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Territórios dissidentes: espaços da loucura na cultura urbana contemporânea

Bordignon, Gabriel Barros 20 August 2015 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / The idea of madness is present in our society through association with the different, unusual, improper; any expression that does not suit in the social norms that seem so natural. The idea of madness varied in history according to the changes occurring in every society and times. Madness has always had a social space in human history, and has always had its physical spaces. The association between architecture and madness is generally represented by the emblematic figure of the asylum, although this type is in process of extinction in several countries, among them Brazil. Madness, throughout history, have had various forms of understanding and, therefore, there were also several spaces of madness in gradual process of evolution to the present day. In order to understand the changing character of madness spaces, accompanied by social transformations, ideas about the person called crazy and of the history of architecture, this dissertation discusses, at first, the madness spaces before modernity, where it will seek to show the different understandings about the madness, the spaces that generated such ideas and the changes that were taking them at different times. In a second step, will show the spaces of madness during modernity, addressing how the scientific and technological advances, social, economic and political changes influenced the creation of architectural typology of asylum, which is still imagery icon of a space of madness . In a third time, will show some movements of psychiatric reform of the world, as well as the Centers for Psychosocial Care (CAPS), urban facilities nationals of replacement to the type asylum, contrary to the jail and seeking a return to the community life of madness, coexistence in society and in the urban space. Finally, will be presented two case studies, contemporary brazilians that are evident on the differences with the prevailing models of care in country: the Trilhas AT Group of Uberlândia - MG, which has the situationist dérive as therapeutic experience and city reading; and the TAMTAM Group of Santos - SP, with its inclusion work shares its space constructed from art, culture, community life and especially the theater. The objects of study In-depth in the fourth chapter are understood and termed as dissident experiences, stand out from the model set out in Brazil psychosocial care; seen therefore as relevant references in the current scenario of the relationship between madness, city and contemporary urban culture in the country. Intends to make relations between the spaces studied in different periods, reflecting on the role of architecture in the process of transformation of the concept of madness. Presenting different historical and philosophical moments, the work aims to show that architecture, much more than a silent spectator, it is also agent in the evolutionary process of the idea of madness and its relation to society. / A ideia de loucura se faz presente em nossa sociedade por meio da associação com o diferente, o não usual, impróprio; qualquer manifestação que não se encaixe nas normas sociais que nos parecem tão naturais. O pensamento a respeito da loucura variou muito na história de acordo com as modificações ocorrentes em cada sociedade e época. A loucura sempre teve seu espaço social na história da humanidade, assim como sempre teve seus espaços físicos. A associação entre arquitetura e loucura é, geralmente, representada pela figura emblemática do manicômio, ainda que tal tipologia esteja em processo de extinção em vários países, dentre eles, o Brasil. A loucura, no decorrer da história, já teve diversas formas de entendimento e, por consequência, também existiram vários espaços da loucura, em processo gradual de evolução até os dias atuais. Com o objetivo de se compreender o caráter mutante dos espaços da loucura, associados às transformações sociais, das ideias a respeito dos sujeitos chamados loucos e da própria história da arquitetura, a presente dissertação aborda, em um primeiro momento, os espaços da loucura antes da modernidade, onde se buscará mostrar os diferentes entendimentos a respeito da loucura, os espaços que tais ideias geravam e as transformações que os mesmos foram tendo nas diferentes épocas. Em um segundo momento, serão mostrados os espaços da loucura durante a modernidade, abordando como os avanços científicos e tecnológicos, as transformações sociais, econômicas e políticas influenciaram para a criação da tipologia arquitetônica do manicômio, que ainda é ícone imagético de um espaço da loucura. Em um terceiro momento, serão colocados alguns movimentos de Reforma Psiquiátrica pelo mundo, assim como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), equipamentos urbanos que são modelos nacionais de substituição à combatida tipologia manicomial, contrários ao cárcere e que buscam um retorno da loucura à vida comunitária, à convivência na sociedade e no espaço urbano. Por fim, serão apresentados dois estudos de caso, contemporâneos, brasileiros, que se evidenciam diante das diferenças com os modelos de atenção predominantes no país: o Grupo Trilhas AT de Uberlândia MG, que tem a deriva situacionista como experiência terapêutica e leitura de cidade; e o Grupo TAMTAM de Santos SP, com suas ações de inclusão em seu espaço construído a partir da arte, da cultura, da vida comunitária e, sobretudo, do teatro. Os objetos de estudo aprofundados no quarto capítulo são entendidos e denominados como experiências dissidentes, por se destacarem do modelo estabelecido no Brasil de atenção psicossocial; vistos, portanto, como relevantes referências no atual cenário da relação entre loucura, cidade e a cultura urbana contemporânea no país. Pretende-se fazer relações entre os espaços estudados em diferentes períodos, refletindo sobre o papel da arquitetura no processo de transformação do conceito de loucura. Apresentando-se diferentes momentos histórico-filosóficos, o trabalho pretende mostrar que a arquitetura, muito mais que uma espectadora silenciosa, é também agente no processo evolutivo da ideia de loucura e sua relação com as sociedades. / Mestre em Arquitetura e Urbanismo

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