza o sujeito como possível de se constituir. Entre as estratégias plausíveis de intervenção, o grupo tem lugar de realce nos manejos do trabalho clínico com crianças autistas, apesar de existir, no autismo, uma séria dificuldade na relação com o outro. Portanto, esta pesquisa se propôs a analisar o dispositivo terapêutico grupal como um recurso que contribui no processo de constituição subjetiva dessas crianças. A pesquisa foi realizada mediante coleta do depoimento de quatro profissionais de diferentes instituições da cidade do Recife, as quais foram selecionadas por serem especializadas no tratamento de crianças autistas e possuírem larga experiência e reconhecimento tanto social quanto acadêmico. Para análise do conteúdo dos depoimentos, foi feita uma categorização das respostas de modo a obter uma compreensão de cada depoimento per si e, ao mesmo tempo, uma comparação entre eles, verificando os pontos convergentes e divergentes. De forma geral, os pontos divergentes diziam respeito mais ao modo específico de funcionamento de cada grupo do que ao objetivo do grupo em si. Os aspectos mais realçados no trabalho de grupo foram: formação do grupo, planejamento, investimento libidinal do terapeuta, linguagem/comunicação, transferência, reunião de equipe, janela pulsional e saída do grupo. Tais aspectos não só viabilizam esse recurso clínico como auxiliam na [re]estruturação psíquica de crianças autistas. Portanto, é consenso que o dispositivo terapêutico grupal é uma estratégia de intervenção possível e pode provocar rearranjos psíquicos que são postos a serviço da constituição subjetiva e, sendo assim, do sujeito.
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O uso do brincar na clínica com ciranças autistas

Ingrid Coelho Sales de Mello 22 September 2015 (has links)
Esta dissertação é produto de algumas reflexões originadas durante um período de trabalho em alguns CAPS na cidade de Campina Grande/PB, no qual eram realizados atendimentos em grupo, e individual, com crianças autistas. A partir dessa experiência, surgiu o interesse de pesquisar sobre o espaço relacional nesses encontros e as possibilidades de interação entre crianças com autismo e o outro. Um aspecto importante nesse período em que participei dessas atividades do CAPS, foi observar o uso que essas crianças autistas faziam da experiência do brincar, despertando-me o interesse em pesquisar o que acontece nesse fenômeno, e se é possível pensá-lo como um dispositivo favorecedor da intermediação entre a criança e o outro. Winnicott destaca que o brincar é uma atividade elaborada, que permite a criação da externalidade com condição para o viver criativo, no qual se desenvolve o pensar, o conhecer e o aprender de forma significativa, e brincando que se aprende a transformar e usar os objetos do mundo para nele realizar-se e inscrever os próprios gestos, criando a própria subjetividade. Assim, questões pertinentes ao autismo e ao brincar foram discutidas neste trabalho, considerando a importância da relação mãe-bebê, entendendo que uma falha nesta relação poderá trazer dificuldades no processo de amadurecimento dela. Foi nesse contexto que o trabalho teve como objetivo estudar o uso do brincar na relação da criança autista com o outro. Tratou-se de uma pesquisa de caráter qualitativa, que usou o referencial teórico da teoria psicanalítica, sobretudo winnicottiana, a respeito do autismo, bem como acerca do brincar, na condição de eixos fundamentais. Algumas discussões foram realizadas, a partir de memórias de atendimento a crianças autistas no contexto de CAPS, como ilustração para o debate sobre o brincar na terapêutica com essas crianças. Ao fim do trabalho, constatou-se que o brincar permite à criança desvendar um mundo para além de si mesmo, facilitando o trabalho psicoterápico e a relação interpessoal com o outro e funcionando como um dispositivo terapêutico útil. / This work is the product of some reflections originated during a period of work in some CAPS in the city of Campina Grande / PB, in which calls were made in group and individual with autistic children. From this experience, became interested in researching the relational space in these meetings and the possibilities for interaction between children with autism and the other. An important aspect in this period I participated in these activities CAPS, was observed using these autistic children were the experience of playing, awakening my interest in researching what happens in this phenomenon, and that you can think of it as a device favoring the intermediary between the child and others. Winnicott points out that the play is an elaborate activity that enables the creation of externality with condition for creative living, which develops thinking, knowing and learning in a meaningful way, and playing you learn to transform and use the objects the world for it to carry out and sign the gestures themselves, creating their own subjectivity. Thus, issues related to autism and the play were discussed in this paper, considering the importance of the mother-infant relationship, understanding that a failure in this regard might cause difficulties in her maturing process. It was in this context that the work aimed to study the use of play in respect of the autistic child with the other. This was a qualitative research study, which used the theoretical framework of psychoanalytic theory, particularly Winnicott, about autism and about the play, provided the cornerstones. Some discussions were held, from service to autistic children memories in the context of CAPS, as an illustration to the debate about play therapy in these children. At the end of work, it was found that the play allows the child to unravel a world beyond itself, facilitating psychotherapeutic work and the interpersonal relationship with each other and functioning as a useful therapeutic device.
