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Notícias de Segunda Mão: os jornais locais e a cobertura política / Second-Hand News: local newspapers and political coverageNunomura, Eduardo Yoshio 06 June 2018 (has links)
Esta tese de doutorado, que se insere no âmbito das pesquisas de comunicação e política, tem como objeto a imprensa regional ou local, a partir de uma questão crucial: teriam os jornais locais deixado de exercer o papel de controle e fiscalização do poder e, portanto, deixado de cumprir a missão de bem informar os cidadãos, acomodando-se a seguir a pauta e o enfoque dos veículos aos quais tomam de empréstimo o noticiário? Por meio de uma investigação da história do jornalismo local, conjugada com estudos empíricos acerca do discurso midiático, o presente trabalho conclui, baseado em estudos de caso e análises quantitativas e qualitativas de uma amostragem significativa de jornais locais e regionais, que a resposta a essa pergunta é \"sim\". O Brasil não conta uma imprensa local forte, o que acarreta implicações negativas para a democracia. O corpus da pesquisa foi recortado de seis veículos locais ou regionais: Comércio do Jahu-SP, Correio do Povo-RS, Diário do Rio Doce-MG, Folha do Estado da Bahia-BA, Jornal do Povo-MS e O Liberal-PA. Foram estudadas edições de cada um desses títulos, publicadas durante as crises políticas de 2015 a 2017. Além disso, profissionais responsáveis por esses conteúdos e representantes de associações de diários dos interiores e agências de notícias foram longamente entrevistados. Os resultados evidenciam o uso excessivo de notícias de segunda mão, isto é, não produzidas por equipes próprias. A análise do discurso aqui empreendida demonstrou que, no caso do impeachment de Dilma Rousseff, os seis jornais reproduziram, com ângulos praticamente idênticos e sem contextualização municipal ou regional, o discurso de Folha de S.Paulo, O Globo e O Estado de S. Paulo. Já sob o governo de Michel Temer, esses jornais procuraram se afastar da narrativa das três grandes publicações, denotando estar a serviço de interesses políticos de suas regiões. / This thesis, which belongs to the field of communication and political research, has as its subject regional or local press. Its crucial question is: would the local newspapers have abandoned their roles as watchdogs and, therefore, failed to properly inform their readers as the free press should do? Have they conformed themselves to the agenda and approach of the national newspapers from which they get the news? We started with a historical investigation of the local journalism, and we continue with empirical studies on media discourse, to conclude, based on case studies and content analysis of a significant sampling of local and regional newspapers, that the response to this question is \"yes\". Brazil does not have a strong local or regional press, which brings negative consequences for our democracy. The corpus of the research focuses on six local or regional vehicles: Comércio do Jahu-SP, Correio do Povo-RS, Diário do Rio Doce-MG, Folha do Estado da Bahia-BA, Jornal do Povo-MS and O Liberal-PA. We studied editions of each of these publications during the Brazilian political crisis of 2015 to 2017. In addition, journalists responsible for these contents and members of newspaper associations and news agencies were interviewed. The complete results show the excessive use of second-hand news, which is not produced by their own teams. The content analysis here showed that, in the case of Dilma Rousseff\'s impeachment, the six newspapers reproduced, with almost identical angles and without local contextualization, the discourse of Folha de S.Paulo, O Globo or O Estado de S. Paulo, the three major national newspapers in Brazil. But under Michel Temer government, these six newspapers sought to distance themselves from the narrative of the three major national titles, giving evidence of serving the political interests of their regions.
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Crise política e referendo popular: o escândalo do mensalão como contexto político-midiático do referendo do desarmamentoGomes, Maria Lucia Prandi 30 October 2007 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-25T20:21:58Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Maria Lucia Prandi Gomes.pdf: 2807946 bytes, checksum: 373c49fac2651cd204d308b747fd2ea2 (MD5)
Previous issue date: 2007-10-30 / On October, the 23rd, 2005, took place in Brazil the Referendo do Desarmamento
(Referendum for the Disarmament), when Brazilians voted in favor or against the
following question: The fire weapons and ammunitions trade must be prohibit in
Brazil? . Polls predicted the vote Yes would win. It lost. The answer No got 63.9% of
the total votes. The trade of weapons and ammunitions goes legally on. Different social
scientists have studied the Referendo and pointed reasons for the victory of No, which
make a complex explanation: the different quality of the radio and TV adverstising of
the two sides; the failing of the governmental politics for public security; the lost of
credibility of politicians, political parties, particularly the PT, Partido dos Trabalhadores
(Workers Party), the federal government and President Luiz Inacio Lula da Silva
himself; at last but not least, the weakening of the voters confidence on public
institutions because of the crisis that proceeded the Referendo. From May to September,
a big scandal called Escândalo do Mensalão (The Big Monthly Bribe Scandal) shook
and startled Brazil, affecting negatively the images of President Lula, his government
and his Party. The present work seeks to understand the Escândalo do Mensalão as a
political background to the Referendum. To reach that aim, two of the most important
Brazilian weakly magazines, Veja and Época, were submitted under a content analysis.
