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Nas Trilhas do Rei do Cangaço e de suas Representações (1922-1927)

Dutra, Wescley Rodrigues 18 March 2011 (has links)
Made available in DSpace on 2015-05-14T12:23:03Z (GMT). No. of bitstreams: 1 arquivototal.pdf: 1302928 bytes, checksum: 8074e7a561b278e82e58e00faa3b3d54 (MD5) Previous issue date: 2011-03-18 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / The cangaço is configured in the history of Brazilian Northeast, as a relevant movement leaving traces in memory, popular culture and imagery. This movement was not something sudden, but covering a long period, taking down roots in the eighteenth century through the nineteenth and flourishing with greater notoriety in the first half of the twentieth. Countless individuals have emerged as key leaders of gangs. One subject in special marks the social imaginary and the history of the region: the bandit Virgolino Ferrreira da Silva, or only Lampião. For twenty years he swept the interior of seven Northeastern states, becoming a parallel power to the official one. Lampião‟s life was endowed with contradictions, which generated multiple representations on it. Over his image were built speeches which represent him as villain, righteous, ruffian, murderous, rapist, strategist, champion of justice, etc.. Each representation elaborated on the outlaws comes loaded with the stigmas of the interests of various groups and social sectors. An important area of building representations about Lampião was the Northeastern press that, although in its news represent the design of the ruling elite, trying to get negative images about the outlaw, attributed to Lampião the place as the King of Cangaço eventually because of his boldness, courage and constant leakage on the strategies of the steering forces. Having the newspapers as a support document, we turned our attention to two events established in the literature about the cangaço: Lampião‟s stay in Juazeiro do Norte (CE) in 1926 and the defeat of the bandit in Mossoró (RN) in 1927. We analyze the representations constructed in these two different Lampião moments trying to understand how they contributed to the construction of a historical culture of cangaço. To achieve this objective, we use the theoretical concept of representation, from the perspective of the historian Roger Chartier. / O cangaço configura-se, na história do Nordeste brasileiro, como um movimento relevante deixando marcas na memória, na cultura e na imagética popular. Esse movimento não foi algo repentino, mas abrangeu um longo período, tendo enraizamentos no século XVIII, passando pelo XIX e florescendo com maior notoriedade na primeira metade do XX. Inúmeros sujeitos surgiram como líderes importantes de bandos. Um, em especial, marca o imaginário social e a história da região: o cangaceiro Virgolino Ferreira da Silva, vulgo Lampião. Durante vinte anos, ele varreu o sertão de sete estados nordestinos, tornando-se um poder paralelo ao oficial. A vida de Lampião foi dotada de contradições, o que gerou representações múltiplas sobre o mesmo. Foram construídos sobre a sua imagem discursos, os quais o apresentam como bandido, justiceiro, facínora, sanguinário, estuprador, estrategista, paladino da justiça, etc. Cada representação elaborada sobre os cangaceiros vem carregada com os estigmas dos interesses dos vários grupos e setores sociais. Um importante espaço de construção de representações sobre Lampião foi a imprensa escrita do Nordeste que, apesar de, nas suas notícias, representar a concepção da elite dominante, tentando passar imagens pejorativas sobre o cangaceiro, acabou atribuindo a Lampião o lugar de Rei do Cangaço , devido a sua ousadia, coragem e constantes fugas diante das estratégias das forças volantes. Tendo os jornais como aporte documental, voltamos nossa atenção sobre dois acontecimentos consagrados na literatura sobre o cangaço: a estadia de Lampião no Juazeiro do Norte (CE), em 1926, e a derrota do cangaceiro em Mossoró (RN), em 1927. Buscamos analisar as representações construídas sobre Lampião nesses dois momentos distintos pretendendo compreender como eles contribuíram na construção de uma cultura histórica sobre o cangaço. Para alcançarmos tal objetivo, fizemos uso do conceito teórico de representação, a partir da perspectiva do historiador Roger Chartier.

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