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Grupo terapêutico com crianças autistas: uma aposta no sujeito

Oliveira, Laura Livramento da Silva de 05 November 2015 (has links)
Made available in DSpace on 2017-06-01T18:08:58Z (GMT). No. of bitstreams: 1 laura_livramento_silva_oliveira.pdf: 1792934 bytes, checksum: 008ad76c8044aa01f5afecfe6ab627cb (MD5) Previous issue date: 2015-11-05 / The purpose of this study was to reflect on the therapeutic group with autistic children. The autism is understood here not from the angle of what is lacking to it, but as a potential subject that presents difficulties in three main axes, namely: the axis of the relational sphere, the axis of language and the axis of the repertoire of interests and the stereotypies. To Lacanian psychoanalysis, what matters in autism is not the diagnosis itself, but the instinctual game that happens interrupted and the possibility of intervention that calls for the subject as possible to constitute himself. Among the plausible intervention strategies, the group takes highlighting place in the handling of clinical work with autistic children, although there is, in autism, a serious difficulty in the relationship with the other. Therefore, this study aimed to analyze the therapeutic group device as a resource that contributes to the constitution subjective process of these children. The survey was conducted by collecting the testimony of four professionals from different institutions in the city of Recife, which were selected because they are specialized in the treatment of autistic children and have extensive experience and recognition both social and academic. The analysis of the content of the testimonies, was made a categorization of answers in order to gain an understanding of each statement itself and at the same time, a comparison between them by checking the convergent and divergent points. Overall, the divergent ones concerned over the specific mode of operation of each group than the group's goal itself. The aspects more highlighted in the group were: group s formation, planning, libidinal investment of the therapist, language / communication, transfer, team meeting, instinctual window and child quit of the group. These features enable this clinical resource and assist in psychic [re]structuring of autistic children. Then, the consensus is that therapeutic group device is a possible intervention strategy and may cause psychic rearrangements that are put at the service of subjective constitution and, therefore, of the subject. / O propósito deste trabalho foi refletir sobre o atendimento em grupo com crianças autistas. O autismo é aqui compreendido não pelo viés do que lhe falta, mas como um sujeito em potencial que apresenta dificuldades em três eixos principais, a saber: o eixo da esfera relacional, o eixo da linguagem e o eixo do repertório de interesses e das estereotipias. À luz da psicanálise de orientação lacaniana, o que interessa no autismo não é o diagnóstico em si, mas o jogo pulsional que se desenha interrompido e a possibilidade de intervenção que preconiza o sujeito como possível de se constituir. Entre as estratégias plausíveis de intervenção, o grupo tem lugar de realce nos manejos do trabalho clínico com crianças autistas, apesar de existir, no autismo, uma séria dificuldade na relação com o outro. Portanto, esta pesquisa se propôs a analisar o dispositivo terapêutico grupal como um recurso que contribui no processo de constituição subjetiva dessas crianças. A pesquisa foi realizada mediante coleta do depoimento de quatro profissionais de diferentes instituições da cidade do Recife, as quais foram selecionadas por serem especializadas no tratamento de crianças autistas e possuírem larga experiência e reconhecimento tanto social quanto acadêmico. Para análise do conteúdo dos depoimentos, foi feita uma categorização das respostas de modo a obter uma compreensão de cada depoimento per si e, ao mesmo tempo, uma comparação entre eles, verificando os pontos convergentes e divergentes. De forma geral, os pontos divergentes diziam respeito mais ao modo específico de funcionamento de cada grupo do que ao objetivo do grupo em si. Os aspectos mais realçados no trabalho de grupo foram: formação do grupo, planejamento, investimento libidinal do terapeuta, linguagem/comunicação, transferência, reunião de equipe, janela pulsional e saída do grupo. Tais aspectos não só viabilizam esse recurso clínico como auxiliam na [re]estruturação psíquica de crianças autistas. Portanto, é consenso que o dispositivo terapêutico grupal é uma estratégia de intervenção possível e pode provocar rearranjos psíquicos que são postos a serviço da constituição subjetiva e, sendo assim, do sujeito.
