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A Paisagem do Parque Estadual de Itapeva, RS, e seu entorno : padrões, processos e fatores direcionados

Dobrovolski, Ricardo January 2006 (has links)
O fim da Ecologia de Paisagem é o entendimento relação entre os padrões espaciais e os processos ecológicos. O desenvolvimento inicial dessa disciplina, na Europa, na década de 1930, foi relacionado ao uso das fotografias aéreas e ao surgimento do conceito de ecossistema. Já na década de 1980, a partir do EUA, a Ecologia de Paisagem firmou-se como um importante campo de estudo com a utilização das imagens de satélite, dos sistemas de informação geográfica e com a crescente relevância do componente espacial nas teorias ecológicas. No estudo da dinâmica da paisagem, as imagens de satélite têm sua aplicação limitada por serem muito recentes, especialmente aquelas com maior resolução. Uma solução para esse problema é a comparação dessas imagens com fotografias áreas, disponíveis já há algumas décadas. A crise ambiental, enfrentada pela humanidade, tem como principal aspecto a alteração da cobertura da terra, o que é de grande relevância para a Ecologia de Paisagem. Essa alteração foi mais intensa em algumas regiões da Terra. A Mata Atlântica, por exemplo, apresenta apenas cerca de 8% da sua distribuição original. No enfrentamento dessa crise, e em especial, na busca da conservação da biodiversidade, as unidades de conservação têm sido a ferramenta fundamental. Além de conservar os processos no seu interior, as áreas protegidas devem servir como marco para o planejamento regional da conservação. Esse planejamento tem de levar em conta as características da região e as suas ameaças, e para tal as ferramentas e teorias da Ecologia de Paisagem têm um grande papel. Nesse contexto, o nosso objetivo é avaliar a mudança da paisagem recente e seus possíveis fatores direcionadores. Para tal, foram comparadas fotografias aéreas de 1974 com imagens de satélite da alta resolução de 2002/2004. A área estudada foi o Parque Estadual de Itapeva (PEI), RS, e seu entorno. Para o mapeamento da área do PEI e das adjacências distantes até 500 m, foi utilizada uma imagem Quickbird, de 2004. Para a zona de amortecimento, área distante pelo menos 10 km do limite do parque, foram utilizadas imagens Spot de 2002. Os fatores direcionadores avaliados foram: proximidade de estradas, de corpos d’água, e áreas com alta declividade e origem geológica do terreno. Foram identificadas nessa análise diversas formações características do Domínio Mata Atlântica além de classes de cobertura do solo decorrentes da atividade humana. As classes de cobertura antrópicas cobriam a maioria da paisagem já no momento inicial de nossa análise, revelando um importante impacto antrópico na região. Essa impacto também foi demonstrado pela alteração de cerca de 35% da paisagem do entorno e de 46% da área do PEI, no período analisado. A maior parte da alteração, em ambas as análises, foi representada pelo aumento das classes de cobertura antrópicas em detrimento das classes de cobertura naturais. A análise da mudança do padrão da paisagem entre as duas datas, medida pelos índices de paisagem, demonstrou um potencial prejuízo da qualidade dos hábitats e dos fluxos biológicos, tendo em vista que a área núcleo total das manchas de classes naturais diminuiu, assim como o índice de proximidade enquanto a distância entre as manchas aumentou. Uma exceção a essa tendência foi a expansão das florestas de encosta, especialmente sobre áreas de agricultura. Tal expansão parece ser resultado do abandono das áreas de encosta decorrente do êxodo rural verificado na região. A expansão da floresta de encosta foi refletida nos índices de paisagem que evidenciaram um aumento da área núcleo e da conectividade nessas áreas. A análise dos fatores direcionadores mostrou que os mesmos têm efeito sobre a paisagem, pois a composição das áreas sob sua influência é diferenciada, embora a taxa de alteração dessas áreas tenha sido semelhante à taxa de alteração da região como um todo. Nosso estudo sugere que a alteração da cobertura da terra é uma importante ameaça na região do PEI. Para a conservação do PEI e de seu entorno, essa dinâmica deve ser alterada. / The aim of Landscape Ecology is the understanding of the relations between spatial patterns and ecological processes. The initial development of this field, in Europe, in the 1930’s, was related to aerial photographs availability and the origin of the ecosystem concept. During the 1980’s, in USA, Landscape Ecology, established definitely as an important research field based on the use of satellite images, on the geographical information systems and on the increasing importance of the space in the ecological theories. In the study of the landscape dynamics, the use of satellite images is limited because they are very recent, especially those with higher resolution. The solution of this problem is to compare these images with aerial photographs which are available for several decades. The environmental crisis faced nowadays by humanity has as the main problem the land cover change. This fact has great importance for Landscape Ecology. This alteration of the Earth is not equally distributed. The Brazilian Atlantic Forest, for example, has only about 8% of its original distribution. To face this crisis, and specially, to protect biodiversity, protected areas are the main tool. Besides protecting the ecological processes in its own area, they need to be cornerstone on which regional conservation is built. Conservation planning requires assessment of the characteristics of the region and its threats. Landscape Ecology’s tools and theories have a great role in this job. Our purpose is to evaluate landscape change and its possible driving forces. We compared aerial photographs from 1974 with high resolution satellite images from 2002/2004. The study area was the Itapeva State Park (PEI), RS, and its buffer zone. For the land cover mapping of PEI and the area 500m distant of its limits, we used a Quickbird image, from 2004. In the buffer zone, far at least 10 km from the park, we used a 2002 Spot image. We analyzed these driving forces: road proximity, water bodies’ proximity, high slope and the geological origin of the area. We found many cover types typical of the Atlantic Forest Domain, and land cover classes related to human activities. The anthropic areas were already dominant in the landscape at the beginning of our analysis. The importance of the human impact in the study area was showed also by the alteration of 35% of the buffer zone and of 46% of the PEI. Most of this alteration, in both analyses, was the increase of anthropic land cover classes in detriment of the original ones. The change in the landscape pattern between both dates, measured by landscape metrics, showed a potential damage of the habitats and a decrease in the biological fluxes, since the total core area of the patches decreased as the proximity index while the mean distance between the patches increased. An exception to this trend was the expansion of the hillside forest, especially over agriculture. This expansion seems to be related to the rural exodus that occurred in this region, xvi and was reflected in the landscape metrics that evidenced an increase in the core area and in the connectivity. The analysis of the driving forces suggested that the factors studied affected the landscape since the composition of the areas under its influence is different, although the alteration rate was similar to the whole alteration. Our study suggests that land cover change is an important threat in the PEI region and it must be altered for the effectivity of the conservation of this area.