Both had a similar critical position about the crises of Mensalação, but Veja was in
favor of the vote No to the Disarmament, and Época in favor of Yes / Em 23 de outubro de 2005, no Referendo do Desarmamento, o Brasil votou a favor ou
contra a seguinte questão: O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido
no Brasil? . Em 27 de julho, pesquisas de opinião apontavam vitória do Sim com 80%
das intenções de voto. Mas o Desarmamento acabou perdendo, com 63,9% de votos
dados ao Não. Manteve-se no Brasil a venda legal de armas de fogo e munição.
As razões apontadas por diferentes autores que vêm estudando a vitória do Não
desenham um quadro complexo, que envolve a questão da qualidade desigual da
propaganda eleitoral dos lados a favor e contra no horário gratuito em rádio e televisão,
o fracasso da política governamental de segurança pública e a conseqüente falta de
credibilidade nas instituições públicas, o sentimento de que a proibição proposta no
Referendo significaria perda de direito à legítima defesa, além de fatores decorrentes de
interesses econômicos de fabricantes e comerciantes de armas e munições, assim como
a posição assumida pelas elites e o financiamento das campanhas. Durante os meses que
precederam o Referendo, aconteceu o chamado Escândalo do Mensalão, promovendo a
maior crise política envolvendo o presidente Lula, seu governo e seu partido, o PT. É
objetivo do presente trabalho estudar essa crise como pano de fundo do Referendo, ou
seja, como elemento hipoteticamente fundamental para se entender o fracasso de uma
iniciativa em que a posição favorável dos três era uma das marcas importantes. Com os
promotores em baixa, os resultados podem ter refletido mais um aspecto da descrença
dos eleitores naquela conjuntura. Uma imagem muito negativa do governo e dos
governantes esteve durante meses em exposição na mídia. Analisar o conteúdo que
então se divulgava em periódicos de importância nacional pode permitir uma
reconstrução do que aqui se chamará contexto político-midiático. Para traçar esse pano
de fundo foram escolhidas as revistas Veja e Época, que foram centrais na crise e que,
em relação ao Referendo, assumiram posições contrárias
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Crise política e referendo popular: o escândalo do mensalão como contexto político-midiático do referendo do desarmamentoGomes, Maria Lucia Prandi 30 October 2007 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-26T14:56:43Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Maria Lucia Prandi Gomes.pdf: 2807946 bytes, checksum: 373c49fac2651cd204d308b747fd2ea2 (MD5)
Previous issue date: 2007-10-30 / On October, the 23rd, 2005, took place in Brazil the Referendo do Desarmamento
(Referendum for the Disarmament), when Brazilians voted in favor or against the
following question: The fire weapons and ammunitions trade must be prohibit in
Brazil? . Polls predicted the vote Yes would win. It lost. The answer No got 63.9% of
the total votes. The trade of weapons and ammunitions goes legally on. Different social
scientists have studied the Referendo and pointed reasons for the victory of No, which
make a complex explanation: the different quality of the radio and TV adverstising of
the two sides; the failing of the governmental politics for public security; the lost of
credibility of politicians, political parties, particularly the PT, Partido dos Trabalhadores
(Workers Party), the federal government and President Luiz Inacio Lula da Silva
himself; at last but not least, the weakening of the voters confidence on public
institutions because of the crisis that proceeded the Referendo. From May to September,
a big scandal called Escândalo do Mensalão (The Big Monthly Bribe Scandal) shook
and startled Brazil, affecting negatively the images of President Lula, his government
and his Party. The present work seeks to understand the Escândalo do Mensalão as a
political background to the Referendum. To reach that aim, two of the most important
Brazilian weakly magazines, Veja and Época, were submitted under a content analysis.
Both had a similar critical position about the crises of Mensalação, but Veja was in
favor of the vote No to the Disarmament, and Época in favor of Yes / Em 23 de outubro de 2005, no Referendo do Desarmamento, o Brasil votou a favor ou
contra a seguinte questão: O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido
no Brasil? . Em 27 de julho, pesquisas de opinião apontavam vitória do Sim com 80%
das intenções de voto. Mas o Desarmamento acabou perdendo, com 63,9% de votos
dados ao Não. Manteve-se no Brasil a venda legal de armas de fogo e munição.
