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Diálogos e tensões: o olhar de professoras negras e brancas sobre a constituição da identidade negra no contexto escolarConstantino, Francisca de Lima 25 February 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014-02-25 / Universidade Federal de Sao Carlos / In this research, entitled Dialogues and tensions: the perception of black and white teachers about the formation of black identity in the school context, we seek to understand, from the dialogue between black and white teachers, what knowledge can be identified and created for ways to strengthen the identity of black children in schools? Ergo, the following objectives are delineated: to discuss and reach consensus with teachers about a concept of identity for promoting the positive development of black identity; and with the teachers, analyze the practices, materials and/or training courses that can strengthen the identity of black children; also, suggest and elaborate practices that strengthen black identity, and point out ways to promote the education of racial and ethnic relations. The research objectives were achieved based on a theoretical study, followed by a field study. The former included readings about the education of racial and ethnic relations; the concepts of identity, diversity and respect for differences; equality of differences and their relation to a dialogic approach and anti-racist education. To understand the concept of identity, the main references used were: Giddens; Gomes; Munanga and Castells; and the relationship between black identity and school was based on the theorists of sociology, anthropology and education. Our investigations were also based on researchers from the Centre of Research on Theories and Practices for Overcoming Inequalities (CREA) and the Center of Research on Social and Education Action (NIASE), which help in the understanding of a dialogical education and equality of differences. To investigate what has been produced in Brazil about this theme, a production review was conducted in SciELO, as well as in some WG of ANPED. The field study was characterized by monitoring discussion groups comprised of six elementary school teachers (4 black and 2 white teachers), which developed dialogic practices in their classes. The research developed was based on the critical communicative methodology, which involves an intersubjective dialogue between participants and researcher, with the subjects critical self-reflection. There were 5 communicative groups, which enabled the participants to dialogue about topics previously agreed on regarding the research question. As for the results, we can state that it is possible to strengthen black identity by means of intentional teaching practices that are committed to and guided by knowledge. For this, one must resort to valuing ethnic and racial diversity, being open to dialogue and promoting actions to promote the equality of differences. From the discussion groups, we concluded that conceiving a positive black identity in the school context requires a black presence in the school, in other words, one must have the history, culture and black ancestry in the school environment and break the silence that still exists about being black. We also conclude that the practices to affirm black identity must be participatory, which means that in addition to narrating stories about Africa and black Brazilians and recounting these activities, it is fundamental having the presence of blacks, Africans and indigenous people in the school context, in order to help black and white children do away with the stereotypes inserted in our society. Another element to be highlighted in terms of teaching practices in the discussion of valuing diversity, regards teacher training courses; such courses are seen as indispensable for understanding the issue presented herein. Finally, we conclude that there is still much to be overcome when we deliberate on the equality of differences and Brazilian racism. Black identity exhibits an inner complexity that requires further studies by researchers and more sensitivity by the teachers. This issue does not end here, with questions that remain open for discussions in future studies. / Na presente pesquisa, intitula Diálogos e tensões: o olhar de professoras negras e brancas sobre a constituição positiva da identidade negra e das relações étnicas e raciais no contexto escolar, buscamos compreender, a partir do diálogo entre professoras negras e brancas, quais conhecimentos podem ser identificados e criados sobre formas de fortalecimento da identidade das crianças negras nas escolas? Nesse sentido, traçamos como objetivos: discutir e consensuar com as professoras um conceito de identidade, que favoreça o desenvolvimento positivo da identidade negra; analisar com as professoras práticas, materiais e/ou cursos de formação que possam fortalecer a identidade das crianças negras; elaborar sugestões de práticas que fortaleçam a identidade negra, e indicar caminhos que favoreçam a educação das relações étnicas e raciais. Para atender a tais objetivos, a pesquisa configurou-se num estudo teórico, seguido de um estudo de campo. No primeiro, procuramos contemplar leituras em torno da educação das relações étnicas e raciais; dos conceitos de identidade, diversidade, bem como respeito às diferenças; igualdade de diferenças e sua relação com uma educação antirracista e dialógica. Para a compreensão do conceito de identidade, pautamo-nos basicamente em: Giddens; Gomes; Munanga e Castells; quanto à relação entre identidade negra e escola, apoiamo-nos em teóricas(os) da sociologia, da antropologia e da educação. Também nos pautamos em pesquisadoras(es) do Centro Especial de Investigação em Teorias Práticas Superadoras de Desigualdades (CREA) e do Núcleo de Investigação e Ação Social e Educativa (NIASE) que ajudam na compreensão de uma educação em bases dialógicas e da igualdade de diferenças. Para verificar o que já foi produzido na temática, no Brasil, realizamos uma revisão da produção no SciELO, assim como em alguns Gts da ANPED. O estudo de campo caracterizou-se pelo acompanhamento de grupos de discussão com seis professoras (4 negras e 2 brancas) do ensino fundamental, que desenvolvem práticas dialógicas em suas aulas. A pesquisa foi desenvolvida com base na metodologia comunicativa-crítica, que implica um diálogo intersubjetivo entre participantes e pesquisadora e mostra a reflexão dos próprios sujeitos. Foram realizados 5 grupos comunicativos, nos quais as participantes dialogaram sobre temáticas previamente consensuadas em torno da questão de pesquisa. Quanto aos resultados, podemos afirmar que é possível o fortalecimento da identidade negra a partir da prática docente intencional, compromissada e pautada em conhecimento. Para tanto, precisa se voltar para a valorização da diversidade étnica e racial, estar aberta ao diálogo e promover ações que favoreçam a igualdade de diferenças. A partir dos grupos de discussões, chegamos à conclusão que pensar uma identidade negra positiva no contexto escolar requer a presença negra na escola, ou seja, é preciso ter a história, a cultura e a ancestralidade negra no espaço escolar e romper o silêncio ainda existente sobre a negritude. Também concluímos que as práticas para afirmar a identidade negra precisam ser participativas, ou seja, além do contar histórias sobre a África e os negros brasileiros e fazer o registro das atividades, é fundamental que se tenha a presença de pessoas negras, africanas e indígenas no contexto escolar, que ajudem as crianças negras e brancas a romperem estereótipos postos em nossa sociedade. Outro elemento a ser destacado ao pensarmos a prática docente frente ao debate da valorização da diversidade está nos cursos de formação de professoras(es); tais cursos são apontados como imprescindíveis na compreensão da temática aqui apresentada. Enfim, concluímos que ainda há muito que ser superado quando pensamos a igualdade de diferenças e o racismo brasileiro. A identidade negra apresenta uma complexidade em seu interior que exige mais estudos por parte das(os) pesquisadoras(es) e mais sensibilidade por parte do professorado. Esta é uma temática que não se esgota aqui, assim ficam indagações para serem respondidas em estudos futuros.
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