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Caracterização de unidades de manejo (biótopos) na futura unidade de conservação ambiental da UFRGS, Porto Alegre, RS : uma contribuição com bases na ecologia de paisagem

Bortolotti, Juliane Silva January 2006 (has links)
Para a caracterização dos biótopos naturais da futura Unidade de Conservação (UC) do Morro Santana (Porto Alegre, RS) foi realizado o macrozoneamento da área de estudo utilizando-se a cobertura com fitofisionomias campestres e florestais nativas e as variáveis do meio físico: declividade, altitude e exposição solar. Em quatro macrozonas campestres e em nove florestais, foram realizados estudos fitossociológicos e estatísticos para definir as unidades e sub-unidades vegetais presentes e a relação destas com a variável distância aos cursos d’água, caracterizando assim os onze biótopos naturais da área de estudo. Os tipos naturais de uso e cobertura do solo ocupam 51,6% da área do morro e as categorias de uso antrópico cobrem 48,4%. As formações de campo nativo do Morro Santana foram caracterizadas a partir da estrutura da vegetação dominante fisionomicamente, por duas unidades e quatro sub-unidades de vegetação, sendo que a unidade Aristida filifolia - Axonopus sp1 obteve a maior freqüência e densidade, não ocorrendo em apenas uma macrozona. A unidade de vegetação Guapira opposita - Casearia sylvestris ocorreu em todas as macrozonas arbóreas amostradas e caracteriza a estrutura da vegetação dominante fisionomicamente, nestas formações O método seguiu o cruzamento de informações espacializadas utilizando o sistema de informação geográfica (SIG) Idrisi, versão 14.02 (Kilimanjaro). Uma nova análise conferiu valores ecológicos às áreas com cobertura campestre e florestal nativas do morro a partir dos parâmetros relativos à: climacidade das espécies presentes nas unidades e sub-unidades de vegetação, naturalidade das comunidades vegetais presentes e índices da configuração estrutural da paisagem (tamanho e forma das manchas e distância de áreas urbanas). Foram então somados os valores ecológicos de cada parâmetro e estabelecidas as quatro zonas de caracterização ecológica, que são: núcleo, extensão do núcleo, tamponamento e ligação, em ordem decrescente de valor ecológico. Os biótopos de formações campestres encontram-se com melhor grau de conservação em relação aos florestais, por comporem a maior parte da zona núcleo. As zonas de caracterização ecológica servem como importante ferramenta para a realização do plano de manejo da unidade de conservação.
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Zoneamento etno-ambiental da terra indígena de Ligeiro : um estudo com base na ecologia de paisagem

Inácio, Júlio Cézar January 2005 (has links)
O presente trabalho, objetivou elaborar o zoneamento etno-ambiental da T.I. ligeiro. Para tanto foram utilizados os conceitos de Ecologia de Paisagem e a integração de várias técnicas de análise. O estudo da geomorfologia da T.I. Ligeiro identificou que a mesma está organizada em quatro patamares estruturais, denominados por algarismos arábicos de 1 a 4, em ordem crescente das altitudes inferiores para as superiores. O patamar 1 (P1), corresponde aos terraços fluviais ao longo da margem do Rio Ligeiro. O patamar 2 (P2) e 4 (P4), são restritos e descontínuos e, o patamar 3 (P3), é o mais contíguo e extenso. O diagnóstico das classes de solos, feito de acordo com o Sistema brasileiro de classificação, demonstrou que a distribuição das mesmas tem uma estreita relação com a geomorfologia. Em linhas gerais, solos rasos e pouco desenvolvidos tendem a ocorrer em áreas de encostas e altitudes elevadas. Os neossolos distribuem-se com maior freqüência nas vertentes e encostas entre os patamares, principalmente entre P1 e o P2. No entanto solos mais profundos e bem desenvolvidos tendem a ocorrer em terrenos mais planos ou com pouca variação. Os latossolos se fazem presente no patamar P3, com pouca ondulação do relevo. A análise da hidrografia identificou três tipos de cursos d’água: a) o Rio Ligeiro, com canal meandrante inciso em vale bem profundo, b) o Rio dos Índios, bem mais retilíneo e em vale pouco escavado e c) os afluentes dos canais anteriores, em sua maioria, com nascentes em áreas de banhados nos patamares intermediários, preferencialmente no P3 dentro da própria Terra Indígena. Os rios e banhados constituem-se ainda em importante elemento cultural na cosmovisão Kaingang.O diagnóstico da vegetação mostrou que uma há uma matriz perturbada pelas continuadas práticas extrativistas de madeira e agricultura. A matriz original era formada por Floresta Estacional Semidecidual, nos vales incisos e patamares mais baixos, por Floresta Ombrófila Mista, nos patamares mais elevados, e por Floresta Ombrófila Densa nas escarpas e patamares intermediários. Dessa matriz, ocorrem ainda manchas remanescentes, sendo a mais perturbada aquela referente à Floresta Ombrófila Mista. A caracterização fitossociológica, feita por meio de transeccionais, mostrou que a Nectandra megapotamica apresenta os maiores valores em relação às demais espécies, com maior ocorrência nas manchas da Floresta Ombrófila Densa. Esse procedimento de caracterização permitiu, ainda, identificar três grupos de espécies nitidamente definidos: a) Myrtaceae (Eugenia sp, Eugenia piriformis, Myrciantes gigantea, etc.), predominantes na Floresta Estacional Semidecidual Aluvial; b)Lauraceae (Nectandra megapotamica, Nectandra lanceolata, Nectandra rígida, etc.), predominantes na Floresta Ombrófila Densa; c) Araucariaceae (Araucaria angustifólia), embora não predominante e com baixa freqüência, constitui a fitofisionomia do extrato superior da Floresta Ombrófila Mista. Essa formação apresenta um sub-bosque denso com a ocorrência de espécies como as Nectandras, o Allophylus edulis, Cedrela fissilis, Cupania vernalis, entre outras. Os tipos de uso do solo estão relacionados com duas formas gerais de práticas de ocupação. De um lado há o uso agrícola, que utiliza técnicas como o sistema de coivaras e o plantio direto. De outro, existe o uso cultural dos recursos naturais disponíveis, que confere a cada mancha remanescente uma característica etno-ambiental. Esses usos se constituem na principal base sócio econômica da população aí residente. Como sínteses finais do estudo do zoneamento etno-ambiental, foram identificadas duas grandes unidades etno-ambientais: a) Unidade etno-ambiental de patamares elevados em maiores altitudes; e b) Unidade etno-ambiental de patamares menos elevados, em menores altitudes. Outras cinco subunidades etno-ambientais foram identificadas por