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Ecopolítica das mudanças climáticas: o IPCC e o ecologismo dos pobres / Ecopolitics of climate change: the IPCC and the environmentalism of the poor

Tilio Neto, Petronio de 26 August 2008 (has links)
Este é um trabalho sobre a ecopolítica internacional das mudanças climáticas. Ele trata dos conflitos de interesses entre os Estados no que diz respeito a questões ambientais mais especificamente, no que diz respeito às alterações do clima terrestre. Nas últimas décadas e séculos o ser humano tem alterado a composição da atmosfera, fazendo com que o sistema climático se aqueça e se modifique. Portanto cabe ao ser humano entender o problema, avaliar suas conseqüências e desenvolver medidas de resposta. Para auxiliar nesses esforços na esfera internacional foi criado o IPCC, Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima. Sua função é dar as bases científicas necessárias para a tomada de decisões políticas que afetem o clima. Nesse sentido o IPCC está incumbido de tratar de questões relevantes para a política, sem no entanto interferir na tomada de decisões. Este estudo questiona justamente se o IPCC tem sido neutro como deveria ao expor os impactos das mudanças climáticas e ao apontar possíveis medidas de resposta. O recorte analítico selecionado para investigar essa questão é o Ecologismo dos Pobres, segundo o qual as sociedades humanas seriam marcadas pela desigualdade na distribuição dos benefícios e dos custos ambientais. Observando os relatórios do IPCC sob essa ótica foi possível encontrar indícios de que esse Painel talvez não seja tão neutro do ponto de vista político quanto afirma ser. Talvez ele não seja imune às disputas políticas entre os Estados. Como conseqüência o IPCC pode não ser a alternativa mais eficaz para responder às mudanças climáticas no âmbito internacional / This is a study about the international ecopolitics of climate change. It analyses the conflicts of interests among States concerning environmental questions more specifically, concerning changes in the planets climate. Over the last decades and centuries the human being has shifted the composition of the atmosphere, and the whole climatic system is being pushed to warming. For that reason human being is supposed to understand the problem, assess its consequences and develop answer measures. In the international arena the IPCC, Intergovernmental Panel on Climate Change, was created to help in such efforts. The Panels function is to provide the political decisions concerning the climate with the necessary scientific basis. In that sense IPCC is meant to take into account policy relevant questions, but with a policy neutral perspective. This study inquires into IPCCs neutrality when it presents the climate change impacts and when it points out eventual answer measures. The analytical approach selected to investigate this question is the Environmentalism of the Poor. This approach argues that human societies distribute unequally the environmental benefits and costs. From this point of view, analyzing the IPCC reports brings evidence that the Panel may be not so policy neutral as it announces. Maybe it is not immune to political disputes among States. As a result IPCC may be not the most efficient alternative to respond to climate change.
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Ecopolítica das mudanças climáticas: o IPCC e o ecologismo dos pobres / Ecopolitics of climate change: the IPCC and the environmentalism of the poor

Petronio de Tilio Neto 26 August 2008 (has links)
Este é um trabalho sobre a ecopolítica internacional das mudanças climáticas. Ele trata dos conflitos de interesses entre os Estados no que diz respeito a questões ambientais mais especificamente, no que diz respeito às alterações do clima terrestre. Nas últimas décadas e séculos o ser humano tem alterado a composição da atmosfera, fazendo com que o sistema climático se aqueça e se modifique. Portanto cabe ao ser humano entender o problema, avaliar suas conseqüências e desenvolver medidas de resposta. Para auxiliar nesses esforços na esfera internacional foi criado o IPCC, Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima. Sua função é dar as bases científicas necessárias para a tomada de decisões políticas que afetem o clima. Nesse sentido o IPCC está incumbido de tratar de questões relevantes para a política, sem no entanto interferir na tomada de decisões. Este estudo questiona justamente se o IPCC tem sido neutro como deveria ao expor os impactos das mudanças climáticas e ao apontar possíveis medidas de resposta. O recorte analítico selecionado para investigar essa questão é o Ecologismo dos Pobres, segundo o qual as sociedades humanas seriam marcadas pela desigualdade na distribuição dos benefícios e dos custos ambientais. Observando os relatórios do IPCC sob essa ótica foi possível encontrar indícios de que esse Painel talvez não seja tão neutro do ponto de vista político quanto afirma ser. Talvez ele não seja imune às disputas políticas entre os Estados. Como conseqüência o IPCC pode não ser a alternativa mais eficaz para responder às mudanças climáticas no âmbito internacional / This is a study about the international ecopolitics of climate change. It analyses the conflicts of interests among States concerning environmental questions more specifically, concerning changes in the planets climate. Over the last decades and centuries the human being has shifted the composition of the atmosphere, and the whole climatic system is being pushed to warming. For that reason human being is supposed to understand the problem, assess its consequences and develop answer measures. In the international arena the IPCC, Intergovernmental Panel on Climate Change, was created to help in such efforts. The Panels function is to provide the political decisions concerning the climate with the necessary scientific basis. In that sense IPCC is meant to take into account policy relevant questions, but with a policy neutral perspective. This study inquires into IPCCs neutrality when it presents the climate change impacts and when it points out eventual answer measures. The analytical approach selected to investigate this question is the Environmentalism of the Poor. This approach argues that human societies distribute unequally the environmental benefits and costs. From this point of view, analyzing the IPCC reports brings evidence that the Panel may be not so policy neutral as it announces. Maybe it is not immune to political disputes among States. As a result IPCC may be not the most efficient alternative to respond to climate change.
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Agricultura camponesa no Curimataú Paraibano: entre a subsistência e a sustentabilidade socioambiental

