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Características sociodemograficas, deficit cognitivo e capacidade funcional de idosos institucionalizados de Cuiabá, MT / Sociodemographic characteristics, cognitive deficit and functional ability of elderly subjects from Cuiabá, MTOliveira, Paulo Henrique de January 2010 (has links)
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Previous issue date: 2010 / Introdução: O rápido processo de envelhecimento populacional brasileiro tem conduzido ao aumento do quantitativo de idosos na população e, como conseqüência, maior prevalência de doenças crônicas e a necessidade de medidas preventivas, para a redução das suas complicações, de forma a proporcionar uma melhor qualidade de vida a esse grupo populacional. No Brasil, a procura por Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) vem aumentando e a dependência do idoso no ambiente familiar, por incapacidades funcionais e/ou mentais, é um fator que contribui para a institucionalização. Objetivo: Avaliar a capacidade funcional e o déficit cognitivo em idosos institucionalizados de Cuiabá, Mato Grosso, e identificar fatores relacionados a essas condições. Metodologia: Foi realizado um estudo epidemiológico seccional com 154 indivíduos de 60 ou mais anos de idade, residentes em três ILPI da cidade. Os dados do estudo foram coletados através de entrevista com os idosos e complementados, por informações de prontuários e da equipe técnica e administrativa das instituições. Foi utilizado um instrumento de coleta de dados, contemplando variáveis como características sócio-demográficas e de apoio social, tempo de institucionalização e relativas à saúde. Realizou-se análise descritiva através de distribuições de freqüência e de medidas de tendência central e dispersão. Estimou-se a prevalência de dependência em Atividades da Vida Diária (AVD) segundo as variáveis do estudo e as razões de prevalências para análise dos fatores associados. A regressão de Poisson foi empregada na análise multivariada. Análise similar foi realizada para a dependência em Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVD). Considerando o escore do Mini-exame do estado mental (MEEM) como variável de desfecho, foram estimadas as prevalências de déficit cognitivo e respectivas razões de prevalências para verificar possíveis associações. (...) A prevalência de dependência em AVD foi de 44,0 por cento. A condição de dependência apresentou associação com todas as variáveis examinadas. No modelo multivariado, ausência de contato com familiares e saúde auto-referida de regular a muito ruim se mostraram associados à dependência e aumentaram em quase duas vezes a probabilidade de apresentar essa condição. A prevalência de dependência em AIVD foi de 88,7 por cento. Sexo feminino, ausência de contato familiar e déficit cognitivo no MEEM estiveram associados à dependência. Presença de déficit cognitivo, ausência de contato familiar e sexo feminino permaneceram no modelo multivariado e aumentaram cerca de uma vez e meia a probabilidade de apresentar essa condição. Entre os idosos avaliados pelo MEEM (102), a prevalência de déficit cognitivo foi de 23,8 por ento, tomando como base o percentil 25 da distribuição dos escores da amostra. Foi observada associação do e déficit cognitivo com escolaridade (analfabetos RP=3,39) e tempo de permanência na instituição (mais de 5 anos RP=2,32). Sexo, idade e estado conjugal também se mostraram associadas a essa condição. Conclusão: Neste estudo foi observado que a maioria dos idosos institucionalizados apresentava envelhecimento mal sucedido, caracterizado por comorbidades e dependência para realizar as atividades básicas e instrumentais da vida diária, além de déficit cognitivo. Há necessidade de realização de estudos longitudinais que avaliem fatores de risco para dependência, durante o envelhecimento, de modo a facilitar o planejamento de estratégias de promoção de saúde e de prevenção das incapacidades. As ações a serem planejadas devem visar à garantia da independência e maior qualidade de vida do idoso. Considerando ser essa uma população bastante diferenciada, com características de baixa escolaridade, alta prevalência de incapacidade e escassa rede de apoio social, existe também necessidade de outras investigações para estabelecer o ponto de corte mais adequado do MEEM para a triagem de déficit cognitivo nesse grupo. / Introduction: The fast growth of the Brazilian aging population has resulted in an increased
number of elders and in a higher prevalence of chronic diseases. In order to provide a better
quality of life for this population, there is need of preventive measures to reduce the effects of these diseases. In Brazil, the demand for senior citizen homes is increasing. The dependency of the older individuals on the family environment, due to functional and/or mental disability is a contributing factor to institutionalization. Objective: To evaluate functional ability and cognitive impairment in elderly institutionalized subjects from Cuiabá, Mato Grosso, and identify factors related to these conditions. Methods: We conducted a cross-sectional epidemiologic study with 154 patients over 60 years of age, residents of three senior citizen homes in the city. Study data was collected through interviews with the elderly and complemented by information from medical records and from the technical and administrative team of the institutions. The data collection instrument included socio-demographic and social support variables, length of institutionalization and variables related to health. A descriptive analysis was performed using frequency distributions and measures of central tendency and dispersion. The prevalence of dependence in Activities of Daily Life (ADL) according to the study variables and the prevalence ratios were estimate for analysis of associated factors. Poisson regression was used for multivariate analysis. Similar analyses were performed for dependency in Instrumental Activities of Daily Life (IADL). Considering the Mini-mental state examination (MMSE) score as an outcome variable, we estimated the prevalence of cognitive impairment and prevalence ratios to assess possible associations with the other variables.
Results: The mean age was 77.08 years (SD 9.2), with a median of 77 years and mean duration
of institutionalization corresponding to 4.2 years (SD 6.5) and a median of 1.9 years. Most
subjects were older than 70 years, 61% were male and single, having less than the 4th grade of
school. The presence of morbidity was reported by 55.8% of the elderly and the use of up to two medicines a day for 63.6%. The most frequently reported morbidities were joint and eye problems with prevalence above 30%. The prevalence of dependence in ADL was 44.0%. The condition of dependency was associated with all the independent variables examined. In the
multivariate model, having no contact with relatives and regular to very poor self-rated health were associated with dependence and increased almost two times the probability of having this condition. The prevalence of dependence in IADL was 88.7%. Being female, not having contact with relatives and cognitive impairment on the MMSE were associated with dependence. These variables remained in the multivariate model and increased one and a half times the probability of having this condition. Among the elderly assessed by the Mini-Mental State Examination (102), the presence of cognitive impairment was detected in 23.8% (24), based on the 25th percentile of the score distribution of the sample. Cognitive impairment was associated with educational level (illiterate PR = 3.39) and length of stay in the institution (more than 5 years PR = 2.32). Gender, age and marital status were also associated with this condition. Conclusion: In this study it was observed that most of the institutionalized elderly had unsuccessful aging, characterized by comorbidities, dependence to perform basic and
instrumental activities of daily living, and cognitive impairment. There is need for longitudinal studies that assess risk factors for dependence in aging people, in order to enable the planning of strategies for health promotion and prevention of disabilities. The actions to be planned should aim to ensure the independence and improved quality of life of the elderly. Considering that this old population is quite different, with characteristics of low education, high prevalence of disability and poor social support, there is also need for further investigations to establish the most appropriate cutoff point for MMSE when screening for cognitive impairment in this group.
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