meio da sobreposição dos dados temáticos acima descritos. / This work aims to establish the ethnoenvironmental zones of the Ligeiro Indigenous Territory based on Landscape Ecology framework and several integrated tools of land analysis related to geomorphology, soils, rivers, vegetation and Kaingang culture. The Ligeiro Indigenous Territory is located in the Brazilian Meridional Plateau. The geomorphology is characterized by three main terraces modeled by the fluvial erosion of Ligeiro river. The terrace P1 is an alluvial plain along the Ligeiro riverbanks with altitude of 480 m; P2, the intermediate terrace, is restricted to some areas and the elevation is circa of 540 m; P3, the most extensive terrace, with an altitude of 660 m. Steeper slopes is located both between P1-P2 and P2-P3 terraces. The distribution pattern of soil units, identified according to Brazilian Soils Classification System, is droved by geomorphology. In general, thin and low developed soils occur in slopes hills with high elevation. Most entisoles occur in slopes between P1 and P2 terraces. Usually, thick and very developed soils occur in flat or undulated areas. The oxisoles occur on the low undulated P3 terrace. Three kind of fluvial channels was identified: a) Ligeiro river, with a meandering channel in a deep incised valley; b) Índios river, with a straight channel in a shallow valley; and c) the tributary of these channels, usually with its springs in humidity lands on the intermediate terraces pertaining of Indigenous Territory. Rivers and humidity land are an important cultural element of Kaingang perception and understanding. The vegetation pattern shows a disturbed matrix due a long extraction of wood and agriculture practices. The original matrix was constituted by Alluvial deciduous forest on the incised deep valley and low terraces, Mixed Araucaria-broadleaf forest on the elevated terraces, and Broadleaf subtropical forest on slopes and intermediate terraces. Many remnant patches occur from these matrixes. The patch related with Mixed Araucaria-broadleaf forest is the most disturbed. The fitosociologic survey using the transectional method show high values to Nectandra megapotamica in relation to others species. This specie occurs mainly in Broadleaf subtropical forest patches. The transactional method allow to identify three vegetation groups: a) Myrtaceae (Eugenia sp, Eugenia piriformis, Myrciantes gigantea, etc.), mainly in the Alluvial deciduous forest; b) Lauraceae (Nectandra megapotamica, Nectandra lanceolata, Nectandra rígida, etc.), mainly in the Broadleaf subtropical forest; c) Araucariaceae (Araucaria angustifólia). Although it occurs with low frequency and it is not predominant, this specie draw the phyto physiognomic of high stratum of the Mixed Araucaria-broadleaf forest. This formation show a dense lower stractun with species like Nectandras, o Allophylus edulis, Cedrela fissilis, Cupania vernalis.
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A Paisagem do Parque Estadual de Itapeva, RS, e seu entorno : padrões, processos e fatores direcionados

Dobrovolski, Ricardo January 2006 (has links)
O fim da Ecologia de Paisagem é o entendimento relação entre os padrões espaciais e os processos ecológicos. O desenvolvimento inicial dessa disciplina, na Europa, na década de 1930, foi relacionado ao uso das fotografias aéreas e ao surgimento do conceito de ecossistema. Já na década de 1980, a partir do EUA, a Ecologia de Paisagem firmou-se como um importante campo de estudo com a utilização das imagens de satélite, dos sistemas de informação geográfica e com a crescente relevância do componente espacial nas teorias ecológicas. No estudo da dinâmica da paisagem, as imagens de satélite têm sua aplicação limitada por serem muito recentes, especialmente aquelas com maior resolução. Uma solução para esse problema é a comparação dessas imagens com fotografias áreas, disponíveis já há algumas décadas. A crise ambiental, enfrentada pela humanidade, tem como principal aspecto a alteração da cobertura da terra, o que é de grande relevância para a Ecologia de Paisagem. Essa alteração foi mais intensa em algumas regiões da Terra. A Mata Atlântica, por exemplo, apresenta apenas cerca de 8% da sua distribuição original. No enfrentamento dessa crise, e em especial, na busca da conservação da biodiversidade, as unidades de conservação têm sido a ferramenta fundamental. Além de conservar os processos no seu interior, as áreas protegidas devem servir como marco para o planejamento regional da conservação. Esse planejamento tem de levar em conta as características da região e as suas ameaças, e para tal as ferramentas e teorias da Ecologia de Paisagem têm um grande papel. Nesse contexto, o nosso objetivo é avaliar a mudança da paisagem recente e seus possíveis fatores direcionadores. Para tal, foram comparadas fotografias aéreas de 1974 com imagens de satélite da alta resolução de 2002/2004. A área estudada foi o Parque Estadual de Itapeva (PEI), RS, e seu entorno. Para o mapeamento da área do PEI e das adjacências distantes até 500 m, foi utilizada uma imagem Quickbird, de 2004. Para a zona de amortecimento, área distante pelo menos 10 km do limite do parque, foram utilizadas imagens Spot de 2002. Os fatores direcionadores avaliados foram: proximidade de estradas, de corpos d’água, e áreas com alta declividade e origem geológica do terreno. Foram identificadas nessa análise diversas formações características do Domínio Mata Atlântica além de classes de cobertura do solo decorrentes da atividade humana. As classes de cobertura antrópicas cobriam a maioria da paisagem já no momento inicial de nossa análise, revelando um importante impacto antrópico na região. Essa impacto também foi demonstrado pela alteração de cerca de 35% da paisagem do entorno e de 46% da área do PEI, no período analisado. A maior parte da alteração, em ambas as análises, foi representada pelo aumento das classes de cobertura antrópicas em detrimento das classes de cobertura naturais. A análise da mudança do padrão da paisagem entre as duas datas, medida pelos índices de paisagem, demonstrou um potencial prejuízo da qualidade dos hábitats e dos fluxos biológicos, tendo em vista que a área núcleo total das manchas de classes naturais diminuiu, assim como o índice de proximidade enquanto a distância entre as manchas aumentou. Uma exceção a essa tendência foi a expansão das florestas de encosta, especialmente sobre áreas de agricultura. Tal expansão parece ser resultado do abandono das áreas de encosta decorrente do êxodo rural verificado na região. A expansão da floresta