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Recursos lingüísticos e paralingüísticos na clínica fonoaudiológica do autismo

Lima, Andréa Novaes Ferraz de 03 May 2007 (has links)
Made available in DSpace on 2017-06-01T18:24:20Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Andrea_Ferraz.pdf: 824960 bytes, checksum: dd32468b3f4b82d29d5e72b2c7592be5 (MD5) Previous issue date: 2007-05-03 / Nowadays, the brazilian speech therapy clinic, with autistics, is still dominated by the use of corrective and normative procedures, aiming at communication basically. Moving away from the positivism s point of view and adopting the subjectivism ideas (that values the particular), beyond the language conception as a mean of action and the dialogic game as a joint construction of meanings, this research investigated the role of the verbal-linguistic resources, prosodics and paralinguistics in the construction of the autistic child language, in the speech therapy clinic. Specifically, this study had the objective of searching the conversation marks basically the interactionals and the catenation ones, the vowels prolongations, intonations, rhythm and vocal pitches alterations, the cinesic, the tacesic, the prosemic, the correction, the paraphrasing, the repetition, the pause, the hesitation, the interruption and the silence. It was also verified the incidence of these resources en the relation between the autistic child and the speech therapist. The participants of the study were two speech therapists and their patients, among eight and twelve years old, with autism diagnostic, characterized, in this research, as 1 and 2 diade. The data collection was done weekly, through video recorders, gotten during the speech therapy sections. The data were analyzed by means of the video recorders transcriptions, with basis in the discursive fragments, in agreement to the purposes of the Conversation Analysis. The results demonstrated the role played by the resources in the dialogic interactions in the therapists speech turns and in their patients turns. It was observed an equilibrium in the use of the resources by the speech therapists and an inaquality with prevalence of paralinguistic resources by the patients. This study noticed the use of babbling or echolalia by the patients, considering the relation with the repetitions (essencial resource to the speech). With the intention of establish a contrast between the resources, it was required a detailed overlook from the video recorders, and, later, an analisys about the echolalia behavior all along the interactions analysed. As a conclusion, the verbal-linguistic resources, prosodics and paralinguistics were current during the díades interactions. The balanced use of the resources envolved, as the observed in the therapists speech turn, allowed a better speech constructuion. It was also evidenced the imediatism existent in the face-to-face interaction, and that it is very hard to certify the difference between the echolalia or babbling and the repetition. Therefore, this difficulty suggests that both must be meaned in the therapy process, allowing big discursive possibilities to the speakers. / Nos dias atuais, a clínica fonoaudiológica brasileira, com pacientes autistas, ainda permanece impregnada do uso de procedimentos corretivos/normativos, visando fundamentalmente à comunicação. Assumindo um afastamento dessa percepção objetivista, segmentada e comportamentalista, e adotando uma concepção mais subjetiva (onde se valoriza o particular) de linguagem como forma de ação e do jogo interacional como uma construção conjunta da significação, investigou-se, nesse estudo o papel dos recursos lingüísticos verbais, prosódicos e paralingüísticos na construção da linguagem da criança autista, na clínica fonoaudiológica. Especificamente, esta pesquisa teve como objetivo investigar o papel dos aspectos lingüísticos verbais (marcadores conversacionais basicamente interacionais e seqüenciadores), lingüísticos prosódicos (alongamentos vocálicos, entonações, alterações no ritmo, alterações na altura vocal) e paralingüísticos (a cinésica, a tacêsica, a proxêmica, a correção, o parafraseamento, a repetição, a pausa, a hesitação, a interrupção e o silêncio) na construção da linguagem da criança autista. Verificou-se, também, como objetivos específicos, a incidência do uso de elementos lingüísticos verbais, lingüísticos