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Ecos de uma história silenciosa : grupos de OASE da IECLBSisi Blind 08 April 2009 (has links)
O silêncio e o espaço cotidiano das ações das mulheres são referenciais de análise na
construção do entendimento da transmissão da memória e da identidade religiosa dos grupos
de mulheres da Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas na Igreja Evangélica de
Confissão Luterana no Brasil. O silêncio não fala, não é possível traduzi-lo em palavras, mas
nas ações ele se torna palavra. As ações cotidianas e o testemunho de fé das mulheres da
OASE, em silêncio, são indicações do formato social de nossa realidade sócio-religiosa. A
tese do silêncio que sustentamos advém das palavras das próprias protagonistas da ação. Este
silêncio não é sinônimo de ausência ou de fraqueza. É presença e também poder. A rede de
poder é uma teia que se alastra por toda a sociedade e ninguém pode dela escapar. Também as
mulheres da OASE, em seu centenário silêncio, exercem o poder. Analisar as teias do poder
que são vivenciados nas relações cotidianas destas protagonistas é olhar para a particularidade
da vida. A tentativa de mergulhar no cotidiano, de buscar o significante do invisível é por
reconhecê-lo como espaço, tempo e lugar dos conflitos racionais e irracionais de nossa época,
onde se estabelecem os problemas de produção da vida concreta. Nas redes do cotidiano,
estão os nós, os laços a serem atados ou desatados. É no espaço cotidiano que se cuida das
necessidades básicas da vida. A prática do cuidado é um referencial importante da ação das
mulheres. Ela acontece em muitos espaços, mas é na cozinha que se concentram a maioria das
suas ações, tanto no cotidiano doméstico quanto nas ações comunitárias. A cozinha é o lugar
que permite o acesso ao entendimento da cultura, da expressão religiosa que definem o
comportamento e a forma de como se entende a vida e a fé cotidianamente. O espaço da
cozinha é o lugar da memória, dos cheiros, da continuidade das relações. É em torno da mesa
que a comunhão é vivenciada. É através da memória que os valores da fé são transmitidos.
Portanto, é a memória guardada pela mãe que as faz pertencer ao universo religioso de
comunhão, de testemunho e de serviço. O perfil característico deste grupo tem na memória
transmitida a construção do vínculo. Este também é o perfil característico da mobilização
religiosa: a perpetuação da memória como construtora da continuidade religiosa. É a memória
religiosa que conserva, reproduz e garante a permanência de um pensamento, de uma
identidade confessional. Temos no grupo das mulheres da OASE um valorativo e comprovado
potencial de guarda da memória da identidade religiosa e da continuidade da mesma. / The silence and the daily space of the women actions are referentials of analysis in the
understanding construction of the memory transmission and the religious identity of the
groups of women of the Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas na Igreja Evangélica de
Confissão Luterana no Brasil. Silence doesnt speak, its not possible to translate it in words,
but in actions it becomes word. The daily actions and the Faith Testimony of the OASE
women in silence are indications of the social format of our partner-religious reality. The
Thesis of silence that we support happens of the words of the proper protagonists of the
action. This silence is not synonymous of absence or weakness. It is presence and also to be
able. The net of being able is a web that spreads over all the society and nobody can escape of
it. Also the OASE women in its centenarian silence exert the power. To analyze the webs of
the power that are deeply lived in the daily relations of these protagonists is to look at to the
particularity of the life. The attempt to dive in the daily one, to search the significant one of
the invisible one is to recognize it as space, time and place of the rational and irrationals
conflicts of our time, where are establish the production problems of the concrete life. In the
nets of the daily one are the ties, bows to be tied or unfastened. Its in the daily space that we
take care of the basic necessities of life. The practical of the care is an important referential of
the women action. It happens in many spaces but its in the kitchen that concentrates most
part of the two actions, as in the daily domestic service as in the communitarian actions. The
kitchen is the place that allows the access to the culture understanding, of the religious
expression that defines the behavior and the form of how is understood the daily life and faith.
The kitchens space is the place of memory, of smells, of relations continuity. Its around the
table that the communion is deeply lived. It is through the memory that the values of Faith are
transmitted. Therefore, its the memory kept by the mother that makes them belong to the
religious universe of communion, testimony and service. The characteristic profile of this
group has in the transmitted memory the links construction. This also is the characteristic
profile of the religious mobilization: the perpetuation of the memory as constructor of the
religious continuity. Its the religious memory that conserves, reproduces and guarantees the
permanence of a thought, of a confessional identity. We have in the group of the OASE
women a valuable and proven potential of guard of the religious identity memory and the
continuity of the same.
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