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Hermenêutica, ética e diálogo: Gadamer e a releitura da filosofia prática de Platão e AristótelesPereira, Viviane Magalhães January 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015 / In this thesis we argue that the development of an ethics is present in the whole hermeneutics of Hans-Georg Gadamer. We came to this conclusion following Gadamer’s interpretation of the practical philosophy of Plato and Aristotle. We also achieved this idea through the recognition of the similarity between the proposal of a hermeneutical understanding and moral phenomena considered since the Socratic question about the good. In this sense, the conceptual framework that connects Gadamer’s philosophy and an ethics of dialogue is grounded in both the hermeneutical tradition and in his reinterpretation of the concept of Aristotelic phronesis and the Platonic dialogue. In our view, one of the most important contribution of the “hermeneutical ethics of dialogue” was to seek a new basis for the discussion on ethical behavior. This is a concept of dialogue that identifies in the project of a human solidarity the possibility for the emergence of actions aimed at taking care of the other seeking the public well-being. Therefore, Gadamer’s hermeneutics reaffirms the importance of philosophy to evaluate the fundamental issues of our practical reality and allowing a rich debate of philosophy and other sciences (medicine, law, education). / Defendemos neste trabalho que a elaboração de uma ética está presente em toda a hermenêutica de Hans-Georg Gadamer. Chegamos a essa tese por meio da interpretação que Gadamer faz da filosofia prática de Platão e Aristóteles e do reconhecimento da semelhança entre a proposta de uma compreensão hermenêutica e os fenômenos morais considerados desde a pergunta socrática sobre o bem. Nesse sentido, a base conceitual que une a filosofia de Gadamer a uma ética do diálogo se encontra tanto na tradição hermenêutica como na sua releitura do conceito de phrónesis aristotélico e da ideia de diálogo platônica. Contudo, uma das maiores contribuições do que chamamos de “ética hermenêutica do diálogo” foi buscar uma base nova para a reflexão dos modos de comportamento éticos. Trata-se de uma concepção de diálogo, que identifica no projeto de uma solidariedade humana a possibilidade do surgimento de discursos e ações voltados para o cuidado com o outro e, assim, para uma participação na vida em comunidade em prol de um bem comum. Desse modo, a hermenêutica de Gadamer termina reafirmando a relevância da reflexão filosófica para questões fundamentais da nossa realidade prática, o que leva a um debate profícuo entre a filosofia e outras ciências (medicina, direito, educação).
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Educação, ética e diálogo desde Levinas e GadamerCarbonara, Vanderlei January 2013 (has links)
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Previous issue date: 2013 / The text Education, ethics and dialogue since Levinas and Gadamer, presented as a doctoral thesis in the Postgraduate Program in Education from PUC-RS, intends to investigate the relations between education and dialogue, in order to achieve the concept of education understood here as inseparable from its ethical condition. Admitting the inexistence of any universal grounding which support education, as well as any predetermined goals that guide educative action, this text takes the theoretical direction in favor of an ethical discursivity as a way to legitimate educational discourse. Furthermore, this theoretical course has a clear option in the conceptions of dialogue brought up by two philosophers: Emmanuel Levinas and Hans-Georg Gadamer. Therefore, in the text there is an elaboration of theoretical bases which enable us to understand the educational phenomenon, assuming the dialogue as the first movement of its occurrence. Once this introduction is made, it should be said that this paper develops around the following question: considering the impossibility of universal groundings for education and the resulting requirement to constructing legitimacy through discursivity, what implications can the dialogue conceptions presented in the philosophical theories of Levinas and Gadamer bring to the understanding of educational phenomenon? In order to answer this question rightly, observing the prior conjectures already mentioned, the text is organized around four important concepts which are articulately investigated together: sensibility, subjectivity, language and education. Each chapter is organized regarding one of these four concepts.Through these chapters is possible to observe a progressive elaboration of the final thesis, which is presented in two articulate stages: firstly as a conceptual dialogue between Levinas and Gadamer, who never had such oncoming in life; from this approach between both authors, derives the idea of dialogue that justifies the concept of education presented in the text. The concept of sensibility provides the title to the chapter that explores it in a direct articulation with the aesthetic experience, reaching one of the richest ideas of this study: openness, term often used by Gadamer and rather close to the Levinasian idea of welcome. The concept