de encosta foi refletida nos índices de paisagem que evidenciaram um aumento da área núcleo e da conectividade nessas áreas. A análise dos fatores direcionadores mostrou que os mesmos têm efeito sobre a paisagem, pois a composição das áreas sob sua influência é diferenciada, embora a taxa de alteração dessas áreas tenha sido semelhante à taxa de alteração da região como um todo. Nosso estudo sugere que a alteração da cobertura da terra é uma importante ameaça na região do PEI. Para a conservação do PEI e de seu entorno, essa dinâmica deve ser alterada. / The aim of Landscape Ecology is the understanding of the relations between spatial patterns and ecological processes. The initial development of this field, in Europe, in the 1930’s, was related to aerial photographs availability and the origin of the ecosystem concept. During the 1980’s, in USA, Landscape Ecology, established definitely as an important research field based on the use of satellite images, on the geographical information systems and on the increasing importance of the space in the ecological theories. In the study of the landscape dynamics, the use of satellite images is limited because they are very recent, especially those with higher resolution. The solution of this problem is to compare these images with aerial photographs which are available for several decades. The environmental crisis faced nowadays by humanity has as the main problem the land cover change. This fact has great importance for Landscape Ecology. This alteration of the Earth is not equally distributed. The Brazilian Atlantic Forest, for example, has only about 8% of its original distribution. To face this crisis, and specially, to protect biodiversity, protected areas are the main tool. Besides protecting the ecological processes in its own area, they need to be cornerstone on which regional conservation is built. Conservation planning requires assessment of the characteristics of the region and its threats. Landscape Ecology’s tools and theories have a great role in this job. Our purpose is to evaluate landscape change and its possible driving forces. We compared aerial photographs from 1974 with high resolution satellite images from 2002/2004. The study area was the Itapeva State Park (PEI), RS, and its buffer zone. For the land cover mapping of PEI and the area 500m distant of its limits, we used a Quickbird image, from 2004. In the buffer zone, far at least 10 km from the park, we used a 2002 Spot image. We analyzed these driving forces: road proximity, water bodies’ proximity, high slope and the geological origin of the area. We found many cover types typical of the Atlantic Forest Domain, and land cover classes related to human activities. The anthropic areas were already dominant in the landscape at the beginning of our analysis. The importance of the human impact in the study area was showed also by the alteration of 35% of the buffer zone and of 46% of the PEI. Most of this alteration, in both analyses, was the increase of anthropic land cover classes in detriment of the original ones. The change in the landscape pattern between both dates, measured by landscape metrics, showed a potential damage of the habitats and a decrease in the biological fluxes, since the total core area of the patches decreased as the proximity index while the mean distance between the patches increased. An exception to this trend was the expansion of the hillside forest, especially over agriculture. This expansion seems to be related to the rural exodus that occurred in this region, xvi and was reflected in the landscape metrics that evidenced an increase in the core area and in the connectivity. The analysis of the driving forces suggested that the factors studied affected the landscape since the composition of the areas under its influence is different, although the alteration rate was similar to the whole alteration. Our study suggests that land cover change is an important threat in the PEI region and it must be altered for the effectivity of the conservation of this area.
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Caracterização de unidades de manejo (biótopos) na futura unidade de conservação ambiental da UFRGS, Porto Alegre, RS : uma contribuição com bases na ecologia de paisagem

Bortolotti, Juliane Silva January 2006 (has links)
Para a caracterização dos biótopos naturais da futura Unidade de Conservação (UC) do Morro Santana (Porto Alegre, RS) foi realizado o macrozoneamento da área de estudo utilizando-se a cobertura com fitofisionomias campestres e florestais nativas e as variáveis do meio físico: declividade, altitude e exposição solar. Em quatro macrozonas campestres e em nove florestais, foram realizados estudos fitossociológicos e estatísticos para definir as unidades e sub-unidades vegetais presentes e a relação destas com a variável distância aos cursos d’água, caracterizando assim os onze biótopos naturais da área de estudo. Os tipos naturais de uso e cobertura do solo ocupam 51,6% da área do morro e as categorias de uso antrópico cobrem 48,4%. As formações de campo nativo do Morro Santana foram caracterizadas a partir da estrutura da vegetação dominante fisionomicamente, por duas unidades e quatro sub-unidades de vegetação, sendo que a unidade Aristida filifolia - Axonopus sp1 obteve a maior freqüência e densidade, não ocorrendo em apenas uma macrozona. A unidade de vegetação Guapira opposita - Casearia sylvestris ocorreu em todas as macrozonas arbóreas amostradas e caracteriza a estrutura da vegetação dominante fisionomicamente, nestas formações O método seguiu o cruzamento de informações espacializadas utilizando o sistema de informação geográfica (SIG) Idrisi, versão 14.02 (Kilimanjaro). Uma nova análise conferiu valores ecológicos às áreas com cobertura campestre e florestal nativas do morro a partir dos parâmetros relativos à: climacidade das espécies presentes nas unidades e sub-unidades de vegetação, naturalidade das comunidades vegetais presentes e índices da configuração estrutural da paisagem (tamanho e forma das manchas e distância de áreas urbanas). Foram então somados os valores ecológicos de cada parâmetro e estabelecidas as quatro zonas de caracterização ecológica, que são: núcleo, extensão do núcleo, tamponamento e ligação, em ordem decrescente de valor ecológico. Os biótopos de formações campestres encontram-se com melhor grau de conservação em relação aos florestais, por comporem a maior parte da zona núcleo. As zonas de caracterização ecológica servem como importante ferramenta para a realização do plano de manejo da unidade de conservação.
