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A crise da educação contemporânea e a escola : o que paira sobre o chão que pisamos?

Mundim Neto, Janine de Fátima 22 June 2017 (has links)
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, 2017. / Submitted by Raquel Almeida (raquel.df13@gmail.com) on 2017-07-24T13:23:06Z No. of bitstreams: 1 2017_JaninedeFatimaMundimNeto.pdf: 1886813 bytes, checksum: 536f70b627e0675c62f9a422f4201689 (MD5) / Approved for entry into archive by Raquel Viana (raquelviana@bce.unb.br) on 2017-09-11T15:59:07Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2017_JaninedeFatimaMundimNeto.pdf: 1886813 bytes, checksum: 536f70b627e0675c62f9a422f4201689 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-09-11T15:59:07Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2017_JaninedeFatimaMundimNeto.pdf: 1886813 bytes, checksum: 536f70b627e0675c62f9a422f4201689 (MD5) Previous issue date: 2017-09-11 / Esta tese investiga a crise educacional sob a perspectiva da prevalência de um discurso humanista em detrimento de sua realização. Quando o discurso humanista se separa da vida, ele pode se configurar como anti-humanista, pois traz em seu cerne a dialética de sua deturpação. Para além de sua restrição à retórica, a ideologização desse discurso pode também ter levado à sua perversão, a um falseamento. O ápice do falseamento, da deturpação do discurso humanista, ou seja, anti-humanismo em si, tem se realizado em ideias e ações totalitárias. Uma dúvida que nos acompanhou foi: podemos falar em educação para o totalitarismo? Com referência ao cotidiano escolar da contemporaneidade, destacam-se eventos que nos levam a perceber traços de um projeto cultural de perfil totalitário. No que concerne à crise na educação e a uma provável aproximação entre o modelo educacional e os movimentos totalitários, foram apontadas situações, tanto na escola como fora dela, bastante reveladoras. Foram realizados dois grupos focais com alunos do ensino médio, tendo por elemento central de debate a prova em três momentos da rotina escolar dos estudantes: antes das provas, logo após as provas e após a entrega de resultados. A avaliação – prova –mostrou-se o grande motor de todas as ações escolares, prescrevendo o controle sob os auspícios do medo. Três categorias de análise advindas dos dados dos grupos focais serviram para sua interpretação: a ideologização, a prescrição e a doutrinação. Pais, professores e especialistas ligados à educação foram entrevistados e, sob a luz das supracitadas categorias, suas falas revelaram que aspectos ideológicos, prescritivos e doutrinários atrelados a algum tipo de avaliação dos alunos ultrapassam os muros escolares e invadem a família, que repete inconteste a propaganda escolar. O discurso humanista está deturpado; falseado, supomos que ele se preste à realização de anti-humanismos: a educação, sob a égide da escola, traduz esses anti-humanismos em uma educação voltada para ideais totalitários. Talvez aí se oculte, na dialética humanismo ocidental e anti-humanismo, um dos pontos basilares da crise na educação. Ressaltamos que a crítica à escola sob essa perspectiva precisa ser feita, mesmo que as consequências de tal crítica sejam ainda incertas. / This work examines the educational crises from the perspective of the prevalence of a certain human speech despite of its achievement. When the humanist speech takes distance from life, it can be considered anti-humanism, since its core is the dialectics of its misrepresentation. Beyond being restricted to simple rhetoric, the ideologization of this speech can also lead to perversion, distortion or misrepresentation. The apex of the misrepresentation and distortion of the humanist speech, that is, anti-humanism, has been accomplished by totalitarian ideas and actions. One question goes along: Can we talk about education for totalitarianism? Concerning present daily school routine, some events lead us to notice traces of a cultural project with totalitarian aspects. Regarding the crisis of education and its probable connection to the educational model and totalitarian movements, we can highlight some relevant situations, inside and outside school. We had two focal groups with high school students. The main debate was on testing, covering three moments in students’ routine: before the test, right after the test and after test results. The assessment – test – has shown to be the great engine of almost all school actions by prescribing control through fear. Three categories of analysis came from the data collected in the focal groups served as means of interpretation: ideologization, prescription and indoctrination. Parents, teachers and education specialists were interviewed. Under the above mentioned categories, their speech revealed that ideological, prescriptive and doctrinal aspects linked somehow to student assessment overcome school walls and break into the families, which repeat what schools advertise. The humanist speech is distorted, so we suppose that it has surrendered to anti-humanism approaches: education, through school, translates anti-humanism into totalitarian ideas based education. One can consider that the dialects between humanism and anti-humanism is the hidden main responsible for the crises of education. Under this perspective, it is highlighted that criticism of schools must be done, even though the consequences of that criticism are still uncertain. / On a l’intention, dans cette recherche, de lancer