As razões apontadas por diferentes autores que vêm estudando a vitória do Não
desenham um quadro complexo, que envolve a questão da qualidade desigual da
propaganda eleitoral dos lados a favor e contra no horário gratuito em rádio e televisão,
o fracasso da política governamental de segurança pública e a conseqüente falta de
credibilidade nas instituições públicas, o sentimento de que a proibição proposta no
Referendo significaria perda de direito à legítima defesa, além de fatores decorrentes de
interesses econômicos de fabricantes e comerciantes de armas e munições, assim como
a posição assumida pelas elites e o financiamento das campanhas. Durante os meses que
precederam o Referendo, aconteceu o chamado Escândalo do Mensalão, promovendo a
maior crise política envolvendo o presidente Lula, seu governo e seu partido, o PT. É
objetivo do presente trabalho estudar essa crise como pano de fundo do Referendo, ou
seja, como elemento hipoteticamente fundamental para se entender o fracasso de uma
iniciativa em que a posição favorável dos três era uma das marcas importantes. Com os
promotores em baixa, os resultados podem ter refletido mais um aspecto da descrença
dos eleitores naquela conjuntura. Uma imagem muito negativa do governo e dos
governantes esteve durante meses em exposição na mídia. Analisar o conteúdo que
então se divulgava em periódicos de importância nacional pode permitir uma
reconstrução do que aqui se chamará contexto político-midiático. Para traçar esse pano
de fundo foram escolhidas as revistas Veja e Época, que foram centrais na crise e que,
em relação ao Referendo, assumiram posições contrárias
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Notícias de Segunda Mão: os jornais locais e a cobertura política / Second-Hand News: local newspapers and political coverageEduardo Yoshio Nunomura 06 June 2018 (has links)
Esta tese de doutorado, que se insere no âmbito das pesquisas de comunicação e política, tem como objeto a imprensa regional ou local, a partir de uma questão crucial: teriam os jornais locais deixado de exercer o papel de controle e fiscalização do poder e, portanto, deixado de cumprir a missão de bem informar os cidadãos, acomodando-se a seguir a pauta e o enfoque dos veículos aos quais tomam de empréstimo o noticiário? Por meio de uma investigação da história do jornalismo local, conjugada com estudos empíricos acerca do discurso midiático, o presente trabalho conclui, baseado em estudos de caso e análises quantitativas e qualitativas de uma amostragem significativa de jornais locais e regionais, que a resposta a essa pergunta é \"sim\". O Brasil não conta uma imprensa local forte, o que acarreta implicações negativas para a democracia. O corpus da pesquisa foi recortado de seis veículos locais ou regionais: Comércio do Jahu-SP, Correio do Povo-RS, Diário do Rio Doce-MG, Folha do Estado da Bahia-BA, Jornal do Povo-MS e O Liberal-PA. Foram estudadas edições de cada um desses títulos, publicadas durante as crises políticas de 2015 a 2017. Além disso, profissionais responsáveis por esses conteúdos e representantes de associações de diários dos interiores e agências de notícias foram longamente entrevistados. Os resultados evidenciam o uso excessivo de notícias de segunda mão, isto é, não produzidas por equipes próprias. A análise do discurso aqui empreendida demonstrou que, no caso do impeachment de Dilma Rousseff, os seis jornais reproduziram, com ângulos praticamente idênticos e sem contextualização municipal ou regional, o discurso de Folha de S.Paulo, O Globo e O Estado de S. Paulo. Já sob o governo de Michel Temer, esses jornais procuraram se afastar da narrativa das três grandes publicações, denotando estar a serviço de interesses políticos de suas regiões. / This thesis, which belongs to the field of communication and political research, has as its subject regional or local press. Its crucial question is: would the local newspapers have abandoned their roles as watchdogs and, therefore, failed to properly inform their readers as the free press should do? Have they conformed themselves to the agenda and approach of the national newspapers from which they get the news? We started with a historical investigation of the local journalism, and we continue with empirical studies on media discourse, to conclude, based on case studies and content analysis of a significant sampling of local and regional newspapers, that the response to this question is \"yes\". Brazil does not have a strong local or regional press, which brings negative consequences for our democracy. The corpus of the research focuses on six local or regional vehicles: Comércio do Jahu-SP, Correio do Povo-RS, Diário do Rio Doce-MG, Folha do Estado da Bahia-BA, Jornal do Povo-MS and O Liberal-PA. We studied editions of each of these publications during the Brazilian political crisis of 2015 to 2017. In addition, journalists responsible for these contents and members of newspaper associations and news agencies were interviewed. The complete results show the excessive use of second-hand news, which is not produced by their own teams. The content analysis here showed that, in the case of Dilma Rousseff\'s impeachment, the six newspapers reproduced, with almost identical angles and without local contextualization, the discourse of Folha de S.Paulo, O Globo or O Estado de S. Paulo, the three major national newspapers in Brazil. But under Michel Temer government, these six newspapers sought to distance themselves from the narrative of the three major national titles, giving evidence of serving the political interests of their regions.
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