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Aminoácidos de cadeia ramificada: consumo dietético e associação com fatores de risco cardiometabólicos em residentes de São Paulo / Branched chain amino acid: dietary intake and its association with cardiometabolic risk in residents of São Paulo

Pallottini, Ana Carolina 14 July 2017 (has links)
Introdução: Os aminoácidos de cadeia ramificada (ACR) compreendem três aminoácidos essenciais tais como, leucina (Leu), isoleucina (Ile) e valina (Val). Estes aminoácidos desempenham um papel importante no corpo humano, como a produção de energia, síntese de proteínas e de muitos neurotransmissores. São escassos os estudos que investigam o consumo de ACR e sua associação com as doenças cardiometabólicas. No entanto, estudos metabolômicos sugerem que os ACR encontrados no plasma podem ser preditores de doenças cardiometabólicas. Objetivos: Avaliar a ingestão de aminoácidos de cadeia ramificada (ACR), leucina (Leu), isoleucina (Ile) e valina (Val) e sua associação com fatores demográficos, socioeconômicos e estilo de vida, e com fatores de risco cardiometabólicos. Metodologia: Os dados foram provenientes do Inquérito de Saúde de São Paulo, estudo transversal de base populacional com amostra representativa de residentes do município de São Paulo, de ambos os sexos e com idade igual ou superior a 12 anos. O consumo alimentar foi avaliado por meio de dois recordatórios de 24 horas, não consecutivos. Utilizou-se um questionário estruturado para obter informações socioeconômicas, demográficas e de estilo de vida. Também foram coletadas amostras de sangue, pressão arterial, o peso, a estatura e circunferência da cintura dos indivíduos. Os analitos avaliados foram glicemia plasmática de jejum, triacilgliceróis (TG), lipoproteína de alta densidade (HDL), lipoproteína de baixa densidade (LDL), colesterol total (CT), proteína C reativa ultrassensível (PCRu), homocisteína e leptina séricas (LEP). As análises estatísticas foram realizadas utilizando o software Stata®, versão 13 com nível de significância de 0,05. Resultados: A ingestão total de ACR foi de 217,14 mg / kg×d (Leu: 97,16 mg / kg×d, Ile: 56,44 mg / kg×d, Val: 63,54 mg / kg×d). Em adolescentes a ingestão de ACR foi negativamente associada ao sexo feminino e a raça autodeclarada não branca. Nos adultos a ingestão de ACR foi negativamente associada ao sexo feminino e fumantes. A renda familiar per capita foi positivamente associada nos adolescentes e adultos. E não foram observadas associações no grupo de idosos. Os principais alimentos contribuintes para a ingestão de ACR foram carne vermelha não processada, aves não processadas, pão e torrada, feijão e arroz. Após o ajuste para potenciais fatores de confusão, o maior consumo de ACR total para o grupo de adultos e idosos (OR = 1,89, 95 por cento IC = 1,09 - 3,27), leucina (OR = 1,93, 95 por cento IC = 1,11 - 3,35), isoleucina (OR = 2,09, 95 por cento IC = 1,23 - 3,54) e valina (OR = 1,98, 95 por cento IC = 1,17 - 3,32) foram positivamente associados com hipertensão. E o mesmo foi observado para o modelo ajustado entre o maior consumo de ACR total (OR = 2,06, 95 por cento IC = 1,18 - 3,59), leucina (OR = 2,08, 95 por cento IC = 1,20 - 3,59), isoleucina (OR = 1,93, 95 por cento IC = 1,10 - 3,39) e valina (OR = 1,98, 95 por cento IC = 1,14 - 3,42) com hipertrigliceridemia. Conclusão: Os adolescentes e os adultos foram os grupos que mais se associaram a ter a ingestão de ACR influenciada por fatores demográficos, socioeconômicos e de estilo de vida. Dentre os fatores de risco cardiometabólicos, destacaram-se a hipertensão e a hipertrigliceridemia como fatores positivamente associados com o maior consumo de ACR total, leucina, isoleucina e valina. Esses resultados reforçam a importância da investigação do limite tolerável de ingestão dos ACR, bem como sua associação nos diferentes desfechos em saúde. / Introduction: Branched chain amino acids (BCAA) comprise three essential amino acids such as leucine (Leu), isoleucine (Ile) and valine (Val). These amino acids play an important role in the human body, such as energy production, protein synthesis and many neurotransmitters. There are few studies that investigate BCAA consumption and its association with cardiometabolic diseases. However, metabolic studies suggest that BCAA found in plasma may be a predictor of cardiometabolic diseases. Objectives: To evaluate the intake of branched chain amino acids (BCAA), leucine (Leu), isoleucine (Ile) and valine (Val) with demographic, socioeconomic and lifestyle factors, and to investigate the intake of BCAA with cardiometabolic risk factors. Methods: Data were obtained from the Health Survey of São Paulo, a population-based cross-sectional study with a representative sample of residents of the