FundaÃÃo de Amparo à Pesquisa do Estado do Cearà / A presente pesquisa expÃe nossa caminhada na compreensÃo dos escritos de CÃlestin Freinet, que, no Brasil, à considerado por uma grande maioria dos pedagogos e educadores como um representante tÃpico do escolanovismo, apartando de sua obra a dimensÃo polÃtica e inovadora, assim como à ignorada muitas vezes sua base revolucionÃria. NÃo temos a pretensÃo de transformÃ-lo em um teÃrico ortodoxo do marxismo, que seguiu apenas um caminho, ou de justificÃ-lo valendo-se dos seus primeiros escritos. Temos, contudo, a intenÃÃo de compreendÃ-lo como um sujeito histÃrico, que propÃs uma teoria que tinha preocupaÃÃo com sua efetivaÃÃo, de modo que a escola do povo fosse possÃvel. Discutiremos seus escritos ricos de conceitos marxistas, da mesma forma que refletiremos sobre os escritos em que hà certo distanciamento do partido comunista e o autor adota uma postura, para muitos, condizente com os ideais da escola nova ou, atà mesmo para alguns outros, uma postura romÃntica da educaÃÃo. Pontuamos nosso objetivo central como a tentativa de encontrar um possÃvel fio condutor em suas principais obras â Ensaio de psicologia sensÃvel I (1976); Ensaio de psicologia sensÃvel II (1978); Pedagogia do bom senso (1998) e Para uma escola do povo (2001) â, com o fim de entender a proposta de sua Escola do Povo, sob a base de uma educaÃÃo pelo trabalho. Essa proposta foi construÃda e aplicada, na FranÃa, por Freinet, levando em consideraÃÃo o ponto de partida e para quem se destina a educaÃÃo, assim quais sÃo as suas bases fundamentais. AlÃm disso, buscamos compreender o motivo pelo qual a pedagogia popular de Freinet, quando chega ao Brasil na segunda metade do sÃculo XX, distancia-se tanto de suas raÃzes populares e polÃticas. Trata-se de uma pesquisa de natureza teÃrico-bibliogrÃfica, descritiva e exploratÃria, que tomou como perspectiva teÃrico- -metodolÃgica o materialismo histÃrico-dialÃtico.