of subjectivity is explored in the second chapter, from the limits of modern philosophy of consciousness, to the openness to intersubjectivity as the condition so that it is possible to talk about a conception of subject. After the initial approach about sensibility and the attitude taken towards subjectivity based on intersubjectivity, a condition of originality that the dialogue takes in human relations starts to be justified. The third chapter aims to explain the concept of language, articulating authors referring to the philosophical movement of the linguistic turn up to the proposal of an ethical character of language: the dialogue as inaugural of ethics and, consequently, as first movement in education. The final chapter dedicates to summarize these four concepts in favor of what is formulated in the research question as “comprehension of educational phenomenon”. Thus, the text culminates presenting a conception of education which arises from the openness to the other revealed in the dialogue, and which has its occurrence marked by the possibility of the subject to constitute itself in the educative relation established.Read in a transversal way, the text enables us to perceive that: a) at the beginning of each chapter the debate context about the concept under discussion is presented, indicating the problems concerning education; b) at the second and third part of each chapter the aforementioned concepts from Levinas and Gadamer works are explored, respectively; c) at the fourth part of each chapter the first stage of the thesis elaboration takes place, which is the construction of a dialogue between the two authors referred; d) and, finally, at the last stage of each chapter, the concepts are applied to the reflection about the educational phenomenon until it culminates in the final thesis of this work. This whole work is presented as a theoretical study about the issue, built from a conceptual philosophic referential which was understood and applied so as to justify a comprehension about education. It is not an elaboration of a pedagogical proposal to be implanted. Instead, this work intends to be a philosophical description of a human phenomenon: the education. As such, the thesis does not point out for actions to be made, but describes and analyzes conceptually which movements can be recognized as educative action. The educational phenomenon can be understood, through this study, as a human event that: a) starts to manifest itself from an encounter between subjects who set up, in openness, into a conversation; and b) creates conditions so that each subject is able to elaborate their life experiences so as to provide a human sophistication from sensibility to rationality. / O texto Educação, ética e diálogo desde Levinas e Gadamer, apresentado como tese doutoral junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação da PUC-RS, propõe-se a investigar as relações entre educação e diálogo, a fim de perscrutar uma concepção de educação aqui concebida como inseparável de sua condição ética. Admitindo a inexistência de quaisquer fundamentos universais que sustentem a educação, e quaisquer finalidades predeterminadas que orientem a ação educativa, o texto toma a direção teórica em favor de uma discursividade ética como via de legitimidade do discurso educacional. E este percurso teórico tem uma opção clara nas concepções de diálogo trazidas por dois filósofos: Emmanuel Levinas e Hans-Georg Gadamer. Portanto, ao longo do texto encontra-se a elaboração de bases teóricas que possibilitem a compreensão do fenômeno educacional, assumindo o diálogo como movimento primeiro de seu acontecimento. Feitas essas considerações, cabe dizer que o presente trabalho orienta-se em torno da seguinte questão: considerando-se a impossibilidade de fundamentos universais para a educação e a consequente exigência de construção de legitimidade via discursividade, que implicações as concepções de diálogo apresentadas nas teorias filosóficas de Levinas e Gadamer podem trazer para a compreensão do fenômeno educacional? A fim de responder adequadamente à questão apontada, observando os pressupostos já referidos, o texto organiza-se em torno de quatro grandes conceitos que são explorados articuladamente entre si: sensibilidade, subjetividade, linguagem e educação. Em torno de cada um destes quatro conceitos é organizado um dos capítulos da tese.Ao longo destes capítulos observa-se uma elaboração gradual da tese final, que se apresenta em duas etapas articuladas: primeiramente como diálogo conceitual entre Levinas e Gadamer, dois autores que em vida não tiveram tal aproximação; desta aproximação entre os autores, deriva a concepção de diálogo que justificará a concepção de educação apresentada ao longo do texto. O conceito de sensibilidade dá título ao capítulo que o explora em articulação direta com a experiência estética e chega até uma das ideias mais caras a este estudo: a abertura, termo recorrentemente utilizado por Gadamer e bastante próximo da ideia levinasiana de acolhida. O conceito de subjetividade é explorado no segundo capítulo desde os limites da filosofia moderna da consciência, até a abertura à intersubjetividade como condição para que se possa ainda tratar de uma concepção de sujeito. Com a abordagem inicial sobre a