city of São Paulo, of both sexes and aged over 12 years. Dietary intake was evaluated by two 24-hour dietary recalls and a structured questionnaire was used to obtain socioeconomic, demographic and lifestyle information. Blood samples were collected and blood pressure, weight, height and waist circumference were measured. The analyzed analytes were fasting plasma glucose, triacylglycerols (TG), high-density lipoprotein cholesterol (HDL), low-density lipoprotein cholesterol (LDL), C-reactive protein (PCRu), homocysteine and serum leptin (LEP). All analyses were performed with Stata®, version 13 and a p-value < 0.05 was considered statistically significant. Results: Total BCAA intake was 217.14 mg/kg.day (Leu: 97.16 mg/kg.day; Ile:56.44 mg/kg.day; Val: 63.54 mg/kg.day). BCAA intake was negatively associated with female sex in adolescents and adult groups, with no white race in adolescents, and with former smoker status in adults. Conversely, BCAA was positively associated with household per capita income in adolescents and adults. No associations were observed in the older adults group. Main food contributors to BCAA for all ages were unprocessed red meat, unprocessed poultry, bread and toast, beans and rice. For the group of adults and older adults, after adjusting for potential confounding factors, higher intakes of total BCAA (OR = 1,89, 95 per cent CI = 1,09 - 3,27), leucine (OR = 1,93, 95 per cent CI = 1,11 - 3,35), isoleucine (OR = 2,09, 95 per cent CI = 1,23 - 3,54) e valine (OR = 1,98, 95 per cent CI = 1,17 - 3,32) were positively associated with hypertension. The same was observed for the adjusted model between the highest consumption of total BCAA (OR = 2,06, 95 per cent CI = 1,18 - 3,59), leucine (OR = 2,08, 95 per cent CI = 1,20 - 3,59), isoleucine (OR = 1,93, 95 per cent CI = 1,10 - 3,39) and valine (OR = 1,98, 95 per cent CI = 1,14 - 3,42) with hypertriglyceridemia. Conclusion: Adolescents and adults were the most vulnerable to having their BCAA intake influenced by demographic, socioeconomic and lifestyle factors. Among the cardiometabolic risk, hypertension and hypertriglyceridemia were positively associated with higher intake of total BCAA, leucine, isoleucine and valine. These results reinforce the importance of investigating the tolerable limit of intake of BCAA, as well as its association in different health outcomes.
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Aminoácidos de cadeia ramificada: consumo dietético e associação com fatores de risco cardiometabólicos em residentes de São Paulo / Branched chain amino acid: dietary intake and its association with cardiometabolic risk in residents of São Paulo

Ana Carolina Pallottini 14 July 2017 (has links)
Introdução: Os aminoácidos de cadeia ramificada (ACR) compreendem três aminoácidos essenciais tais como, leucina (Leu), isoleucina (Ile) e valina (Val). Estes aminoácidos desempenham um papel importante no corpo humano, como a produção de energia, síntese de proteínas e de muitos neurotransmissores. São escassos os estudos que investigam o consumo de ACR e sua associação com as doenças cardiometabólicas. No entanto, estudos metabolômicos sugerem que os ACR encontrados no plasma podem ser preditores de doenças cardiometabólicas. Objetivos: Avaliar a ingestão de aminoácidos de cadeia ramificada (ACR), leucina (Leu), isoleucina (Ile) e valina (Val) e sua associação com fatores demográficos, socioeconômicos e estilo de vida, e com fatores de risco cardiometabólicos. Metodologia: Os dados foram provenientes do Inquérito de Saúde de São Paulo, estudo transversal de base populacional com amostra representativa de residentes do município de São Paulo, de ambos os sexos e com idade igual ou superior a 12 anos. O consumo alimentar foi avaliado por meio de dois recordatórios de 24 horas, não consecutivos. Utilizou-se um questionário estruturado para obter informações socioeconômicas, demográficas e de estilo de vida. Também foram coletadas amostras de sangue, pressão arterial, o peso, a estatura e circunferência da cintura dos indivíduos. Os analitos avaliados foram glicemia plasmática de jejum, triacilgliceróis (TG), lipoproteína de alta densidade (HDL), lipoproteína de baixa densidade (LDL), colesterol total (CT), proteína C reativa ultrassensível (PCRu), homocisteína e leptina séricas (LEP). As análises estatísticas foram realizadas utilizando o software Stata®, versão 13 com nível de significância de 0,05. Resultados: A ingestão total de ACR foi de 217,14 mg / kg×d (Leu: 97,16 mg / kg×d, Ile: 56,44 mg / kg×d, Val: 63,54 mg / kg×d). Em adolescentes a ingestão de ACR foi negativamente associada ao sexo feminino e a raça autodeclarada não branca. Nos adultos a ingestão de ACR foi negativamente associada ao sexo feminino e fumantes. A renda familiar per