prosódicos e paralingüísticos na relação fonoaudiólogo/criança autista na prática fonoaudiológica. Os participantes do estudo foram duas fonoaudiólogas e seus pacientes, de 08 e 12 anos, com diagnóstico de autismo, caracterizados nesse estudo como díade 1 e 2. A coleta de dados foi feita semanalmente, através de gravações de vídeo dos atendimentos fonoaudiológicos. Os dados foram interpretados com base na transcrição das gravações de vídeo, e nos recortes discursivos, como propostos pela Análise da Conversação. Os resultados mostraram o papel desempenhado pelos recursos lingüísticos verbais, prosódicos e paralingüísticos nas interações dialogadas, tanto nos turnos das terapeutas como nos turnos dos sujeitos. Observou-se um equilíbrio na utilização dos recursos pesquisados nos turnos das terapeutas e um desequilíbrio, como maior prevalência de utilização dos recursos paralingüísticos nos turnos dos sujeitos. De forma complementar, verificou-se a ocorrência de ecolalias nos turnos das crianças. Tendo em vista sua semelhança com as repetições, recurso fundamental na elaboração do texto falado, recorreu-se à observação minuciosa das gravações de vídeo, no intuito de se estabelecer uma diferenciação entre tais recursos. Percebeu-se que, nas crianças autistas pesquisadas, a diferenciação entre a repetição e a ecolalia centrava-se em três características nas emissões ecolálicas: ausência de contato visual, atividade motora constante e reprodução fiel de recursos como alongamento vocálico, entonação e alteração de tom. Como conclusão, percebeu-se que os recursos lingüísticos verbais e prosódicos desempenharam o papel de articular os segmentos do discurso, destacar aspectos importantes do texto falado, facilitar a compreensão, orientar o interlocutor durante a interação, traduzir o estado emocional dos interactantes e facilitar o acesso ao significado do discurso. Os recursos paralingüísticos operaram no processamento do texto falado, na organização do pensamento dos interactantes, na delimitação dos tópicos, na ênfase, e chamaram a atenção de forma decisiva na manutenção da interação. Destaca-se, ainda, que a utilização equilibrada dos recursos estudados, como observada nos turnos das terapeutas, permitiu uma melhor formulação do texto falado. Constatou-se, também, que, diante do imediatismo da interação face a face, é extremamente difícil estabelecer a diferença entre a ecolalia e a repetição, sugerindo, portanto, que ambas devam ser significadas no processo terapêutico, permitindo ao seu usuário maiores possibilidades discursivas
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Efeitos de um Treino de Comunicação Funcional sobre comportamentos disruptivos com função de esquiva da tarefa em crianças com TEA

Michel, Renata Cristina 10 May 2018 (has links)
Submitted by Filipe dos Santos (fsantos@pucsp.br) on 2018-07-18T11:46:06Z No. of bitstreams: 1 Renata Cristina Michel.pdf: 1614274 bytes, checksum: e95f711d2385e57a6d1783ef14a0dfa6 (MD5) / Made available in DSpace on 2018-07-18T11:46:06Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Renata Cristina Michel.pdf: 1614274 bytes, checksum: e95f711d2385e57a6d1783ef14a0dfa6 (MD5) Previous issue date: 2018-05-10 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / Results from previous studies indicated that there was a reduction in the percentage of intervals with occurrence of disruptive behaviors after children with ASD were taught a verbal response relevant to the situation that evoked such behaviors; and there was an increase in the percentage of intervals with occurrence of relevant verbal responses (control). In the present study, we sought to verify the effect, on disruptive behaviors, on the emission of verbal responses and non-verbal responses, from a Functional Communication Training (FCT), plus a procedure to avoid escape of important activities by participants; it was also sought to verify if there was a generalization of the verbal response before a naive experimenter. Participants were three children between three and six years old, diagnosed with autism, who attended to school for at least one year, had verbal behavior below that expected for the age, and disruptive behaviors maintained by negative reinforcement (task escape). A functional analysis was performed composed of three experimental conditions: Demand; Attention; and Control. The results of the functional