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Representações sobre gênero e política no Distrito FederalRamos, Daniela Peixoto 05 May 2014 (has links)
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciência Política, Programa de Pós-Graduação em Ciência Política, 2014. / Submitted by Jaqueline Ferreira de Souza (jaquefs.braz@gmail.com) on 2014-09-19T14:13:12Z
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2014_DanielaPeixotoRamos.pdf: 1824495 bytes, checksum: 7c461a5e1a5374f06d3c03502c1d37ac (MD5) / Buscou-se compreender como papéis de gênero, em interação com as clivagens de classe e idade/geração, moldam formas de pensar e se inserir politicamente. A desigualdade de gênero marginaliza as mulheres em termos de acesso a recursos políticos e as leva a desenvolver representações e vivências da política distintas das masculinas porque marcadas pela localização estrutural de gênero. Supondo que a divisão sexual do trabalho é determinante de identidades de gênero e de perspectivas sociais que têm impacto políticos, tratou-se de captar representações sobre gênero e política por meio de entrevistas qualitativas com mulheres e homens residentes em bairros de classe média e popular no Distrito Federal. A partir deste estudo de caso, analisaram-se assunções de gênero que estão na base dos discursos sobre política e variações que podem ser atribuídas a gênero (e à combinação entre gênero, classe e idade/geração), nas formas de pensar e vivenciar a política apresentadas por mulheres e homens. Argumenta-se, assim, que a compreensão das representações sobre política requer a análise de como está organizada a construção social de gênero e suas representações. A importância da socialização de gênero para o entendimento de como se articulam os discursos políticos fica evidenciada pela forma como a casa e a política se interrelacionam, isto é, como papéis e valores familiares/morais são usados para pensar a política. Os princípios de gênero da divisão sexual do trabalho são guias não apenas para relações familiares, mas para todo o mundo social. Como consequência, a participação política das mulheres é vista sob a lente de estereótipos, relacionados a uma suposta superioridade moral decorrente da maternidade. A feminilidade, tal como entendida predominantemente, impõe obstáculos ao ingresso da mulher no campo político, mas também lhe proporciona recursos que podem ser usados politicamente, a começar pela maternidade, que está na base da identidade feminina. Vista de forma estereotipada, como virtuosa, a feminilidade tende a ser entendida tanto como capaz de transformar a política quanto passível de ser desvirtuada por um campo político estruturalmente corrupto. Os diferentes tipos de discurso sobre feminilidade e política, porém, coincidem em considerar que gênero não é um critério legítimo para balizar a escolha eleitoral. A socialização de gênero, em conjunção com o funcionamento do campo político, podem explicar a produção e disseminação de desigualdades que continuam, por meio de mecanismos que são revelados pelos discursos, a se reproduzir e a prejudicar as mulheres. ______________________________________________________________________________ ABSTRACT / This dissertation has aimed at understanding how gender roles, interacting with the cleavages of class and age/generation, can shape ways of thinking and getting politically involved. Gender inequality marginalizes women in terms of access to political resources and leads them to develop their own representations of politics, which are different from men’s, because of the unique structural location of women in society. Assuming that the sexual division of labor is a determinant of both gender identities and social perspectives which carry political impacts, this research has captured representations on gender and politics through qualitative interviews with a group of men and women who live in different neighborhoods of Brasilia/Distrito Federal – one middle and one lower class. Based on this case study, the analysis has focused on gender assumptions that are present in political discourses. It has also attempted to untangle the variations that may be attributed to gender (and the combination of gender, class, and age/generation) in the forms women and men think and interact with politics. Therefore, it is argued that understanding representations on politics requires analyzing how gender social construction and gender representations are patterned. The importance of gender socialization for analyzing political discourses is evidenced by the way house and politics are interrelated, that is, how moral/family roles are used to think of politics. The gender principles of the sexual division of labor are guidelines not only to family relations but also to the entire social world. As a consequence, the political participation of women is seen under the lens of stereotypes, which are related to an assumed female moral superiority stemming from maternity. Femininity, as it is usually regarded, presents obstacles to women’s entrance into the political field even though it also provides them resources that may be politically used, beginning from maternity, which is at the basis of female identity. Stereotipically viewed, as virtuous, femininity is understood both as capable of transforming politics and as prone to be denatured by a structurally corrupt political field. However, the different types of speech on femininity and politics coincide in considering that gender is not a legitimate criterium to be used for voting. Gender socialization, along with the working of the political field, may explain the production and dissemination of inequalities that continue, through mechanisms that are revealed by discourses, to reproduce and harm women.
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