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Zoneamento etno-ambiental da terra indígena de Ligeiro : um estudo com base na ecologia de paisagem

Inácio, Júlio Cézar January 2005 (has links)
O presente trabalho, objetivou elaborar o zoneamento etno-ambiental da T.I. ligeiro. Para tanto foram utilizados os conceitos de Ecologia de Paisagem e a integração de várias técnicas de análise. O estudo da geomorfologia da T.I. Ligeiro identificou que a mesma está organizada em quatro patamares estruturais, denominados por algarismos arábicos de 1 a 4, em ordem crescente das altitudes inferiores para as superiores. O patamar 1 (P1), corresponde aos terraços fluviais ao longo da margem do Rio Ligeiro. O patamar 2 (P2) e 4 (P4), são restritos e descontínuos e, o patamar 3 (P3), é o mais contíguo e extenso. O diagnóstico das classes de solos, feito de acordo com o Sistema brasileiro de classificação, demonstrou que a distribuição das mesmas tem uma estreita relação com a geomorfologia. Em linhas gerais, solos rasos e pouco desenvolvidos tendem a ocorrer em áreas de encostas e altitudes elevadas. Os neossolos distribuem-se com maior freqüência nas vertentes e encostas entre os patamares, principalmente entre P1 e o P2. No entanto solos mais profundos e bem desenvolvidos tendem a ocorrer em terrenos mais planos ou com pouca variação. Os latossolos se fazem presente no patamar P3, com pouca ondulação do relevo. A análise da hidrografia identificou três tipos de cursos d’água: a) o Rio Ligeiro, com canal meandrante inciso em vale bem profundo, b) o Rio dos Índios, bem mais retilíneo e em vale pouco escavado e c) os afluentes dos canais anteriores, em sua maioria, com nascentes em áreas de banhados nos patamares intermediários, preferencialmente no P3 dentro da própria Terra Indígena. Os rios e banhados constituem-se ainda em importante elemento cultural na cosmovisão Kaingang.O diagnóstico da vegetação mostrou que uma há uma matriz perturbada pelas continuadas práticas extrativistas de madeira e agricultura. A matriz original era formada por Floresta Estacional Semidecidual, nos vales incisos e patamares mais baixos, por Floresta Ombrófila Mista, nos patamares mais elevados, e por Floresta Ombrófila Densa nas escarpas e patamares intermediários. Dessa matriz, ocorrem ainda manchas remanescentes, sendo a mais perturbada aquela referente à Floresta Ombrófila Mista. A caracterização fitossociológica, feita por meio de transeccionais, mostrou que a Nectandra megapotamica apresenta os maiores valores em relação às demais espécies, com maior ocorrência nas manchas da Floresta Ombrófila Densa. Esse procedimento de caracterização permitiu, ainda, identificar três grupos de espécies nitidamente definidos: a) Myrtaceae (Eugenia sp, Eugenia piriformis, Myrciantes gigantea, etc.), predominantes na Floresta Estacional Semidecidual Aluvial; b)Lauraceae (Nectandra megapotamica, Nectandra lanceolata, Nectandra rígida, etc.), predominantes na Floresta Ombrófila Densa; c) Araucariaceae (Araucaria angustifólia), embora não predominante e com baixa freqüência, constitui a fitofisionomia do extrato superior da Floresta Ombrófila Mista. Essa formação apresenta um sub-bosque denso com a ocorrência de espécies como as Nectandras, o Allophylus edulis, Cedrela fissilis, Cupania vernalis, entre outras. Os tipos de uso do solo estão relacionados com duas formas gerais de práticas de ocupação. De um lado há o uso agrícola, que utiliza técnicas como o sistema de coivaras e o plantio direto. De outro, existe o uso cultural dos recursos naturais disponíveis, que confere a cada mancha remanescente uma característica etno-ambiental. Esses usos se constituem na principal base sócio econômica da população aí residente. Como sínteses finais do estudo do zoneamento etno-ambiental, foram identificadas duas grandes unidades etno-ambientais: a) Unidade etno-ambiental de patamares elevados em maiores altitudes; e b) Unidade etno-ambiental de patamares menos elevados, em menores altitudes. Outras cinco subunidades etno-ambientais foram identificadas por meio da sobreposição dos dados temáticos acima descritos. / This work aims to establish the ethnoenvironmental zones of the Ligeiro Indigenous Territory based on Landscape Ecology framework and several integrated tools of land analysis related to geomorphology, soils, rivers, vegetation and Kaingang culture. The Ligeiro Indigenous Territory is located in the Brazilian Meridional Plateau. The geomorphology is characterized by three main terraces modeled by the fluvial erosion of Ligeiro river. The terrace P1 is an alluvial plain along the Ligeiro riverbanks with altitude of 480 m; P2, the intermediate terrace, is restricted to some areas and the elevation is circa of 540 m; P3, the most extensive terrace, with an altitude of 660 m. Steeper slopes is located both between P1-P2 and P2-P3 terraces. The distribution pattern of soil units, identified according to Brazilian Soils Classification System, is droved by geomorphology. In general, thin and low developed soils occur in slopes hills with high elevation. Most entisoles occur in slopes between P1 and P2 terraces. Usually, thick and very developed soils occur in flat or undulated areas. The oxisoles occur on the low undulated P3 terrace. Three kind of fluvial channels was identified: a) Ligeiro