analysis showed that there was a considerably greater number of disruptive responses emitted by the three participants in the demand condition. In the Functional Communication Training (FCT) phase, each participant was taught to request a pause to perform tasks through verbal command responses. Initially, the participant was instructed to issue the verbal response, immediately after the presentation of the task, and gradually increased the time between the issuance of the experimenter's instruction ("Do ...") and the tip for verbal response by participant, until the verbal response was issued without any prompt. The results showed that the three participants presented a decrease in the emission of disruptive responses after the acquisition of the verbal response to request a pause to perform tasks. Then, in the Fading out phase for the task execution response and a gradual decrease of the prompt was implemented, from highest to lowest: DF - total physical hint, DL - light physical tip, DG - gestural tip and I - independent response. The results indicated that the three participants acquired the response for the task execution, reducing the emission of verbal pause requests for execution and maintaining a low number of disruptive responses. In the generalization test of the verbal response (mand) and the non-verbal response (do the task) to a naive experimenter, it was verified that for all the participants there was generalization of the verbal response and generalization of the nonverbal response / Resultados de estudos anteriores apontaram que houve redução da porcentagem dos intervalos com ocorrência de comportamentos disruptivos após crianças com TEA serem ensinadas a emitir resposta verbal relevante à situação que evocava tais comportamentos; e houve aumento da porcentagem dos intervalos com ocorrência de respostas verbais relevantes (mando). No presente estudo, buscou-se verificar o efeito, sobre comportamentos disruptivos, sobre a emissão de respostas verbais e de respostas não verbais, de um Treino de Comunicação Funcional (FCT), acrescido de um procedimento para evitar a esquiva de atividades importantes pelos participantes; buscou-se, também, verificar se ocorria generalização da emissão da resposta verbal diante de experimentadora ingênua. Foram participantes três crianças, entre três e seis anos de idade, diagnosticadas com autismo, que frequentavam escola há pelo menos um ano, apresentavam comportamento verbal abaixo do esperado para a idade e comportamentos disruptivos mantidos por reforçamento negativo (fuga da tarefa). Foi conduzida análise funcional composta de três condições experimentais: Condição de demanda; Condição de atenção; e Condição controle. Os resultados da análise funcional mostraram que houve um número consideravelmente maior de respostas disruptivas emitidos pelos três participantes na condição de demanda. Na fase do Treino de Comunicação Funcional (FCT), cada participante foi ensinado a solicitar pausa da execução de tarefas através de respostas verbais de mando. Inicialmente, era dada dica ao participante para emissão da resposta verbal, imediatamente após a apresentação da tarefa, e aumentava-se gradativamente o tempo entre a emissão da instrução da experimentadora (“Faça...”) e a dica para a resposta verbal pelo participante, até que a resposta verbal fosse emitida sem nenhuma dica. Os resultados mostraram que os três participantes apresentaram diminuição na emissão de respostas disruptivas após a aquisição da resposta verbal para solicitação de pausa para a execução de tarefas. Em seguida, na fase de Dica para a resposta de execução da tarefa e diminuição gradativa da dica (Fading-out), foi implementado um procedimento de alteração do nível de dica, da maior para a menor: DF - dica física total, DL – dica física leve, DG – dica gestual e I – resposta independente. Os resultados apontaram que os três participantes adquiriram a resposta de execução das tarefas, reduzindo a emissão de respostas verbais de solicitação de pausa para a sua execução e mantendo baixo número de emissão de respostas disruptivas. No teste de generalização da emissão de resposta verbal (mando) e do tempo de permanência na tarefa diante de uma experimentadora ingênua, verificou-se que, para todos os participantes, houve generalização da resposta verbal e generalização da resposta não verbal