Sá Sobrinho, Rosivaldo Gomes de 31 August 2010 (has links)
Made available in DSpace on 2015-05-14T13:27:14Z (GMT). No. of bitstreams: 1 arquivototal.pdf: 2634919 bytes, checksum: 19e78bb92d02783e3296972efeaac054 (MD5) Previous issue date: 2010-08-31 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / This work intends to understand the environmental and social relationships shaped by the peasants from micro region Curimataú of Paraiba State. Here it is stated that the challenges posed both by the social relationships as soon as the environmental conditions stimulate these peasants to establish or reinvent strategies that allow them to go on living and producing. In order to support arguments, this work dialogues with different theoretical views from Rural Sociology and it is based on the perspective of coping with semiarid region and "the poor people environmentalism". The aim of this work is to understand the struggle for maintaining the peasant´s way of living as a significant contribution for the conservation of the natural resources which still exist in the micro region studied. Peasants inserted in the global society, even while remaining relatively autonomous to the market, create productive strategies which have enabled them to cope with the semiarid region conditions, and thus, they offer to society a number of elements by which one can question the priorities of major development policies that are proposed for this region historically known by incentives to extensive agriculture and livestock. The different strategies for coping with semiarid region reveal the irrationality of development policies, which guided by the ambition of the productivity gains, they neglected the social and environmental conditions features of a predominantly smallholders region. However, even outside of these policies, the peasants from Curimataú go on playing their way of living and showing new paths and semiarid region development perspectives, by basing on the coping with semiarid region. From this perspective, peasants guide their actions by the interaction between the family needs fulfillment and the natural resources maintenance that is considered here as an example of "the people poor environmentalism". Looking at this reality from the socio and environmental perspectives allows us to state that the maintenance of this way of living is associated with practices of environmental conservation and thus helps us to reflect on new development possibilities. Guided by a rationality that is oriented by the family and environmental maintenance, these peasants shape a new paradigm of rural development, by associating agricultural practices involving non-agricultural occupations that enables us to say that this place, the countryside, is not only a space of production, but rather a place of life and conservation. The set of practices that enable the peasant maintenance is essential to the conservation of biodiversity to which this way of living is intrinsically linked. The formulation of strategies such as plate tanks, underground dams, stone tanks, seed banks, knowledge on plants and on the environmental potential demonstrate how it is possible to construct a new focus on the semiarid region and its population. These observations allow reflect on the importance and the strategic location that the peasant family farming has occupied in the shaping of the development and sustainability of the Brazilian semiarid region / Este trabalho dedica-se a compreender as relações socioambientais construídas pelos camponeses da Microrregião do Curimataú paraibano. Parte da constatação de que os desafios impostos, tanto pelas relações sociais quanto pelas condições ambientais, estimulam esses camponeses a criarem ou reinventarem estratégias que lhes permitem continuar existindo e produzindo. Para fundamentação dos argumentos apresentados, dialoga com diferentes perspectivas teóricas no campo da Sociologia Rural e, fundamentando-se nas perspectivas de convivência com a semiaridez e de ecologismo dos pobres , busca compreender a luta pela manutenção da forma de vida camponesa como significativa contribuição para a conservação dos recursos naturais ainda existentes na Microrregião estudada. Inseridos na sociedade global, mesmo mantendo-se relativamente autônomos ao mercado, esses camponeses elaboram estratégias produtivas que lhes tem permitido conviver com as condições de semiaridez, e assim, oferecem à sociedade uma série de elementos pelos quais se pode questionar as prioridades das principais políticas de desenvolvimento, propostas para essa região, historicamente marcadas pelos incentivos à agricultura e à pecuária extensivas. As diferentes estratégias de convivência com o semiárido revelam a irracionalidade das políticas desenvolvimentistas que, orientadas pela ambição dos ganhos de produtividade, negligenciaram as condições sociais e ambientais, características de uma região predominantemente minifundiária. No entanto, mesmo à margem dessas políticas, os camponeses do Curimataú continuam reproduzindo suas formas de vida e mostrando novos caminhos e perspectivas de desenvolvimento do semiárido, fundamentando-se na convivência com a semiaridez. Por essa perspectiva, os camponeses orientam suas ações pela interação entre a satisfação das necessidades familiares e a manutenção dos recursos naturais aqui considerado como exemplo do ecologismo dos pobres . Olhar essa realidade pela perspectiva socioambiental nos permite afirmar que a manutenção dessa forma de vida está associada a práticas de conservação ambiental e, desta forma, nos ajuda a refletir sobre novas possibilidades de desenvolvimento. Guiados por uma racionalidade que se orienta pela manutenção familiar e ambiental, esses agricultores moldam um novo paradigma de desenvolvimento rural, associando práticas agrícolas com ocupações não agrícolas, permitindo-nos afirmar que esse lugar, o rural, não é um espaço apenas de produção, mas, sim, um lugar de vida e de conservação. O conjunto de práticas que possibilitam a manutenção camponesa é imprescindível à conservação da biodiversidade à qual esta forma de vida está intrinsecamente relacionada. A construção de estratégias como as cisternas de placa, as barragens subterrâneas, os tanques de pedra, os bancos de sementes, o conhecimento sobre as plantas e sobre as potencialidades ambientais demonstram o quanto e o como é possível construir um novo enfoque sobre o semiárido e sua população. Essas constatações permitem refletir sobre a importância e o local estratégico que a agricultura familiar camponesa tem ocupado na construção do desenvolvimento e na sustentabilidade da região semiárida brasileira.

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