river, with a meandering channel in a deep incised valley; b) Índios river, with a straight channel in a shallow valley; and c) the tributary of these channels, usually with its springs in humidity lands on the intermediate terraces pertaining of Indigenous Territory. Rivers and humidity land are an important cultural element of Kaingang perception and understanding. The vegetation pattern shows a disturbed matrix due a long extraction of wood and agriculture practices. The original matrix was constituted by Alluvial deciduous forest on the incised deep valley and low terraces, Mixed Araucaria-broadleaf forest on the elevated terraces, and Broadleaf subtropical forest on slopes and intermediate terraces. Many remnant patches occur from these matrixes. The patch related with Mixed Araucaria-broadleaf forest is the most disturbed. The fitosociologic survey using the transectional method show high values to Nectandra megapotamica in relation to others species. This specie occurs mainly in Broadleaf subtropical forest patches. The transactional method allow to identify three vegetation groups: a) Myrtaceae (Eugenia sp, Eugenia piriformis, Myrciantes gigantea, etc.), mainly in the Alluvial deciduous forest; b) Lauraceae (Nectandra megapotamica, Nectandra lanceolata, Nectandra rígida, etc.), mainly in the Broadleaf subtropical forest; c) Araucariaceae (Araucaria angustifólia). Although it occurs with low frequency and it is not predominant, this specie draw the phyto physiognomic of high stratum of the Mixed Araucaria-broadleaf forest. This formation show a dense lower stractun with species like Nectandras, o Allophylus edulis, Cedrela fissilis, Cupania vernalis.
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Zoneamento ambiental do município de Querência MT

Rossete, Amintas Nazareth 29 September 2008 (has links)
Made available in DSpace on 2016-06-02T19:29:10Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2012.pdf: 5158659 bytes, checksum: 83811e75718aadf89559e13062ba1a48 (MD5) Previous issue date: 2008-09-29 / The sustainable use of the natural resources should be a basic premise to be integrated in environmental policies in order to avoid the growing natural ecosystems destruction. To assure a better appropriation of these resources is fundamental to apply the territorial arrangement landscape, with the formulation of environmental zonings. The municipality of Querência is located on Xingu River Basin, in the Northeast of Mato Grosso State, an Amazonian region knowledge as the arch of deforestation , in which has been registered the increase of clearing areas for farming and pasture in the last 20 years. The aim of this work is the environmental characterization and the elaboration of an environmental zoning of Querência municipality, starting from the definition and recognizing of different types of landscapes and land use, on the study area. The environmental inventory of the main environmental variables, that compose landscape, was made through field work and based on information processing in digital format of the thematic maps: planialtimetric, geology, geomorphology, pedology, agricultural suitability, vegetation and deforestation. Using geographical information systems - ArcGis 9.2 and SPRING 4.2 it was elaborated the land use and land cover maps obtained from CBERS II satellite (2006), as well as overlays operations that made possible the definition of landscape units, and resulted in the elaboration of the environmental zoning of Querência municipality. It was set up six zones: Preservation of Hydric Resources, Urban Use, Intensive Use, Forest Management, Protected Areas and Multiple Use. / O uso sustentável dos recursos naturais é uma premissa básica a ser integrada nas políticas ambientais em vista da degradação crescente dos ecossistemas naturais. O ordenamento territorial da paisagem, associado à formulação de zoneamentos ambientais, compreende uma das formas para se garantir a melhor apropriação destes recursos naturais. O município de Querência, localizado na bacia hidrográfica do rio Xingu, no nordeste do Estado de Mato Grosso, contempla parte da região conhecida como arco de desmatamento da Amazônia, onde tem sido registrada uma intensa transformação da paisagem para o uso agropecuário, nos últimos 20 anos. Este trabalho teve como objetivo a caracterização ambiental e a elaboração do zoneamento ambiental do município de Querência - MT, com base na definição e reconhecimento dos diferentes tipos de paisagens e sua utilização pelo homem, existentes na área de estudo. O diagnóstico ambiental das principais variáveis que compõem a paisagem foi realizado através de levantamentos de campo e com o processamento de mapas temáticos de: planialtimetria, geologia, geomorfologia, pedologia, aptidão agrícola, vegetação e desmatamento. Utilizando-se imagens orbitais do satélite CBERS II (2006) e dos Sistemas de Informações Geográficas ArcGis 9.2 e SPRING 4.2 foi elaborado o mapa de uso e cobertura da terra. Através de operações de overlays foram definidas e caracterizadas as unidades da paisagem que compõem a jurisdição municipal, resultando em uma proposta conceitual do zoneamento ambiental. Foram definidas seis zonas: Preservação dos Recursos Hídricos, Uso Urbano, Uso Intensivo, Manejo Florestal, Áreas Protegidas e Uso Múltiplo.