capita foi positivamente associada nos adolescentes e adultos. E não foram observadas associações no grupo de idosos. Os principais alimentos contribuintes para a ingestão de ACR foram carne vermelha não processada, aves não processadas, pão e torrada, feijão e arroz. Após o ajuste para potenciais fatores de confusão, o maior consumo de ACR total para o grupo de adultos e idosos (OR = 1,89, 95 por cento IC = 1,09 - 3,27), leucina (OR = 1,93, 95 por cento IC = 1,11 - 3,35), isoleucina (OR = 2,09, 95 por cento IC = 1,23 - 3,54) e valina (OR = 1,98, 95 por cento IC = 1,17 - 3,32) foram positivamente associados com hipertensão. E o mesmo foi observado para o modelo ajustado entre o maior consumo de ACR total (OR = 2,06, 95 por cento IC = 1,18 - 3,59), leucina (OR = 2,08, 95 por cento IC = 1,20 - 3,59), isoleucina (OR = 1,93, 95 por cento IC = 1,10 - 3,39) e valina (OR = 1,98, 95 por cento IC = 1,14 - 3,42) com hipertrigliceridemia. Conclusão: Os adolescentes e os adultos foram os grupos que mais se associaram a ter a ingestão de ACR influenciada por fatores demográficos, socioeconômicos e de estilo de vida. Dentre os fatores de risco cardiometabólicos, destacaram-se a hipertensão e a hipertrigliceridemia como fatores positivamente associados com o maior consumo de ACR total, leucina, isoleucina e valina. Esses resultados reforçam a importância da investigação do limite tolerável de ingestão dos ACR, bem como sua associação nos diferentes desfechos em saúde. / Introduction: Branched chain amino acids (BCAA) comprise three essential amino acids such as leucine (Leu), isoleucine (Ile) and valine (Val). These amino acids play an important role in the human body, such as energy production, protein synthesis and many neurotransmitters. There are few studies that investigate BCAA consumption and its association with cardiometabolic diseases. However, metabolic studies suggest that BCAA found in plasma may be a predictor of cardiometabolic diseases. Objectives: To evaluate the intake of branched chain amino acids (BCAA), leucine (Leu), isoleucine (Ile) and valine (Val) with demographic, socioeconomic and lifestyle factors, and to investigate the intake of BCAA with cardiometabolic risk factors. Methods: Data were obtained from the Health Survey of São Paulo, a population-based cross-sectional study with a representative sample of residents of the city of São Paulo, of both sexes and aged over 12 years. Dietary intake was evaluated by two 24-hour dietary recalls and a structured questionnaire was used to obtain socioeconomic, demographic and lifestyle information. Blood samples were collected and blood pressure, weight, height and waist circumference were measured. The analyzed analytes were fasting plasma glucose, triacylglycerols (TG), high-density lipoprotein cholesterol (HDL), low-density lipoprotein cholesterol (LDL), C-reactive protein (PCRu), homocysteine and serum leptin (LEP). All analyses were performed with Stata®, version 13 and a p-value < 0.05 was considered statistically significant. Results: Total BCAA intake was 217.14 mg/kg.day (Leu: 97.16 mg/kg.day; Ile:56.44 mg/kg.day; Val: 63.54 mg/kg.day). BCAA intake was negatively associated with female sex in adolescents and adult groups, with no white race in adolescents, and with former smoker status in adults. Conversely, BCAA was positively associated with household per capita income in adolescents and adults. No associations were observed in the older adults group. Main food contributors to BCAA for all ages were unprocessed red meat, unprocessed poultry, bread and toast, beans and rice. For the group of adults and older adults, after adjusting for potential confounding factors, higher intakes of total BCAA (OR = 1,89, 95 per cent CI = 1,09 - 3,27), leucine (OR = 1,93, 95 per cent CI = 1,11 - 3,35), isoleucine (OR = 2,09, 95 per cent CI = 1,23 - 3,54) e valine (OR = 1,98, 95 per cent CI = 1,17 - 3,32) were positively associated with hypertension. The same was observed for the adjusted model between the highest consumption of total BCAA (OR = 2,06, 95 per cent CI = 1,18 - 3,59), leucine (OR = 2,08, 95 per cent CI = 1,20 - 3,59), isoleucine (OR = 1,93, 95 per cent CI = 1,10 - 3,39) and valine (OR = 1,98, 95 per cent CI = 1,14 - 3,42) with hypertriglyceridemia. Conclusion: Adolescents and adults were the most vulnerable to having their BCAA intake influenced by demographic, socioeconomic and lifestyle factors. Among the cardiometabolic risk, hypertension and hypertriglyceridemia were positively associated with higher intake of total BCAA, leucine, isoleucine and valine. These results reinforce the importance of investigating the tolerable limit of intake of BCAA, as well as its association in different health outcomes.

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