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Reconhecimento de emoções em cães domésticos (Canis familiaris): percepção de pistas faciais e auditivas na comunicação intra e interespecífica / Emotion recognition in domestic dogs (Canis familiaris): perception of facial and auditory cues in intra and interspecific communicationAlbuquerque, Natalia de Souza 14 October 2013 (has links)
Cães domésticos (Canis familiaris) são animais sociais que apresentam uma série de habilidades cognitivas para interagir com outros cães e com pessoas. Apesar de muitos estudos com cães terem investigado o uso de pistas comunicativas, a sensibilidade a estados de atenção, a capacidade de discriminação de faces e de vocalizações e até o processamento de expressões faciais, ainda não existem evidências de que esses animais são capazes de obter e utilizar simultaneamente informações emocionais de expressões faciais e auditivas. O reconhecimento de estados emocionais pode ser entendido como uma característica adaptativa, uma vez que possui um papel muito importante no contexto social e pode ser crucial para o estabelecimento e manutenção de relacionamentos em longo prazo. Interessados em investigar as habilidades de leitura e compreensão de emoções, utilizamos um paradigma de preferência de olhar para testar cães de família de várias raças em sua habilidade de reconhecer emoções de maneira cross-modal. Analisamos o comportamento visual espontâneo dos sujeitos frente a dois estímulos visuais (mesmo indivíduo, expressão facial diferente) e um som (vocalização) congruente a uma das duas imagens. Utilizamos estímulos caninos e humanos, de fêmeas e machos, com valência positiva e negativa, apresentados do lado esquerdo e do lado direito, e avaliamos seus possíveis efeitos sobre o desempenho dos animais. A variável utilizada para as análises foi o índice de congruência: a proporção de tempo de olhar para a imagem congruente em relação ao tempo total de olhar para as telas. Os cães demonstraram ser capazes de associar informações das faces (fotografias) e das vocalizações (playbacks) e integrá-las em uma única representação mental, independente da espécie, do sexo, da valência e do lado de apresentação do estímulo. O único efeito que encontramos foi o de espécie: apesar dos sujeitos apresentarem a habilidade de reconhecimento tanto para estímulos caninos quanto para humanos, o fizeram de maneira mais robusta para coespecíficos. Isto pode sugerir que a habilidade de reconhecer emoções de maneira cross-modal tenha surgido inicialmente para a comunicação intraespecífica, mas, tendo facilitado a convivência com seres humanos, se desenvolveu para tornar a comunicação interespecífica mais eficiente. O reconhecimento cross-modal pode ser entendido como um reconhecimento verdadeiro e sugere um nível de processamento cognitivo mais alto e mais complexo. Dessa maneira, esta pesquisa traz as primeiras evidências de que cães domésticos são capazes de compreender (perceber e extrair informações relevantes de) as emoções e não apenas discriminá-las. As interações entre um indivíduo e o mundo são multidimensionais e perceber emoções de outros cães e de pessoas pode ser altamente funcional / Domestic dogs (Canis familiaris) are social animals that show a series of cognitive abilities to interact with other dogs and people. Although many studies have investigated the use of communicative cues, the sensitivity to attentional states, the capacity of discriminating faces and vocalizations and even the processing involved in facial expressions exploration, there are no evidences that these animals are capable of obtaining and using emotional information from facial and auditory expressions. The recognition of emotional states may be understood as an adaptive feature, since it plays a very important role in social context and might be crucial to the establishment and maintenance of long term relationship. Interested in investigating the abilities of reading and understanding emotions, we used a preferential looking paradigm to test family dogs of various breeds for their ability to cross-modally recognize emotions. We analysed the spontaneous looking behaviour of subjects when facing two visual stimuli (same individual, different facial expression) and hearing a sound (vocalization) which was congruent to one of the images. We used dogs and humans, females and males, positive valence and negative valence and left-presented and right-presented stimuli to assess their possible effects on the animals performance. The variable used for the analysis was congruence index: the proportion of time looking at the congruent images over the total looking time to the screens. Dogs demonstrated being capable of associating information from faces (photographs) and vocalizations (playbacks) and integrating them in a single mental representation, independent of species, sex, valence or side of stimulus presentation. The only effect we found was of species: although subjects had shown the ability to recognize both canine and human stimuli, they did it in a more robust way towards conspecifics. This may suggest that the ability to cross-modally recognize emotions has initially appeared for intraspecific communication but, having facilitated dog-human interactions, has developed to make the interspecific communication more efficient. Cross-modal recognition can be understood as true recognition and it suggests a higher and more complex level of cognitive processing. Therefore, this research brings the first evidences that domestic dogs are able to understand (perceive and extract relevant information from) emotions and not only discriminate them. The interactions between an individual and the world are multidimensional and reading other dogs and human emotions may be highly functional