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Influências multi-escala da paisagem e limiar da fragmentação em morcegos no cerrado /

Muylaert, Renata de Lara. January 2014 (has links)
Orientador: Milton Cezar Ribeiro / Coorientador: Richard D. Stevens / Banca: Marco Aurélio ribeiro Mello / Banca: Marina Correa Cortes / Resumo: O conhecimento a respeito de quais fatores determinam a biodiversidade nas atuais condições de perda de habitat e fragmentação é essencial para o desenvolvimento de estratégias para a conservação das espécies. A biodiversidade pode apresentar respostas em limiar em relação à variação na estrutura da paisagem (limiares da fragmentação), particularmente em relação à quantidade de habitat. A detecção destes limiares pode nortear programas de conservação, restauração e manejo de paisagens. Este estudo avaliou respostas de morcegos às variáveis de configuração e composição da paisagem em uma abordagem exploratória, e também testamos se existe um limiar de resposta da riqueza de morcegos em função quantidade de habitat na paisagem. Utilizamos riqueza como variável operacional para biodiversidade, número de capturas para abundância de morcegos, e cobertura florestal para quantidade de habitat adequado. Avaliamos as respostas da ocorrência das seguintes guildas a variáveis locais e estrutura da paisagem em uma abordagem multi-escala (0,5 a 5,0 km): frugívoros, nectarívoros, hematófagos e animalívoros. O estudo foi conduzido em 15 paisagens distribuídas em um gradiente de quantidade de habitat (9 a 100%) no sudeste do Brasil em formações de cerrado florestal. A amostragem foi realizada por meio de redes-deneblina com esforço padronizado, em quatro pontos amostrais e cinco noites de captura por paisagem. As análises foram realizadas por seleção de modelos com múltiplas hipóteses concorrentes, baseada na Teoria da Informação de Akaike e estimativas de máxima verossimilhança restrita. As guildas de morcegos apresentaram relações não lineares em função de borda, forma média de fragmento, conectividade, quantidade e diversidade de habitat e variáveis locais (quantidade de frutos e altura de dossel). Identificamos um limiar em torno de 47% de habitat para riqueza, com uma queda abrupta no número de... / Abstract: The knowledge about which factors determine biodiversity on the present conditions of habitat loss and fragmentation is essential to develop strategies for species conservation. The biodiversity can present threshold responses to landscape structure variation (fragmentation threshold), particularly to habitat amount. Detecting these thresholds might support conservation, restoration and management programs. This study explored bat responses to landscape composition and configuration variables (exploratory approach), and we tested if there is a threshold response in bat richness as a function of habitat amount on landscape. We used richness as an operational variable for biodiversity, capture number for abundance and forest cover for adequate habitat amount to the group. We evaluated abundance responses of bat guilds to local and landscape structure variables on a multi-scale approach (0.5 to 5 km): frugivores, nectarivores, animalivores and sanguivores. The study was conducted on 15 landscapes spread on a gradient of habitat amount (9 to 100%) on southeastern Brazil, in forest cerrados. We sampled bats with mist nets with the same effort in four sampling points for five nights per landscape. The analysis was made by model selection by multiple hypotheses based on Akaike Information criterion and restricted maximum likelihood estimates. Bat guilds presented nonlinear responses to habitat amount, edge, mean fragment shape, connectivity, habitat diversity and local variables (fruit availability and canopy height). We identified a threshold around 45% of habitat amount to bat biodiversity, with a accentuate drop on landscapes below this threshold point. We suggest that restoration strategies look for increasing the connectivity of these landscapes, since the region is on a context of moderate to low landscape resilience. This study is novel because supports the fragmentation threshold hypothesis using such an ecologically diverse and abundant... / Mestre
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Caracterização de unidades de manejo (biótopos) na futura unidade de conservação ambiental da UFRGS, Porto Alegre, RS : uma contribuição com bases na ecologia de paisagem

Bortolotti, Juliane Silva January 2006 (has links)
Para a caracterização dos biótopos naturais da futura Unidade de Conservação (UC) do Morro Santana (Porto Alegre, RS) foi realizado o macrozoneamento da área de estudo utilizando-se a cobertura com fitofisionomias campestres e florestais nativas e as variáveis do meio físico: declividade, altitude e exposição solar. Em quatro macrozonas campestres e em nove florestais, foram realizados estudos fitossociológicos e estatísticos para definir as unidades e sub-unidades vegetais presentes e a relação destas com a variável distância aos cursos d’água, caracterizando assim os onze biótopos naturais da área de estudo. Os tipos naturais de uso e cobertura do solo ocupam 51,6% da área do morro e as categorias de uso antrópico cobrem 48,4%. As formações de campo nativo do Morro Santana foram caracterizadas a partir da estrutura da vegetação dominante fisionomicamente, por duas unidades e quatro sub-unidades de vegetação, sendo que a unidade Aristida filifolia - Axonopus sp1 obteve a maior freqüência e densidade, não ocorrendo em apenas uma macrozona. A unidade de vegetação Guapira opposita - Casearia sylvestris ocorreu em todas as macrozonas arbóreas amostradas e caracteriza a estrutura da vegetação dominante fisionomicamente, nestas formações O método seguiu o cruzamento de informações espacializadas utilizando o sistema de informação geográfica (SIG) Idrisi, versão 14.02 (Kilimanjaro). Uma nova análise conferiu valores ecológicos às áreas com cobertura campestre e florestal nativas do morro a partir dos parâmetros relativos à: climacidade das espécies presentes nas unidades e sub-unidades de vegetação, naturalidade das comunidades vegetais presentes e índices da configuração estrutural da paisagem (tamanho e forma das manchas e distância de áreas urbanas). Foram então somados os valores ecológicos de cada parâmetro e estabelecidas as quatro zonas de caracterização ecológica, que são: núcleo, extensão do núcleo, tamponamento e ligação, em ordem decrescente de valor ecológico. Os biótopos de formações campestres encontram-se com melhor grau de conservação em relação aos florestais, por comporem a maior parte da zona núcleo. As zonas de caracterização ecológica servem como importante ferramenta para a realização do plano de manejo da unidade de conservação.