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O uso do brincar na clínica com ciranças autistas

Mello, Ingrid Coelho Sales de 22 September 2015 (has links)
Made available in DSpace on 2017-06-01T18:08:59Z (GMT). No. of bitstreams: 1 ingrid_coelho_sales_melo.pdf: 396635 bytes, checksum: c7ac6bb1d415a82e083f0d32b2b19ef5 (MD5) Previous issue date: 2015-09-22 / This work is the product of some reflections originated during a period of work in some CAPS in the city of Campina Grande / PB, in which calls were made in group and individual with autistic children. From this experience, became interested in researching the relational space in these meetings and the possibilities for interaction between children with autism and the other. An important aspect in this period I participated in these activities CAPS, was observed using these autistic children were the experience of playing, awakening my interest in researching what happens in this phenomenon, and that you can think of it as a device favoring the intermediary between the child and others. Winnicott points out that the play is an elaborate activity that enables the creation of externality with condition for creative living, which develops thinking, knowing and learning in a meaningful way, and playing you learn to transform and use the objects the world for it to carry out and sign the gestures themselves, creating their own subjectivity. Thus, issues related to autism and the play were discussed in this paper, considering the importance of the mother-infant relationship, understanding that a failure in this regard might cause difficulties in her maturing process. It was in this context that the work aimed to study the use of play in respect of the autistic child with the other. This was a qualitative research study, which used the theoretical framework of psychoanalytic theory, particularly Winnicott, about autism and about the play, provided the cornerstones. Some discussions were held, from service to autistic children memories in the context of CAPS, as an illustration to the debate about play therapy in these children. At the end of work, it was found that the play allows the child to unravel a world beyond itself, facilitating psychotherapeutic work and the interpersonal relationship with each other and functioning as a useful therapeutic device. / Esta dissertação é produto de algumas reflexões originadas durante um período de trabalho em alguns CAPS na cidade de Campina Grande/PB, no qual eram realizados atendimentos em grupo, e individual, com crianças autistas. A partir dessa experiência, surgiu o interesse de pesquisar sobre o espaço relacional nesses encontros e as possibilidades de interação entre crianças com autismo e o outro. Um aspecto importante nesse período em que participei dessas atividades do CAPS, foi observar o uso que essas crianças autistas faziam da experiência do brincar, despertando-me o interesse em pesquisar o que acontece nesse fenômeno, e se é possível pensá-lo como um dispositivo favorecedor da intermediação entre a criança e o outro. Winnicott destaca que o brincar é uma atividade elaborada, que permite a criação da externalidade com condição para o viver criativo, no qual se desenvolve o pensar, o conhecer e o aprender de forma significativa, e brincando que se aprende a transformar e usar os objetos do mundo para nele realizar-se e inscrever os próprios gestos, criando a própria subjetividade. Assim, questões pertinentes ao autismo e ao brincar foram discutidas neste trabalho, considerando a importância da relação mãe-bebê, entendendo que uma falha nesta relação poderá trazer dificuldades no processo de amadurecimento dela. Foi nesse contexto que o trabalho teve como objetivo estudar o uso do brincar na relação da criança autista com o outro. Tratou-se de uma pesquisa de caráter qualitativa, que usou o referencial teórico da teoria psicanalítica, sobretudo winnicottiana, a respeito do autismo, bem como acerca do brincar, na condição de eixos fundamentais. Algumas discussões foram realizadas, a partir de memórias de atendimento a crianças autistas no contexto de CAPS, como ilustração para o debate sobre o brincar na terapêutica com essas crianças. Ao fim do trabalho, constatou-se que o brincar permite à criança desvendar um mundo para além de si mesmo, facilitando o trabalho psicoterápico e a relação interpessoal com o outro e funcionando como um dispositivo terapêutico útil.