un regard sur la crise éducationnelle sous la perspective de la prevalence d’un certain discours humaniste en dépit de sa réalisation. Quand le discours humaniste se sépare de la vie, il peut se configurer comme un discours anti-humaniste, car il porte dans son coeur la dialétique de sa perversion. Au delà de sa restriction à la réthorique, l’idéologisation de ce discours peut aussi le mener à une perversion, à une falsification. Cette falsification, cette déturpation du discours humaniste, c’est à dire, l’anti-humanisme en soi, se réalise dans des idées et des actions totalitaires. Un doute nous a accompagné: on peut parler de l’éducation pour le totalitarisme? En ce qui concerne le quotidien scolaire de notre contemporanéité, on rélève des événements qui nous mènent à apercevoir des traits d’un projet culturel dont le profil est totalitaire. Par rapport à la crise de l’éducation et le probable voisinage entre le modèle éducationnel et les mouvements totalitaires, on a remarqué des situations assez révélatrices, dedans et hors l’école. On a réalisé deux groupes focaux avec des élèves du sécondaire, ayant par point central du débat l’examen dans trois moments de la routine scolaires de ces élèves: avant l’examen, après l’examen et après le résultat. L’évaluation – l’examen – s’est montré le grand moteur qui déclanche toutes les actions scolaires, en prescrivant le contrôle par la peur. On a fait ressortir trois catégories issues des données des groupes focaux qui ont servi à l’interprétation: l’idéologisation, la prescription et l’endoctrinement. Des parents, des professeurs et des spécialistes liés à l’éducation ont été interviewés, et, sous la lumière des supracitées catégories, leurs paroles ont montré que des aspects idéologiques, prescriptifs et doctrinaires attachés à un évaluation quelconque ont surmontés les murs scolaires et ont envahi la famille, qui, pour son tour, répète de façon incontestable la publicité de l’école. Le discours humaniste est perverti; déformé, on suppose qu’il se rend à la réalisation d’anti-humanismes: l’éducation, sous l´’egide de l’école, traduit ces anti-humanismes vers une éducation tournée à des idées totalitaires. Peut-être qu’y se cache, dans la dialectique humanisme et anti-humanisme, l’un des points de base de la crise de l’éducation. On remarque qu’il faut faire la critique à l’école sous ce point de vue, même si les conséquences de telle critique sont encore inattendues.
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A intensificação da experiência educacional contemporânea: uma perspectiva arqueogenealógica / The intensification of the contemporary educational experience: an archaeo-genealogical approach

Vieira, Elisa 25 November 2016 (has links)
A partir da alegação de uma crise educacional generalizada operando na atualidade, a presente investigação devota-se a explorar a conjectura de um expansionismo sem precedentes das práticas educativas no campo social, movimento este consubstanciado na crescente conversão das relações entre os homens em instâncias passíveis de conhecimento e intervenção pedagógicos. Com o fito de perspectivar esse horizonte argumentativo, o corpus do trabalho foi constituído por 930 artigos que evocaram temáticas educacionais extraescolares em 34 periódicos acadêmicos nacionais de destaque, considerados em um intervalo temporal que se estendeu de 1944 a 2015. Tal produção discursiva foi analisada de acordo com um duplo viés teórico-metodológico inspirado no pensamento de Michel Foucault. De um lado, ao perscrutar os textos publicados no período compreendido entre 1996 e 2015, a investigação visou dimensionar os movimentos fronteiriços do campo pedagógico contemporâneo por meio da composição de um inventário das práticas e dos saberes voltados a experiências não escolares, estas consideradas na ampla escala que o arquivo constituído possibilitou traçar. De outro lado, a partir de uma abordagem específica da Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, a qual abrangeu todos os fascículos publicados até 2015 desde sua fundação, em 1944, tratou-se de circunscrever os contextos de emergência/proveniência atinentes a tal espraiamento dos domínios educacionais. Como saldo analítico da investigação, desponta uma perspectiva adversativa às discussões atuais concernentes a processos reconhecidos como educacionalização, pedagogização e escolarização sociais, sobretudo em virtude da intensa permeabilidade das práticas escolares às múltiplas demandas do presente. Daí a assunção de que os processos de subjetivação contemporâneos redundariam em uma acentuada educabilização da experiência civil, esta consoante a determinados jogos de veridicção calcados em uma demarcada matriz pedagógico-escolarizante. / Considering the allegation of a widespread educational crisis taking place in the present, this investigation is dedicated to exploring the assumption of an unparalleled expansionism of educative practices in the social field, a process which is characterized by an increasing conversion of the relationship between individuals into objects susceptible to pedagogical knowledge and intervention. With the aim of inspecting this argumentative horizon, 930 papers evoking educational out-of-school themes formed the research corpus, all of them published in 34 national academic journals through the period 1944-2015. This discursive production was analyzed according to a double theoretical-methodological approach inspired in Michel Foucaults