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Zoneamento etno-ambiental da terra indígena de Ligeiro : um estudo com base na ecologia de paisagem

Inácio, Júlio Cézar January 2005 (has links)
O presente trabalho, objetivou elaborar o zoneamento etno-ambiental da T.I. ligeiro. Para tanto foram utilizados os conceitos de Ecologia de Paisagem e a integração de várias técnicas de análise. O estudo da geomorfologia da T.I. Ligeiro identificou que a mesma está organizada em quatro patamares estruturais, denominados por algarismos arábicos de 1 a 4, em ordem crescente das altitudes inferiores para as superiores. O patamar 1 (P1), corresponde aos terraços fluviais ao longo da margem do Rio Ligeiro. O patamar 2 (P2) e 4 (P4), são restritos e descontínuos e, o patamar 3 (P3), é o mais contíguo e extenso. O diagnóstico das classes de solos, feito de acordo com o Sistema brasileiro de classificação, demonstrou que a distribuição das mesmas tem uma estreita relação com a geomorfologia. Em linhas gerais, solos rasos e pouco desenvolvidos tendem a ocorrer em áreas de encostas e altitudes elevadas. Os neossolos distribuem-se com maior freqüência nas vertentes e encostas entre os patamares, principalmente entre P1 e o P2. No entanto solos mais profundos e bem desenvolvidos tendem a ocorrer em terrenos mais planos ou com pouca variação. Os latossolos se fazem presente no patamar P3, com pouca ondulação do relevo. A análise da hidrografia identificou três tipos de cursos d’água: a) o Rio Ligeiro, com canal meandrante inciso em vale bem profundo, b) o Rio dos Índios, bem mais retilíneo e em vale pouco escavado e c) os afluentes dos canais anteriores, em sua maioria, com nascentes em áreas de banhados nos patamares intermediários, preferencialmente no P3 dentro da própria Terra Indígena. Os rios e banhados constituem-se ainda em importante elemento cultural na cosmovisão Kaingang.O diagnóstico da vegetação mostrou que uma há uma matriz perturbada pelas continuadas práticas extrativistas de madeira e agricultura. A matriz original era formada por Floresta Estacional Semidecidual, nos vales incisos e patamares mais baixos, por Floresta Ombrófila Mista, nos patamares mais elevados, e por Floresta Ombrófila Densa nas escarpas e patamares intermediários. Dessa matriz, ocorrem ainda manchas remanescentes, sendo a mais perturbada aquela referente à Floresta Ombrófila Mista. A caracterização fitossociológica, feita por meio de transeccionais, mostrou que a Nectandra megapotamica apresenta os maiores valores em relação às demais espécies, com maior ocorrência nas manchas da Floresta Ombrófila Densa. Esse procedimento de caracterização permitiu, ainda, identificar três grupos de espécies nitidamente definidos: a) Myrtaceae (Eugenia sp, Eugenia piriformis, Myrciantes gigantea, etc.), predominantes na Floresta Estacional Semidecidual Aluvial; b)Lauraceae (Nectandra megapotamica, Nectandra lanceolata, Nectandra rígida, etc.), predominantes na Floresta Ombrófila Densa; c) Araucariaceae (Araucaria angustifólia), embora não predominante e com baixa freqüência, constitui a fitofisionomia do extrato superior da Floresta Ombrófila Mista. Essa formação apresenta um sub-bosque denso com a ocorrência de espécies como as Nectandras, o Allophylus edulis, Cedrela fissilis, Cupania vernalis, entre outras. Os tipos de uso do solo estão relacionados com duas formas gerais de práticas de ocupação. De um lado há o uso agrícola, que utiliza técnicas como o sistema de coivaras e o plantio direto. De outro, existe o uso cultural dos recursos naturais disponíveis, que confere a cada mancha remanescente uma característica etno-ambiental. Esses usos se constituem na principal base sócio econômica da população aí residente. Como sínteses finais do estudo do zoneamento etno-ambiental, foram identificadas duas grandes unidades etno-ambientais: a) Unidade etno-ambiental de patamares elevados em maiores altitudes; e b) Unidade etno-ambiental de patamares menos elevados, em menores altitudes. Outras cinco subunidades etno-ambientais foram identificadas por meio da sobreposição dos dados temáticos acima descritos. / This work aims to establish the ethnoenvironmental zones of the Ligeiro Indigenous Territory based on Landscape Ecology framework and several integrated tools of land analysis related to geomorphology, soils, rivers, vegetation and Kaingang culture. The Ligeiro Indigenous Territory is located in the Brazilian Meridional Plateau. The geomorphology is characterized by three main terraces modeled by the fluvial erosion of Ligeiro river. The terrace P1 is an alluvial plain along the Ligeiro riverbanks with altitude of 480 m; P2, the intermediate terrace, is restricted to some areas and the elevation is circa of 540 m; P3, the most extensive terrace, with an altitude of 660 m. Steeper slopes is located both between P1-P2 and P2-P3 terraces. The distribution pattern of soil units, identified according to Brazilian Soils Classification System, is droved by geomorphology. In general, thin and low developed soils occur in slopes hills with high elevation. Most entisoles occur in slopes between P1 and P2 terraces. Usually, thick and very developed soils occur in flat or undulated areas. The oxisoles occur on the low undulated P3 terrace. Three kind of fluvial channels was identified: a) Ligeiro river, with a meandering channel in a deep incised valley; b) Índios river, with a straight channel in a shallow valley; and c) the tributary of these channels, usually with its springs in humidity lands on the intermediate terraces pertaining of Indigenous Territory. Rivers and humidity land are an important cultural element of Kaingang perception and understanding. The vegetation pattern shows a disturbed matrix due a long extraction of wood and agriculture practices. The original matrix was constituted by Alluvial deciduous forest on the incised deep valley and low terraces, Mixed Araucaria-broadleaf forest on the elevated terraces, and Broadleaf subtropical forest on slopes and intermediate terraces. Many remnant patches occur from these matrixes. The patch related with Mixed Araucaria-broadleaf forest is the most disturbed. The fitosociologic survey using the transectional method show high values to Nectandra megapotamica in relation to others species. This specie occurs mainly in Broadleaf subtropical forest patches. The transactional method allow to identify three vegetation groups: a) Myrtaceae (Eugenia sp, Eugenia piriformis, Myrciantes gigantea, etc.), mainly in the Alluvial deciduous forest; b) Lauraceae (Nectandra megapotamica, Nectandra lanceolata, Nectandra rígida, etc.), mainly in the Broadleaf subtropical forest; c) Araucariaceae (Araucaria angustifólia). Although it occurs with low frequency and it is not predominant, this specie draw the phyto physiognomic of high stratum of the Mixed Araucaria-broadleaf forest. This formation show a dense lower stractun with species like Nectandras, o Allophylus edulis, Cedrela fissilis, Cupania vernalis.

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