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Enigma da doce deriva: travessia e metamorfose em Dany Laferrière

Castro, Thalles do Nascimento 25 August 2015 (has links)
Submitted by Renata Lopes (renatasil82@gmail.com) on 2016-01-08T11:01:32Z No. of bitstreams: 1 thallesdonascimentocastro.pdf: 3014252 bytes, checksum: c87e6e2cb502f00a1761819d59157330 (MD5) / Approved for entry into archive by Adriana Oliveira (adriana.oliveira@ufjf.edu.br) on 2016-01-25T16:57:04Z (GMT) No. of bitstreams: 1 thallesdonascimentocastro.pdf: 3014252 bytes, checksum: c87e6e2cb502f00a1761819d59157330 (MD5) / Made available in DSpace on 2016-01-25T16:57:04Z (GMT). No. of bitstreams: 1 thallesdonascimentocastro.pdf: 3014252 bytes, checksum: c87e6e2cb502f00a1761819d59157330 (MD5) Previous issue date: 2015-08-25 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / A intenção da pesquisa é oferecer uma leitura em contraponto do romance L’Énigme du retour (2009) junto à segunda versão do romance Chronique de la dérive douce (2012), ambos de Dany Laferrière. Enquanto o primeiro éo diário de um narrador que retorna ao país natal após cerca de três décadas em exílio, o segundo apresenta ao leitor os primeiros meses da doce deriva de um jovem haitiano em terra estrangeira. Juntos eles retomam elementos presentes no conjunto da chamada “autobiografia americana” de Laferrière. Observamos como, aos poucos, o exílio é reconhecido também como uma condição metafórica e se transforma em uma experiência criadora: não mais o exílio, mas a aventura da viagem. A referência ao Cahier d’un retour au pays natal (1939), de Aimé Césaire, é clara e constitui um ponto importante da pesquisa, pois o retorno não é visto apenas como o périplo de um Ulisses em busca de sua ilha, mas como uma descida órfica às profundezas da terra há muito abandonada. A análise levará em conta, sobretudo, a reorganização e a utilização de elementos culturais haitianos na própria estrutura dos romances. Algumas características de certa pintura haitiana – a exagerada acumulação de temas e sua dinâmica contrastante de cores – e do vodu haitiano – a posição fronteiriça ocupada por Legba em meio às divindades do panteão vodu, por exemplo – são fundamentais. Trata-se, enfim, da construção de uma reflexão sobre a própria noção de fronteira e de passagem na obra de Dany Laferrière. / Cette recherche offrira une lecture en contrepoint du roman L’Énigme du retour (2009) et de la deuxième version de Chronique de la dérive douce (2012), de Dany Laferrière. Tandis que le premier se présente en tant que le journal intime d’un narrateur qui revient à sa terre natale après environ trente ans d’exil, le deuxième montre au lecteur les premiers mois de la dérive douce d’un jeune haïtien en terre étrangère. Ces deux romans empruntent des éléments à l’ensemble de “l’autobiographie américaine” de Laferrière. On verra l’exil, reconnu donc comme condition métaphorique, devenir une expérience créatrice: on passe de l’exil à l’aventure du voyage. Les rapports avec le Cahier d’un retour au pays natal (1939), d’Aimé Césaire, sont indéniables et se révèlent une partie importante de la recherche, parce qu’au-delà de l’image du périple d’Ulysse vers son île natale, le retour est perçu comme une descente orphique aux profondeurs d’une terre longtemps quittée. L’analyse prendra en compte surtout la réorganisation et la réutilisation de quelques éléments de la culture haïtienne en tant que principes structurants des romans. Des aspects d’une partie de la peinture haïtienne – l’accumulation exacerbée des sujets et la dinamyque de couleurs en contraste – ainsi que du vaudou haïtien – la position frontalière occupée par Legba parmi les divinités du panthéon vaudou par exemple – sont fondamentaux. Bref, il s’agit de la construction d’une réflexion sur la notion de frontière et de passage chez Dany Laferrière.

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