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Variação sazonal, espacial e lunar do ictioplâncton e do microplástico nos diferentes habitats do estuário do Rio Goiana(Resex Acaú-Goiana PE/PB)

Lima, André Ricardo de Araújo 25 February 2015 (has links)
Submitted by Natalia de Souza Gonçalves (natalia.goncalves@ufpe.br) on 2015-05-05T13:01:12Z No. of bitstreams: 2 Tese André Lima 2015.pdf: 9468616 bytes, checksum: 368471bf6b36ab55149c6f708e3661fa (MD5) license_rdf: 1232 bytes, checksum: 66e71c371cc565284e70f40736c94386 (MD5) / Made available in DSpace on 2015-05-05T13:01:12Z (GMT). No. of bitstreams: 2 Tese André Lima 2015.pdf: 9468616 bytes, checksum: 368471bf6b36ab55149c6f708e3661fa (MD5) license_rdf: 1232 bytes, checksum: 66e71c371cc565284e70f40736c94386 (MD5) Previous issue date: 2015-02-25 / CNPq / Estuários são considerados ambientes importantes por promover refúgio, alimentação, reprodução e crescimento, além de servir como possíveis habitats de berçário para muitas espécies de peixes. Estudos sobre os padrões de movimento da comunidade ictioplanctônica dentro do ecossistema estuarino são de grande importância para entender como as espécies utilizam os recursos disponíveis para completar os seus ciclos de vida através das variações temporais e espaciais das diferentes fases ontogenéticas. Entretanto, a complexidade hidrodinâmica dos estuários não só influencia os organismos vivos, mas também materiais inanimados, tais como os detritos plásticos, atuando em sua retenção ou transporte para outros ambientes. Os detritos plásticos, associados ao aumento da urbanização das bacias hidrográficas, se originam principalmente em terra devido ao descarte impróprio, acidental ou desastres naturais. Durante seu tempo na terra, no mar ou nos estuários, os plásticos se fragmentam em microplásticos (< 5 mm). Flutuações sazonais de larvas de peixes e detritos plásticos (< 5mm) e suas quantidades em relação ao seston (organismos vivos e partículas não-vivas) foram estudadas ao longo do gradiente de salinidade do estuário do Rio Goiana (Resex Acaú-Goiana PE/PB) (Entre Abril, 2012 até Março, 2013). Além disso, a influência lunar na distribuição de larvas de peixes, zooplâncton e detritos plásticos (< 5 mm <) em canais de maré do mesmo estuário foi estudada durante um ciclo lunar (Entre Abril e Maio, 2008). Os taxa mais abundantes no canal principal foram Rhinosardinia bahiensis e Harengula sp., seguidos por Trinectes maculatus. Estes contaram 78,7% da captura total. Larvas de espécies marinhas (n = 15) dominaram o sistema. A flutuação sazonal da cunha salina parece regular a distribuição das larvas de peixes e de microplásticos ao longo do sistema. A densidade total de microplásticos (26,1 itens 100 m-3) representou metade da densidade total de larvas (53,9 ind. 100 m-3) e foi comparável com a densidade de ovos de peixes (32,4 ind. 100 m-3). Plásticos moles, duros, filamentos e fragmentos tintas de barco foram encontrados nas amostras (n = 216). Suas origens são provavelmente a bacia de drenagem do rio, o mar e a pesca, incluindo a pesca de lagosta). Em algumas ocasiões, a densidade de microplásticos ultrapassou a de ictioplâncton. Durante o início da estação chuvosa, zooplâncton e larvas de peixes apresentaram densidades baixas no estuário superior. No estuário intermediário, a maior densidade de larvas de peixes coincidiu com as altas concentrações de zooplâncton. No final da estação chuvosa, o fluxo rio abaixo foi responsável pelo transporte do plâncton total e dos microplásticos para a região próxima à costa. A maior quantidade de microplásticos foi observada durante o final da estação chuvosa (14 itens 100m-3), quando o ambiente está sob a influência de maior vazão do rio, o que induz o escoamento dos fragmentos de plásticos para o estuário inferior. No início da estação seca, a densidade total do plâncton aumenta rio acima. No final da estação seca, o “bloom” de zooplâncton no estuário inferior resultaram em altas densidades de larvas (12,74 ind. 100m-3) e ovos de peixes (14,65 ind. 100m-3), indicando que peixes marinhos utilizam a porção inferior como áreas de desova durante o verão. Além disso, Cetengraulis edentulus, Anchovia clupeoides e R. bahiensis foram as larvas de peixes mais abundantes (56.6%) em canais de maré da porção inferior do estuário, independente da fase da lua. A lua cheia teve influência positiva na densidade de Gobionellus oceanicus, Cynoscion acoupa e Atherinella brasiliensis, e a lua nova em Ulaema lefroyi. As luas cheia e nova também influenciaram o número de zoé e megalopa de U. cordatus, e protozoé e larva de camarão Caridae, bem como o número de plásticos duros e moles de ambos os tamanhos < 5 mm e > 5 mm. Micro e macroplásticos contaminaram todos os 12 canais de maré estudados. A densidade de fragmentos plásticos é similar à do terceiro táxon mais abundante, R. bahiensis (4,8 ind 100m-3). C. edentulus e R. bahiensis mostraram forte correlação com a lua quarto crescente, quando há menos zooplâncton. A lua quarto crescente também teve uma influência positiva nas altas densidades de micro filamentos plásticos nos canais. Anchovia clupeoides, Diapterus rhombeus, U. lefroyi e microplásticos duros tiveram associação com diferentes fases da lua, ocorrendo quando copépoda calanoida, larva de Caridae e zoé de U. cordatus foram abundantes nos canais. Cynoscion acoupa, G. oceanicus e A. brasiliensis, tiveram forte associação com a lua cheia, quando protozoé de Caridae e megalopa de U. cordatus também estavam altamente disponíveis, bem como plásticos duros e moles > 5mm, e tintas de barco e plásticos moles < 5mm. As fases da lua influenciaram a assembléia faunal e a poluição por plástico, mudando suas composições entre diferentes estágios de marés dentro dos canais da porção inferior do estuário do Rio Goiana. Esses resultados reforçam a importância do canal principal e dos canais de maré para proteção e estratégias alimentares. Além disso, a assembleia de larvas de peixes do estuário do Rio Goiana inclui muitas espécies que ocorrem no sistema como juvenis e adultos, confirmando o uso do estuário como berçário.

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