thought. On the one hand, by examining the texts published between 1996 and 2015, the investigation attempted to dimension the borderline movements in the contemporary pedagogical field by means of an inventory of practice and knowledge focused on out-of-school experiences, the latter considered within the wide scale the archive thus built enabled to outline. On the other hand, in accordance with a specific approach of the Brazilian journal Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, which comprised all the issues published from its foundation, in 1944, to 2015, the intention was to circumscribe the contexts of emergence/provenance regarding the enlargement of educational realms. As an analytic outcome of the investigation, what is offered is an adversative perspective before the current discussions on processes identified as social educationalization, pedagogization and scholarization, mostly by virtue of an intense permeability of school practices to current demands. Thus, the assumption that contemporary subjectification processes would promote a marked educabilitization of the civil experience, the latter in congruence with certain veridiction games based on a strong pedagogical-schooling emphasis.
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A intensificação da experiência educacional contemporânea: uma perspectiva arqueogenealógica / The intensification of the contemporary educational experience: an archaeo-genealogical approach

Elisa Vieira 25 November 2016 (has links)
A partir da alegação de uma crise educacional generalizada operando na atualidade, a presente investigação devota-se a explorar a conjectura de um expansionismo sem precedentes das práticas educativas no campo social, movimento este consubstanciado na crescente conversão das relações entre os homens em instâncias passíveis de conhecimento e intervenção pedagógicos. Com o fito de perspectivar esse horizonte argumentativo, o corpus do trabalho foi constituído por 930 artigos que evocaram temáticas educacionais extraescolares em 34 periódicos acadêmicos nacionais de destaque, considerados em um intervalo temporal que se estendeu de 1944 a 2015. Tal produção discursiva foi analisada de acordo com um duplo viés teórico-metodológico inspirado no pensamento de Michel Foucault. De um lado, ao perscrutar os textos publicados no período compreendido entre 1996 e 2015, a investigação visou dimensionar os movimentos fronteiriços do campo pedagógico contemporâneo por meio da composição de um inventário das práticas e dos saberes voltados a experiências não escolares, estas consideradas na ampla escala que o arquivo constituído possibilitou traçar. De outro lado, a partir de uma abordagem específica da Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, a qual abrangeu todos os fascículos publicados até 2015 desde sua fundação, em 1944, tratou-se de circunscrever os contextos de emergência/proveniência atinentes a tal espraiamento dos domínios educacionais. Como saldo analítico da investigação, desponta uma perspectiva adversativa às discussões atuais concernentes a processos reconhecidos como educacionalização, pedagogização e escolarização sociais, sobretudo em virtude da intensa permeabilidade das práticas escolares às múltiplas demandas do presente. Daí a assunção de que os processos de subjetivação contemporâneos redundariam em uma acentuada educabilização da experiência civil, esta consoante a determinados jogos de veridicção calcados em uma demarcada matriz pedagógico-escolarizante. / Considering the allegation of a widespread educational crisis taking place in the present, this investigation is dedicated to exploring the assumption of an unparalleled expansionism of educative practices in the social field, a process which is characterized by an increasing conversion of the relationship between individuals into objects susceptible to pedagogical knowledge and intervention. With the aim of inspecting this argumentative horizon, 930 papers evoking educational out-of-school themes formed the research corpus, all of them published in 34 national academic journals through the period 1944-2015. This discursive production was analyzed according to a double theoretical-methodological approach inspired in Michel Foucaults thought. On the one hand, by examining the texts published between 1996 and 2015, the investigation attempted to dimension the borderline movements in the contemporary pedagogical field by means of an inventory of practice and knowledge focused on out-of-school experiences, the latter considered within the wide scale the archive thus built enabled to outline. On the other hand, in accordance with a specific approach of the Brazilian journal Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, which comprised all the issues published from its foundation, in 1944, to 2015, the intention was to circumscribe the contexts of emergence/provenance regarding the enlargement of educational realms. As an analytic outcome of the investigation, what is offered is an adversative perspective before the current discussions on processes identified as social educationalization, pedagogization and scholarization, mostly by virtue of an intense permeability of school practices to current demands. Thus, the assumption that contemporary subjectification processes would promote a marked educabilitization of the civil experience, the latter in congruence with certain veridiction games based on a strong pedagogical-schooling emphasis.