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A-cerca da política e clínica do autismo no século XXI : o autista como objeto e o objeto autístico para a psicanálise

Oliveira, Julianne Gomes Correia de 13 June 2013 (has links)
Made available in DSpace on 2017-06-01T18:29:22Z (GMT). No. of bitstreams: 1 julianne_gomes_correia_oliveira.pdf: 482469 bytes, checksum: a0bedf353c53ac7b380a93191fe9a19d (MD5) Previous issue date: 2013-06-13 / This dissertation is the result of an investigation about the specificities of the objects in autism s clinic. For being very frequent in autism s clinic the so called stereotypies and the fixation on personal objects, some psychoanalysts have theorized about the complexity of autistic objects in the clinic. These theories are being revisited by some contemporary psychoanalysts who oppose to the idea reached by Frances Tustin, that the autistic objects are harmful. The new hypotheses claim that autistic fixation on objects is not merely baseless stereotypies, it s a repetition related to the jouissance, on a constant attempt to stop its excess. To make a barrier is to build limits and boundaries. The use of objects is an invention of autistic to curb the jouissance, enabling an addressing to the Other, and mobilizing his encapsulated position in himself. We believe that this positioning brings a change of paradigm, because it takes the autistic out of the place of deficit to responsible for making possibilities, of subjecting . Therefore we have made an important reflection about the political and clinical context of autism in the XXI century. We articulate Lacan s premise that all human formation has, by essence, and not by chance, to curb the jouissance, to the new hypotheses that the use of objects is an invention of the autistic that aims the ordering of the excess of jouissance. We bet that this positioning implicates on an ethical clinical posture towards the life of these people who, with a lot of difficulty, try to address the Other. Besides the theoretical studies, we have made a research on an Infant-Juvenile Psychosocial Care Center (CAPSi) of Recife city, with the general objective of understanding the specificity of objects in politics, theory and clinical autism. Specifically: Understanding the role of autistic objects in psychoanalytic theory; analyze the discourse prevailing policies autism treatment; Perform a search field with the function of illustrating the uses of objects in an autistic capsi. Concerning Methodology, the analyzed data arise from the reports of children with the diagnosis from ICD F84 to F84.9 (Other Neurotic Disorders) on ICD 10, (International Classification of Diseases), aiming to identify the existence of these objects in the professionals clinical experience. These data have been analyzed under Freud-Lacanian theory, highlighting the significant. The choice of the center to make the research was not random or purposeless. We believe that the CAPSi, for being a new and intensively defying service, is a place of valuable clinic experiences, which demands from the professionals to reinvent their daily practice. In the three analyzed cases, we can comply with the purposed objectives, and understand the specificity of autistic object for each. We realize that, in the analyzed cases, the clinical management and knowledge that professionals take place on autism clinic, consist on an empty jouissance place, secretarying the subject in his inventions. / Esta dissertação é fruto de uma investigação sobre a especificidade dos objetos na clínica do autismo. Por ser bastante frequente na clínica do autismo as chamadas estereotipias e fixações em objetos próprios, alguns psicanalistas teorizaram sobre a complexidade dos objetos autisticos na clínica. Essas teorias estão sendo revisitadas por alguns psicanalistas contemporâneos que se contrapõem à proposta de Frances Tustin, de que os objetos autísticos são nocivos. As novas hipóteses afirmam que a fixação do autista nos objetos não se reduz a estereotipias sem fundamento; é uma repetição da ordem do gozo, numa constante tentativa de barrar seu excesso. Fazer barreira é constituir limites e fronteiras. O manejo