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Reconhecimento de emoções em cães domésticos (Canis familiaris): percepção de pistas faciais e auditivas na comunicação intra e interespecífica / Emotion recognition in domestic dogs (Canis familiaris): perception of facial and auditory cues in intra and interspecific communicationNatalia de Souza Albuquerque 14 October 2013 (has links)
Cães domésticos (Canis familiaris) são animais sociais que apresentam uma série de habilidades cognitivas para interagir com outros cães e com pessoas. Apesar de muitos estudos com cães terem investigado o uso de pistas comunicativas, a sensibilidade a estados de atenção, a capacidade de discriminação de faces e de vocalizações e até o processamento de expressões faciais, ainda não existem evidências de que esses animais são capazes de obter e utilizar simultaneamente informações emocionais de expressões faciais e auditivas. O reconhecimento de estados emocionais pode ser entendido como uma característica adaptativa, uma vez que possui um papel muito importante no contexto social e pode ser crucial para o estabelecimento e manutenção de relacionamentos em longo prazo. Interessados em investigar as habilidades de leitura e compreensão de emoções, utilizamos um paradigma de preferência de olhar para testar cães de família de várias raças em sua habilidade de reconhecer emoções de maneira cross-modal. Analisamos o comportamento visual espontâneo dos sujeitos frente a dois estímulos visuais (mesmo indivíduo, expressão facial diferente) e um som (vocalização) congruente a uma das duas imagens. Utilizamos estímulos caninos e humanos, de fêmeas e machos, com valência positiva e negativa, apresentados do lado esquerdo e do lado direito, e avaliamos seus possíveis efeitos sobre o desempenho dos animais. A variável utilizada para as análises foi o índice de congruência: a proporção de tempo de olhar para a imagem congruente em relação ao tempo total de olhar para as telas. Os cães demonstraram ser capazes de associar informações das faces (fotografias) e das vocalizações (playbacks) e integrá-las em uma única representação mental, independente da espécie, do sexo, da valência e do lado de apresentação do estímulo. O único efeito que encontramos foi o de espécie: apesar dos sujeitos apresentarem a habilidade de reconhecimento tanto para estímulos caninos quanto para humanos, o fizeram de maneira mais robusta para coespecíficos. Isto pode sugerir que a habilidade de reconhecer emoções de maneira cross-modal tenha surgido inicialmente para a comunicação intraespecífica, mas, tendo facilitado a convivência com seres humanos, se desenvolveu para tornar a comunicação interespecífica mais eficiente. O reconhecimento cross-modal pode ser entendido como um reconhecimento verdadeiro e sugere um nível de processamento cognitivo mais alto e mais complexo. Dessa maneira, esta pesquisa traz as primeiras evidências de que cães domésticos são capazes de compreender (perceber e extrair informações relevantes de) as emoções e não apenas discriminá-las. As interações entre um indivíduo e o mundo são multidimensionais e perceber emoções de outros cães e de pessoas pode ser altamente funcional / Domestic dogs (Canis familiaris) are social animals that show a series of cognitive abilities to interact with other dogs and people. Although many studies have investigated the use of communicative cues, the sensitivity to attentional states, the capacity of discriminating faces and vocalizations and even the processing involved in facial expressions exploration, there are no evidences that these animals are capable of obtaining and using emotional information from facial and auditory expressions. The recognition of emotional states may be understood as an adaptive feature, since it plays a very important role in social context and might be crucial to the establishment and maintenance of long term relationship. Interested in investigating the abilities of reading and understanding emotions, we used a preferential looking paradigm to test family dogs of various breeds for their ability to cross-modally recognize emotions. We analysed the spontaneous looking behaviour of subjects when facing two visual stimuli (same individual, different facial expression) and hearing a sound (vocalization) which was congruent to one of the images. We used dogs and humans, females and males, positive valence and negative valence and left-presented and right-presented stimuli to assess their possible effects on the animals performance. The variable used for the analysis was congruence index: the proportion of time looking at the congruent images over the total looking time to the screens. Dogs demonstrated being capable of associating information from faces (photographs) and vocalizations (playbacks) and integrating them in a single mental representation, independent of species, sex, valence or side of stimulus presentation. The only effect we found was of species: although subjects had shown the ability to recognize both canine and human stimuli, they did it in a more robust way towards conspecifics. This may suggest that the ability to cross-modally recognize emotions has initially appeared for intraspecific communication but, having facilitated dog-human interactions, has developed to make the interspecific communication more efficient. Cross-modal recognition can be understood as true recognition and it suggests a higher and more complex level of cognitive processing. Therefore, this research brings the first evidences that domestic dogs are able to understand (perceive and extract relevant information from) emotions and not only discriminate them. The interactions between an individual and the world are multidimensional and reading other dogs and human emotions may be highly functional
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