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A mulher professora na cidade de São Paulo: política, imprensa e universidade (1971-1990)

Rossetti, Marinella Binda 08 May 2007 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-27T19:31:30Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Marinella.pdf: 1383353 bytes, checksum: a61a89aeb53907a2572b8b29fb8bc4de (MD5) Previous issue date: 2007-05-08 / This research investigates both the education and the working conditions offered to teachers for the elementary school grades, hereafter represented by women, who account for 81,3% of the total number of teachers in the country. The moment in time chosen, from 1971 to 1990, comprises periods of Military Regime (1964) and of the way towards political re-democratization (1985), when the educational policy that led to the general reform of education was outlined, and brought to effect by Law 5540, passed on November 28, 1968. This law brought the regulations for the organization and functioning of graduate studies. Furthermore, Law 5692, taking effect from August 11, 1971 reformed elementary and high school. We aim at evaluating the enforcement of these Laws, which intended to broaden access to schools, verifying the obstacles that fostered the so-called Scholarly Failure along their implantation process. This paper assembled statements by male and female teachers, and other sources of information such as newspapers and magazines from those days, population census, academic papers and the writings on the subject, which, brought together, helped the historic reconstruction of the facts, having as the axis the woman-teacher living in São Paulo. Analysis allowed us to confirm that the legislation followed a particular pathway: aiming at enlarging the number of seats in schools, it failed to take into consideration both the enhancement of education and professional competence, and subjective actions as a final product of teaching actions. Thus, solutions brought about did not lessen the shock between hope and reality, and downgraded the relationships of strength and power that constituted themselves within the educational community. The imposed law belittled the disastrous, even un-educational situation as far as both teachers and students were concerned, and underestimated its social consequences. Hence, the failure of the educational system was not significant if seen from the viewpoint of teachers of the public schools in the city, but was understood as negligence in the application of public educational policies for a long period, and the State was therefore to blame, during the military and the civil governments alike / Esta pesquisa investiga a formação e as condições oferecidas ao exercício docente na educação básica, aqui representada pela mulher, por ser ela 81,3% do professorado brasileiro. O momento histórico escolhido, de 1971 a 1990, compreende, do Regime Militar (1964) à Redemocratização Política (1985), quando se delineou a política educacional concretizada na reforma geral do ensino, criada pelas Leis 5.540, de 28 de novembro de 1968, que fixou normas para a organização e funcionamento do ensino superior e pela Lei 5.692, de 11 de agosto de 1971, que reformulou o ensino de 1º e 2º graus. Objetivamos avaliar a aplicação dessas Leis que tiveram como propósito ampliar o acesso à rede escolar, averiguando os obstáculos que, ao longo dessa implantação, favoreceram o estabelecimento do chamado Fracasso Escolar. A realização deste trabalho contou com depoimentos de professores e professoras e outras diversas fontes como jornais do período, censos populacionais, revistas da época, trabalhos acadêmicos e literatura que, articulados, auxiliaram a reconstituição histórica tendo como eixo a mulher professora, estabelecida na cidade de São Paulo. Após a análise, verificamos que a legislação como planejada percorreu um caminho singular, pois ao visar a ampliação de vagas desconsiderou a formação e a capacitação profissional, não ponderou as ações subjetivas como produto final do trabalho docente, as soluções fixadas não abreviaram o choque entre expectativa e realidade, mas depreciaram as relações de força e de poder que se constituiriam entre a comunidade educativa. A Lei imposta menosprezou a situação desastrosa, quando não, deseducativa, tanto em relação aos professores como aos seus alunos, subestimando as conseqüências sociais. Assim sendo, o fracasso do sistema escolar não foi significativo, visto sob a ótica dos professores das redes públicas paulistanas, mas foi entendido como negligência na aplicação das políticas públicas educacionais, durante um longo período e, portanto, de responsabilidade exclusiva dos representantes do Estado nacional, tanto dos governos militares como dos governos civis

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