sensibilidade e o posicionamento dado à subjetividade a partir da intersubjetividade, começa-se a justificar uma condição de originalidade que o diálogo toma nas relações humanas. O terceiro capítulo explora o conceito de linguagem, articulando os autores de referência ao movimento filosófico do giro linguístico até a proposição de um caráter ético da linguagem: o diálogo como inaugural da ética e, por conseguinte, como movimento primeiro na educação. O capítulo final dedica-se a fazer a síntese dos conceitos já abordados em favor do que é tratado na questão de pesquisa como “compreensão do fenômeno educacional”. Deste modo, o texto culmina apresentando uma concepção de educação que se origina da abertura a outrem manifesta no diálogo, e que tem seu acontecimento marcado pela possibilidade que dá ao sujeito de formar-se na relação educativa estabelecida.Se lido de modo transversal, o texto permitirá perceber que: a) ao início de cada capítulo é apresentado um contexto de debate sobre o conceito em voga, apontando a problemática atinente à educação; b) na segunda e terceira partes de cada capítulo exploram-se os conceitos mencionados a partir das obras de Levinas e de Gadamer, respectivamente; c) na quarta parte de cada capítulo dá-se a primeira etapa de formulação de tese, que é a construção de diálogo entre os dois autores de referência; d) e, por fim, na última etapa de cada capítulo, os conceitos são aplicados à reflexão sobre o fenômeno educacional até culminar com a tese final do trabalho. Todo o trabalho apresenta-se como um estudo teórico sobre o tema, construído a partir de um referencial conceitual filosófico que foi interpretado e aplicado de modo a justificar uma compreensão sobre a educação. Não se trata da elaboração de uma proposta pedagógica a ser implantada. Antes disso, o trabalho propõe-se a ser uma descrição filosófica sobre um fenômeno humano: a educação. Como tal, a tese não aponta ações a serem praticadas, mas descreve e analisa conceitualmente quais movimentos podem ser reconhecidos como ação educativa. O que se compreende por fenômeno educacional, a partir deste estudo, é um acontecimento humano que: a) principia a manifestar-se a partir de um encontro entre sujeitos que se põe, em abertura, numa conversação; e b) promove condições para que cada sujeito seja capaz de elaborar as experiências vividas de modo a, assim, proporcionar um refinamento humano desde a sensibilidade até a racionalidade.
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A relação dialógica: a descoberta do Zwischen em Martin BuberRieg, Rubens January 2007 (has links)
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Previous issue date: 2007 / This research aims to analyse the central contribution of the thought of Buber: the dialogical relation and the discovery of the “zwischen”. The “between” that Buber works, will be the category, fruit of the dialogical relation. This dialogical relation may happen of two ways: the first one as I-Thou, in which a man places himself before another man in a posture of respect, mutuality, presence; without prejudice or advantage. However, this relation may also happen in a level of smaller perfection with things or objects. The second way in which this relation may happen is the similarity of the connoisseur, in which the man does not place himself before the other one in a free and disinterested attitude, but with the aim to discover, to grasp or to pick up something with intentionality. These relations, in their perfection, when they are extended, they cross each other, and this case Buber calls the “Eternal-You” relation: Eternal-I-Thou. The dialogical relation happens without mediations. The word, defined as primary word, or as I-Thou, IIt, is the relation itself, the man does not need anything as mediation so that the relation happens. Nevertheless, between the I and You appears something that Buber calls the “zwischen”, or just “between” / Esta pesquisa objetiva analisar a contribuição central do pensamento de Buber: a Relação dialógica e a descoberta do Zwischen. O “entre-dois”, que Buber trabalha, será a categoria que nasce na relação dialógica. Esta relação dialógica pode acontecer de duas maneiras: a primeira como Eu-Tu, onde um homem se coloca diante de outro homem em uma atitude de respeito, mutualidade, presença e sem preconceitos ou interesses. Contudo, esta relação ainda pode acontecer em um grau de perfeição menor com coisas ou objetos. O segundo modo da relação acontecer é a semelhança do sujeito conhecedor, onde o homem não se coloca diante do outro em uma atitude livre e desinteressada, mas com o objetivo de conhecer, de apreender ou de captar algo de quem está em relação. Neste caso existe um sujeito com intencionalidade. Estas relações, na sua perfeição, quando prolongadas se entrecruzam com o que Buber chama de Tu Eterno que, por sua vez, podem gerar uma terceira modalidade de relação dialógica: Eu-Tu Eterno. A relação dialógica acontece sem mediações. A palavra, definida como palavra-princípio ou como Eu-Tu, Eu-Isso, é a própria relação. O homem não precisa de nada como mediação para que a relação aconteça. No entanto, entre o Eu e o Tu surge algo que Buber chama de zwischen, ou simplesmente “entre”.
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