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Vozes femininas : a polifonia arquetípica em Florbela EspancaBomfim, Renata Oliveira 21 August 2009 (has links)
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Dissertacao Renata Bomfim.pdf: 608666 bytes, checksum: bcfc858cd2500d68a0b0378e05f06adb (MD5) / Propõe reflexões acerca das vozes sociais e arquetípicas presentes nos livros de soneto Livro de Mágoas (1919), Livro de Sóror Saudade (1921), Charneca em Flor (1930) e Reliquiae (1931), da poeta portuguesa Florbela Espanca. Para tal utilizam-se como arcabouços teóricos básicos, as obras de Mikhail Bakhtin, especialmente os conceitos de dialogismo e polifonia, e de Carl Gustav Jung, os conceitos de arquétipos e inconsciente coletivo. A poética de Florbela Espanca é polifônica por abarcar uma multiplicidade de vozes sociais e seus respectivos discursos, ela é também arquetípica, pois reproduz experiências que extrapolam o âmbito pessoal, encontrando ressonância no coletivo de diferentes épocas. Dentre estas vozes arquetípicas femininas expressas na sua poesia, analisa-se as de Lilith, Eva e Maria, por abarcarem aspectos como a sensualidade, o erotismo, a aspiração sacerdotal e virginal, a dor, a angústia, o desejo, o sonho e a vaidade, temas que refletem certos desejos de fazer dialogar dicotomias, termos opostos que, em uma sociedade patriarcal não conseguem alcançar expressão plena. A dificuldade de realização profissional e pessoal da mulher numa sociedade tradicional e falocrata como a do primeiro quartel do século XX, no caso de Florbela é, possivelmente, a geradora de uma angústia tal na poeta que levou-a ao suicídio, destino interpretado como “tragédia moderna” aos moldes raymondianos. A dificuldade de enquadramento do feminino na ordem patriarcal do mundo, é poeticamente trabalhada por Florbela que responde com um texto marcado pela inquietação, pela busca e pela arrância, e encontra na utopia de Fredric Jameson, um caminho de expressão, a partir da denúncia do paradigma exaurido da dualidade, demonstrado pelo desejo de infinito e de integração com a natureza. A crítica literária Maria Lúcia Dal Farra é o aporte fundamental no que diz respeito à obra e a vida de Florbela Espanca, e outros autores auxiliarão na construção dessa pesquisa “mosaico” que objetiva ser interdisciplinar. / This research proposes some reflections regarding de social voices and perfect models present in the sonnet books Livro de Mágoas (1919), Livro de Sóror Saudade (1921), Charneca em Flor (1930) e Reliquiae (1931), from the Portuguese poetess Florbela Espanca. Therefore we will use as basic theoretical mark, the works of Mikhail Bakthin, specially the concepts of dialogism and polyphony, and of Carl Gustav Jung, the concepts of perfect models and collective unconscious. The poetic of Florbela Espanca is polyphony because it embraces a multiplicity of social voices and its respective speeches, she is also a perfect model, because she reproduces experiences that go beyond the personal ambit, finding resonance in t e collective of different times. Among those perfect models feminine voices expressed into her poetry, we will analyze those of Lilith, Eva and Mary. This representations embrace aspects such as the sensuality, the eroticism, the clerical and virginal aspirations, the pain, the anxiety, the desire and the vanity, themes that reflect certain desires of making dialectics dialog, we have opposites that, in a father based society can’t reach the complete expression. The hardship of professional and personal realization of a woman in a traditional society like the one in the first quarter of the 20th century, in that case Florbela, was generated from a anxiety in the poetess that drove her to suicide, fate that we interpreter as “modern tragedy”, in the raymondian framework. The difficulties found by woman in a patriarchal
world, is poetically worked by Florbela that respond with a text marked by the uneasiness, by the search and by wish of finding, in the utopia of Frederic Jameson, a way of expression from the plea of the paradigm that come from duality, demonstrated by the desire of infinity and integration with nature. The literate critic, Maria Lúcia Dal Farra, will be the base fundament in what approaches the life and work of Florbela Espanca, and other authors will help in the construction of this “mosaic” research that, has as a goal to be interdisciplinary.
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