dos objetos, é uma invenção do autista, visa refrear o gozo, dar lugar a um endereçamento ao Outro e mobilizar sua posição encapsulada em si mesmo. Acreditamos que este posicionamento traz uma mudança de paradigma, pois retira o autista do lugar de deficitário para o de responsável em inventar possibilidades de assujeitar-se . Portanto, fizemos uma importante reflexão sobre o contexto político e clínico do autismo no século XXI. Articulamos a premissa de Lacan, de que toda formação humana tem por essência, e não por acaso, refrear o gozo, às novas hipóteses de que o uso dos objetos é uma invenção do autista que busca o ordenamento do excesso de gozo. Apostamos que este posicionamento implica em uma postura clinica ética com a vida dessas pessoas que, com muita dificuldade, tentam se endereçar ao Outro. Em paralelo aos estudos teóricos, realizamos uma pesquisa em um Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil (CAPSi) da cidade do Recife, com o objetivo geral de compreender a especificidade dos objetos na política, teoria e clinica do autismo. Especificamente: Compreender a função dos objetos autísticos na teoria da clínica psicanalítica; Analisar o discurso vigente nas políticas de tratamento do autismo;Realizar uma pesquisa de campo com a função de ilustrar os usos dos objetos autisticos em um capsi. No tocante à metodologia, os dados analisados são oriundos da revisão de literatura e dos prontuários de crianças com diagnósticos de CID F84 a F84. 9 (Transtornos Globais do Desenvolvimento) no CID 10, (Classificação Internacional de Doenças), objetivando identificar a existência destes objetos na experiência clínica dos profissionais. Esses dados foram analisados à luz da teoria psicanalítica freudlacaniana, dando-se destaque ao significante. A escolha do serviço para realização da pesquisa não foi aleatória ou sem propósito. Acreditamos que o CAPSi, por ser um serviço novo e intensamente desafiador, constitui-se num local de valiosas experiências clinicas, que exige dos profissionais reinventarem cotidianamente suas práticas. Nos três casos analisados podemos atender aos objetivos propostos, e compreender a especificidade dos objetos autisticos para cada um. Percebemos que, nos casos analisados, a conduta e o saber clínico que profissionais ocupam na clinica do autismo, consiste em um lugar de vazio de gozo, secretariando o sujeito em suas invenções.
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Da ausência do olhar do outro à ausência do limite corporal: sobre a fragmentação corpórea no autismo

Natália Laporte Correia 25 February 2016 (has links)
O presente trabalho tem como propósito problematizar, com base na literatura psicanalítica de matriz lacaniana, a ausência do olhar do Outro como um dos fatores que dificultam a construção de uma imagem corporal unificada nos autistas. O olhar tem uma dimensão relacional, constituindo-se como um importante objeto para a concepção da totalidade corporal. Com efeito, na etapa inicial do desenvolvimento, o recém-nascido percebe o corpo como fragmentado. Não há sequer, da parte dele, o sentimento de integração orgânica e a percepção da distinção entre o interior e o exterior. Embora dependa também da maturação fisiológica, é a partir da relação com o adulto, o qual faz a maternagem, que pode se dar, para o pequeno ser, a aquisição do sentimento de unidade corporal. No entanto, no caso de crianças autistas, é comum a existência de uma intricada comunicação entre o cuidador e o bebê, a qual aparece representada, sobretudo, no desencontro dos olhares. Para o entendimento desse fenômeno, a metodologia adotada foi uma revisão bibliográfica na literatura psicanalítica. Nela, tomamos a teoria lacaniana do Estádio do Espelho e seus desdobramentos como base fundamental, articulando-os com os seguintes construtos metapsicológicos contemporâneos: as concepções psicanalíticas de olhar, da relação da mãe com o bebê, do autismo e do corpo. Para isso, serão utilizadas as produções textuais dos autores, que possuem como matriz a psicanálise de inspiração lacaniana, especialmente as da psicanalista Marie-Christine Laznik (1991, 2004).

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