Spelling suggestions: "subject:"discursos politico"" "subject:"iscursos politico""
1 |
Discurso de presidente : a construção de uma imagem de lingua politica ideal / President's discourse : the construction of an image of ideal political languageNoronha, Raquel 12 August 2018 (has links)
Orientador: Monica Graciela Zoppi Fontana / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos de Linguagem / Made available in DSpace on 2018-08-12T18:05:39Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Noronha_Raquel_M.pdf: 543440 bytes, checksum: 5817c18b889308d97d2545a8744e29e9 (MD5)
Previous issue date: 2008 / Resumo: Filiando-nos à Análise do Discurso de perspectiva materialista, estudamos a construção discursiva de uma imagem de enunciação/língua política ideal para o lugar social de presidente. Com este propósito, analisamos os discursos presidenciais do período de 1995 a 2008, que compreende os anos dos governos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do atual, Luiz Inácio Lula da Silva. Analisamos as configurações discursivas das enunciações destes presidentes, constatando a constituição de duas formações discursivas distintas que funcionam como matriz de sentidos do discurso Fernando Henrique, que chamamos DFH, e do discurso Lula, DL. Observando a construção de duas maneiras distintas de enunciar de um mesmo lugar, configurando diferentes línguas políticas (GUILHAUMOU, 1989). A partir das categorias apontadas por Guilhaumou, podemos dizer que a palavra do representante, no DFH, constitui-se a partir de processos metafóricos, de substituição da palavra dos representados; enquanto que no DL, por processos metonímicos, de continuação da língua do povo. A representação por metáfora política configura as posições de locutor e alocutário do discurso político através de categorias institucionais, assim, o representante funciona como líder, e os representados como cidadãos, eleitores. Já a representação por metonímia política, a legitimidade do representante é conferida através do grupo do qual se destaca para representar, e por isso pode, então, continuar a língua do povo. Analisando o DL, observamos que apesar de se configurar a partir de processos metonímicos, este discurso funciona não somente como continuação da língua do povo, mas no entremeio de duas enunciações/ línguas, uma técnica, administrativa e a do povo. Tendo estas análises, observamos o modo pelo qual a grande mídia, especificamente a revista Veja e o jornal Folha de São Paulo, coloca em circulação os discursos políticos presidenciais. Nosso intuito é observar a configuração de uma expectativa em relação à formação discursiva que pode interpretar adequadamente o lugar social de presidente. Nosso estudo indica que o modo pelo qual o DL enuncia produz um estranhamento por parte desta grande mídia que coloca em questionamento a legitimidade da língua política configurada neste discurso. A partir deste estranhamento podemos dizer que existe uma imagem de uma língua política ideal a partir da qual os sujeitos inscritos no lugar social de presidente poderiam/ teriam que falar. Isto é reforçado pela constante comparação entre o DFH e o DL, sempre em detrimento deste. A partir das análises que desenvolvemos ao longo deste trabalho podemos dizer que a grande mídia projeta a configuração discursiva do DFH como ideal, interpretando negativamente a configuração discursiva do DL como inadequada. Ao colocar em contraposição estes discursos, a grande mídia configura legitimidade ao discurso político que se constitua por processos metafóricos. Assim, concluímos que diferente dos revolucionários franceses que procuraram estabelecer uma equivalência entre a língua do povo e a língua política, o que confere legitimidade, na contemporaneidade, ao discurso político presidencial brasileiro é justamente a distância entre estas duas formas de enunciação / Abstract: Based on the Discourse Analysis from a materialistic perspective, we have studied the discursive construction of an image of an ideal political enunciation/ language to the social place of a President. With this purpose, we have studied the Presidents' discourses from 1995 to 2008, that is, the government of the president of Brazil, Luiz Inácio Lula da Silva, and the former president Fernando Henrique Cardoso. We have analyzed the discursive configurations of these Presidents in order to see the constitution of two distinct discursive formations. These formations work like sense matrix of what we have called Fernando Henrique's discourse (or DFH) and Lula's discourse (or DL). We have observed two different ways to enunciate from the president's place, what we can say, according to Guilhaumou, that configures different political languages. According to this author, we have analyzed the DFH in a metaphorical process, that is, the representer replace the represented ones. In this configuration, we say that the representer is projected as a leader. Following these arguments, we have analyzed the DL in a metonymical process, where the representer continues the people's language. This is possible once the representer is projected like part of the group from whom he is detached to represent. Observing that we have two different ways to enunciate from the same place, president's social place, we can say that we have different political languages working. After those analyzes, we have analyzed the media's discourse, as well, that is, the way the great media puts in circulation the president's discourses. We did so because the discourses are in the society mediated by the media. To do so, we analyze a week magazine, Veja, and a newspaper, Folha de São Paulo. By analyzing the way the media make the president's discourses in circulation we observe that the DL is projected like unappropriated. This works in order to show that there is an appropriated way to enunciate from the president's social place. By seeing the constant comparison between DFH and DL, we have seen that the appropriated way is by discourse formation of the DFH, that is, by configuring the representer and represented ones by constitutional categories, respectively as leader and citizens, electors. We have concluded that unlike the French revolutionizers who wanted to impute equivalence between political language and people's language, in the Brazilian contemporary political discourse the image of an appropriate enunciation is the dissociation between these two ways of enunciate / Mestrado / Linguistica / Mestre em Linguística
|
Page generated in 0.0711 seconds